Do momento da formação do contrato

Documentos relacionados
Curso de. Direito. Núcleo de Prática Jurídica. Direito de Família.

Os requisitos para aprovação de cursos novos de mestrado deverão ser suficientes, no mínimo, para o conceito 3 (qualificação regular).

Gestão da Qualidade. Aula 5. Prof. Pablo

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PREFEITURA MUNICIPAL DE SANT ANA DO LIVRAMENTO Palácio Moisés Viana Unidade Central de Controle Interno

Contrato de Câmbio na Exportação.

Requerimentos reconhecimento de firma autenticação identificação fé pública.

Como utilizar a tecnologia a favor da sua central de atendimento

UM JOGO BINOMIAL 1. INTRODUÇÃO

Verdade e Justiça em suas três dimensões

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo, Editora Atlas,

EDUCADOR, MEDIADOR DE CONHECIMENTOS E VALORES

I ENCONTRO DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NOS CURSOS DE LICENCIATURA LICENCIATURA EM PEDAGOGIA: EM BUSCA DA IDENTIDADE PROFISSIONAL DO PEDAGOGO

CÉLULAS-TRONCO EMBRIONÁRIAS HUMANAS: NASCITURO OU APENAS UMA CÉLULA?

CONVENÇÃO INTERNACIONAL PARA PROTEÇÃO AOS ARTISTAS INTÉRPRETES OU EXECUTANTES, AOS PRODUTORES DE FONOGRAMAS E AOS ORGANISMOS DE RADIODIFUSÃO

Gabinete do Conselheiro Antônio Carlos Andrada

Redação Publicitária reflexões sobre teoria e prática 1

DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERAL PROF. BENADILSON

A importância dos Indicadores de Atividade dentro da Empresa

1 Introdução. 1.1 Problema

Vossa Referência Vossa Comunicação Nossa Referência Proc. R-1387/11 (A4)

Eixo Temático ET Desenvolvimento de Estratégias Didáticas

Tribunal de Contas do Estado do Pará

A SOCIEDADE LIMITADA E O DIREITO DE RETIRADA DO SÓCIO SOB A LUZ DA SOCIEDADE SIMPLES E DAS SOCIEDADES ANÔNIMAS

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

PARECER COREN-SP 041 /2013 CT PRCI n Tickets nº ,

WLADIMIR AUGUSTO CORREIA BRITO PROFESSOR DA ESCOLA DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DO MINHO

Questão 42: Certa. Mesmo nos atos que dispensem a motivação, se a Administração motivar esse ato estará vinculada aos motivos apresentados.

FORMAÇÃO CONTINUADA ONLINE DE PROFESSORES QUE ATUAM COM ESCOLARES EM TRATAMENTO DE SAÚDE Jacques de Lima Ferreira PUC-PR Agência Financiadora: CNPq

BuscaLegis.ccj.ufsc.br. Injúria racial. Gilbran Queiroz de Vasconcelos. 1. Considerações iniciais

Consulta à Sociedade: Minuta de Resolução Complementar sobre Acreditação de Comitês de Ética em Pesquisa do Sistema CEP/CONEP

Competências e Habilidades

Módulo 6: Desenho Industrial

A PREVALÊNCIA DE CÁRIE DENTÁRIA EM 1 MOLAR DE CRIANÇAS DE 6 A 12 ANOS: uma abordagem no Novo Jockey, Campos dos Goytacazes, RJ

Sistemas Distribuídos

Comandos de Eletropneumática Exercícios Comentados para Elaboração, Montagem e Ensaios

CURSO ON-LINE PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI. Questão 33 Prova de Inspetor (Questão 29 Prova de Analista de Mercado de Capitais)

- PARA CRIMES CUJA PENA MÁXIMA SEJA IGUAL OU SUPERIOR A QUATRO ANOS: PROCEDIMENTO ORDINÁRIO;

RESENHAS REVIEWS RESPONSABILIDADE CIVIL DA ATIVIDADE MÉDICA NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

JULGAMENTO DE RECURSO ADMINISTRATIVO

O Desafio do gestor em desenvolver uma equipe

NORMA DE ELABORAÇÃO DE INSTRUMENTOS NORMATIVOS - NOR 101

RESONSABILIDADES DO ENGENHEIRO E CERTIFICAÇÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAZONAS (TJAM) COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÃO (CPL)

Deadlocks. Sistemas Operacionais - Professor Machado

PROGRAMA TREINAMENTO E CAPACITAÇÃO TÉCNICA TCT

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO CONSELHO SUPERIOR DA JUSTIÇA DO TRABALHO

Parabéns por você ter chegado até aqui isso mostra o seu real interesse em aprender como se ganhar dinheiro na internet logo abaixo te darei algumas

DIMENSÕES DE PESQUISA EM ENGENHARIA DE SOFTWARE

PORTARIA Nº079/2010. A PRÓ-REITORA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS, usando de suas atribuições estatutárias, e

02. (FCC MPE-RN/2012). A receita extraorçamentária em , em reais, era: (A) ,00 (B) ,00 (C) ,00

EDITAL DE SELEÇÃO PARA MESTRADO 2016 PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO (UNIFEI)

REGIMENTO INTERNO RECOMENDADO PARA O ROTARY CLUB

Prof. José Maurício S. Pinheiro - UGB

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

A Influência Do Cinema No Videoclipe: Uma Análise A Partir do Videoclipe De Janie s Got A Gun

O Advogado-Geral do Estado, Dr. José Bonifácio Borges de Andrada, proferiu no Parecer abaixo o seguinte Despacho: De acordo.

LEI MARIA DA PENHA E A CRIMINALIZAÇÃO DO MASCULINO. Alexandre Magno Fernandes Moreira Aguiar

O JOVEM COMERCIÁRIO: TRABALHO E ESTUDO

Presidência da República Casa Civil Secretaria de Administração Diretoria de Gestão de Pessoas Coordenação Geral de Documentação e Informação

ACUMULAÇÃO DE REMUNERAÇÃO DE CARGOS, EMPREGOS OU FUNÇÕES COM PROVENTOS DE APOSENTADORIA E PENSÕES

mercado de cartões de crédito, envolvendo um histórico desde o surgimento do produto, os agentes envolvidos e a forma de operação do produto, a

CIBERESPAÇO E O ENSINO: ANÁLISE DAS REDES SOCIAIS NO ENSINO FUNDAMENTAL II NA ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR VIANA

ASSUNTO: Solicitação de Impugnação de Edital Concorrência SEBRAE/TO Nº 008/2014

ANALISANDO A HERMENÊUTICA JURÍDICA

Módulo 1 - Mês 1- Aula 3

Avaliação de Empresas Profa. Patricia Maria Bortolon

Roteiro... Sistemas Distribuídos Aula 4. Troca de mensagens. Comunicação entre processos. Conceitos de SD, vantagens e desvantagens

1 Produto: Podcast Formato: Áudio Canal: Minicast Tema: Os Inovadores., o livro. ebookcast (este ebook)

Auditoria de Meio Ambiente da SAE/DS sobre CCSA

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador RAIMUNDO COLOMBO

Métricas de Software

Aula 8 21/09/ Microeconomia. Demanda Individual e Demanda de Mercado. Bibliografia: PINDYCK (2007) Capítulo 4

I mprobidade Administrativa

QUESTIONAMENTO ACERCA DO EDITAL DO PREGÃO ELETRÔNICO AA Nº 03/ BNDES

PROCESSO SELETIVO 2012/1 EDITAL UFRGS Nº 1

Curso de Engenharia de Produção. Organização do Trabalho na Produção

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador ANA AMÉLIA I RELATÓRIO

ALFA PVBLICA CONSULTORIA JÚNIOR EM GESTÃO

Biblioteca Escolar: estratégias para torná-la mais atraente

Curso de Extensão Inteligência Teoria e Prática 2010

PEQUENAS EMPRESAS E PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS TENDÊNCIAS E PRÁTICAS ADOTADAS PELAS EMPRESAS BRASILEIRAS

LIMITAÇÕES DE DIREITOS AUTORAIS

A UTILIZAÇÃO DO OBSERVATÓRIO DE IDEIAS E DO NÚCLEO DE PESQUISA DA UEG INHUMAS: importância para os docentes

Contratar um plano de saúde é uma decisão que vai além da pesquisa de preços. Antes de

O Papel do Gerente/Administrador Financeiro das Empresas

INCLUSÃO EDUCACIONAL DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL: DESAFIOS E PERSPECTIVAS.

GEOMETRIA. sólidos geométricos, regiões planas e contornos PRISMAS SÓLIDOS GEOMÉTRICOS REGIÕES PLANAS CONTORNOS

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO SECRETARIA GERAL DOS CONSELHOS DA ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR CONSELHO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO

PARECER Nº, DE Relator ad hoc: Senador WALTER PINHEIRO

ESCLARECIMENTO Nº 1. Seguem abaixo, solicitações formuladas por empresas participantes da Licitação supra e as respectivas respostas de FURNAS:

Experiência: Gestão Estratégica de compras: otimização do Pregão Presencial

Análise de Processos. Por José Luís Carneiro

Material Complementar artigos correlatos

CONSELHO SUPERIOR DA MAGISTRATURA

ORIENTAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DE RELATÓRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


Gestão da Qualidade. Aula 13. Prof. Pablo

Transcrição:

BuscaLegis.ccj.ufsc.br Do momento da formação do contrato Thiago Garcia de Menezes Santos Resumo: Objetiva explanar de forma prática e concisa qual vem a ser o real momento da formação do contrato, abordando a divergência doutrinária acerca do tema, explicitando as teorias e sub-teorias que buscam defini-lo. Sumário: 1. Introdução 2. Desenvolvimento 2.1 Contratos entre Presentes 2.2. Contratos entre Ausentes 3. Conclusão 4. Referências bibliográficas. 1. Introdução: Hodiernamente, tem-se tornado cada vez mais necessária a precisão do momento da formação do contrato, devido às implicações que a incerteza deste momento pode acarretar. Nos contratos entre ausentes é onde se tem percebido maiores dificuldades, que são acentuadas pelas divergências doutrinárias acerca do tema. Diversas teorias têm sido construídas visando determinar quando um contrato reputa-se formado, entretanto, a não pacificação do tema termina por confundir os contratantes.

Tencionamos, pois, esclarecer os teorias e sub-teorias que se destinam a determinar este momento e,assim, esclarecidamente evitar confusões e transtornos. 2. Desenvolvimento: Inicialmente, faz-se mister a conceituação do termo contrato. Na interessante definição de Pablo Stolze, é um negócio jurídico por meio do qual as partes, visando atingir determinados interesses, convergem as suas vontades, criando um dever jurídico principal, bem como deveres jurídicos acessórios, decorrentes da boa-fé objetiva e da função social do contrato. O elemento volitivo é um dos requisitos mais importantes na formação do contrato e, só após a declaração dessa vontade, é que este negócio está apto a produzir efeitos jurídicos. Em geral, uma das partes faz a proposta, que também pode ser chamada de oblação, oferta ou policitação, e a outra, após analisar essa proposta, aceita ou declina. Pode existir, também, uma fase de negociações preliminares, que é denominada de puntuação, porém essa fase não se constitui como regra, e, também, não produz nenhuma vinculação ao negócio. No instante do aceite é que pode reputar-se concluído o contrato. Sendo assim, determinar com precisão este momento é de grande relevância para o negócio jurídico, e conforme seja o contrato, entre presentes ou ausentes, haverá uma maneira peculiar de constatar sua conclusão. 2.1. Contratos entre Presentes O contrato entre presentes é aquele em que as pessoas mantêm contato direto, simultâneo. Nessa modalidade de contrato não há maiores complicações, visto que ambos contratantes estarão vinculados ao negócio na mesma ocasião. Se a proposta estipular prazo para a aceitação, esta deverá acontecer dentro dele, sob pena de haver a desvinculação do oblato. Caso não haja prazo para a aceitação, esta deverá se dar imediatamente. 2.2. Contratos entre Ausentes

O contrato inter absentes é aquele no qual os contratantes não tem contato direto, de forma que a aceitação se dá por algum meio indireto carta, telegrama, facsímile, radiograma, e-mail etc. Esta modalidade se reveste de uma maior complexidade, pois a resposta leva algum tempo para chegar ao conhecimento do ofertante, não é instantânea, e isso dificulta a determinação do instante em que a avença é tida por conclusa. Para estabelecer este momento, a doutrina elaborou duas teorias, a saber, Teoria da Cognição e Teoria da Agnição, desta ultima decorrem três outras sub-teorias: a da declaração propriamente dita, da expedição e da recepção. À analise: A) Teoria da Cognição Para esta teoria, o contrato só pode ter-se por formado quando o aceite chega ao conhecimento do proponente. Vale ressaltar, ainda, que se esta resposta for apresentada fora do prazo, com adições, restrições ou modificações, importará nova proposta (CC, art. 431) B) Teoria da Agnição Nesta teoria não há a necessidade que a resposta chegue ao conhecimento do proponente. Dela decorrem outras três sub-teorias: B.1) Teoria da declaração propriamente dita Para a teoria da declaração propriamente dita, o contrato é concluído quando há a redação da resposta, ou seja, quando o aceitante redige a epístola que comunicará ao oblato a aceitação. Esta teoria não pode ser tida como a mais adequada, pois além de difícil comprovação, deixa o consentimento ainda restrito ao âmbito do aceitante, o que denota bastante insegurança jurídica. Imagine-se que o aceitante datilografasse uma carta expressando seu consentimento e não a remetesse, mas guardasse em uma gaveta, mesmo assim reputar-se-ia por efetivado o acordo de vontades. Isso não pode ser admitido, pois se estaria deixando o proponente ao inteiro alvedrio do aceitante.

B.2) Teoria da expedição Para esta teoria não é suficiente que a resposta seja apenas redigida, mas também expedida, só aí então dar-se-ia o acordo de vontades. Tem seu fundamento na não interferência dos contratantes, uma vez que a resposta já teria saído do alcance e controle do oblato. Nela, bastaria que o aceitante redigisse e postasse uma carta comunicando sua resposta para que a avença estivesse concretizada. Esta teoria é considerada por muitos a mais adequada e também a de maior potencial probatório, apresenta-se, porém, um pouco falha, pois qualquer intervenção ou interceptação da resposta durante seu trajeto rumo ao oblato seria suficiente para provocar maiores transtornos, uma vez que uma das partes saberia se o contrato havia sido concretizado ou não, devido à natureza da resposta, e a outra ainda estaria aguardando sabê-la. B.3) Teoria da recepção Das três, esta é a que apresenta maiores exigências, visto que nela não basta que o aceitante tenha redigido uma resposta e expedido, precisa-se também que o oblato a tenha recebido. Não significa dizer, contudo, que o contrato só será formado quando este tomar conhecimento do conteúdo da resposta, porém o será no instante do recebimento. Esta teoria também é a que proporciona maior segurança jurídica, além de ser de fácil comprovação, sendo para isso suficiente, por exemplo, apenas um AR (Aviso de Recebimento). É assente na doutrina que a Teoria da Cognição foi rejeitada, tendo o Código Civil adotado a da Agnição. A dissensão doutrinária, todavia, paira sobre qual das sub-teorias teria sido acolhida pelo novel diploma. Alguns afirmam que seria a Teoria da Expedição, calcados na redação do art. 434 que diz: Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto: I no caso do artigo antecedente;

II se o proponente se houver comprometido a esperar resposta; III se ela não chegar no prazo convencionado. Acreditamos ser isto um equivoco, pois, não obstante a palavra expedida ter sido usada, podemos verificar que a intenção do legislador foi outra, percebemos isto claramente ao observar o inciso III do artigo supramencionado, que discorre que se a resposta não chegasse ao aceitante no prazo convencionado o contrato não estaria perfeito. Mas porque seria assim se já poderíamos considerá-lo perfeito no momento da expedição? O nosso código adota na realidade a Teoria da Recepção, o que pode ser comprovado ao analisar também o caput do art. 433, que rege: Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante. Isso só ratifica o que fora dito, pois o contrato só se consuma de fato com a receptação da resposta por parte do proponente. Mais uma vez nos fica patente que o Código aderiu à Teoria da Recepção e, ao fazer tal afirmação, o legislador só mitiga a consistência da Teoria da Expedição. Cremos nisso juntamente com parte da doutrina, principalmente as correntes de vanguarda. Essa posição só proporciona uma maior segurança jurídica e traz mais vantagens aos contratantes, devido à sua facilidade probatória. 3. Conclusão De arremate, verificamos que a Teoria da Recepção é aquela que melhor atende às necessidades da definição do momento da formação contratual. Entendemos também que o espírito da lei quis fazer menção a ela, mesmo tendo empregado o termo expedir. Esta teoria é a que proporciona maior segurança jurídica e facilidade probatória.

Referências bibliográficas GAGLIANO, Pablo Stolze; FILHO, Rodolfo Pamplona. Novo Curso de Direito Civil: Contratos. São Paulo: Saraiva, 2006. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, vol. III. São Paulo: Saraiva, 2007. DINIZ, Maria Helena. Código Civil Anotado. São Paulo: Saraiva, 2006. Disponível em: http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=1873 Acesso: 29 de Junho de 2007