QUADRO RESUMO DA LEI /12 ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE

Documentos relacionados
Lei Federal nº /12 ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. Eng. Agr. Renata Inês Ramos Eng. Ftal. Irene Tosi Ahmad

2 Áreas de Preservação Permanente APPs. ATENÇÃO! A vegetação da APP deverá ser mantida!

Disposições do Código Florestal Parte 2

10 Passos para realizar o CAR antes do fim do prazo. e...

Cadastro Ambiental Rural e Programa de Regularização Ambiental

DIREITO AMBIENTAL. Código Florestal Lei nº /12. Área de Preservação Permanente APP Parte 5. Prof. Rodrigo Mesquita

Prof. Pedro Brancalion

Os Efeitos das Alterações do Código Florestal no Meio Urbano. Beto Moesch

BRASÍLIA/DF, 04 DE SETEMBRO DE NOVO CÓDIGO FLORESTAL 2. CAR

Utilização do QGIS em estudos ambientais Delimitação de APPs e conflitos legais

Congresso Ambiental. Regime Jurídico das APPs no Código Florestal de 2012 Entendimentos técnicos e jurídicos do IBAMA

ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE - APP -

ATIVIDADE Novo Código Florestal, Lei n.º /12

Cadastro Ambiental Rural CAR. Eng.ª Karine Rosilene Holler - AMVALI

Demarest Advogados Seminário Agronegócio: Agenda Regulatória

50% NO / norte do CO 20% Cerrado 20% Demais 50% NO / norte MT 50% Cerrado NO/norte MT 80% NO e norte MT. 35% Cerrado na Amazônia 80% Amazônia

O NOVO CÓDIGO FLORESTAL Lei nº /2012

Produção Florestal e SAFs

Direito Ambiental noções gerais. Ana Maria de Oliveira Nusdeo Faculdade de Direito da USP

LICENCIAMENTO AMBIENTAL. Parcelamento do Solo. Aspectos Florestais. Lei Federal /12

CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO. Vetos publicados em 18/10/12 no D.O.U

A ECO-92 resultou na elaboração dos seguintes documentos oficiais: A Carta da Terra;

Código Florestal Brasileiro

Sistema de Cadastro Ambiental Rural SiCAR Lei Federal 12651/12 e Decreto Federal 7830/2012

Constituição Brasileira Art Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidad

Regularização de propriedades

50% NO / norte do CO 20% Cerrado 20% Demais 50% NO / norte MT 50% Cerrado NO/norte MT 80% NO e norte MT. 35% Cerrado na Amazônia 80% Amazônia

USO DO GVSIG PARA ELABORAÇÃO DE SISLEG NO ESTADO DO PARANÁ

LEVANTAMENTO AMBIENTAL DA VEGETAÇÃO PARA EXTENSÃO DE REDE MT/BT OBRA PART I - CARACTERIZAÇÃO DE ÁREAS PROTEGIDAS

Histórico do Licenciamento Ambiental

Novo Código Florestal: produção agropecuária e a sustentabilidade. Moisés Savian

Legislação aplicada ao CAR

Prof. Pedro Brancalion

SUMÁRIO CONSTITUIÇÃO FEDERAL

O PRA E O CAR E A REGULARIZAÇÃO DOS IMÓVEIS RURAIS À LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

Código Florestal - Lei /2012

Regularização Fundiária em São Mateus

os pressupostos para o manejo sustentável da área de entorno dos reservatórios artificiais ocupados por plantas

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA. Rafael Antonietti Matthes

Treinamento: Gestão Ambiental da Propriedade Rural Cód. 294

JULGAMENTO DA (IN)CONSTITUCIONALIDADE DO CÓDIGO FLORESTAL NO STF RESULTADO

Federação das Indústrias do Estado de São Paulo FIESP. Grupo de Estudos de Direito Ambiental

ART. SITUAÇÃO NOVO TEXTO (MP 571) OBSERVAÇÃO

LEI DE PROTEÇÃO DA VEGETAÇÃO NATIVA

Políticas Públicas para Operacionalizar o CAR

Limites e potencialidades da legislação florestal Leonardo Papp

XVIII COBREAP - CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA DE AVALIAÇÕES E PERÍCIAS - IBAPE/MG

AS ALTERAÇÕES DOCÓDIGO FLORESTAL NO MEIO URBANO. Gustavo Trindade ESDM, 31 de maio de 2012.

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2012

Aula teórica Responsável Data. Introdução Prof. Weber 21/02/2019. Lei de Proteção da Vegetação Nativa Prof. Edson 28/02/2019

IMPACTOS DO NOVO CÓDIGO FLORESTAL

Prof. Dr. José Antônio Tietzmann e Silva

IMPACTOS DO PL 1876/99 REFORMA DO CÓDIGO FLORESTAL

Tudo o que você precisa saber sobre o Código Florestal. Confira os principais pontos

DIREITO AMBIENTAL. Código Florestal Lei nº /12. Reserva Legal Parte 2. Prof. Rodrigo Mesquita

ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE PL nº 7.397/2006 GTMA FT APP 16 /09/2009

SISTEMA DE CADASTRO AMBIENTAL RURAL SMA/SP

MEDIDA PROVISÓRIA No- 571, DE 25 DE MAIO DE 2012

PROJETO DE LEI DE CONVERSÃO Nº, DE 2012 (MEDIDA PROVISÓRIA Nº 571, DE 2012)

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 62 da

NOVO CÓDIGO FLORESTAL DO ESTADO DE GOIÁS. Jordana Gabriel Sara Girardello Engenheira Agrônoma Consultora técnica SENAR

DIREITO AMBIENTAL. Código Florestal Lei nº /12. Cadastro Ambiental Rural CAR Parte 2. Prof. Rodrigo Mesquita

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Resolução CONAMA nº 303, de 20 de março de Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente. (Publicação - Diári

1º Passo. 2º Passo. Verificar se o imóvel é rural ou urbano. Sendo rural, verificar a localização do imóvel no Brasil com duas opções:

GUIA DE ESTUDO. Daniel Martini Promotor de Justiça - Master Direito Ambiental Internacional CNR ROMA/ITÁLIA -2008/2009;

MANUAL TÉCNICO DE ORIENTAÇÃO PARA ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICO SÓCIOAMBIENTAL ELABORAÇÃO: ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DO ALTO VALE DO ITAJAÍ AMAVI

Lei /2012. Prof. Dr. Rafaelo Balbinot Departamento. de Eng. Florestal UFSM Frederico Westphalen

~êunara Setorial, Bovinocultura Bubalinocultura. Mato Grosso do Sul

Comparativo entre o Código Florestal (Lei 4771/65) e o Substitutivo de autoria do Deputado Aldo Rebelo ao PL 1.876/99

Deliberação Normativa COPAM nº., de XX de janeiro de 2010

PROJETO DE LEI N 2012 (Dep. Bohn Gass e outros).

Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Dep. de Ciências Florestais

GERALDO ALCKMIN, GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO, no uso de suas atribuições legais,

Legislação. Princípios da Modelagem e Controle da Qualidade da Água Superficial Regina Kishi, Página 1

O Prefeito Municipal de Coronel Ezequiel/RN: CAPÍTULO I. Disposições Gerais

Licenciamento Ambiental no Estado de São Paulo

Lei Federal nº /12 ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. Eng. Agr. Renata Inês Ramos Eng. Ftal. Irene Tosi Ahmad

HISTÓRICO. considerada a primeira legislação de proteção florestal brasileira;

Aula de Olinda K. Fukuda

Nº 212, de 25 de maio de Senhor Presidente do Senado Federal,

MEIO AMBIENTE LEGISLAÇÃO BÁSICA. Palestrante: Wagner Giron de la Torre

ÁREAS CONSOLIDADAS EM ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E SUA CONSEQUÊNCIA À PROTEÇÃO AMBIENTAL

Decreto Nº 402 DE 21/10/2015

Sumário XVII. Índice Sistemático Novo Código Florestal Comentado... 5 Capítulo I Disposições gerais arts. 1 o a 3 o... 5 Art. 1 o A...

Julgamento do Código Florestal no STF

CAR- Cadastro Ambiental Rural

Novo. e a Repercussão na Aquicultura Nacional. Por: Márcio A. Bezerra, Msc.

NOVO CÓDIGO FLORESTAL E CADASTRO AMBIENTAL RURAL

TOPO DE MORRO NA RESOLUÇÃO CONAMA Nº 303 PARTE 2

Dicas para não atropelar a lei

Comparação entre lei 4771 e PL relatado pelo Dep.Aldo Rebelo preparado por Zeze Zakia Versão preliminar ( Definições)

Lei nº , de 16 de outubro de (Publicação Diário do Executivo Minas Gerais 17/10/2013)

Áreas de preservação em topo de chapada e sua adequação à Legislação Federal. Diego Alves de Oliveira 3 de dezembro de 2015 Uberlândia-MG

CAPACITAÇÃO EM CADASTRO AMBIENTAL RURAL

Novo Código Florestal, Adequação Ambiental e CAR

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 571, DE 25 DE MAIO DE 2012.

Transcrição:

CÓDIGO FLORESTAL QUADRO RESUMO DA LEI 12.651/12 ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE Eng. Agr. Renata Inês Ramos Eng. Ftal. Irene Tosi Ahmad 1

QUADRO RESUMO DA LEI 12.651/12, alterada pela Lei 12.727/12 ÁREA PRESERVAÇÃO PERMANENTE A tabela a seguir apresenta, de forma sistematizada, as principais modificações efetuadas nas Áreas de Preservação Permanente (APP) no Código Florestal. Lei 12.561/12: Áreas de Preservação Permanente APP ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE Tópico Código Florestal atual Considerações Área urbana e rural Artigo 4º Deixa explícita a incidência de APP tanto nas áreas rurais como em urbanas. A APP em áreas urbanas, na vigência da Lei 4771/65, sempre foi motivo de questionamentos, já que certos setores consideravam que o CF era só para aplicação em área rural. Faixa marginal de cursos d água contada a partir da borda da calha do leito regular Inciso I Para APP de cursos d água foram mantidas as mesmas dimensões da lei anterior, no entanto, são contabilizadas da borda da calha do leito regular e não do seu nível mais alto. Fica assim reduzida drasticamente a proteção dos cursos d água, pois a faixa ao longo dos mesmos é locada no que se entende ser o próprio corpo d água, uma vez que o leito maior sazonal nada mais é do que o local onde as águas extravasam no período de cheias, correspondentes às planícies de inundação, também conhecidas como várzeas. As várzeas, situadas no leito maior sazonal, ficaram muito vulneráveis, pois parte delas corresponde à APP, ficando o restante fica sem nenhum tipo de proteção. Inciso III Para novos reservatórios a faixa de preservação será definida no licenciamento ambiental do empreendimento. 2

(dispensa) (APP criada) para geração de energia ou abastecimento público anteriores a 24.08.2001 Nascentes e Olhos d Água 1º e 4º Artigo 5º Artigo 62 Incisos XVII e XVIII Inciso IV Não incide APP para os reservatórios que não decorram de barramento de cursos d água. Fica dispensado o estabelecimento das faixas de ÁPP no entorno das acumulações naturais ou artificiais de água com superfície inferior a 1 ha, vedada nova supressão de áreas de vegetação nativa. A inclusão das acumulações naturais neste critério é preocupante uma vez que a grande maioria das lagoas naturais se encontram nesta ordem de grandeza e desempenham funções ambientais de extrema relevância na recarga de nascentes e como fonte de alimento, abrigo e local de procriação para determinados grupos da fauna. Obrigatoriedade de aquisição, desapropriação ou instituição de servidão administrativa pelo empreendedor das APPs criadas no entorno de reservatórios destinados para geração de energia ou abastecimento público, sendo a faixa de entorno em área rural de 30 m a 100 m e em área urbana de 15 a 30 m. Para esses reservatórios que foram registrados ou tiveram seus contratos de concessão ou autorização assinados anteriormente à Medida Provisória n o 2.166-67, de 24.08.2001, a faixa de APP será a distância entre o nível máximo operativo normal e a cota máxima maximorum. Verifica-se significativa redução da faixa de proteção já que as distâncias entre estas cotas quase sempre são inferiores aos 100 m anteriormente estabelecidos. Foi retirado o caráter de intermitência do conceito de nascente, mantendo-se somente para olho d água, sendo definido como APP somente as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d água perenes, no raio mínimo de 50 m. Com isso, uma vez que esta característica é bastante comum, resultará em menor proteção do recurso hídrico. A nova Lei não faz menção à proteção da bacia hidrográfica contribuinte. Tal detalhe é relevante, pois deixará de ser possibilitada a proteção adequada da área de recarga das nascentes, restringindo-a ao seu entorno imediato. Essa questão estava contemplada na Resolução CONAMA 303/02. Topo de Morros, Estabelece como APP no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 metros e inclinação média maior que 25, 3

Montes, Montanhas e Serras Recomposição (obrigatoriedade) (Infraestrutura) Inciso IX Inciso IV 1º a 7º e 8º 12º aproximadamente 46%, as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou espelho d água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação. Com este novo conceito boa parte das elevações existentes deixarão de ter proteção, pois não serão mais consideradas como morro. Os novos parâmetros de altura e declividade estabelecidos refletirão significativamente na proteção da paisagem dos relevos ondulados e nas elevações isoladas. Praticamente somente aquelas que eram consideradas montanhas poderão se enquadrar no novo conceito. Estabelece o conceito de área rural consolidada como área de imóvel rural com ocupação antrópica preexistente a 22.07.2008, com edificações, benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris, admitida, neste último caso, a adoção do regime de pousio onde é autorizada, exclusivamente, a continuidade das atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo rural. Determina a obrigatoriedade de recomposição de faixas de APPs de cursos d água, nascentes, lagos e lagoas naturais e veredas, que variam conforme o número de módulos fiscais que compõe o imóvel rural, apresentadas nas tabelas de Recomposição das APPS (vide documento no site www.florariambiental.com.br. Será considerada para tanto a área detida pelo imóvel rural em 22.07.2008. Admite a manutenção de residências e da infraestrutura associada às atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo rural, inclusive o acesso a essas atividades, independentemente das determinações contidas no artigo 61-A e nos 1º a 7º, desde que não estejam em área que ofereça risco à vida ou à integridade física das pessoas. Recomposição (limites) Artigo 61-B Aos proprietários e possuidores dos imóveis rurais que, em 22.07.2008, detinham até 10 módulos fiscais e desenvolviam atividades agrossilvipastoris nas áreas consolidadas em APP, é garantido que a exigência de recomposição, somadas todas as APPs do imóvel, não ultrapassará: 10% da área total do imóvel, para imóveis rurais com área de até 2 4

módulos fiscais; e 20% da área total do imóvel, para imóveis rurais com área superior a 2 e de até 4 módulos fiscais. Atividades Florestais Artigo 63 Nas áreas rurais consolidadas nas APPs de encostas, de bordas dos tabuleiros ou chapadas, no topo de morros, montes, montanhas e serras e de altitude superior a 1.800m, será admitida a manutenção de atividades florestais, culturas de espécies lenhosas, perenes ou de ciclo longo, bem como da infraestrutura física associada ao desenvolvimento de atividades agrossilvipastoris, vedada a conversão de novas áreas para uso alternativo do solo. Área Urbana Consolidada Conceito Área Urbana Consolidada Regularização Fundiária Inciso XXVI Artigos 64 e 65 Área urbana consolidada é aquela definida pelo Inciso II do artigo 47 da Lei 11.977/09 (Programa Minha Casa Minha Vida): parcela da área urbana com densidade demográfica superior a 50 hab/ha e malha viária implantada e que tenha, no mínimo, 2 dos seguintes equipamentos de infraestrutura urbana implantados: drenagem de águas pluviais; esgotamento sanitário; abastecimento de água potável; distribuição de energia elétrica; ou limpeza urbana, coleta e manejo de resíduos sólidos. Admite-se a regularização fundiária de interesse social e específico dos assentamentos inseridos em área urbana consolidada e que ocupam APPs, mediante aprovação do projeto de regularização fundiária. Para a regularização de interesse social não é mencionada metragem de faixa de APP a ser considerada e para a de interesse específico é definido uma faixa não edificável de 15 m ao longo dos rios ou de qualquer curso d água. 5