Unidade Parque Atheneu Professor (a): Kellyda Aluno (a): Série: 2ª Data: / / LISTA DE LITERATURA

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Sugestão de avaliação

Transcrição:

Unidade Parque Atheneu Professor (a): Kellyda Aluno (a): Série: 2ª Data: / / 2017. LISTA DE LITERATURA Orientações: - A lista deverá ser respondida na própria folha impressa ou em folha de papel almaço. - Caso seja respondida em folha de papel almaço deverá conter cabeçalho completo (Data, nome, disciplina, nome do professor e série). - As listas que não forem realizadas conforme orientações serão desconsideradas. Leia o texto abaixo para responder o que se pede em seguida: Perdoa-me, visão dos meus amores, Se a ti ergui meus olhos suspirando!... Se eu pensava num beijo desmaiando Gozar contigo a estação das flores! De minhas faces os mortais palores, Minha febre noturna delirando, Meus ais, meus tristes ais vão revelando Que peno e morro de amorosas dores... Morro, morro por ti! na minha aurora A dor do coração, a dor mais forte, A dor de um desengano me devora... Sem que última esperança me conforte, Eu - que outrora vivia! - eu sinto agora Morte no coração, nos olhos morte! (Lira dos Vinte Anos - Álvares de Azevedo) 1) É sabido que o Romantismo rejeita, até certo ponto, a rigidez formal do Classicismo e do Arcadismo. Contudo, a forma do texto lido não expressa isso. Faça um breve comentário sobre isso. 2) Ao se despedir da vida o eu-lírico do texto se queixa e se desculpa. Qual o motivo da queixa e das desculpas? 3) Relacione a morbidez da literatura de Azevedo à biografia do autor.

Leia o texto abaixo, do poeta romântico Sousândrade: GUESA ERRANTE Eia, imaginação divina! Os Andes Vulcânicos elevam cumes calvos Circundados de gelos, mudos, alvos, Nuvens flutuando que espetác los grande! Lá, onde o ponto do condor negreja, Cintilando no aspecto como brilhos D olhos, e cai a prumos sobre os filhos Do lhama descuidado; onde lampeja Da tempestade o raio; onde deserto, O azul sertão, formoso e dslumbrante, Arde do sol o incêndio, delirante Coração vivo em céu profundo aberto! 4) Qual inadequação espacial se encontra na estrofe inicial do poema, visto que Sousândrade se trata de um autor brasileiro? 5) Há um símbolo no texto que o filia facilmente a terceira geração romântica. Cite-o. 6) Mais adiante, o poeta diz que a nuvem ibérica tornou a paisagem andina ruidosa e triste. Comente. Observe com atenção o texto abaixo, de Castro Alves: Era um sonho dantesco!... o tombadilho, Que das luzernas avermelha o brilho. Em sangue a se banhar. Tinir de ferros... estalar de açoite... Legiões de homens negros como a noite, Horrendos a dançar... Negras mulheres, suspendendo as tetas Magras crianças, cujas bocas pretas Rega o sangue das mães: Outras, moças, mas nuas e espantadas, No turbilhão de espectros arrastadas, Em ânsia e mágoas vãs!

7) Qual o sentido de dantesco? 8) Há uma referência que antecede o nome sangue e que pode ser facilmente associada à violência que o poema denuncia. Comente. 9) Apesar de fazer claras críticas sociais e ter um tom materialista, o poeta se distancia da realidade à medida que aborda a mulher de maneira incorpórea; porém, não há relação entre essa abordagem e a visão feminina apresentada por Álvares de Azevedo. Destaque os versos que apresentam isso e comente o que se afirmou. 10) O texto é uma música da dupla humorístico-sertaneja Alvarenga e Ranchinho, que fez muito sucesso por cerca de quatro décadas. Romance de uma Caveira (Alvarenga e Ranchinho) Eram duas caveiras que se amavam E à meia-noite se encontravam Pelo cemitério os dois passeavam E juras de amor então trocavam. Sentados os dois em riba da lousa fria A caveira apaixonada assim dizia Que pelo caveiro de amor morria E ele de amores por ela vivia. (...) Mas um dia chegou de pé junto Um cadáver, um vudu, um defunto. E a caveira por ele se apaixonou E o caveiro antigo abandonou. O caveiro tomou uma bebedeira E matou-se de um modo romanesco Por causa dessa ingrata caveira Que trocou ele por um defunto fresco. 11) Quanto ao tema, o que garante à música o seu romantismo? 12) Há elementos no texto que quebram o espírito do romantismo, tornando a história cômica. Que elementos são esses? 13) Analisando a variante geográfica linguística no texto da questão anterior, responda: a linguagem é mais comum à zona urbana ou ao interior? Como isso é perceptível no texto?

O excerto a seguir foi extraído da obra Noite na Taverna, livro de contos escritos pelo poeta ultrarromântico Álvares de Azevedo (1831-1852). Uma noite, e após uma orgia, eu deixara dormida no leito dela a condessa Bárbara. Dei um último olhar àquela forma nua e adormecida com a febre nas faces e a lascívia nos lábios úmidos, gemendo ainda nos sonhos como na agonia voluptuosa do amor. Saí. Não sei se a noite era límpida ou negra; sei apenas que a cabeça me escaldava de embriaguez. As taças tinham ficado vazias na mesa: aos lábios daquela criatura eu bebera até a última gota o vinho do deleite Quando dei acordo de mim estava num lugar escuro: as estrelas passavam seus raios brancos entre as vidraças de um templo. As luzes de quatro círios batiam num caixão entreaberto. Abri-o: era o de uma moça. Aquele branco da mortalha, as grinaldas da morte na fronte dela, naquela tez lívida e embaçada, o vidrento dos olhos mal apertados Era uma defunta! e aqueles traços todos me lembravam uma ideia perdida era o anjo do cemitério! Cerrei as portas da igreja, que, eu ignoro por quê, eu achara abertas. Tomei o cadáver nos meus braços para fora do caixão. Pesava como chumbo (São Paulo: Moderna, 1997, p. 23) 14) Pode-se dizer que a mulher do texto é idealizada? Explique. 15) Escatológico é tudo que provoca repulsa e rejeição no leitor. O que no conteúdo deste trecho pode ser classificado como escatológico e justifica a literatura de Azevedo como satânica? Leia com atenção o trecho teórico a seguir: Se romantismo quer dizer, antes de mais nada, um progressivo dissolver-se de hierarquias (Pátria, Igreja, Tradição) em estados de alma individuais, então Álvares de Azevedo, Junqueira Freire e Fagundes Varela serão mais românticos do que [Gonçalves de] Magalhães e do que o próprio Gonçalves Dias; estes ainda postulavam, fora de si, uma natureza e um passado para compor seus mitos poéticos; àqueles caberia fechar as últimas janelas a tudo o que não se perdesse no Narciso sagrado do próprio eu, a que conferiam o dom da eterna ubiquidade. [...] 16) Por que, à luz das ideias defendidas pelo texto, os autores gonçalvinos seriam menos românticos que os autores mal-do-século? Agora, com atenção, leia também a continuidade do trecho da questão anterior. Ora a oclusão do sujeito em si próprio é detectável por uma fenomenologia bem conhecida: o devaneio, o erotismo difuso ou obsessivo, a melancolia, o tédio, o namoro com a imagem da morte, a depressão, a

autoironia masoquista: desfigurações todas de um desejo de viver que não logrou sair do labirinto onde se aliena o jovem crescido em um meio romântico-burguês em fase de estagnação. 17) Cite o autor que melhor expressou as ideias contidas no trecho acima, exemplificativas do mal-doséculo, junto com suas três principais obras. Observe as seguintes considerações que são feitas sobre dois poetas da Segunda Geração Romântica: A poesia de Álvares de Azevedo e a de Junqueira Freire oferecem rica documentação para a psicanálise; e é nessa perspectiva que a têm lido alguns críticos modernos, ocupados em dar certa coerência ao vasto anedotário biográfico que em geral empana, em vez de esclarecer a nossa visão dos românticos típicos. 18) Diferencie tematicamente as produções de Azevedo e Freire. Leia o trecho abaixo: Um velho Por que empalideces, Solfieri? A vida é assim. Tu o sabes como eu o sei. O que é o homem? É a escuma que ferve hoje na torrente e amanhã desmaia, alguma coisa de louco e movediço como a vaga, de fatal como o sepulcro! O que é a existência? Na mocidade é o caleidoscópio das ilusões, vive-se então da seiva do futuro. Depois envelhecemos: quando chegamos aos trinta anos e o suor das agonias nos grisalhou os cabelos antes do tempo e murcharam, como nossas faces, as nossas esperanças, oscilamos entre o passado visionário e este amanhã do velho, gelado e ermo despido como um cadáver que se banha antes de dar à sepultura! Miséria! Loucura! Muito bem! Miséria e loucura! interrompeu uma voz. O homem que falara era um velho. A fronte se lhe descalvara, e longas e fundas rugas a sulcavam: eram as ondas que o vento da velhice lhe cavara no mar da vida... Sob espessas sobrancelhas grisalhas lampejavam lhe olhos pardos e um espesso bigode lhe cobria parte dos lábios Trazia um gibão negro e roto e um manto desbotado, da mesma cor, lhe caía dos ombros. Quem és, velho? perguntou o narrador. Passava lá fora, a chuva caía a cântaros, a tempestade era medonha, entrei. Boa noite, senhores! Se houver mais uma taça na vossa mesa, enchei-a até às bordas e beberei convosco. Quem és? Quem sou? Na verdade fora difícil dizê-lo: corri muito mundo, a cada instante mudando de nome e de vida. (...) Quem eu sou? Fui um poeta aos vinte anos, um libertino aos trinta sou um vagabundo sem pátria e sem crenças aos quarenta. 18) No fragmento de Álvares de Azevedo, cruzam-se as imagens das fases da existência humana e da natureza do oceano. Tendo em vista essa ideia, explicite por que razão o ser humano se assemelha, do ponto de vista do enunciador, à escuma que ferve hoje na torrente e amanhã desmaia.

Observe o comentário crítico abaixo: Com o subjetivismo romântico, as suas cogitações morais, a sua religiosidade, ou com a interpretação do ser individual, cultivamos a visão total da nacionalidade, da nossa paisagem física e social, da nossa sensibilidade, valores e tradições, das lutas sociais e políticas do momento. E assim, ao mesmo tempo que se fez acentuadamente nacional, pelos temas e pelo estilo, o Romantismo no Brasil, progressivamente, também se preocupa com o sentido da sua universalidade. (CANDIDO, Antonio; CASTELLO, J. Aderaldo. Presença da literatura brasileira: das origens ao Romantismo. (São Paulo: Difel, 1973.) 19) Explique como se configura o projeto romântico, correlacionando sua resposta com o contexto cultural e ideológico do Romantismo no Brasil. Leia o trecho abaixo que faz considerações sobre o herói romântico. O Romantismo no Brasil encontrou no "mito do bom selvagem" uma maneira de enaltecer a cultura nacional. A produção com temática indígena ficou conhecida como "indianista". Como contraposição ao português, nosso conquistador e colonizador, ou mesmo ao europeu, e devidamente distanciado do negro escravo, também "estrangeiro", o índio tornou-se o símbolo do homem brasileiro, de sua origem e originalidade, de seu caráter independente, puro (de "bom selvagem"), bravo e honrado. Ressalve-se, porém, que esse índio é compreendido através da óptica idealizadora do romantismo e está longe de corresponder a uma aproximação da realidade do índio brasileiro. Simboliza, antes, os ideais de heroísmo e humanidade das camadas cultas de nossa sociedade imperial. No Romantismo europeu, esse papel foi exercido pela figura do cavaleiro medieval, personagem histórica da época de origem e formação das nações européias, que desempenhou o papel de herói em várias obras literárias. Substancialmente, o Indianismo está presente em nossas obras literárias românticas, enquanto idealização e valorização do índio, e também enquanto registro ou invenção imaginária de seu modo de vida, costumes e crenças, bem como de sua linguagem. Na época, tiveram impulso os estudos da língua tupi antiga, cujos vocábulos foram a partir de então aos poucos integrando a linguagem culta do Português escrito no Brasil. Os exemplos mais evidentes e significativos desse Indianismo podem ser encontrados na poesia de Gonçalves Dias e na prosa de José de Alencar. 20) A partir das discussões realizadas em sala de aula sobre o poema I Juca Pirama de Gonçalves Dias, explique porque o índio retratado nesta obra pode ser considerado o típico cavaleiro medieval. 21) Apesar de possuir as características de um herói, por que o velho tupi considera seu filho um covarde? Justifique sua resposta. Boa Semana!!! Fique atento(a) ao prazo de devolução das listas!!!