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Transcrição:

Registro: 2014.0000514101 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 0000522-61.2010.8.26.0233, da Comarca de São Carlos, em que são apelantes AGTA ARIADNES SOUZA ARRUDA (MENOR(ES) ASSISTIDO(S)), KAYQUI SOUZA DO CARMO (MENOR(ES) REPRESENTADO(S)), NATHÃ CÉLIO DE SOUZA DO CARMO (MENOR(ES) REPRESENTADO(S)), ROSELI APARECIDA DOS SANTOS SOUZA (POR SI E) (MENOR(ES) REPRESENTADO(S)) e CÉLIO VAZ DO CARMO, é apelado CAROLINA NAYARA SILVA DO CARMO (ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA) (MENOR(ES) REPRESENTADO(S)). ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 6ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Negaram provimento ao recurso. V. U., de conformidade com o voto do relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Desembargadores VITO GUGLIELMI (Presidente sem voto), PERCIVAL NOGUEIRA E PAULO ALCIDES. São Paulo, 25 de agosto de 2014. Ana Lucia Romanhole Martucci relator Assinatura Eletrônica

Voto n.º2383 Apelação 0000522-61.2010.8.26.0233 Comarca: São Carlos Apelantes: Agta Ariadnes Souza Arruda, Kayqui Souza do Carmo, Nathã Célio de Souza do Carmo, Roseli Aparecida dos Santos Souza (Por Si E) e Célio Vaz do Carmo Apelado: Carolina Nayara Silva do Carmo (Assistência Judiciária) Juiz prolator da sentença: Wyldensor Martins Soares NULIDADE DE NEGÓCIO JURÍDICO SIMULADO E ESCRITURA PÚBLICA. Compra e venda de imóvel com a finalidade de dissimular doação aos filhos e enteada de segunda união, em detrimento dos direitos sucessórios da autora herdeira necessária, filha de união anterior. Inteligência do art. 167 do Código Civil. Manutenção da sentença pelo art. 252 do Regimento Interno desta Egrégia Corte. Juízo de origem que, acertadamente, acolheu o pedido para reconhecer o vício e declarar nula a respectiva escritura pública. Recurso desprovido. Trata-se de pedido de anulação de escritura pública de compra e venda julgado procedente pela respeitável de fls. 374/377, cujo relatório se adota. Apelam os réus, sustentando, em síntese, que inexiste qualquer simulação na escritura de venda e compra com reserva de usufruto; que presentes todos os requisitos indispensáveis à validade do negócio jurídico; que o apelante, genitor da apelada, apenas figurou como comprador do imóvel porque companheiro da verdadeira compradora, mas que o dinheiro utilizado na compra era Apelação nº 0000522-61.2010.8.26.0233 -São Carlos - Voto: nº2383 2

exclusivamente desta e a ela foi doado por sua sogra; que se tivesse participação financeira no negócio, teria incluído a autora; que a nova escritura deverá obrigatoriamente contemplar os compradores, genitor da apelada e sua nova companheira, de modo que não há quase nenhum efeito prático da tutela; que, de qualquer forma, sem qualquer fraude ou simulação, poderá haver a doação aos filhos da segunda união e a filha unilateral da recorrente compradora; que, no ordenamento, inexiste herança de pessoa viva, mas tão somente adiantamento do que aos herdeiros do que lhes caberia na herança; e que, numa escritura de doação de ascendente para descendente, não é necessária a anuência dos demais herdeiros. Requerem seja o recurso conhecido e provido para o fim de ver reformada integralmente a respeitável sentença guerreada com o julgamento de improcedência dos pedidos, invertendo-se o ônus da sucumbência. Houve resposta (fls. 80/81). desprovimento do recurso. A douta Procuradoria Geral de Justiça opinou pelo É o relatório. O recurso não é de ser acolhido. Depreende-se dos autos que o réu Célio é genitor da autora, Carolina, de união anterior, e dos corréus Kaiqui e Nathã, filhos de sua união com a corré Roseli, sendo padrasto da filha desta, também corré na demanda, Agta. Segundo a autora, tendo Célio e Roseli adquirido bem imóvel (conforme contrato de fls. 41/42), fizeram figurar como compradores Kaiqui, Nathã e Agta apenas, com reserva de usufruto vitalício aos verdadeiros compradores, Célio e Roseli, vindo a excluir, todavia, Carolina de uma futura herança, em negócio que entendeu a apelada ser simulado, pelo o que pleiteou a anulação do ato. Apelação nº 0000522-61.2010.8.26.0233 -São Carlos - Voto: nº2383 3

A respeitável sentença guerreada conferiu correta solução à lide e merece ser mantida, inclusive por seus próprios e jurídicos fundamentos, que ora se adota como razão de decidir nos termos do art. 252 do Regimento Interno deste egrégio Tribunal de Justiça. De fato, como bem observou o magistrado a quo: Há indícios inequívocos de simulação. Os réus maiores compraram o terreno e o registraram em nome dos filhos, reservando-se o usufruto. Com eventual morte do réu Célio extinguir-se-á seu direito real de usufruto, de modo que nenhuma expectativa sucessória sobre este direito real sobeja à autora que ficará prejudicada no que toa à propriedade da terra-nua. Não tendo sido formalizada corretamente doação houve nítida tentativa de impossibilitar alegação de adiantamento de legitima de Célio, considerando que houve atribuição de propriedade exclusiva de bem imóvel para os réus menores em detrimento da autora. O prejuízo à descendente que não participou do negócio jurídico é evidente, pois, com a retirada do valor do bem do ativo patrimonial do paiusufrutuário, passa ela a ter patrimônio sucessivo do genitor de menor monta. Nenhum efeito produz o documento de fls. 43, pois pouco importa a origem do dinheiro. O fato é que houve aquisição de imóvel durante a união estável entre Celio e Roseli e aquele figura como comprador no compromisso de compra e venda de fls. 41/42. Como bem sinalizado pelo Ministério Público, o documento de fls. 43, além de ter sido firmado pela mãe da ré, não é concomitante ao negócio jurídico. Foi produzido posteriormente à compra e venda que ora se anula e registrado em cartório apenas para reforçar a tentativa de escamotear o negócio jurídico simulado. Não fosse o escopo simulatório, afigura-se incompreensível o fato de que Roseli, que alega que dispunha de recursos próprios suficientes para adquirir o imóvel, tenha incluído Célio no negócio jurídico. Inconvincentes os motivos alegados, em especial, às fls. 32, pois caso falecesse naturalmente Célio deveria se ocupar do patrimônio dos menores por decorrência do próprio poder- Apelação nº 0000522-61.2010.8.26.0233 -São Carlos - Voto: nº2383 4

familiar, sendo absolutamente desnecessário reservar-lhe o usufruto do imóvel. Assim, os bens adquiridos pelos réus maiores na constância da união estável comunicam-se e a autora devera ser posicionada na linha sucessória em relação ao bem, caso ocorra o óbito de Célio (fls. 69v./70). Nesse sentido, também o entendimento da douta procuradora de justiça, às fls. 86-A/87: Ficou plenamente demonstrado que os menores que figuraram como adquirentes na escritura publica que consubstancia negocio jurídico de compra e venda de imóvel, não eram detentores de recursos que pudessem permitir a aquisição de propriedade imóvel. Ainda, tendo sido anotado pelos apelantes que os recursos financeiros para realização da aquisição teriam advindo de doação feita pela avó materna dos menores, em favor da mãe dos mesmos, ainda que esse fato fosse verdadeiro, simulou-se uma aquisição de imóvel por menores, o que não é verdadeiro. Simulou-se uma operação de compra e venda, tendo menores como adquirentes, quando era verdadeiramente adquirente Roseli Aparecida dos Santos Souza e seu companheiro Célio Vaz do Carmo. A simulação ainda implicou em prejuízo ao fisco, pois havendo doação de numerário era de recair imposto sobre tal doação. Com efeito, pelo o exposto, em vistas do contrato de fls. 41/42, está-se diante de simulação relativa, de sorte que se impõe seja reconhecida a nulidade do negócio jurídico simulado, nos termos do art. 167 do Código Civil, bem como da escritura pública que o representou (fls. 10/11v.). Por tais fundamentos, nega-se provimento ao recurso. ANA LÚCIA ROMANHOLE MARTUCCI Relatora Apelação nº 0000522-61.2010.8.26.0233 -São Carlos - Voto: nº2383 5