Soc.Semana 8. Larissa Rocha (Debora Andrade)

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Larissa Rocha (Debora Andrade) Semana 8 Este conteúdo pertence ao Descomplica. Está vedada a cópia ou a reprodução não autorizada previamente e por escrito. Todos os direitos reservados.

CRONOGRAMA 07/04 Estratificação e mobilidade social 09:15 19:15

07 Estratifica- abr ção e mobilidade social 01. Resumo 02. Exercícios de Aula 03. Exercícios de Casa 04. Questão Contexto

RESUMO O termo estratificação origina-se da palavra estrato, que significa camadas. Por sua vez, a expressão estratificação social designa o ato de distribuir em camadas pessoas ou grupos de forma hierárquica, de acordo com suas situações financeiras, relações de poder (quem manda ou é mandado) ou mesmo de suas responsabilidades profissionais dentro da sociedade. É importante salientar, que nas sociedades capitalistas contemporâneas a posição ocupada pelos indivíduos é, em grande medida, determinada pelo quanto eles possuem, pois, na maioria dos casos, o poder está nas mão de quem tem dinheiro e as profissões mais bem remuneradas são exercidas por pessoas que conseguiram ter uma boa formação educacional. Já por mobilidade social compreende- -se a possibilidade de um indivíduo ascender ou descender de uma determinada camada social, como por exemplo, um pobre tornar-se rico ou um rico torna-se pobre. No entanto, como veremos, nem todo tipo de estratificação permite a mobilidade social. Existem três tipos de estratificação social, a saber: por castas, por estamento e por classes sociais. Na estratificação por castas, comum à sociedade tradicional hindu, as camadas sociais estão ligadas a determinadas funções no interior da sociedade e a mobilidade social é impossível, pois o pertencimento a uma casta é determinado pela família da qual se é membro. Na Índia antiga, por exemplo, os brâmanes constituíam a casta mais elevada, responsável pelas funções sacerdotais; por sua vez, imediatamente abaixo deles, estavam os xátrias, que compunham o grupo dos guerreiros. Ora, no sistema de castas não há qualquer tipo de mobilidade social, pois a transferência de casta é proibida e um indivíduo só pode se casar com outro indivíduo da mesma casta. Assim, uma brâmane jamais poderia abdicar de suas funções sacerdotais ou ser casada com um xátria. Na estratificação por estamentos, comum à Idade Média feudal, as camadas da sociedade permanecem sendo associadas a certas funções sociais, porém, neste tipo de estratificação já existe algum tipo de mobilidade social, ainda que difícil. Na Europa medieval, por exemplo, cabia ao clero rezar pela sociedade, à nobreza proteger a sociedade e, aos servos, trabalhar pela subsistência da sociedade. No entanto, havia alguma chance de mobilidade social através da vida religiosa: um camponês, por exemplo, poderia ser ordenado padre e alguns chegaram até mesmo a serem bispos. Já a estratificação por classes é a existente em nossa sociedade. Nela, a divisão social por camadas deixa de estar tão associada às funções sociais exercidas para estar mais ligada ao poder econômico do indivíduo. Enquanto, no regime de castas, mesmo que um xátria fosse mais rico que um brâmane, ele permaneceria sendo inferior socialmente, pois sua função social era vista como inferior. No regime de estamentos, do mesmo modo, ainda que um burguês fosse mais rico do que um nobre, ele teria menos status socialmente. No sistema de classes, por sua vez, o que importa é o componente financeiro: os mais ricos compõem a classe alta, os mais pobres a classe baixa, e os que estão entre ambos, a classe média. Naturalmente, por isso mesmo, a estratificação por classes é aquela onde a mobilidade social é maior, pois depende fundamentalmente do dinheiro e não tanto das funções sociais exercidas.no entanto, vale ressaltar que, para que ocorra mobilidade social dentro de uma sociedade, medidas devem ser tomadas para que se diminua a desigualdade social, dando oportunidades aos grupos historicamente desfavorecidos. 28

EXERCÍCIOS DE AULA 1. A maioria dos que se encontram abaixo da linha de pobreza, nos países não-desenvolvidos, é constituída por famílias que subsistem em microunidades agrícolas, em atividades artesanais, no comércio ambulante, através de trabalho sazonal ou uma combinação de atividades desta natureza. Estas famílias não se beneficiam do salário-mínimo nem de outras medidas de proteção do trabalhador formal. Para ajudá-las, torna-se necessário capitalizá-las e dar aos seus membros treinamento básico em tecnologia produtiva e em procedimentos contábeis e financeiros. Paul Singer. Perspectivas de Desenvolvimento da América Latina. In: Novos Estudos CEBRAP, n. 44, mar. 1996, p. 163. Partindo da análise do texto transcrito acima, assinale a alternativa INCORRETA. a) As políticas de renda mínima buscam criar condições básicas de sobrevivência para uma parcela da população que não possui acesso a nenhuma forma de proteção trabalhista. b) Os trabalhadores informais e aqueles inseridos na pequena agricultura familiar encontram-se entre a parcela da população economicamente mais vulnerável, necessitando de políticas públicas específicas. c) A qualificação do trabalhador, que garante o domínio tecnológico e dos procedimentos contábeis necessários para o controle da renda familiar, são fundamentais no processo de melhoria das condições de vida dos trabalhadores que se encontram fora do mercado formal. d) As rápidas transformações na economia e na organização do mundo do trabalho exige da população economicamente ativa uma constante adaptação às novas configurações do mercado. e) Os trabalhadores excluídos do mercado de trabalho formal e carentes de uma rede de proteção social são derivados da falta de educação pessoal e do excesso de comodismo, não possuindo nenhuma relação com as configurações adquiridas pelo mercado no seu processo de expansão. 29 2. Os estamentos foram a forma de organização social de um grande número de civilizações no mundo antigo. As divisões que compunham o sistema de estamentos visto no Feudalismo europeu eram: a) O Rei, a nobreza e os servos. b) O Rei, o clero e os servos. c) A nobreza, o clero e os servos. d) Os escravos, o clero e a nobreza. 3. Entre os fenômenos sociais estudados pela Sociologia, a mobilidade social é um indicador do nível de desigualdade e de mudança social. Sabendo disso, ao falarmos em mobilidade social, estamos nos referindo:

a) à frequência com a qual as famílias de uma sociedade deslocam-se ou mudam suas residências em um determinado período de tempo. b) ao número de migrantes e imigrantes que passam pelo território de um país em determinado tempo. Assim, quanto maior for o número de migrantes e imigrantes, mais movimentada uma sociedade será. c) ao índice de pessoas que conseguem ascender ou que caem na escala socioeconômica de uma sociedade, observando os meios e os mecanismos que os indivíduos dispõem para tanto. d) ao desenvolvimento dos meios de transporte públicos responsáveis pela movimentação das pessoas em uma sociedade justa e desenvolvida. e) à quantidade de carros ou veículos que circulam em uma cidade, tendo em mente que, quanto maior for a quantidade de veículos em uma cidade, mais móvel ela se tornará. 4. No passado, quando se falava em redistribuição de renda, sempre se argumentava que os pobres, com o crescimento de sua renda, tenderiam a consumir mais e, portanto, a taxa de poupança cairia. Hoje, o paradoxo é que os ricos brasileiros é que têm uma altíssima propensão a consumir. A renda não se concentra para aumentar a taxa de poupança, e sim para aumentar o consumo dos mais ricos. É escandalosa a distância, no Brasil, entre o consumidor popular e o consumidor médio e rico. Sem lugar a dúvida, essa defasagem é das maiores do mundo. Na Índia, os 20% mais ricos têm em média uma renda quatro vezes maior que a dos 20% mais pobres; no Brasil essa relação é de um para trinta e três vezes. Por outro lado, o abuso do consumo contamina as classes mais pobres, que gastam em produtos nem sempre necessários. 30 Fonte: FURTADO, C.. Em Busca de Novo Modelo reflexões sobre a crise contemporânea. São Paulo: Paz e Terra, 2002. 2ª edição, p. 20. Com base no texto e nos conhecimentos sobre desigualdade social no Brasil, é correto afirmar que: a) Na última década, o índice de desigualdade vem crescendo constantemente no Brasil. b) Na última década observa-se, no Brasil, um aumento constante da taxa de crescimento econômico impulsionado pelo aumento do índice de desigualdade. c) Apesar de permanecer entre os mais altos do mundo, nos últimos 15 anos observa-se, no Brasil, uma queda do índice de desigualdade. d) Nas duas últimas décadas o índice de desigualdade no Brasil permanece rigorosamente igual. e) Existe uma correlação estreita entre taxa de crescimento econômico e distribuição de riqueza.

EXERCÍCIOS DE CASA 1. As sociedades modernas são complexas e multifacetadas. Mas, é com o capitalismo que as divisões sociais se tornam mais desiguais e excludentes. Marx já observara que só o conflito entre as classes pode mover a história. Assim sendo, para o referido autor, em qual das opções se evidencia uma característica de classe social? a) O status social e cultural dos indivíduos. b) A função social exercida pelos indivíduos na sociedade. c) A ação política dos indivíduos nas sociedades hierarquizadas. d) A identidade social, cultural e coletiva. e) A posição que os indivíduos ocupam nas relações de produção 2. A questão das classes sociais na Sociologia tem diferentes formas de explicação. Dentre as explicações clássicas, as de Marx e Weber. Atualmente encontramos estudiosos que analisam a estrutura social brasileira de diferentes maneiras: (Adaptado de: NERI, M. C.; COUTINHO DE MELO, L. C. (coordenadores). Miséria e a nova classe média na década da igualdade. Rio de Janeiro: FGV/IBRE, CPS, 2008, p. 34-35.) I. A classe C é a classe central, abaixo da A e B e acima da D e E. [ ] a faixa C central está compreendida entre os R$ 1.064 e os R$ 4.561 a preços de hoje na grande São Paulo. A nossa classe C está compreendida entre os, imediatamente acima dos 50% mais pobres e os 10% mais ricos na virada do século. [ ] A nossa classe C aufere em média a renda média da sociedade, ou seja, é classe média no sentido estatístico. A classe C é a imagem mais próxima da média da sociedade brasileira. Dada a desigualdade, a renda média brasileira é alta em relação aos estratos inferiores da distribuição. 31 (Adaptado de: OLIVEIRA, F. et al. Classes sociais em mudança e a luta pelo socialismo. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2002, p. 27-28.) II. A reorganização do processo de acumulação no Brasil [após os anos de 1990] acarreta consequências imediatas nas relações sociais, no trabalho, no emprego e nas classes sociais dele resultantes. Assim, podemos concordar que o operariado industrial perdeu o seu peso relativo na nossa sociedade [ ]. É certo que a classe trabalhadora [ ] se multiplicou em diferentes grupos sociais, uns talvez mais atomizados ou desorganizados [ ]. Também percebe-se, [ ] que houve um processo de financeirização da classe hegemônica brasileira, que acabou reduzindo ainda mais os setores dominantes, sobretudo entre os banqueiros, as multinacionais e os grupos econômicos, mesclados entre si com o capital financeiro e o capital internacional. Considerando as duas teorias e os dois tipos de análise dos estudiosos, é correto afirmar que as análises de a) I e II concordam com Max Weber simultaneamente. b) I e II concordam com Karl Marx simultaneamente. c) II concorda com Max Weber e as de I com Karl Marx. d) I e II discordam igualmente de Karl Marx e de Max Weber. e) II concorda com Karl Marx e I concorda com Max Weber.

3. De acordo com Octavio Ianni: Para melhor compreender o processo de estratificação social, enquanto processo estrutural, convém partirmos do princípio. Isto é, precisamos compreender que a maneira pela qual se estratifica uma sociedade depende da maneira pela qual os homens se reproduzem socialmente. IANNI, O. Estrutura e História. In IANNI, Octavio (org). Teorias da Estratificação Social: leitura de sociologia. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1978, p. 11. Com base no texto e nos conhecimentos sobre estratificação social, considere as afirmativas a seguir: I. Os estamentos são formas de estratificação baseadas em categorias socioculturais como tradição, linhagem, vassalagem, honra e cavalheirismo. II. As classes sociais são formas de estratificação baseadas em renda, religião, raça e hereditariedade. III. As mudanças sociais estruturais ocorrem quando há mudanças significativas na organização da produção e na divisão social do trabalho. IV. As castas são formas de estratificação social baseadas na propriedade dos meios de produção e da força de trabalho. A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é: a) I e II b) I e III c) II e III d) I, II e IV e) II, III e IV 32 4. Em 1840, o francês Aléxis de Tocqueville (1805-1859), autor de A democracia na América, impressionado com o que viu em viagem aos Estados Unidos, escreveu que nos EUA, a qualquer momento, um serviçal pode se tornar um senhor. Por sua vez, o escritor brasileiro Luiz Fernando Veríssimo, autor de O analista de Bagé, disse, em 1999, ao se referir à situação social no Brasil: tem gente se agarrando a poste para não cair na escala social e sequestrando elevador para subir na vida. As citações anteriores se referem diretamente a qual fenômeno social? a) Ao da estratificação, que diz respeito a uma forma de organização que se estrutura por meio da divisão da sociedade em estratos ou camadas sociais distintas, conforme algum tipo de critério estabelecido. b) Ao de status social, que diz respeito a um conjunto de direitos e deveres que marcam e diferenciam a posição de uma pessoa em suas relações com as outras. c) Ao dos papéis sociais, que se refere ao conjunto de comportamentos que os grupos e a sociedade em geral esperam que os indivíduos cumpram de acordo com o status que possuem. d) Ao da mobilidade social, que se refere ao movimento, à mudança de lugar de indivíduos ou grupos num determinado sistema de estratificação. e) Ao da massificação, que remete à homogeneização das condutas, das reações, desejos e necessidades dos indivíduos, sujeitando-os às idéias e objetos veiculados pelos sistemas midiáticos

A desigualdade é um problema histórico que se manifesta em diversos aspectos da estrutura social brasileira. Analise o gráfico a seguir sobre o rendimento médio real mensal dos negros e não-negros nas Regiões Metropolitanas e Distrito Federal Biênio 2004/2005. Fonte: Convênio DIEESE/ SEADE, TEM/FAT e convênios regionais. PED-Pesquisa de Emprego e Desemprego Elaboração: DIEESE Obs: a) Cor negra = pretos + pardos. Cor não-negra = brancos + amarelos b) Inflatores utilizados: IPCA-BH/IPEA, INPC-DF-IBGE, IPC-IEPE/ RS, INPC-RMR/PE, IPC- SEI/BA, ICV- DIEESE/SP c) Exclusive os assalariados e os empregados domésticos mensalistas que não tiveram remuneração no mês, os trabalharores familiares sem remuneração salarial e os empregados que receberam exclusivamente em espécie ou benefício. d) Dados apurados entre janeiro de 2004 e setembro de 2005. De acordo com os dados sobre as diferenças entre o rendimento médio de negros e não-negros nas regiões metropolitanas do Brasil, assinale a alternativa correta: a) O Distrito Federal apresenta a maior diferença de rendimentos entre negros e não-negros em comparação às demais regiões metropolitanas. b) Nas regiões metropolitanas industrializadas, a diferença entre o rendimento médio de não-negros e negros é menor do que nas regiões não industrializadas. c) Nas regiões metropolitanas do Sudeste, a diferença entre o rendimento médio de não-negros e negros é menor do que nas regiões metropolitanas do Sul. d) Nas regiões metropolitanas de São Paulo e Salvador, negros recebem aproximadamente 50% do rendimento médio de um não-negro. e) Nas regiões metropolitanas do Sudeste, a diferença entre o rendimento médio de não-negros e negros é menor do que nas regiões metropolitanas do Nordeste. 33

QUESTÃO CONTEXTO Texto 1 Texto 2 34 Tendo em vista os dois textos e seus conhecimentos sobre o tema, apresente possíveis soluções para a estratificação social existente no nosso país.

GABARITO 01. Exercício de aula 1. e 2. c 3. c 4. c 02. Exercício de casa 1. e 2. e 3. b 4. d 5. d 35