GIULIANI AR; HELMICH Características M; ZÁRATE morfológicas NAH; VIEIRA e MC; produção RAMO de DD. quatro 2008. clones Características de taro cultivados morfológicas em e Dourados-M produção de quatro clones de taro cultivados em Dourados-M. Horticultura Brasileira 26: 400-404. CARACTERÍTICA MORFOLÓGICA E PRODUÇÃO DE QUATRO CLONE DE TARO CULTIVADO EM DOURADO-M Artur Renan Giuliani 1 ; Marcelo Helmich 1 ; Néstor A. Heredia Zárate 2 ; Maria do Carmo Vieira 3 ; Karina Laís Leite arath 4 ; Diovany Doffinger Ramos 5 1 Estudantes do Quinto ano do Curso de Agronomia da FCA-UFGD. 2 Orientador, Professor da FCA-UFGD, Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq. 3 Co-orientador, Professor da FCA-UFGD, Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq. 4 Bolsista de Iniciação Científica. 5 Doutorando em Agronomia da UFGD REUMO Os objetivos do trabalho foram conhecer algumas características morfológicas, a produtividade e a renda bruta de quatro clones de taro. Foram estudados os clones de taro Macaquinho, Japonês, Chinês e Cascudo no delineamento experimental blocos casualizados, com seis repetições. As plantas do taro Chinês apresentaram as maiores altura (58,8 cm) e massa fresca de folhas (9,11 t ha -1 ) superando em 9,1 cm e 4,19 t ha -1, respectivamente, às das plantas do Macaquinho, que alcançaram os menores valores. Os quatro clones estudados mostraram semelhança estatística nos valores de produção de massa fresca de rizomasmãe (variação de 4,22 t ha -1 no Japonês a 4,49 t ha -1 no Macaquinho ) e de rizomas-filho, comercial (variação de 14,84 t ha -1 no Macaquinho a 16,83 t ha -1 no Cascudo ) e não comercial (variação de 4,44 t ha -1 no Macaquinho a 5,19 t ha -1 no Chinês ). Nos valores para diâmetro e comprimento dos rizomas-mãe; diâmetro dos rizomas-filho comerciais e comprimento dos rizomas-filho não-comerciais foram detectadas influências significativas dos clones. As porcentagens de massa seca de folhas, de rizomas-mãe e de rizomas-filho foram dependentes estatisticamente dos clones. Observando-se as estimativas médias relativas à renda bruta, conclui-se que foi melhor o cultivo do taro Cascudo que superou em R$ 192,00 ha -1 ; R$ 2136,00 ha -1 e R$ 2.388,00 ha -1 às rendas do Japonês, Chinês e Macaquinho, respectivamente. PALAVRA-CHAVE: Colocasia esculenta; hortaliça amídica; produtividade ABTRACT Morphological characteristics and yield of four taro clones cultivated in Dourados-M The aims of this work were to know some morphological characteristics, the productivity and the gross income of four taro clones. An experimental design of random blocks was used to study the Macaquinho, Japonês, Chinês and Cascudo taro clones, with six repetitions. Plants of Chinês taro showed the largest heights (58.8 cm) and leaves fresh mass (9.11 ha -1 ), surpassing Macaquinho plants in 9.1 cm and 4.19 t ha -1 which reached the lowest rates. The four clones showed statistical similarity for fresh mass production of corm (variation of 4.22 t ha -1 for Japonês to 4.49 t ha -1 for Macaquinho ) and cormel, commercial ( variation of 14.84 t ha -1 for Macaquinho to 16.83 ha -1 for Cascudo ) and non-commercial ( variation of 4.44 t ha -1 for Hortic. bras., v. 26, n. 2 (uplemento - CD Rom), jul-ago. 2008 400
Características morfológicas e produção de quatro clones de taro cultivados em Dourados-M Macaquinho to 5.19 t ha -1 for Chinês ). Diameter and length values of corm and diameter of commercial and non-commercial cormel lead to the detection of significant influences of the clones. Corm, cormel and leaves dried masses percentages were statistically dependents on the clones. Attempting to the income relative average estimates, it is concluded that the cultivars of taro Cascudo were better, as it overcame R$ 192.00 ha -1, R$2,136.00 ha -1 and R$ 2,388.00 ha -1 the Japonês, Chinês and Macaquinho incomes, respectively. KEYWORD: Colocasia esculenta; amid greens; productivity. INTRODUÇÃO A capacidade das plantas de taro (Colocasia esculenta L. chott) produzirem em condições consideradas impróprias para a agricultura tradicional, como pantanais e áreas alagadiças, faz dessa espécie a cultura de subsistência ideal para áreas onde não se usa tecnologia avançada (Heredia Zárate, 1995; Heredia Zárate et al., 1996). Pedralli (2002) cita que mais de 800 espécies de Araceae têm importância econômica (ornamentais, alimentícias e/ou medicinais) ou etnobotânica, e cerca de 10% da população mundial utiliza na alimentação o rizoma de Colocasia esculenta, chamada na maioria dos países popularmente de taro. O Estado de Mato Grosso do ul ainda não tem tradição no cultivo de hortaliças. Nos últimos anos vêm aumentando as áreas de cultivo de hortaliças nos arredores das maiores cidades do Estado, o que possibilita a venda do produto diretamente ao consumidor (Vieira, 1995). Atualmente a quantidade disponível de taro nos mercados locais e o número de horticultores dedicados à sua exploração são pequenos fazendo com que essa hortaliça seja oferecida ao consumidor com preços altos, o que limita seu uso nos cardápios das pessoas de baixa renda. Na Universidade Federal de Mato Grosso do ul foi estudado, e incentivado o cultivo dos clones Japonês, Branco, Macaquinho, Chinês e Cem/Um, tanto em condições do pantanal (Heredia Zárate, 1995) como em solos sempre úmidos (Heredia Zárate & Yamaguti, 1994). Os objetivos do trabalho foram conhecer algumas características morfológicas, a produtividade e a renda bruta de quatro clones de taro. MATERIAL E MÉTODO O trabalho foi conduzido no Horto de Plantas Medicinais da Faculdade de Ciências Agrárias FCA, da Universidade Federal da Grande Dourados UFGD, em Dourados M, no período de outubro de 2006 a abril de 2007, em Latossolo Vermelho distroférrico de textura argilosa. Foram estudados quatro clones de taro (Macaquinho, Japonês, Chinês e Cascudo) no delineamento experimental de blocos casualizados, com seis repetições. As parcelas experimentais tiveram 2,0 m de comprimento e 1,50 m de largura, contendo um canteiro de 1,0 m de largura onde foi alocada uma fileira dupla de plantas, com espaçamento de 0,50 m entre fileiras simples. Não houve bordaduras dentro das parcelas. O solo da área do experimento foi preparado mediante aração, gradagem e levantamento de canteiros com rotoencanteirador. No dia do plantio foram abertos sulcos de aproximadamente 0,20 m de largura por 0,15 m de profundidade e posteriormente cobertos com terra misturada com vermicomposto proveniente de cama-de-frango semidecomposta (10,0 t ha -1 ). As mudas para o plantio foram rizomas-filho grandes cortados ao meio. Hortic. bras., v. 26, n. 2 (uplemento - CD Rom), jul-ago. 2008 401
Características morfológicas e produção de quatro clones de taro cultivados em Dourados-M As irrigações foram feitas por aspersão, com turnos de rega de três a quatro dias, até o quarto mês após o plantio, de forma a manter o solo com umidade em torno de 75% da capacidade de campo e daí, até a colheita, foi a cada oito dias. Não foram utilizados agrotóxicos e as capinas foram manualmente e com auxílio de enxada. A colheita foi realizada quando mais de 50% das folhas das plantas das diferentes parcelas apresentavam sintomas de senescência. Na colheita foram determinadas as massas frescas das folhas (limbo + pecíolo), dos rizomas-mãe e rizomas-filho, comerciais e não comerciais. Também foram determinadas as massas secas das folhas (limbo + pecíolo), dos rizomas-mãe e dos rizomas-filho comerciais, além dos diâmetros e comprimentos dos rizomas Os dados foram submetidos à análise de variância e, quando se detectou significância pelo teste F, as médias foram comparadas pelo teste Tukey, até 5% de probabilidade. Além disso, foi determinada da renda bruta e, para isso, foi pesquisado, nos supermercados e feiras livres de Dourados, o preço pago aos produtores pelos rizomas-filho comerciais de taro (R$ 1,20 kg -1 ) e, posteriormente, efetuou-se as conversões por hectare. REULTADO E DICUÃO A altura e a produção de massa fresca de folhas das plantas de taro, na colheita, foram influenciadas significativamente pelos clones (Tabela 1). As plantas do taro Chinês apresentaram as maiores altura (58,8 cm) e massa fresca de folhas (9,11 t ha -1 ) superando em 9,1 cm e 4,19 t ha -1, respectivamente, às das plantas do Macaquinho, que alcançou os menores valores. Os quatro clones estudados mostraram semelhança estatística nos valores de produção de massa fresca de rizomas-mãe (variação de 4,22 t ha -1 no Japonês a 4,49 t ha -1 no Macaquinho ) e de rizomas-filho, comercial (variação de 14,84 t ha -1 no Macaquinho a 16,83 t ha -1 no Cascudo ) e não comercial (variação de 4,44 t ha -1 no Macaquinho a 5,19 t ha -1 no Chinês ) (Tabela 1). Nos valores para diâmetro e comprimento de rizomas-mãe; diâmetro dos rizomas-filho comerciais e comprimento dos rizomas-filho não-comerciais foram detectadas influências significativas dos clones. Os valores médios para diâmetro e comprimento dos rizomas dos quatro clones de taro foram característicos para cada tipo de rizoma (Tabela 2). As porcentagens de massa seca de folhas, de rizomas-mãe e de rizomas-filho foram dependentes estatisticamente dos clones (Tabela 3). O fato das porcentagens de massa seca das folhas terem sido menores que as dos rizomas-mãe e destes para os rizomas-filho permitem concluir que as plantas dos clones já tinham alcançado a maturidade, com conseqüente aumento da translocação dos fotoassimilados acumulados na parte aérea para o crescimento e aumento de massa dos RM e, posteriormente, destes para os RF (Heredia Zárate et al., 2000). As porcentagens de massa seca dos rizomas-mãe (variação de 25,08% no Japonês a 34,21% no Cascudo ) e rizomas-filho (variação de 39,08% no Japonês a 47,32% no Chinês ) dos quatro clones estudados podem ser consideradas altas quando comparadas com as porcentagens relatadas por Heredia Zárate & Vieira (2004) para os rizomas-mãe e rizomasfilho, respectivamente, de plantas dos clones Chinês (27,5 e 24,19%), Macaquinho (17,75 e 18,07%), Japonês (19,71 e 18,51%), Branco (21,28 e 15,37%) e Cem/Um (20,40 e 17,86%), cultivados em Dourados, entre outubro de 1997 e abril de 1999. Hortic. bras., v. 26, n. 2 (uplemento - CD Rom), jul-ago. 2008 402
Características morfológicas e produção de quatro clones de taro cultivados em Dourados-M Observando-se as estimativas médias relativas à renda bruta, conclui-se que foi melhor o cultivo do taro Cascudo (R$ 20.196,00 ha -1 ) que superou em R$ 192,00 ha -1 ; R$ 2136,00 ha -1 e R$ 2.388,00 ha -1 às rendas do Japonês (R$ 20.004,00 ha -1 ), Chinês (R$ 19.944,00 ha -1 ) e Macaquinho (R$ 17.808,00 ha -1 ), respectivamente. Nas condições em que foi conduzido o experimento os quatro clones estudados não apresentaram diferenças produtivas mas, considerando a renda bruta, foram melhores os clones Cascudo e Japonês, respectivamente. AGRADECIMENTO Ao CNPq, pelas bolsas e pelo apoio financeiro concedidos. LITERATURA CITADA HEREDIA ZÁRATE NA. 1995. Produção de cinco clones de inhame cultivados no pantanal sulmatogrossense. Horticultura Brasileira13: 38-40. HEREDIA ZÁRATE NA; VIEIRA MC. 2004. Composição nutritiva de rizomas em clones de inhame cultivados em dourados-m. Pesquisa Agropecuária Tropical 34: 61-63. HEREDIA ZÁRATE NA; VIEIRA MC; LOPE J. 2000. Produção de rizomas de inhame Cem/ Um sob nove populações de plantas em Dourados-M. Ciência e Agrotecnologia 24: 118-123. HEREDIA ZÁRATE NA; VIEIRA MC; ILVA RMMF. 1996. Produção de cinco clones de inhame em cinco épocas de plantio em Dourados-M. OBInforma 15: 18-19. HEREDIA ZÁRATE NA; YAMAGUTI CY. 1994. Curvas de crescimento de cinco clones de inhame, em solo sempre úmido, considerando épocas de colheita, em Dourados M. OBInforma 13: 23-24. PEDRALLI G. Uso de nomes populares para as espécies de Araceae e Dioscoreaceae. 2001. In: IMPÓIO NACIONAL OBRE A CULTURA DO INHAME E DO CARÁ, 1, Venda Nova do Imigrante, 2001. Relatório Técnico. Venda Nova do Imigrante, não paginado. VIEIRA MC. 1995. Avaliação do crescimento e da produção de clones e efeito de resíduo orgânico e de fósforo em mandioquinha-salsa no Estado de Mato Grosso do ul. Viçosa: UFV. 114p. (Tese Doutorado). Hortic. bras., v. 26, n. 2 (uplemento - CD Rom), jul-ago. 2008 403
Características morfológicas e produção de quatro clones de taro cultivados em Dourados-M Tabela 1. Altura de plantas e massa fresca de folhas e de rizomas-mãe e rizomas-filho, comercial e não comercial, de quatro clones de taro. UFGD, Dourados-M, 2006-2007. (Table 1. Plant height and fresh mass of leaves and of corms and of commercial and non commercial cormels, of four clones of taro. UFGD, Dourados- M, 2006-2007). Clone Massa fresca (t ha -1 ) Altura de plantas (cm) Folhas Rizoma-mãe Rizoma-filho Comercial Não comercial Chinês 58,8 a 9,11 a 4,24 a 16,62 a 5,19 a Macaquinho 49,7 c 4,92 b 4,49 a 14,84 a 4,44 a Japonês 54,1 b 7,34 ab 4,22 a 16,67 a 4,53 a Cascudo 58,7 a 7,57 a 4,41 a 16,83 a 4,74 a C.V. (%) 4,13 18,39 10,26 19,44 16,75 Tabela 2. Diâmetro e comprimento de rizomas-mãe e rizomas-filho, comercial e não comercial, de quatro clones de taro. UFGD, Dourados-M, 2006-2007. (Table 2. Diameter and length of corms and cormels, commercial and non commercial, of four clones of taro. UFGD, Dourados-M, 2006-2007). Rizoma (mm) Clone Mãe Filho comercial Filho não-comercial Diâmetro Comprimento Diâmetro Comprimento Diâmetro Comprimento Chinês 48,72 ab 53,06 ab 35,28 a 49,72 a 23,72 a 28,86 a Macaquinho 49,16 a 50,88 ab 34,66 a 49,94 a 24,02 a 27,86 ab Japonês 45,18 b 46,50 b 35,36 a 49,32 a 23,18 a 28,08 a Cascudo 47,68 ab 53,30 a 32,68 b 49,64 a 23,70 a 26,18 b C.V. (%) 4,49 7,22 3,00 8,54 4,79 3,51 Tabela 3. Massas secas de folhas, de rizomas-mãe e de rizomas-filho, de quatro clones de taro. UFGD, Dourados-M, 2006-2007. (Table 3. Dried masses of leaves, of corms and of cormels, of four clones of taro. UFGD, Dourados-M, 2006-2007). Massa seca (%) Clone Folhas Rizomas Mãe Filho comercial Chinês 25,07 a 32,30 a 47,32 a Macaquinho 21,26 b 27,51 b 43,76 ab Japonês 18,85 c 25,08 b 39,08 b Cascudo 23,41 a 34,21 a 40,60 ab C.V. (%) 5,04 7,28 9,00 Hortic. bras., v. 26, n. 2 (uplemento - CD Rom), jul-ago. 2008 404