2ª Fase Direito Civil Professor Fabio Alves fabio@ferreiraecamposadv.com CONTRATOS E CDC PRINCÍPIOS AUTONOMIA DA VONTADE PACTA SUNT SERVANDA BOA-FÉ OBJETIVA 1
Formação dos contratos Proposta e Aceitação Teoria Adotada Art. 434 VÍCIOS REDIBITÓRIOS Direito do Adquirente Arts. 441 e 445 EVICÇÃO Art. 447 2
CONTRATO PRELIMINAR Art. 462 EXCEÇÃO AO INADIMPLEMENTO DO CONTRATO Art. 476 RESOLUÇÃO POR ONEROSIDADE EXCESSIVA Art. 478 3
CDC Parte Geral Arts. 2º, 3º, e 6º. FATO DO PRODUTO E DO SERVIÇO Responsabilidade Civil Arts. 12 a 17 Defeito Arts. 18 a 26 TÉCNICAS DE MARKETING Oferta Arts. 29, 30 e 35 Propaganda - Art. 37 Prática Comercial Art. 39 4
PROTEÇÃO CONTRATUAL Arts. 28, 42, 46, 49, 51 A 54 CONTRATO EM ESPÉCIE Artigos peculiares CONTRATOS 1) Tício prometeu vender a Caio um imóvel outorgando-lhe procuração para que Caio assine por Tício a escritura definitiva quando Caio tiver quitado integralmente o preço. Posteriormente Tício revogou a procuração. É válida a revogação ou poderá Caio assinar a escritura de compra e venda, representando Tício quando tiver quitado o preço? R: Não, tendo em vista que a procuração em causa própria é irrevogável e irretratável, não se extinguindo nem mesmo com a morte. Artigo 685 do CCB. 5
2) Guilherme prometeu vender uma fazenda para João Pedro, ajustando-se que a transferência do bem deveria dar-se um ano após a celebração do contrato. Antes desse prazo, contudo, contrariando qualquer possível previsão, descobre-se petróleo na área, o que a torna incrivelmente mais valiosa. Nessa situação, o que pode Guilherme fazer? E se a fazenda já fosse mais valiosa no momento do negócio, mas ajustou-se valor ínfimo de venda, que medida Guilherme poderia, então, adotar? Responda fundamentadamente às perguntas. R: O art. 317 do CC cuida da teoria da imprevisão: um fato extraordinário torna, depois de ajustada a obrigação porém antes do seu cumprimento, a prestação desproporcional. A parte prejudicada pode reclamar ao juiz que corrija economicamente o conteúdo da relação obrigacional. No caso, o proprietário da fazenda poderá, invocando o dispositivo, reclamar essa equiparação. Se a disparidade econômica entre as prestações já existia no momento em que a obrigação surgiu, o caso será de lesão, conforme a regra do art. 157 do CC. No caso, para que seja aplicada a lesão, a parte lesada ainda deve provar, além do desequilíbrio econômico, a sua a premente necessidade ou a inexperiência. Obs.; A resposta acima foi a oficial dada pela Banca do Rio de janeiro. Entendemos entretanto que o caso não é de lesão, mas de erro sobre o objeto, na forma do artigo 138 do CCB. 3) Jair, celebrou contrato de promessa de compra e venda com a construtora Falex, referente a unidade 201 do prédio a ser construído na Rua das Altas, nº 100. No contrato ficou avençado que a entrega do apartamento seria 01/04/2004. Ocorre que, embora esteja Jair adimplindo com todas as suas obrigações, a construtora não entregou o imóvel no dia aprazado, não tendo sequer iniciado a construção. Jair, preocupado com tal situação e receoso por continuar pagando à construtora, sem que ela cumpra com o avençado, lhe procura como advogado, a fim de orientá-lo quanto a possibilidade jurídica de uma eventual suspensão do pagamento. Pergunta-se: É, ou não, possível Jair suspender extrajudicialmente o pagamento sem caracterizar a sua mora? Qual a forma de proceder esta suspensão? Explique e fundamente a sua resposta. R: Jair poderá notificar a construtora e suspender o pagamento, com base no artigo 476 do CCB, que trata da exceção ao inadimplemento do contrato. 6
4) Carlos e Cláudia celebraram, mediante instrumento particular, contrato de promessa de compra e venda de imóvel, obrigandose o promitente vendedor e a promitente compradora à celebração do contrato definitivo no prazo de 90 dias, após o pagamento da última parcela de preço, que as partes ajustaram em R$ 300.000,00 e que deveria ser pago em três parcelas iguais, mensais e sucessivas. Do instrumento constou cláusula de irretratabilidade e irrevogabilidade. Tendo Cláudia pago todas as parcelas do preço, nos prazos do contrato, Carlos se recusou a outorgar a escritura definitiva, alegando que o contrato preliminar era nulo, porque celebrado por instrumento particular e, não, por escritura pública, e que, além disso, tinha o direito de se arrepender. Considerando essa situação hipotética, redija, na qualidade de advogado de Cláudia, texto argumentativo acerca dos fundamentos invocados por Carlos para se recusar à celebração do contrato definitivo. R.: Não assiste razão a Carlos, pois o contrato preliminar não precisa obedecer forma, podendo ser feito por instrumento particular. (art.462 do CCB.) 5) Amanda, concubina de Paulo, recebeu deste, em 10 de dezembro de 2006, um veículo em doação, e, agora, diante da morte de Paulo e de Fernanda, esposa deste, durante as férias que eles passavam, juntos, em maio de 2008, teme que os irmãos de Fernanda, únicos herdeiros do casal, busquem de algum modo questionar a validade da doação e recuperar o bem, já que a doação ocorreu durante o período da relação adúltera mantida com o falecido. Com base nas disposições do Código Civil, esclareça se existe a possibilidade de os herdeiros de Paulo e Fernanda invalidarem o contrato que transferiu o veículo a Amanda. R.: O contrato realizado entre as partes é de doação. Na forma do artigo 550 do CCB somente os herdeiros necessários poderiam anular a doação e os irmãos de são herdeiros colaterais não tendo legitimidade para anular a doação. 7
6) Rodrigo, colecionador de automóveis antigos, vendeu a seu amigo Felipe um dos veículos de sua coleção, estabelecendo, no entanto, que, no caso de o adquirente pretender vender o bem, este deveria ser primeiramente oferecido ao atual vendedor. Passados dois meses do negócio, Patrícia se interessou pelo automóvel e, desconhecendo quaisquer das condições estabelecidas entre original proprietário e Felipe, adquiriu o bem e pagou o preço ajustado, realizando todos os trâmites administrativos necessários ao registro junto ao órgão de trânsito. Concretizado o negócio, Rodrigo tomou conhecimento da sua existência e, tendo a sua disposição a mesma quantia paga por Patrícia, pretende reaver o bem com base na condição que ajustara com Felipe. Em face dessa situação hipotética, assumindo a posição de advogado(a) procurado(a) por Rodrigo, identifique a natureza do ajuste celebrado entre Rodrigo e Felipe, esclarecendo qual seria o comportamento adequado à preservação dos direitos de seu cliente, conforme as disposições pertinentes do Código de Civil e do Código de Processo Civil. R.: As partes realizaram contrato de compra e venda com cláusula de preferência, em que poderá Rodrigo requerer a indenização pelos danos sofridos, tudo em consonância com os artigos 513 e 518 ambos do CCB. 8