Direito Tributário Aula 18 Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho
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Aula 18: Suspensão da exigibilidade Objetivos: Estudar as situações que autorizam a suspensão da exigibilidade do crédito tributário. O crédito tributário é constituído pelo lançamento e tem como principal efeito tornar líquida, certa e exigível a obrigação já existente. A Administração Tributária, após o lançamento, pode exigir o cumprimento da obrigação tributária e, em caso de descumprimento, promover a execução forçada, visando garantir seu recebimento. A suspensão da exigibilidade do crédito tributário acontece sempre que a Administração Tributária fica impossibilitada de efetuar sua cobrança (quando ocorre uma das hipóteses do art. 151 do CTN). O Código Tributário Nacional enumera as possibilidades de suspensão da exigibilidade do crédito tributário: a moratória; o depósito de seu montante integral; as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativos; a concessão da medida liminar em mandado de segurança; a concessão de medida liminar, ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial e o parcelamento. Moratória Moratória é a prorrogação do prazo para pagamento do crédito tributário, com ou sem parcelamento. É a única das formas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário disciplinado no CTN que não tem caráter processual. Ela pode ser concedida em caráter geral pela pessoa jurídica de direito público competente para instituir o tributo a que se refira, mas a União Federal pode concedê-la também em relação a tributos dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, desde que o faça simultaneamente em relação aos tributos seus e às obrigações de direito privado.
Em caráter individual, é concedida por despacho da autoridade da administração tributária autorizada por lei. A lei deve provir da pessoa jurídica de direito público competente para instituir o tributo a que se refira a moratória ou da União, quanto a tributos de competência dos estados, do Distrito Federal ou dos municípios, desde que também autorize a concessão de igual favor, relativamente, aos tributos federais e às obrigações de direito privado. A lei que autoriza a concessão de moratória em caráter individual fixa as condições para concessão do favor; se for o caso, o número de prestações e seus vencimentos, podendo atribuir à autoridade administrativa essa fixação e as garantias a serem oferecidas pelo beneficiário. Se a lei não dispuser expressamente de outro modo, a moratória somente abrange os créditos definitivamente constituídos à data da lei, do despacho que a conceder ou cujo lançamento já tenha sido iniciado àquela data por ato regularmente notificado ao sujeito passivo. A concessão da moratória em caráter individual não gera direito adquirido e será revogada de ofício sempre que se apure que o beneficiário não satisfaz, deixou de satisfazer as condições, não cumpria ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão do favor. Medidas processuais e procedimentais A dívida ativa tributária não se desnatura pelo fato de ser objeto de acordo de parcelamento. O parcelamento do débito na execução fiscal deve determinar apenas a suspensão do processo durante o prazo necessário para que o devedor cumpra sua obrigação, pagando diretamente ao credor as prestações do débito. Depósito do montante integral O sujeito passivo pode depositar o montante do crédito tributário com o fim de suspender a exigibilidade deste. O depósito pode ser: Prévio, isto é, anterior à constituição definitiva do crédito. Posterior, quando feito depois da constituição definitiva do crédito.
Se prévio, não impede a marcha do processo administrativo de lançamento, mas impede a cobrança do crédito respectivo: impede a exigibilidade; se posterior, suspende a exigibilidade do crédito. Reclamações e recursos O crédito tributário está definitivamente constituído com a notificação do sujeito passivo para que efetue o pagamento do valor lançado ou apresente impugnação visando anular o lançamento. A interposição de reclamações e de recursos também suspende a exigibilidade do crédito tributário, desde que feita nos termos das leis reguladoras do procedimento tributário administrativo, isto é, nos casos e nos prazos admitidos nessas leis. Concessão de medida liminar em mandado de segurança O mandado de segurança é uma das garantias que a Constituição Federal assegura aos indivíduos para a proteção de direito líquido e certo, lesado ou ameaçado de lesão por ato de autoridade. Em matéria tributária, o mandado se segurança com pedido de liminar pode ser impetrado pelo contribuinte que vise assegurar a não cobrança de tributo que considerar ser inconstitucional, ilegal ou que esteja sendo irregularmente cobrado. O Poder Judiciário pode, liminarmente, determinar que se suspenda o ato que motivou o pedido do interessado, desde que relevante o seu fundamento, enquanto não for proferida a decisão competente. Assim, concedida que seja a medida liminar ao contribuinte, suspensa ficará a exigibilidade do crédito tributário, até que seja decidido o mérito do mandado de segurança impetrado. Concessões de medida liminar (ou tutela antecipada) em outras espécies de ação judicial Qualquer ação em que o contribuinte apresente fundamentos que permitam ao juiz determinar a garantia do seu direito, seja por medida liminar ou de
antecipação de tutela, fica assegurada a suspensão de qualquer medida que vise promover a execução forçada do crédito. Também existe, nesse caso, a possibilidade de que tais medidas ocorram antes da constituição do crédito tributário, sem, contudo, obstruir o direito da Fazenda Pública em promover-lhe a constituição. Parcelamento O parcelamento é uma espécie do gênero moratória. Ele não tem caráter de benefício ou favor fiscal, como a moratória, mas visa criar condições para a recuperação de créditos fiscais, tanto que não se excluem multas e juros nem se permite ao contribuinte gozar do benefício da denúncia espontânea. O parcelamento de créditos fiscais pode ser feito tanto para créditos já constituídos como para créditos não constituídos. A jurisprudência tem entendido que o ato de formalização do parcelamento supre a necessidade do lançamento e considera-se constituído, para todos os efeitos, o crédito tributário parcelado. Vale a pena conferir 1. Veja o Art. 151 do código tributário nacional na íntegra. Disponível em: <http://www.fazenda.gov.br/confaz/confaz/diversos/ctn.htm>. Acesso em: 01 ago. 2013. 2. Confira o artigo Suspensão do crédito tributário, que trata de questões relacionadas à moratória. Disponível em: <http://www.portaleducacao.com.br/artigo/imprimir/16490>. Acesso em: 01 ago. 2013.
* O QR Code é um código de barras que armazena links às páginas da web. Utilize o leitor de QR Code de sua preferência para acessar esses links de um celular, tablet ou outro dispositivo com o plugin Flash instalado. REFERÊNCIAS CARVALHO, P. de B. Curso de direito tributário. Rio de Janeiro: Saraiva, 2005. CASSONE, V. Direito tributário. São Paulo: Atlas, 1999. COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial. São Paulo: Saraiva, 2008.