ROTINA PARA AUTISTA: POSSIBILIDADES DE ELABORAÇÃO ATRAVÉS DA COMUNICAÇÃO PICTÓRICA FAVORECENDO A INCLUSÃO NA ESCOLA.

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Transcrição:

Universidade Federal Rural do Semi-Árido Coordenação Geral de Ação Afirmativa, Diversidade e Inclusão Social http://periodicos.ufersa.edu.br/revistas/index.php/includere ISSN 2359-5566 ROTINA PARA AUTISTA: POSSIBILIDADES DE ELABORAÇÃO ATRAVÉS DA COMUNICAÇÃO PICTÓRICA FAVORECENDO A INCLUSÃO NA ESCOLA. Paula Gomes da Silva 1 1. Introdução Neste trabalho foi elaborada uma rotina para possibilitar a ambientação e aprendizagem do aluno autista, com nove anos de idade, matriculado no 4º ano das séries iniciais do ensino fundamental no município de Mossoró, utilizou-se a comunicação pictórica como tecnologia assistiva que favoreceu no processo de inclusão escolar. "O transtorno do espectro do autismo (TEA) são diagnosticados em números cada vez maior e também cada vez mais cedo no Brasil" (MELLO, 2013, pg. 37). Atualmente a rede Municipal de ensino de Mossoró tem mais de 80 alunos diagnosticados com TEA matriculados desde a educação infantil até os anos finais do ensino fundamental, segundo o senso escolar em 2016, tal realidade nos instiga a observar, pesquisar e aprofundar o nosso conhecimento acerca das práticas educativas que possam proporcionar a integração desses alunos nas escolas. Conforme SURIAN (2010, pg. 10): "O autismo é um distúrbio do desenvolvimento neuropsicológico que se manifesta através de dificuldades marcantes e persistentes na interação social, na comunicação e no repertório de interesses e de atividades", observando essas caracterizações do autismo, encontramos um caminho para que o processo de aprendizagem na escola pudesse ser desenvolvido a partir da rotina baseada nos possíveis interesses da crianças, favorecendo desse modo a interação social do aluno por meio de símbolos de comunicação pictórica (PCS) enquanto auxílio desta construção. Dentro do processo de inclusão escolar, necessitamos que os alunos, permaneçam na escola e funcionalmente participem dela, para tal é necessário um novo olhar, uma nova aprendizagem e métodos de ensino que correlacionem a diferente clientela escolar, " a educação especial direciona suas ações para o atendimento às especificidades desses alunos no processo educacional e, no âmbito de uma atuação mais ampla na escola..." BRASIL (2008), dentro desse contexto includente, relatado na política nacional de educação especial na perspectiva de educação inclusiva, a elaboração de rotina deve, na análise deste trabalho, tornar possível a ambientação deste aluno no cenário escolar e integrar a atividade de rotina as necessidades educacionais especiais do mesmo, pensando junto com o professor de sala e o professor intermediário, como melhor desenvolver no processo ensino e aprendizagem esse convívio diário através da Rotina. 1 Conselho Regional de Educação Física n 001093-G/RN, UERN. E-mail: paulagsilva@gmail.com. 557

2. Metodologia A metodologia envolveu aplicação de um questionário com o professor intermediário e a professora de sala, para o desenvolvimento e elaboração da rotina, analisado através da Versão Operacionalizada da Escala de Avaliação da Experiência de Aprendizagem Mediada (EAM) (CUNHA, 2004; CUNHA; ENUMO; CANAL, 2006) e a utilização dos símbolos de comunicação pictórica na construção e desenvolvimento da rotina. O questionário continha cinco perguntas a respeito do TEA: pergunta sobre os interesses do aluno; perguntas relacionadas a educação continuada junto aos professores; e sobre tecnologia assistiva. Foi realizada uma análise com a professora de sala e o professor intermediário acerca do aluno, considerando a mediação dos mesmos com este, os resultados estão representados em gráfico na figura 1 de acordo com a Escala de Avaliação da Experiência de Aprendizagem Mediada. "A EAM é o principal conceito da Teoria da Experiência de Aprendizagem Mediada, Mediated Learning Experience MLE theory." (CUNHA; ENUMO e CANAL,2006). Buscamos através do questionário analisar na escala entre 1-3 o nível de responsividade contingente, o envolvimento afetivo e a mudança, gerada a partir desse processo mediador. Partimos do pressuposto que quanto mais se conhece o aluno, mais existirá afeto e observação da criança, favorecendo o desenvolvimento satisfatório da rotina, bem como para a elaboração da mesma. Elaboramos uma rotina onde consideramos a ambientação do aluno na escola e convívio com os demais colegas em sala de aula e fora dela. Os símbolos de Comunicação Pictórica fazem parte da rotina, também utilizamos a fala do professor intermediário, juntamente com os símbolos da figura 2 a fim de favorecer a interação do aluno com os colegas e profissionais envolvidos no processo educativo, além de direciona-lo para a utilização do banheiro e integra-lo nas atividades de sala, na hora do lanche e intervalo. [...] a Tecnologia Assistiva é relacionada a dispositivos adaptáveis para pessoas com deficiência com o objetivo de promover maior independência para executar tarefas que antes eram incapazes de realizar [...]" (GONÇALVES; FURTADO, 2015, pg. 47), dentre as categorias de tecnologia assistiva a Comunicação Alternativa existe para proporcionar ao aluno com necessidades educacionais especiais, um recurso que favoreça a comunicação, esta pode ser construída ou obtida sob forma de software, PCS entre outras categorias. 3. Resultados Os resultados foram elaborados da seguinte maneira: realizamos um questionário e a partir das cinco perguntas, formuladas a respeito do TEA; pergunta sobre os interesses do aluno por atividades; perguntas relacionadas a educação continuada junto aos professores e sobre tecnologia assistiva, analisamos de acordo com a Escala de Experiência de aprendizagem mediada (EAM), o grau de mediação existente entre professores e aluno, com o intuito de melhor elaborar a rotina tendo por base as respostas dos professores e interação dos mesmos com a criança. Na FIGURA 1 - Percebemos que o professor intermediário conseguiu desenvolver um relacionamento psicossocial com seu aluno bem melhor que o professor de sala, sendo assim nós consideramos, baseados no questionário, as suas respostas bem mais que o professor de sala e conseguimos êxitos com o aluno. Quanto a mudanças, com a aplicação do questionário o professor de sala começou a rever suas práticas e voltou seu olhar para o aluno de modo a pesquisar e interagir com o professor do AEE e o professor intermediário, ocasionando mudança semelhante no aluno, enquanto mediador da aprendizagem. 558

Na FIGURA 2 - Contém os símbolos cuja rotina foi elaborada a partir deles, segue a rotina passo a passo: 1º Passo :Utilizamos todos os símbolos 1; 2; 3; 4; 5, para que logo na chegada em sala de aula o Professor intermediário possa falar com o aluno acerca da rotina, ele verbaliza para a criança como será o seu dia mostrando os símbolos; 2º Passo: Durante a aula o professor permanece no símbolo 3 exemplificando o ler e as atividades elaboradas em sala; 3º Passo: Durante todo o seu dia o professor intermediário utiliza o símbolo 2 para favorecer a interação do aluno com seus colegas e demais funcionários 4º Passo: Quando a criança necessitar ir ao banheiro, utiliza-se o símbolo 1 para favorecer o reconhecimento do espaço onde ele deverá fazer suas necessidades biológicas; 5º Passo: Durante o lanche, o professor mostrará o símbolo 5; 6º Passo: Durante o recreio e ou na aula de Educação física, o aluno terá a demonstração do símbolo 4, referenciando o brincar com objetos. 4. Figuras e Tabelas FIGURA 1 V e r s ã o o p e r a c io n a liz a d a d a Es c a la d e Av a lia ç ã o d a Exp e r iê n c ia d e Ap r e n d iz a g e m M e d ia d a d o G r á fic o Responsividade Contingente Envolvimento Afetivo Mudança Professor de Sala Professor Intermediário Referência: CUNHA; ENUMO; CANAL, 2006. 559

FIGURA 2 5. Conclusão Pensando na rotina como sincronia do projeto escolar, essa elaboração surgiu para que a mediação entre professores e alunos autistas pudessem ser efetivada, percebemos que o questionário nos ajudou bastante a construir essa consciência de uma escola inclusiva, não somente com os alunos com necessidades educacionais especiais, mas também serviu para reprogramar as atividades do professor de sala, evitando adaptações e inserindo na rotina da escola a necessidade de socializar a todos envolvendo a comunidade escolar neste propósito, "quando se fala em inclusão escolar, a ideia que nos vem à cabeça seria de simplesmente colocar uma criança com Transtorno do espectro autista em uma escola regular, esperando que ela comece a imitar as crianças [...]" (BRAGA JUNIOR; BELCHIOR e SANTOS, 2015, pg. 23), para tanto a proposta de rotina, como uma resposta analisada e gerada para obter um desenvolvimento do aluno autista, torna possível o respeito as diferenças e orienta como devemos proceder potencializando as habilidades do aluno. Esperamos ter atingido o nosso objetivo, elaborando uma rotina que faça parte do cenário escolar e favoreça o processo ensino aprendizagem do aluno com necessidades educacionais especiais proporcionando aos atores desse processo (professor intermediário e professor de sala) subsídios para melhor conhecer e avaliar o desenvolvimento deste aluno. 6. Palavras-chave: Rotina; Autismo; Tecnologia Assistiva. Referências Bibliográficas BRAGA JUNIOR, F. V.; BELCHIOR, M. S.; SANTOS, S. T. Transtornos Globais de Desenvolvimento e o atendimento educacional especializado. Mossoró: EDUFERSA, 2015. 56 p. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC, 2008a. Disponível em:http://peei.mec.gov.br/arquivos/politica_nacional_educacao_especial.pdf CUNHA, A. C. B; ENUMO, S. R. F.; CANAL, C. P. P. Operacionalização de escala para 560

análise de padrão de mediação materna: um estudo com díades mãe criança com deficiência visual. Revista Brasileira de educação Especial, Marilia, v.12, n.3, p.393 412, 2006. CUNHA, Ana C. B.; FARIAS, Iara M.; MARANHÃO, Renata V. A. Interação professoraluno com autismo no contexto da educação inclusiva: análise do padrão de mediação do professor com base na teoria da experiência de aprendizagem mediada (mediated learning experience theory). Rev. Bras. Ed. Esp., Marília-SP, v.14, n.3, p.365-384, set./dez. 2008. GONÇAVES, M. J.; FURTADO, U. M. Educação a distância e tecnologia Assistiva. Mossoró: EDUFERSA, 2015. 72p. MELLO, A. M. et al. Retratos do autismo no Brasil. São Paulo: Gráfica da AMA, 2013.106p. (AMA Associação de amigos do autista). SURIAN, Luca. Autismo: informações essenciais para familiares, educadores e profissionais de saúde. São Paulo: Paulinas, 2010. 147p. 561