DIREITOS COLETIVOS E CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE II Professor Juliano Napoleão
UNIDADE 2 ADI e ADC
2.1 Competência STF
2.2 Parâmetro Ordem constitucional global: Texto constitucional; Princípios constitucionais implícitos; Tratados internacionais de DH equiparados às emendas constitucionais (Art. 5º, 3º).
2.2 Parâmetro Segundo STF e doutrina majoritária, o parâmetro deve ser atual no momento da propositura e no momento do julgamento da ação. Superveniência de EC que revogue ou modifique substancialmente a norma constitucional utilizada como parâmetro determina a prejudicialidade da ADI.
2.2 Parâmetro Causa de pedir aberta: A causa de pedir não vincula o STF. Atenção! O autor deve fundamentar o pedido, mas o STF pode decidir a partir de fundamentação e parâmetro distinto do alegado.
2.3 Objeto Lei ou ato normativo federal ou estadual; Atenção! Não cabe ADI contra ato normativo municipal. Distrital, somente se competência de tipo estadual; Não pode ser objeto de ADI norma constitucional originária; EC pode ser objeto de ADI. Neste caso o parâmetro serão os limites ao poder reformador (cláusulas pétreas e limites procedimentais e circunstanciais).
2.3 Objeto Para o STF o ato normativo deve ser materialmente primário. Cabe ADI contra ato normativo formalmente secundário que seja materialmente primário. Exemplo: O STF já admitiu ADI contra Portaria de Secretário Estadual, contra Resolução Administrativa de TRT e até mesmo contra decisão administrativa de Tribunal em processo administrativo.
2.3 Objeto Preâmbulo não é ato normativo. Possui conteúdo axiológico relevante, mas não serve nem como parâmetro, nem como objeto de controle. Lei estadual pode ser objeto simultaneamente de ADI genérica e ADI estadual (simultaneus processus). Neste caso, há o sobrestamento da ADI estadual, ou seja, o TJ aguarda o STF decidir.
2.4 Legitimados ativos Art. 103, CRFB - PR, PGR, Governador de Estado e Governador do DF; - Mesa da CD, Mesa do SF, Mesa das AL dos Estados, Mesa da Câmara Distrital; - CFOAB, Partido Político, Confederação Sindical e Entidade de Classe.
2.4 Legitimados ativos Legitimados especiais que precisam demonstrar pertinência temática: Governadores, Mesas da AL e da Câmara Distrital, Confederação Sindical e Entidade de Classe;
2.4 Legitimados ativos Não possuem capacidade postulatória, precisam de advogado: Partido político; Confederação Sindical e Entidade de Classe; Órgão ou órgãos dos quais o ato ou a norma foram emanados.
2.5 Legitimados passivos Órgão ou órgãos dos quais o ato ou a norma foram emanados.
2.6 AGU O AGU defende o texto impugnado. É o curador da presunção de constitucionalidade da norma, seja esta estadual ou federal. Exceção: AGU faz referência à precedente do STF que julgou inconstitucional aquela norma, ou demonstra que o interesse da União coincide com o interesse do autor.
2.7 PGR Manifesta-se em todas as ações. Possui independência funcional. Mesmo se for autor, manifesta-se, podendo, inclusive ter se convencido da improcedência da ação; Atenção! Isso não implica desistência, tendo em vista o princípio da indisponibilidade da ação.
2.8 Amicus Curiae Órgãos e entidades admitidos para se manifestar. Finalidade de abertura do debate constitucional, fator de legitimidade social das decisões do STF. Pressupostos de admissibilidade: relevância da matéria + representatividade do postulante. O relator admite a participação por despacho irrecorrível. Do despacho que não admitir, cabe recurso, no caso agravo;
2.8 Amicus Curiae Pessoa física não pode figurar como amicus curiae; Exceção: Senador da República. Senador Pedro Taques já foi admitido, tendo em vista o grau de representatividade social do cargo que ocupa; Qual a natureza jurídica do amicus curiae? Intervenção de terceiros, segundo doutrina majoritária e STF.
2.8 Amicus Curiae Os amici curiae podem: fazer sustentações orais; apresentar memoriais; pedir convocação de audiência pública; pedir designação de perito.
2.8 Amicus Curiae Os amici curiae NÃO podem: ampliar o objeto definido na inicial; pedir cautelar; recorrer da decisão final.
2.9 Outros participantes na ADI Audiências Públicas e designação de peritos, para discussão de circunstâncias fáticas da norma em tese é possível a realização de Exemplo: ADPF 101: importação de pneus usados e remoldados e ADPF 54: interrupção da gravidez de anancéfalo. Também é possível a solicitação de informações aos Tribunais.
2.10 Medida cautelar Tem como finalidade a suspensão da eficácia da norma. Efeitos: erga omnes e vinculante. Cabe reclamação. A cautelar tem prazo de 180 dias. A lei 9868/99 não prevê a prorrogação do prazo, mas o STF já dilatou.
2.11 Procedimento ADI sem pedido de cautelar, ou já apreciada a cautelar Inicial Legitimado passivo: 30 dias; AGU: 15 dias; PGR: 15 dias; Outras participações: 30 dias Decisão final.
2.11 Procedimento Com pedido de cautelar, após a inicial, o relator pode determinar a observância do procedimento célere (abreviado), tendo em vista a relevância da matéria e especial significado para a ordem social e segurança jurídica.
2.11 Procedimento ADI COM PEDIDO DE CAULTELAR Proc. da cautelar + Proc. normal Procedimento Célere
2.11 Procedimento Procedimento específico da cautelar Leg. Passivo: 5 dias; AGU e PGR: 3 dias (se indispensável, segundo o relator) (prazo comum) Análise do pedido. Em casos de excepcional urgência a cautelar pode ser deferida sem ouvir-se o legitimado passivo, o AGU e o PGR;
2.11 Procedimento Procedimento célere Leg. Passivo: 10 dias; AGU e PGR: 5 dias; Relator submete o processo ao Plenário que tem a faculdade de analisar diretamente o mérito, sem apreciar a cautelar.
2.12 Julgamento Quórum de presença: 8 (2/3) Quórum de votação: 6 (maioria absoluta) Não cabe recurso, exceto embargos declaratórios. Não cabe ação rescisória.
2.13 Efeitos Efeito dúplice: tanto a procedência como a improcedência possuem efeitos erga omnes e vinculante; Efeito ex tunc. Modulação dos efeitos da decisão: O STF admite, por decisão de 2/3 de seus membros, a modulação dos efeitos. Se não houver quórum, não pode haver modulação.
2.13 Efeitos Da manipulação dos efeitos pode-se ter: Modulação ex nunc; Declaração pro futuro; Declaração ex tunc (retroativa) parcial ou limitado
2.13 Efeitos Na decisão final a regra é o efeito ex tunc e cabe modulação; Na cautelar a regra é o efeito ex nunc, também cabe modulação.
2.13 Efeitos Efeito repristinatório: é a revivescência de norma anteriormente revogada pela lei declarada inconstitucional em sede de ADI. O STF pode afastar o efeito repristinatório total ou parcialmente, por decisão da maioria de 2/3 dos membros desse tribunal, em decorrência de razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social.
2.13 Efeitos Eficácia transcendente dos fundamentos determinantes da decisão: foi admitida durante certo período. Atenção! A posição atual do STF manifesta tendência de não admitir a eficácia transcendente dos fundamentos da decisão. Exemplo: Se decisão do STF declarar a inconstitucionalidade de determinada lei estadual, NÃO será possível, por meio de reclamação, se questionar lei de idêntico teor editada por outro estado-membro.
2.13 Efeitos São afetados os demais órgãos do Judiciário e a Adm. Pública Direta e Indireta (U, E, M e DF). Cabe Reclamação. Não são afetados o STF e o Poder Legislativo em sua função típica. Na função administrativa o Legislativo é afetado pelo efeito vinculante das decisões do STF. Exemplo: SV 13 (vedação ao nepotismo).
2.14 Ação Declaratória de Constitucionalidade - ADC Tem origem na EC nº3/1993. Sua criação não expande a competência de controle do STF estabelecida pelo constituinte originário. A ADC é uma ADI invertida. Tem a finalidade de promover a ratificação da presunção de constitucionalidade e a pacificação de controvérsias. Atenção! Não se pode dizer que a ADC é apta a converter a presunção relativa de constitucionalidade por presunção absoluta, pois o STF pode rever seu posicionamento.
2.14.1 Pressuposto objetivo de admissibilidade da ADC Relevante e atual controvérsia judicial. Atenção! Não basta mera controvérsia doutrinária.
2.14.2 Competência Igual na ADI. STF
2.14.3 Objeto Lei ou ato normativo federal posterior à CRFB/1988.
2.14.4 Parâmetro Igual na ADI. Ordem constitucional global: Texto constitucional; Princípios constitucionais implícitos; Tratados internacionais de DH equiparados às emendas constitucionais (Art. 5º, 3º).
2.14.5Legitimados ativos Mesmos da ADI. Art. 103, CRFB - PR, PGR, Governador de Estado e Governador do DF; - Mesa da CD, Mesa do SF, Mesa das AL dos Estados, Mesa da Câmara Distrital; - CFOAB, Partido Político, Confederação Sindical e Entidade de Classe. Atenção! Em sede de ADC, NÃO há legitimados passivos.
2.14.6 AGU Não precisa defender a norma. Segundo STF, a própria ação é a defesa da norma.
2.14.7 PGR Igual na ADI. Manifesta-se em todas as ações; Possui independência funcional.
2.14.8 Amicus Curiae Igual na ADI. Órgãos e entidades admitidos para se manifestar; Finalidade de abertura do debate constitucional, fator de legitimidade social das decisões do STF.
2.14.9 Outros participantes na ADC Igual na ADI. Audiências Públicas e designação de peritos, para discussão de circunstâncias fáticas da norma em tese é possível a realização de Exemplo: ADPF 101: importação de pneus usados e remoldados e ADPF 54: interrupção da gravidez de anancéfalo. Também é possível a solicitação de informações aos Tribunais.
2.14.10 Medida cautelar Finalidade: suspensão da decisão em processos nos quais se discute a matéria. O juiz pode praticar outros atos, não pode julgar. Efeitos: erga omnes e vinculante. Cabe reclamação.
2.14.11 Julgamento Igual na ADI. Afinal, a improcedência de uma corresponde à procedência da outra. Quórum de presença: 8 (2/3) Quórum de votação: 6 (maioria absoluta) Não cabe recurso, exceto embargos declaratórios. Não cabe ação rescisória.