DANILO OLIVEIRA RODRIGUES DE LIMA Advogado especialista em Direito Portuário e Terrenos de Marinha. danilooliveira@advogadosamc.com / Fone: 3213-0549 NOTAS SOBRE O PROJETO DE LEI Nº 5.627/2013 Alterações na legislação sobre terrenos de marinha e seus acrescidos.
Antes da Demarcação - LPM DEMARCAÇÃO: terrenos de marinha, acrescidos e terrenos às margens de rios federais: convocação por edital, feita pela SPU. (STF ADI nº 4264) art. 11 do DL nº 9.760/46. Atualmente 6% do território são bens da União. Novas demarcações virão OBS: Afronta ao contraditório; à publicidade e ao devido processo legal. Realização de audiências públicas antes da demarcação. OBS: Local; População atingida. Definir local das audiências públicas: Câmara de Vereadores. Ao menos duas audiências: população superior a cem mil habitantes de acordo com o último censo oficial. OBS: Define local; vincula número de audiências ao número de habitantes. Garantir publicidade.
Após a Demarcação - LPM APÓS DEMARCAÇÃO: ciência por edital feita pela SPU; prazo de 10 dias para contestar ao SPU/Local sem efeito suspensivo (já se torna ocupação); contra a decisão do SPU/Local cabia recurso no prazo de 20 dias para o já extinto Conselho de Terras da União - CTU. Despacho interno (SPU/Local) define a posição da Linha do Preamar Médio de 1831; após, convocação pessoal dos atingidos, conhecidos pela SPU; convocação por edital dos desconhecidos; prazo de 20 dias para recurso à SPU local; após, recurso à SPU central; após, recurso ao Ministro do Planejamento sem efeito suspensivo. O despacho publicado em jornal de grande circulação no e no Diário Oficial da União. Notificação pessoal dos interessados sobre o resultado dos recursos. Atribuição de efeito suspensivo a todos os recursos previstos na lei (ex. ao Superintendente; ao Secretário e ao Ministro do Planejamento). Os efeitos da demarcãção só começam com o julgamento final. OBS: Afronta ao contraditório; à publicidade, ao devido processo legal e ao duplo grau de decisão. OBS: Falta de publicidade do despacho que define a LPM/1831. Falta de efeito suspensivo aos recursos. OBS: Publicidade do despacho; efeito suspensivo. Impedir tornar bens da União os imóveis até decisão final pelo Ministro.
Laudêmio A cobrança atinge todos os negócios onerosos de transferência de bens da União (seja sob regime de aforamento ou ocupação). Alíquota de 5%. Base de cálculo: terreno mais benfeitorias. A cobrança atinge todos os negócios onerosos de transferência de bens da União (seja sob regime de aforamento ou ocupação). Alíquota de 5%. Base de cálculo: terreno, excluídas as benfeitorias. EXTINÇÃO DA COBRANÇA DO LAUDÊMIO DE 5% NAS TRANSFERÊNCIAS DE IMÓVEIS SOB REGIME DE OCUPAÇÃO (70% dos casos, segundo SPU). Quem paga a taxa anual de ocupação não vai pagar laudêmio. Só quem paga foro é que continuará pagando o laudêmio. Origem do instituto do laudêmio: aforamento. OBS: Onera as transferências. Atinge o ocupante (que não tem direito real). Utiliza benfeitorias particulares na base de cálculo. OBS: Mantém todos os efeitos atuais. Retira o valor das benfeitorias da base de cálculo. OBS: Atinge só terrenos aforados (domínio útil) que podem ser dados em garantia para terceiros.
Direito ao aforamento Não há direito ao aforamento, mas só preferência. A aquisição do aforamento pode ser onerosa (maioria dos casos) ou gratuita. Na primeira se paga 83% do valor do bem (=domínio útil) à União; na segunda, a União/SPU transfere o domínio útil gratuitamente. O foreiro deixa de pagar taxa (2% ou 5% ao ano) e passa a pagar foro (0,6%). OBS: A ocupação devia ser um regime transitório. Virou regra. A União arrecada mais e não dá direitos ao ocupante. Só altera datas que garantem a preferência ao aforamento oneroso (em que o ocupante paga à União para adquirir o domínio útil = 83% do valor do terreno). OBS: Amplia a preferência ao aforamento oneroso. Nada menciona sobre o aforamento gratuito. FIM DO REGIME DE OCUPAÇÃO. GARANTIR A CONVERSÃO DOS TERRENOS SOB O PRECÁRIO REGIME REGIME DE OCUPAÇÃO EM AFORAMENTO GRATUITO. Desoneração (redução do valor do pagamento anual) e aquisição de direito real (domínio) sobre o terreno que pode ser dado em garantia para terceiros. OBS: O ocupante utiliza o imóvel a título precário. O foreiro tem título que lhe confere direito real. Foro: 0,6% ao ano (taxa: 2% ou 5% ao ano)
DANILO OLIVEIRA RODRIGUES DE LIMA Sócio Diretor Advogado especialista em Direito Portuário e Terrenos de Marinha. Consultor da Comissão Especial Terrenos de Marinha da Câmara dos Deputados (PL nº 5.627/2013), como especialista convidado, fazendo palestra em 27/08/2013 no Plenário; autor de diversos artigos publicados sobre o tema; atuação exitosa nas esferas administrativa e judicial em demandas contra a União: autuações e multas, demarcações e aforamento. danilooliveira@advogadosamc.com Fone: 3213-0549