APAGAMENTO DAS VOGAIS POSTÔNICAS NÃO FINAIS NA FALA FLUMINENSE: UM ESTUDO GEOLINGUÍSTICO

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Transcrição:

APAGAMENTO DAS VOGAIS POSTÔNICAS NÃO FINAIS NA FALA FLUMINENSE: UM ESTUDO GEOLINGUÍSTICO Introdução Danielle Kely Gomes (UFRJ) daniellekgomes@gmail.com O vocalismo átono do português tem sido amplamente analisado, sobretudo no que tange a fenômenos que atuam sobre o contexto pretônico. Todavia, mais recentemente, publicam-se trabalhos que evidenciam as particularidades dos contextos postônicos, igualmente suscetíveis a fenômenos variáveis. O objetivo deste trabalho é contribuir para a descrição de um contexto átono postônico, ao observar os processos de redução que atingem as vogais postônicas não finais, especialmente o apagamento desta vogal, o que regulariza os vocábulos proparoxítonos a paroxítonos. Diversos trabalhos alinhados à metodologia variacionista (Caixeta, 1989; Amaral; 2000, Silva, 2006, 2010; Lima 2008, Gomes 2012) atestam a vitalidade do processo no âmbito das variedades do português, um fenômeno variável histórico com raízes no latim. Entretanto, ainda que seja um processo antigo na história da língua, ainda há muito sobre o que discutir acerca da supressão da vogal postônica não final, uma vez que a variação é condicionada por fatores que estão além do nível sonoro, como por exemplo a produtividade dos itens proparoxítonos. Neste trabalho, especificamente, observa-se a supressão da vogal postônica não final em itens lexicais proparoxítonos, catalogados em dois atlas linguísticos que recobrem as particularidades da fala fluminense: o Atlas Fonético do Entorno da Baía da Guanabara (AFeBG, 2006), e o Micro-Atlas Fonético do Estado do Rio de Janeiro (Micro-AFERJ, 2008) 1. O intuito, assim, é verificar a produtividade do apagamento da vogal postônica não final nas dezoito proparoxítonas registradas e observar as regularidades e restrições na aplicação da regra, partindo do princípio de que o contexto fonético adjacente a vogal atua como condicionamento para a incidência da variação, ainda que outros fatores possam entrar em jogo. Trabalhos na linha da Teoria da Variação apontam que para a supressão da vogal postônica não final atuam condicionamentos relativos à natureza da vogal apagada, à dimensão do vocábulo proparoxítono, à classe mórfica a que esse vocábulo pertence e à produtividade do item no léxico. Todavia, o controle de tais condicionamentos foge aos limites deste trabalho. Assim, nas seções que se seguem, apresenta se o histórico do fenômeno de supressão da vogal postônica não final, com base em trabalhos de cunho diacrônico, variacionista e dialectológico, com uma síntese dos trabalhos que se debruçam sobre o tema. Em seguida, contextualiza-se o corpus usado para a investigação. Em seguida, discutem-se os resultados com base nas evidências observadas nos atlas. Por fim, tecem-se considerações sobre a fala fluminense no que tange a regularização dos vocábulos proparoxítonos a paroxítonos. 1. O comportamento variável das vogais átonas não finais: um longo percurso A sílaba postônica não final é própria das palavras proparoxítonas, o padrão acentual menos produtivo da língua portuguesa. Itens lexicais proparoxítonos restringem-se a termos técnicos e pouco usuais, sendo raros os que persistem ainda hoje 1 Ambos os atlas foram publicados como trabalhos finais de cursos de Pós-Graduação no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 2006 e 2008, respectivamente.

no vocabulário ativo dos falantes 2. A raridade dos proparoxítonos é fato bastante antigo na história da nossa língua, com respaldo em evidências históricas da passagem do latim para o português. Collischonn (2005) destaca que a maior parte do léxico proparoxítono do português equivale a termos técnicos advindos do latim e do grego, incorporados à língua no período renascentista. A autora afirma que, por serem minoria, as proparoxítonas são exceções e constituem o padrão marcado. Já Magalhães (2004:165) assume uma postura ainda mais radical, ao afirmar que no latim vulgar não havia palavras com acento na antepenúltima sílaba, já que a síncope era um processo regular, que atingia as proparoxítonas através da queda da vogal medial (vogal da sílaba postônica não final): oc[u]lus > oclus; alt[e]ra>altra; cal[i]dus> caldus; (Coutinho, 1976: 107); cal[a]mo > calmu (Lausberg 1981:159). Dessa forma, as proparoxítonas tiveram entrada tardia no português, através de empréstimos eruditos do latim clássico e do grego. Mesmo no português arcaico, as raras palavras proparoxítonas se tornavam paroxítonas no uso. Segundo Quednau (2002:90), do processo de síncope que ocorreu em latim vulgar resultou a nãoocorrência de proparoxítonas em português arcaico ; as poucas que eram conservadas se mantiveram por conta de dificuldades fonotáticas de ressilabação, caso a vogal postônica não final fosse apagada. Como decorrência, no português atual, as proparoxítonas constituem a classe acentual com o menor número de itens lexicais, conforme levantamento realizado por Araújo et alii (2007). Assim, o caráter restrito das proparoxítonas é refletido nos trabalhos que se debruçam a estudá-las. Em relação a análises variacionistas sobre processo de apagamento da vogal postônica não final, os trabalhos realizados sobre o tema são unânimes em destacar a pressão exercida pelo tipo de segmento que está adjacente à vogal: se há a possibilidade de a consoante que acompanha a vogal átona não final ser ressilabificada, a queda do segmento vocálico é favorecida. Tal tendência, na verdade, é resquício do processo atuante desde o latim e citado por Quednau: a síncope da vogal postônica não final, documentada por exemplo no Appendix Probbi, era favorecida, conforme salientam Williams (1961), Coutinho (1976) e Magalhães (op.cit), quando as consoantes no entorno desse segmento pudessem ser ressilabificadas, seja em direção à coda da sílaba tônica, seja em direção ao onset da sílaba átona final. Os trabalhos de cunho variacionista de que se têm notícias (Caixeta, 1989; Amaral, 2000; Silva, 2006, 2010; Lima, 2008; Ramos, 2009; Gomes, 2012) também reafirmam que as consoantes no entorno da vogal são decisivas para a aplicação da regra de apagamento da átona não final. Trabalhos de cunho dialectológico também atestam a vitalidade do fenômeno de supressão da vogal postônica não final. Amaral (1920), em sua descrição do dialeto caipira do estado de São Paulo, afirma que na fala caipira os vocábulos proparoxítonos reduzem-se a paroxítonos, uma vez que nos vocábulos esdrúxulos, a tendência é para suprimir a vogal da penúltima sílaba e mesmo toda esta, fazendo grave o vocábulo (ridico = ridículo, legite = legítimo, cosca = cócega, musga = música.). Descrição detalhada do comportamento dos vocábulos esdrúxulos é apresentada por Marroquim (1934), em um estudo da chamada língua do Nordeste. Em uma seção dedicada ao vocalismo, o autor apresenta uma série de considerações 2 Por vocabulário ativo entende-se o conjunto de palavras adquirido e usado no contexto familiar e informal, o qual incluiu apenas palavras de alta frequência e que são compartilhadas por todos os falantes da língua.

quanto ao comportamento das vogais postônicas não finais e afirma que nas palavras esdrúxulas, cai a vogal átona posta logo após a tônica. No que diz respeito à descrição de variedades do Rio de Janeiro, cumpre citar o trabalho de Nascentes (1953), que, em descrição do linguajar carioca, atesta que as vogais átonas da fala carioca sofrem as mais arbitrárias transformações, que variam do enfraquecimento até a supressão (1953:31). Quanto ao comportamento dos vocábulos proparoxítonos, o autor destaca que: Como na passagem do latim para o português, o horror ao proparoxítono acarreta a síncope das vogais protônicas: príncipe prinspe, máscara mascra, cócegas cosca, música musga, pêssego pesco, córrego corgo, xícara xicra, árvore arvre, pássaro passo, pólvora porva, mármore marme, Álvaro Arvo, abóbora abobra (ou aborba). Mais adiante, ao descrever os diversos fenômenos fonéticos característicos da fala carioca, o autor traz a tona novamente o comportamento das proparoxítonas. A questão é tratada a partir de uma explícita associação entre o processo de regularização ao padrão paroxítono e vitalidade da regra variável nos usos linguísticos das classes populares. Ainda, o autor aponta possíveis modificações no contexto fonético adjacente à vogal por conta de sua supressão. Diz o autor (1953:64): A síncope das postônicas que se deu na passagem do latim para o português continua atuando na classe inculta, com grandes alterações na estrutura das palavras: relâmpago relampo, pássaro passo, árvore arvre, mármore marme, pólvora porva. Quando em virtude da síncope ficam em contato uma consoante surda com uma sonora, dão-se assimilações de surdez ou de sonoridade: pêssego pesco, cócegas cosca, música musga. Cardoso (2007), ao procurar estabelecer uma tipologia para o fenômeno com base na observação de dados de proparoxítonas em cinco atlas linguísticos tornados públicos até então 3, aponta a grande variação na aplicação da regra de apagamento em dados de variedades do português brasileiro. Do conjunto de 26 palavras proparoxítonas registradas nos cinco atlas 4, a autora destaca que a variação não atua de forma regular, e que os vocábulos podem ser divididos em dois grandes grupos: 1. itens lexicais que apresentam, de forma preferencial, a perda da vogal postônica não final: cálice, útero, óculos, Verônica, náfego, móvito, pábulo, víbora, semítico, cérebro, bêbedo, árvore/pé-de-árvore, córrego, búrica, fígado, espírito; 2. itens lexicais que majoritariamente mantêm a vogal postônica não final: clavícula, pérola, rótula, relâmpago, estômago, econômico, amígdalas. 3 A descrição de Cardoso se pauta na observação das cartas fonéticas de itens proparoxítonos nos seguintes atlas: Atlas Prévio dos Falares Baianos (1963), Esboço de um Atlas Linguístico de Minas Gerais (1977), Atlas Linguístico da Paraíba (1984), Atlas Linguístico do Sergipe (1987), Atlas Linguístico do Paraná (1994). 4 Os itens lexicais que servem de base para o estudo de Cardoso são os seguintes: cálice, clavícula, útero, óculos, pérola, Verônica, náfego, móvito, glândula, pábulo, víbora, somítico, rótula, triângulo, relâmpago, búrica, córrego, cérebro, estômago, fígado, econômico, bêbedo, árvore, pé-de-árvore, espírito, amígdalas. Vale destacar que nem todas as palavras estão registradas em todos os atlas investigados pela autora.

A autora conclui que o apagamento da vogal postônica não final é um fenômeno geral no território brasileiro. Entretanto, destaca que os resultados do trabalho devem ser relativizados em função do perfil sociolinguístico dos informantes que constituem as amostras. A documentação é feita a partir do registro de usos de indivíduos situados fora dos centros urbanos, analfabetos ou semi-alfabetizados. Entende-se, no entanto, que a forma de constituição dos dados não inviabiliza a análise do fenômeno, já que quaisquer sejam as origens dos dados para a investigação do processo de apagamento da vogal postônica não final sempre um entrave de ordem metodológica vai relativizar o resultado encontrado. Nas entrevistas sociolinguísticas, o reduzido número de ocorrências de proparoxítonas acaba por não permitir um vislumbre maior do fenômeno variável. 2. Corpora. O Atlas Fonético do entorno da Baía da Guanabara (doravante AFeBG) e o Micro Atlas Fonético do Estado do Rio de Janeiro (doravante MicroAFERJ) são dois trabalhos dialectológicos que descrevem a realidade linguística de municípios fluminenses. O AFeBG, apresentado como uma Dissertação de Mestrado defendida por Luciana Gomes de Lima em 2006, toma como pontos de inquérito quatro municípios da zona metropolitana do Estado do Rio de Janeiro (Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Magé e Itaboraí). De acordo com Lima (2006: 112), os critérios de escolha das comunidades investigadas são de natureza sócio-histórica e geográfica: levou-se em conta na escolha dos quatro municípios, entre outros fatores, a época de formação das comunidades privilegiando-se as mais antigas e de maior importância histórica, sua densidade populacional e as atividades econômicas nelas desenvolvidas no passado e no presente, (...).Norteou-a, ainda, critérios de natureza geográfica: a sua localização no fundo da Baía de Guanabara e nas suas margens esquerda e direita, bem como a maior ou menor distância da cidade do Rio de Janeiro, em torno da qual todas as comunidades gravitam. O Micro-AFERJ, publicado como uma Tese de Doutorado defendida por Fabiana da Silva Campos de Almeida em 2008, apresenta doze munícipios como pontos de inquérito (São Francisco do Itabapoana, Quissamã, Cabo Frio, Parati, Itaguaí, Porciúncula, Santa Maria Madalena, Cantagalo, Cachoeiras de Macacu, Valença, Três Rios e Resende). Almeida (2008) destaca que, a escolha das regiões foi realizada de acordo com os princípios basilares da Geolinguística, Conciliando o critério histórico segundo o qual as regiões selecionadas para um atlas lingüístico devem ser as de povoamento mais antigo e o geográfico de acordo com o qual os pontos de inquérito devem obedecer a sua distribuição no espaço, procuraramse regiões que tivessem sua fundação entre os séculos XVI e XIX e que, ao mesmo tempo, demarcassem os limites do Estado com o oceano, São Paulo, Espírito Santo ou Minas Gerais. Instituíram-se, assim, cinco pontos no litoral São Francisco de Itabapoana, Quissamã, Cabo Frio, Itaguaí, Parati e sete pontos no interior Porciúncula, Santa Maria Madalena, Cantagalo, Cachoeiras de Macacu, Valença, Três Rios e Resende.

Ambos os atlas foram organizados segundo critérios metodológicos comuns: aplicou-se o mesmo questionário, selecionaram-se seis informantes por ponto de inquérito, distribuídos pelos dois gêneros e três faixas etárias (18-35 anos, 36-55 anos e de 56 anos em diante), todos eles analfabetos ou semi-alfabetizados (até quatro anos de escolaridade). As cartas fonéticas dos dois atlas foram compostas com base em respostas a um questionário fonético-fonológico de duzentas e setenta e nove perguntas. No MicroAFERJ, aplicou-se o questionário a setenta e dois informantes, seis em cada uma das doze localidades situadas em diferentes regiões do Estado do Rio de Janeiro e que constituem sua rede de pontos de inquérito; no AFeBG, a vinte e quatro informantes dos quatro municípios da Região Metropolitana da capital do Estado. Os questionários apresentam dezoito perguntas cujas respostas são palavras proparoxítonas e que, em cada atlas, resultaram em dezoito cartas fonéticas, com base nas quais se empreendeu a análise geolinguística. A tabela a seguir mostra quais são os itens lexicais investigados, e o número da carta fonética a que correspondem nos trabalhos originais. Tabela 1. Proparoxítonas documentadas nos atlas linguísticos Número da Carta Fonética MicroAFERJ AFeBG abóbora 002 002 árvore 024 024 cócegas 067 066 estômago 107 104 fósforo 119 119 lâmpada 145 145 máscara 160 161 médico 162 163 música 173 174 número 181 182 óculos 185 186 pérola 203 204 plástico 208 210 último 260 261 útero 264 265 vômito 274 275 fígado 276 277 sábado 293 294 Para a operacionalização da análise, contabilizaram-se todas as ocorrências de cada item lexical proparoxítono e, com base na transcrição fonética disponibilizada nas cartas, distribuíram-se os dados em função de duas variantes: realização da palavra como proparoxítona/apagamento da vogal postônica não final. Os resultados estão expressos na seção a seguir.

3. Resultados Antes de se iniciar a discussão dos resultados observados nos atlas, fazem-se pertinentes algumas observações acerca da importância de verificar a produtividade de fenômenos variáveis em corpora geolinguísticos. Brandão et. al. (2011) tecem considerações importantes quanto à utilização de questionários em pesquisas que visam observar os usos linguísticos de uma comunidade. Para as autoras, em entrevistas sociolinguísticas, o intuito do pesquisador é sem comprometer a naturalidade da situação de comunicação propiciar a produção modos de organização discursiva que garantam a observação do comportamento linguístico do falante em uma situação de comunicação mais próxima à espontânea. Dessa forma destacam elas as entrevistas são direcionadas para relatos de experiência pessoal ou para debate de assuntos polêmicos, com a expectativa de que o informante se envolva mais com conteúdo a ser relatado/discutido do que com a própria situação de interação, o que propiciaria maior naturalidade e, consequentemente, o registro das formas por ele usadas no seu dia a dia. Corpora organizados com o fim de mapeamento linguístico, contudo, são, em geral, produzidos a partir da aplicação de questionários, cuja finalidade básica é obter itens isolados, o que possibilita a comparação entre os dados. Dessa forma, a metodologia para a produção de dados implica, da parte do pesquisador, a seleção de itens lexicais que garantam a realização de determinados fenômenos. Tal método, entretanto, pode - a depender do recorte utilizado - acarretar a maior ou menor frequência das variantes. Os questionários permitem, ainda, ao informante a monitoração de sua fala, o que pode levá-lo a usar/evitar formas que valore como positivas/negativas. Nos dois atlas foi utilizado um mesmo questionário, o que permite uma comparação de caráter homogêneo. De um modo geral, os resultados foram convergentes quanto ao apagamento da vogal postônica medial (cf, tabela 2). Tabela 2. Índices gerais de apagamento da vogal postônica não-final nos corpora AFeBG e MicroAFERJ Corpora APL/T MicroAFERJ 118/393 = 30% AFeBG 323/1230 = 26% Uma observação de cada item lexical que constitui as cartas fonéticas aqui consideradas aponta taxas diferenciadas de apagamento, resultados aparentemente condicionados pela estrutura fonotática do item proparoxítono analisado. A tabela a seguir mostra o comportamento de cada palavra proparoxítona que constitui os corpora. Tabela 3. Índices de apagamento da vogal postônica não final referentes às dezoito palavras dos corpora geolinguísticos Item Lexical AFeBG MicroAFERJ APL/T APL/T abóbora 14/23 = 60% 29/71 = 40% árvore 7/19 = 36% 23/72 = 31% cócegas 17/21 = 80% 40/64 = 62% estômago 8/23 = 34% 20/69 = 28% fósforo 14/24 = 58% 35/72 = 48%

lâmpada 2/24 = 8% 7/71 = 9% máscara 11/24 = 45% 31/72 = 43% médico 0/24 = 0% 4/72 = 5% música 4/21 = 19% 8/72 = 11% número 2/23 = 8% 1/61 = 1% óculos 16/24 = 66% 35/71 = 49% pérola 7/17 = 41% 30/65 = 46% plástico 6/23 = 26% 9/71 = 12% último 1/24 = 4% 10/72 = 13% útero 6/20 = 30% 24/68 = 35% vômito 0/14 = 0% 1/44 = 2% fígado 3/23 = 13% 10/71 = 14% sábado 0/24 = 0% 6/72 = 8% Para os dados do AFeBG, chamam a atenção os índices percentuais de apagamento referentes aos itens lexicais óculos (66%) abóbora (60%), fósforo (58%) três vocábulos que apresentam o contexto apontado como altamente favorecedor do apagamento nas análises variacionistas: onset da sílaba postônica não-final preenchido por uma consoante obstruinte e o onset da sílaba átona final preenchido por uma líquida. A queda da vogal implica uma sílaba átona final formada por ataque complexo: [ klu ], [a b bɾa] e [ f fɾu]. Todavia, o resultado mais significativo nos dados do AFeBG se verifica em um item lexical em que o apagamento da vogal leva a consoante que a acompanha a se anexar à coda da sílaba tônica: a palavra cócegas, neste conjunto de dados, apresenta um índice de apagamento de 80%, sendo mais comum a realização desse item lexical como [ k k ]. A palavra música, que apresenta o mesmo contexto fonético adjacente à vogal (consoante precedente alveolar, consoante seguinte velar), não exibe altas taxas de aplicação da regra (19%). Nos dados do MicroAFERJ, observa-se uma regularidade maior no apagamento: não há nenhum item lexical que destoe consideravelmente dos demais, à exceção de cócegas que, também nesse corpus, apresentou um índice de apagamento superior aos dos demais itens lexicais (62%). Uma observação mais detalhada acerca das palavras proparoxítonas permite a separação dos dezoito vocábulos em três grupos, consoante o tipo de ressilabificação resultante da queda da vogal. Os itens foram redistribuídos na tabela abaixo tendo em vista a forma resultante da aplicação da regra.

Tabela 4. Resultado do apagamento da vogal FORMAÇÃO DE ONSET COMPLEXO NA SÍLABA ÁTONA SUBSEQUENTE RESULTADO DO APAGAMENTO DA VOGAL PREENCHIMENTO DA CODA DA SÍLABA TÔNICA APAGAMENTO TAMBÉM DE UMA DAS CONSOANTES ADJACENTES ITEM AFEBG MICRO AFERJ ITEM AFEBG MICRO AFERJ ITEM AFEBG MICRO AFERJ LEXICAL APL/T APL/T LEXICAL APL/T APL/T LEXICAL APL/T APL/T abóbora 14/23 = 60% 29/71 = 40% cócegas 17/21 = 80% 40/64 = 62% estômago 8/23 = 34% 20/69 = 28% árvore 7/19 = 36% 23/72 = 31% música 4/21 = 19% 8/72 = 11% fígado 3/23 = 13% 10/71 = 14% fósforo 14/24 = 58% 35/72 = 48% número 2/23 = 8% 1/61 = 1% lâmpada 2/24 = 8% 7/71 = 9% máscara 11/24 = 45% 31/72 = 43% pérola 7/17 = 41% 30/65 = 46% médico 0/24 = 0% 4/72 = 5% óculos 11/24 = 45% 31/72 = 43% vômito 0/14 = 0% 1/44 = 2% plástico 6/23 = 26% 9/71 = 12% útero 11/24 = 45% 31/72 = 43% último 1/24 = 4% 10/72 = 13% sábado 0/24 = 0% 6/72 = 8% A distribuição dos itens de acordo com o tipo de ressilabificação da consoante adjacente à vogal reforça a tendência verificada nas análises sociolinguísticas sobre o processo de apagamento da vogal postônica não final. Observam-se, nos dois atlas, índices altos de apagamento em contextos que favorecem a criação de ataques complexos na sílaba final. Os resultados podem sugerir que tal processo de ressilabificação é o mais natural, menos sujeito a estigma, por isso mais frequente. Contextos em que a consoante precedente se fixa no final da sílaba tônica exceção dos vocábulos cócegas e pérola oferecem resistência, assim como os que levam ao apagamento de uma das consoantes adjacentes seja a precedente (plástico [ pla ku], médico [m ku]), seja a seguinte (fígado [ figu], lâmpada [lãp ], sábado [ sabu]). Esses contextos podem resistir ao apagamento por produzirem formas estigmatizadas socialmente. Estando o indivíduo em uma situação discursiva relativamente monitorada, tenderá a evitar formas cujo valor seja negativo em termos de prestígio. 4. Considerações finais A análise realizada no âmbito da fala popular fluminense com base nos registros de cartas fonéticas do AFeBG e do MicroAFERJ permitiu uma percepção mais abrangente da variação no fenômeno em foco. Vale destacar, primeiramente, que o grau de monitoramento do discurso não foi um fator que inibiu a aplicação da regra de cancelamento da vogal.

Ressalte-se ainda que as maiores taxas de cancelamento ocorreram, de forma geral, em itens lexicais cuja estrutura das sílabas átonas licenciava a formação de ataques complexos na sílaba átona final o que pode servir de evidência para o fato de que essa possibilidade de ressilabificação é mais natural e, por consequência, um pouco menos estigmatizada. Contudo, verificaram-se exceções, sobretudo na realização do vocábulo cócegas, que permite a anexação da consoante na coda da sílaba tônica e apresenta taxas de apagamento da vogal superiores às dos demais itens investigados. A análise empreendida neste trabalho também nos permitiu observar como se dá do ponto de vista dialectológico a variação na realização das proparoxítonas na fala fluminense. Não se pode desconsiderar que o perfil sociolinguístico dos informantes e a forma de elicitação dos dados tenham sido fatores que condicionaram a variação. Todavia, tais condições não inviabilizam as análises do processo variável: é um outro enfoque. Os resultados ainda são válidos por refletirem um processo histórico atuante desde o latim, e que mantém a vitalidade em variedades do português. Referências Bibliográficas ALMEIDA, Fabiana da Silva Campos. MicroAtlas Fonético do Estado do Rio de Janeiro: uma contribuição para o conhecimento dos falares fluminenses. Rio de Janeiro: Faculdade de Letras, UFRJ. Tese de Doutorado em Língua Portuguesa, 2008. AMARAL, Amadeu. O dialeto caipira. São Paulo: Anhembi, 1920. AMARAL, Marisa Porto do. As proparoxítonas: teoria e variação. Porto Alegre: PUC- RS. Tese de Doutorado em Letras, 2000. BRANDÃO, Silvia Figueiredo et. al. Pretônicas médias em início de vocábulo na fala do Rio de Janeiro. Comunicação apresentada no III Simpósio sobre Vogais. Porto Alegre: UFRGS, 2011. p.9-10 CAIXETA, Valmir. Descrição e análise da redução das palavras proparoxítonas. Rio de Janeiro: Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Dissertação de Mestrado em Linguística, 1989. CARDOSO, Susana Alice Marcelino. O apagamento das postônicas não-finais: um fenômeno atemporal e atópico? In: CASTILHO, Ataliba et. al. Descrição, história e aquisição do Português Brasileiro. São Paulo: FAPESP; Campinas: Pontes, 2007. p. 207-215. COLLISCHON, Gisela. A sílaba em português. In: Leda Bisol (org.) Introdução a estudos de fonologia do português brasileiro. 4.ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2005. p. 101-133. COUTINHO, Ismael de Lima. Gramática histórica. 7.ed. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1976. GOMES, Danielle Kely. Síncope em proparoxítonas: um estudo contrastivo entre o português brasileiro e o português europeu. Rio de Janeiro: UFRJ. Tese de Doutorado em Língua Portuguesa, 2012.

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