EDITAL DE CONTRAÇÃO E TERMO DE REFERÊNCIA O Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB) torna público o Termo de Referência para a contratação de técnicos de campo do Projeto Gestão Territorial Indígena no Sul do Amazonas 1. APRESENTAÇÃO Brasília, 18 de janeiro de 2017. O Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB) é uma associação brasileira sem fins econômicos, sediada em Brasília, fundada em novembro de 1998, com a missão de fortalecer os atores sociais e o seu protagonismo na construção de uma sociedade justa e sustentável. O IEB se destaca no cenário nacional por dedicar-se a formar e capacitar pessoas e fortalecer organizações nos diversos aspectos e temas relacionados ao meio ambiente, desenvolvimento e à sustentabilidade. Há 18 anos, o IEB estabelece pontes entre questões relacionadas à conservação dos recursos naturais e as demais dimensões da sustentabilidade, sejam elas econômicas, sociais ou culturais. Com uma equipe multidisciplinar e experiente formada por 38 profissionais, o IEB desenvolve projetos que gravitam em torno de quatro eixos temáticos: (i) apoio à pesquisa, formação e capacitação; (ii) fortalecimento institucional; (iii) manejo de recursos naturais e gestão territorial; e (iv) produção e difusão do conhecimento. A atuação do IEB é ampla, abarcando todo o território nacional, em seus diversos biomas, destacando-se como público beneficiário as comunidades locais em seus diversos modos de vida: ribeirinhos, extrativistas, assentados da reforma agrária e povos indígenas, mas também técnicos, gestores, pesquisadores e estudantes da área socioambiental, dos setores privado, público e do terceiro setor. Com sede em Brasília (DF), o IEB possui também escritórios regionais instalados em Belém (PA) e Humaitá (AM), possuindo atuação permanente nos Estados do Pará, Amazonas e Amapá. 2. CONTEXTO E JUSTIFICATIVA
O Programa Povos Indígenas do IEB deriva de um fortalecimento da sua atuação com estes povos. Seu objetivo é contribuir para a garantia da autonomia e do protagonismo dos povos indígenas na defesa dos seus direitos e na proteção dos seus territórios. Este programa está estruturado em três principais frentes: (a) fortalecimento institucional para a garantia dos direitos indígenas, (b) formação e capacitação de atores sociais em temáticas indigenistas e (c) gestão territorial e ambiental de territórios indígenas. A atuação do IEB de modo mais intenso com povos indígenas ocorreu a partir de 2006, no âmbito de dois projetos apoiados pela USAID: Fortis - Fortalecimento Institucional no Sul do Amazonas e Paisagens Indígenas do Brasil. Ambos projetos permitiram a execução de um conjunto de atividades de fortalecimento institucional e capacitação para os povos indígenas do Sul do Amazonas, especialmente os Pupỹgari (Apurinã) do Rio Purus e os Kagwahiwa (Parintintin, Jiahui e Tenharim) do Rio Madeira. De 2009 a 2011, a atuação com estes povos foi acentuada por meio do consórcio liderado pelo IEB, também com apoio da USAID, e intitulado Garah Itxa: corredores etnoambientais na Amazônia. Este projeto permitiu ao IEB avançar nas ações de fortalecimento institucional e capacitação das associações indígenas da região, propiciando também um envolvimento com o processo de elaboração da Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas PNGATI. Com base na expertise adquirida em anos anteriores, tornou-se possível iniciar em 2012 o Projeto Formar PNGATI: Formação para Implementação da Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas na Amazônia, com apoio da Fundação Gordon e Betty Moore. Previsto para ser concluído em 2015, o projeto em estreita parceria com a FUNAI se propõe a cumprir metas do PPA indigenista do governo federal formando gestores públicos e indígenas de Rondônia, Roraima e Sul do Amazonas para a implementação da PNGATI. Este projeto também foi o alicerce para a realização do Diagnóstico Etnoambiental e etnomapeamento participativo da TI Camicuã, habitada pelos Apurinã e situada no Município de Boca do Acre. Com apoio do PDPI para esta ação, foi possível colocar em prática a formação dos gestores públicos e indígenas para o início da discussão sobre o Plano de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA) da TI dos Apurinã a ser elaborado pela SEIND com apoio do Fundo Amazonas. Em 2015, atendendo ao edital do Fundo Amazônia para chamadas de projetos de implementação e elaboração de Planos de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas, o IEB, em parceria com um conjunto de organizações indígenas do Sul do Amazonas, submeteu o projeto: Gestão Territorial Indígena no Sul do Amazonas, que foi avaliado e aprovado por seu comitê de seleção. A área de atuação do projeto segue na tabela abaixo: # Região / Município Identificação da Terra Indígena e das Comunidades abrangidas Área (ha) abrangida pelo projeto População Indígena (quantidade) 1 Boca do Acre TI Apurinã km-124 Povo Apurinã 42.198 209 2 Boca do Acre TI Boca do Acre Povo Apurinã 26.240 248 3 Pauini TI Água Preta/Inari Povo Apurinã 139.763 255 4 Lábrea TI Caititu Povo Apurinã 308.062 1.022 5 Humaitá TI Tenharim do Igarapé Preto Povo Tenharim 87.413 100
6 Humaitá TI Diahui Povo Diahui 47.354 77 7 Humaitá TI Nove de Janeiro Povo Parintintin 228.777 206 8 Humaitá TI Ipixuna Povo Parintintin 215.362 62 TOTAL 1.095.169 2.179 O projeto tem como principal objetivo Fortalecer a gestão territorial e ambiental de terras indígenas no Sul do Estado do Amazonas por meio da geração de alternativas econômicas sustentáveis, da proteção territorial, da recuperação ambiental e do fortalecimento dos modos de vida tradicional para a redução do desmatamento e o equilíbrio do clima. As ações estão previstas para serem executadas em 42 meses estão divididas em áreas temáticas: Proteção Territorial, Gestão Ambiental e Recuperação de Áreas Degradadas, Promoção de atividades produtivas sustentáveis e Fortalecimento de Organizações Indígenas. Todos os componentes temáticos do projeto possuem um forte componente de formação e capacitação em suas ações. O projeto tem como objetivos específicos: 1. Proteger as terras indígenas do Sul do Amazonas, monitorando o avanço do desmatamento, reduzindo o número de invasões e focos de vulnerabilidade; 2. Recuperar áreas degradadas em terras indígenas no Sul do Amazonas, aumentando seu potencial produtivo e cultural; 3. Contribuir para o planejamento da gestão territorial e ambiental da TI Tenharim do Igarapé Preto, diminuindo sua vulnerabilidade; 4. Fomentar alternativas econômicas nas terras indígenas no Sul do Amazonas, melhorando a geração de renda para as comunidades e a promoção da segurança alimentar; 5. Empoderar as associações indígenas para a defesa dos seus direitos e para a participação qualificada em espaços públicos socioambientais voltados à implementação da PNGATI. Para implementar o projeto e realizar a sua devida gestão, desenvolveremos uma estratégia em múltiplos níveis de interação e coordenação: Dispor de 2 (duas) coordenações de componentes divididos por regiões, sendo uma voltada para as terras indígenas situadas na bacia do rio Madeira e a outra voltada para as terras indígenas situadas na bacia do rio Purus. Desta forma, garantiremos a integração dos objetivos específicos e componentes do projeto nas duas regiões de atuação, evitando fragmentação e garantindo sinergia; Atividades de campo desenvolvidas por assistentes técnicos que também serão organizados por regiões, o que concentrará a atuação e o estabelecimento de vínculos com as comunidades indígenas, favorecendo o desenvolvimento dos trabalhos; O acompanhamento das atividades, portanto, é feito no nível local pelos técnicos de campo e no nível regional pelos coordenadores de componentes. A coordenação geral
do projeto garantirá a sinergia geral das ações, bem como o bom andamento do projeto como um todo; A gestão administrativa e financeira será realizada principalmente por Brasília, entretanto com o apoio de um(a) assistente administrativo(a) que irá residir no escritório do IEB em Humaitá, para garantir o apoio necessário às atividades em campo; O controle de gastos do projeto será realizado também por equipe específica sob acompanhamento direto da coordenação geral do projeto, a partir das normas do Fundo Amazônia e dos procedimentos internos do IEB. Também estão previstas auditorias específicas, além de assessoria contábil para garantir a boa execução de gastos com lisura e transparência. 3. OBJETIVO Contratar 04 analistas socioambientais para exercer a função de técnicos de campo para a execução das ações de gestão ambiental e territorial de terras indígenas do Projeto Gestão Integrada no Sul do Amazonas no âmbito do Programa Povos Indígenas do IEB. 4. ATRIBUIÇÕES Atuar na execução do conjunto de ações e atividades previstas no Projeto Gestão Territorial Indígena no Sul do Amazonas segundo o planejamento institucional (cursos de formação, excursões de vigilância, assistência técnica e extensão rural indígena, recuperação de áreas degradadas, implantação de sistemas agroflorestais, fortalecimento institucional de associações indígenas e formação continuada de agentes ambientais indígenas); Contribuir para a implementação da estratégia de implementação do Programa Povos Indígenas do IEB nos vários territórios onde a instituição atua; Elaborar relatórios e informes técnicos do projeto segundo as necessidades internas e dos financiadores; Construir e manter o relacionamento institucional do IEB com seus diversos públicos beneficiários; Apoiar a realização de eventos de diversos tipos (cursos, seminários, oficinas, reuniões temáticas, intercâmbios, visitas de campo, pesquisas e diagnósticos); Apoiar os processos de sistematização de dados, informações e experiências resultantes da intervenção do IEB nos territórios. 5. REQUISITOS/CONDIÇÕES PREFERENCIAIS Qualificação profissional na área de ciências socioambientais (antropologia, sociologia, geografia, engenharia florestal, engenharia agronômica, engenharia ambiental, biologia) entre outras áreas afins;
Experiência profissional de pelo menos 03 (três) anos na área de gestão territorial e ambiental de terras indígenas com ênfase na implementação de Planos de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas; Experiência profissional de pelo menos 02 (dois) anos em projetos socioambientais implementados por organizações da sociedade civil; Experiência profissional de pelo menos 03 (três) anos com povos indígenas Experiência profissional de pelo menos 02 (dois) anos com povos indígenas beneficiários do projeto (Apurinã, Jamamadi, Parintintin, Diajui e Tenharim). 6. PERFIL DO CANDIDATO Conhecimento da Politica Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas e outras políticas indigenistas pertinentes à função a ser desempenhada; Conhecimentos de informática (pacote Office), com ênfase em World e Excel, e disposição para aprender outros sistemas de uso interno; Ter espírito e disposição para o trabalho em equipe, ser dinâmico, proativo e ágil na execução de suas atividades, com foco nos beneficiários do projeto, bem como desenvoltura no encaminhamento e soluções de problemas e conflitos; Autonomia e sentido de responsabilidade; Facilidade de relacionamento interpessoal; Sensibilidade para trabalhar num ambiente multicultural e de estabelecer boas relações com os seus interlocutores; Boa comunicação oral e escrita; Ter disponibilidade para viagens de campo mensais de 10 a 15 dias em terras indígenas da região; Conhecimentos em desenvolvimento institucional, prestação de contas e legislação de associações e cooperativas. 7. REMUNERAÇÃO A remuneração para o cargo é composta de salário bruto de R$ 4.500,00 (quatro mil e quinhentos reais), vale-alimentação e plano de saúde; O contrato de trabalho, por prazo determinado de 42 meses, terá início em 02 de fevereiro de 2017, sob regime CLT. Os locais de exercício das atividades serão nos municípios de Humaitá, Lábrea, Pauini e Boca do Acre, no Sul do Estado do Amazonas, em esquema home office.
8. CANDIDATURAS As candidaturas (CV) deverão ser enviadas até ao dia 01 de fevereiro de 2017 para o seguinte endereço eletrônico: ppi@iieb.org.br; O candidato deverá indicar o município de preferência para sua candidatura. O candidato deverá elaborar uma carta de intenções, com no máximo 01 página, expressando as suas justificativas e expectativas em relação ao cargo. As entrevistas serão realizadas presencialmente, por telefone ou por Skype. 9. CALENDÁRIO DA SELEÇÃO Recebimento de candidaturas: até 1º de fevereiro de 2017. Seleção do(a)s candidato(a)s para entrevista: 2 e 3 de fevereiro de 2017 Entrevistas: 6 e 7 de fevereiro de 2017 Apenas o(a)s candidato(a)s selecionado(a)s para entrevista serão contactados por e-mail.