EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL DA 3ª VARA EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS Processo nº 000000-00.2016.403.6103. Autor(a): MONIQUE SANTANA DA RESTAURAÇÃO Réu: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL INSS O INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL INSS, autarquia federal inscrita no CNPJ sob nº 16.727.230.0001-97, por seu Procurador Federal que esta subscreve, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, apresentar, no prazo legal, CONTESTAÇÃO aos termos da Ação que lhe move MONIQUE SANTANA DA RESTAURAÇÃO, pelos fatos e fundamentos que passa a expor: I O PEDIDO E A CAUSA DE PEDIR Pretende a autora a condenação do INSS à implantação da pensão por morte, instituída pelo ex-segurado ANTONIO FRANCISCO DOS ANJOS, cujo óbito ocorreu em 25.01.2012. Sustenta ter mantido união estável com o falecido, razão pela qual teria direito ao benefício. Não lhe assiste razão, conforme será visto adiante.
II PRELIMINARMENTE: DO LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO. ANTONIO FRANCISCO DOS ANJOS figura nos sistemas informatizados do INSS (Plenus e CNIS) como instituidor da pensão por morte de titularidade de ANA MARIA DE QUEIROZ DOS ANJOS (NB 00.000.000-00). Trata-se de pessoa que irá necessariamente sofrer os efeitos decorrentes da sentença a ser proferida neste feito (art. 77, caput, da Lei nº 8.213/91), razão pela qual deverá ser citada, na qualidade de litisconsorte passiva necessária, sob pena de ineficácia do feito. Requer o INSS, portanto, seja a autora intimada a promover a citação da atual pensionista, no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de extinção do processo, sem resolução de mérito (art. 115, parágrafo único, do CPC). III AINDA PRELIMINARMENTE: A IRREGULARIDADE NA REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL DA AUTORA. Verifica-se da procuração outorgada pela autora à Advogada que esta recebeu mandato para requerer aposentadoria junto ao INSS, sem a cláusula ad judicia. Impõe-se, portanto, a declaração de extinção do processo, sem resolução de mérito, em virtude do defeito na representação processual da autora, com fundamento nos arts. 76, 1º, I, e 485, IV, do Código de Processo Civil.
IV PREJUDICIALMENTE: A PRESCRIÇÃO. Requer o INSS que, na eventualidade de ser julgado procedente o pedido (o que se admite apenas para efeito de argumentar) seja reconhecida, na forma do art. 103, parágrafo único, da Lei nº 8.213/91, a prescrição quanto às parcelas vencidas antes dos cinco anos que precederam a propositura da ação. V DO MÉRITO PROPRIAMENTE DITO. Dos requisitos legais para o benefício pretendido A pensão por morte é benefício devido apenas aos dependentes daquele que falecer sendo segurado da Previdência Social, dispensando-se o requisito da carência. No caso em discussão, todavia, não apenas a autora não ostenta a qualidade de dependente, mas também faltava ao falecido a qualidade de segurado na data do óbito. Quanto à qualidade de segurado, observa-se que último vínculo de emprego do falecido expirou-se em 22.9.2010, de tal forma que manteve a qualidade de segurado por doze meses, até setembro de 2011 (art. 15, II, da Lei nº 8.213/91). Assim, na data em que ocorreu o óbito (janeiro de 2012), já tinha ocorrido a perda da qualidade de segurado. Observe-se, a propósito, que a verificação da presença dos requisitos para a concessão da pensão deve ser feita na data do óbito.
Além disso, as provas trazidas aos autos não são suficientes para que se tenha por demonstrada a efetiva união estável entre a autora e o ex-segurado, nos moldes exigidos pelo art. 16, 3º da Lei nº 8.213/91, combinado com o art. 226, 3º, da Constituição Federal. Observe-se que a autora foi instada, no curso do processo administrativo, a trazer documentos que demonstrassem a união estável, sem que tenha se desincumbido do ônus de provar este fato. Também por este fundamento, portanto, não há qualquer reparo a fazer no ato administrativo que indeferiu a pensão requerida. reconhecido o direito à pensão por morte: Em respeito ao princípio da eventualidade, requer o INSS, caso seja a) Que o início desta seja estabelecido na mesma data em que for realizado o desdobro da atual pensionista, sob pena de importar enriquecimento sem causa da litisconsorte passivo necessária; b) Que os valores dos atrasados sejam atualizados na forma do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação que foi dada a esse dispositivo pela Lei nº 11.960/2009, isto é, com aplicação, para fins de atualização monetária e compensação da mora, por uma única vez, dos índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança. c) Que os honorários de advogado sejam fixados com moderação, em no máximo 5% sobre as prestações vencidas até a data da sentença, conforme a Súmula 111 do Superior Tribunal de Justiça.
VI DOS REQUERIMENTOS. ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO Diante do exposto, esta Autarquia contesta o tudo o mais por negativa geral e requer seja o pedido JULGADO IMPROCEDENTE, condenando a autora nos ônus da sucumbência e demais cominações legais. Se eventualmente procedente o pedido, o que se admite para efeito de argumentar, requer o INSS o seguinte: I. Seja respeitada a prescrição quinquenal e a isenção de custas de que é beneficiária; II. Seja fixada a data de início do benefício na data do trânsito em julgado (ou em outra data, mas simultaneamente ao início do desdobro do benefício); III. Sejam os atrasados atualizados na forma da Lei nº 11.960/2009. IV. Sejam os honorários de advogado fixados em 5% sobre o valor das prestações vencidas até a data da sentença. Protesta pela prova dos fatos aqui alegados por todos os meios em direito admissíveis, sem exceção. Termos em que, Pede deferimento. São José dos Campos, 15 de janeiro de 2017. Procurador Federal INSS Matrícula nº 0000000 OAB/SP 000.000