Direito Administrativo

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PARECER Nº 6.615/2013

Transcrição:

Lucas Pavione 2 Direito Administrativo 2ª edição Revista, ampliada e atualizada 2017

Capítulo I ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Leia a lei: CF/88 Arts. 1.º, 60, 4.º I e III. 1. NOÇÕES O estudo do Direito Administrativo pressupõe o domínio de alguns temas, mais precisamente as concepções de Estado, Governo e Administração Pública. 2. ESTADO 2.1. Noções A palavra estado pode assumir variados signiicados, sendo ojeto de estudo de disciplina especíica no curso de Direito. No presente estudo, nos interessa o estudo do Estado como sociedade jurídica e politicamente organizada em determinado território. Assim, diz-se que o Estado se caracteriza pela existência de três elementos essenciais: a) Povo: é o elemento humano, grupamento social organizado. Não se confunde com a ideia de nação, que representa um grupo social como atriutos étnicos ou culturais comuns. Segundo

32 vol. 2 DIREITO ADMINISTRATIVO Lucas Pavione Diogo de Figueiredo Moreira Neto (2010, p. 5), o elemento da nacionalidade tornou-se dispensável à formulação do conceito de Estado, ainda porque, multiplicam-se os Estados conformados por várias nações que se reúnem por conveniência política, econômica ou social ou, mesmo, nada mais que perpetuando uma tradição histórica. ), compreendido como o espaço ísico onde se estaelece o Estado, sua dimensão espacial. Conforme a organização política de seu território, os Estados podem ser unitários ou federados. Estados unitários caracterizam-se pela existência de um único poder político central (centralização política), do qual emanam todas as decisões ou, ao menos, as decisões principais. Por seu turno, Estados federados são aqueles que admitem a coexistência de entes políticos distintos e autônomos entre si (descentralização política), atuando em regime de coordenação. Nas palavras de Georg Jellinek, o federalismo é a unidade na pluralidade. O Brasil adota o federalismo como forma de Estado (art. 1.º da CF/88) e lhe confere status de cláusula pétrea (art. 60, 4.º, I da CF/88). ATENÇÃO Os Estados unitários, apesar de se caracterizarem por sua, admitem a existência de - c) Governo Soberano: elemento institucional, diz respeito ao reconhecimento e independência do Estado na ordem internacional e supremacia interna. Na ideia de governo soberano estão inseridos poderes de autodeterminação e auto-organização. Tem-se, assim, que o Estado é um ente personalizado, sujeito de direito, o que lhe permite adquirir direitos e contrair origações no âmito interno e externo.

Cap. I ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 33 O Estado possui personalidade jurídica de direito público, apesar de praticar, em algumas situações, atos e negócios jurídicos regidos pelo direito privado, conforme será estudado oportunamente. ATENÇÃO Encontra-se superada a teoria da dupla personalidade - Esse mesmo Estado é ainda responsável pela elaoração de um sistema de normas jurídicas, ao qual tamém se sujeita, que visa regular as relações sociais, no que icou conhecido como Estado de Direito. Em linhas gerais, pode-se dizer que o Estado é fruto da criação humana, com o ojetivo de manter pacíica a vida em sociedade e proporcionar o em estar geral, regido por um corpo de normas ao qual se dá o nome de ordenamento jurídico. 2.2. Funções ou Poderes Estatais Visto de maneira orgânica, o Estado é composto por três poderes ou funções: Legislativo, Executivo e o Judiciário. Aristóteles, em sua ora A Política, na Grécia Antiga, lançou as ases para a teoria da separação dos poderes, ao propor a existência de um poder soerano que se dividia em três partes distintas: a que delieraria acerca dos negócios púlicos a que exerceria a magistratura (aqui a ideia se aproxima mais do exercício da função executiva, apesar da terminologia empregada) e a terceira que administra a justiça. Posteriormente, John Locke, em sua ora Ensaio sore o Governo Civil, defendeu a existência de um Estado em que houvesse a condição de igualdade entre a autoridade real e a do Parlamento, ao mesmo tempo em que entendia necessária a independência dos magistrados.

34 vol. 2 DIREITO ADMINISTRATIVO Lucas Pavione - posta por Montesquieu no século XVIII. Em linhas gerais, Montesquieu apregoava a coexistência harmônica, independente e cooperativa entre os poderes que estruturam o Estado e que não poderiam ser exer- considera a separação entre os Poderes como uma cláusula pétrea (art. 60, 4.º, III da CF/88). Os Estados modernos se fundam em um sistema de freios e contrapesos (check and balances)proco entre os Poderes que o compõem, sem que exista uma indeseja- uma função típica ou precípua: a) o Poder Legislativo exerce a função legislativa a função jurisdicional (aplicação da norma a um caso concreto, com cará- função executivafunção administrativa e função política Por outro lado, de modo atípico ou acessório, é possível que um gamento do chefe do Executivo pelo Legislativo nos crimes de respon- poder regulamentar (art. 84, CF/88) etc. Da mesma forma, a função administrativa pode ser exercida atipicamente pelos Poderes Legislativo e Judiciário como, por exemplo, quando realizam licitação, etc. Ainda, pode-se falar da função política, que pode ser exercida de forma atípica pelo legislativo (cassação de um parlamentar) e pelo judiciário (algumas decisões internas). Pode-se dizer, assim, que não há exercício exclusivo de uma determinada função. ATENÇÃO não admite o exercício de função jurisdicional por parte do

Cap. I ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 35 dade - namentos das linhas anteriores no seguinte quadro comparativo: Poder Função Típica Judiciário Jurisdicional - - Jurisdicional: - - Jurisdicional - - -

36 vol. 2 DIREITO ADMINISTRATIVO Lucas Pavione para uma atuação harmônica entre os Poderes ou Funções são matérias disciplinadas no próprio texto da Constituição, o que permite uma 3. GOVERNO E A FUNÇÃO DE POLÍTICA O governo relaciona-se à ideia de função políticamada de função de governo. A função política ou de governo, em termos gerais, está relacionada à administração superior dos interesses do Estado, no plano interno e externo, com elevado grau de discricionariedade e independência razão, o controle de decisões políticas por parte do Poder Judiciário é Assim, estão inseridas na ideia de governo tanto as decisões que cas que serão implementadas, quanto os chamados atos de governo, que são situações de grande conteúdo político, como a declaração de cionais etc. 4. FUNÇÃO ADMINISTRATIVA Ao Direito Administrativo interessa o estudo da função administrativa, que consiste no dever de o Estado, ou de quem aja em seu - - - revisíveis pelo Judiciário (FIGUEIREDO, 2008, p. 34). Assim, a função administrativa refere-se à atuação ordinária do do Estado e das normas jurídicas que lhes dão suporte, visando sempre ao interesse comum.

Cap. I ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 37 Dessa forma, o exercício da função administrativa terá um caráter mais técnico e menos discricionário, se comparada com a função política. Logo, o administrador terá menor poder decisório, apesar de ser-lhe concedida certa discricionariedade em algumas situações que a legislação permitir. Em razão da necessidade de oservância da legalidade, a conduta do Administrador será constantemente iscalizada e revista, se em desconformidade com os comandos que deram suporte ao seu agir. Vale mais uma vez lemrar que a função administrativa é exercida de maneira precípua pelo Executivo e de forma atípica pelo Legislativo e Judiciário. 5. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: SENTIDOS DI PIETRO organiza o tema Administração Pública em duas grandes acepções, quais sejam, em sentido amplo e em sentido estrito. Este enfoque, além de astante didático, tem sido o mais corado em concursos púlicos. A Administração Pública em sentido amplo sudivide-se em subjetiva e objetiva. Em seu sentido subjetivo, consiste na Administração Pública em sentido estrito e Governo ou órgãos governamentais. Já em sentido objetivo, arange a função administrativa e a função política, que compõem a chamada função executiva. Afunilando um pouco mais o tema, temos que a Administração Pública em sentido estrito pode ser analisada so dois sentidos: objetivo, material ou funcional e subjetivo, formal e orgânico.

38 vol. 2 DIREITO ADMINISTRATIVO Lucas Pavione Esquematicamente, temos o seguinte: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - - - - - - Feitas tais considerações, analisemos a Administração Pública em sentido estrito, que efetivamente interessa ao Direito Administrativo. 5.1. Sentido Objetivo, Material ou Funcional A administração púlica grafada com letras minúsculas representa o próprio exercício da função administrativa pelo Estado, por meio de seus agentes e órgãos. É a própria dinâmica estatal na gestão dos interesses púlicos, a atividade material direta e imediata dos ins do Estado. DI PIETRO (Cf. 2010, pp. 54-56) entende que estão arangidos neste sentido de administração púlica o fomento, a polícia administrativa, serviço público e intervenção: Fomento: é a atividade administrativa de incentivo à inciativa privada de utilidade púlica, arangendo as subvenções, o nanciamento, so condições especiais, de determinados empreendimentos, de estímulo a determinadas atividades e as desapropriações em favor de entidades privadas sem ins lucrativos, visando à realização de atividades úteis à coletividade Polícia administrativa: compreende as atividades de execução das limitações administrativas, ou seja, restrições

Cap. I ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 39 do interesse coletivo. Serviço Público executa, com ou sem exclusividade, devido à sua essencialidade e relevância, para satisfazer determinadas necessidades coleti- Intervenção: implica na atuação do Estado no setor privado, econômica de natureza privada (intervenção indireta como a atuação direta por meio das empresas estatais (intervenção direta), situação esta que implica na atuação do Estado em conformidade com as normas de direito privado (art. 173, 1.º, II da CF/88). DI PIETRO admite apenas a intervenção indireta como representação do exercício de função administrativa. 5.2. Sentido Subjetivo, Formal ou Orgânico Considera-se, por este critério, o sujeito da função administrativa. agentes e pessoas jurídicasfunção administrativa. Importa salientar que as entidades privadas prestadoras de serviço públiconão fazem parte des que se enquadram na função administrativa. ATENÇÃO - -

40 vol. 2 DIREITO ADMINISTRATIVO Lucas Pavione Estado Estado Função - Ente personalizado - três poderes ou funçõesexecu- Judiciário Teoria da separação dos Poderes: - - : a função jurisdicional fun- - - - -

Cap. I ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 41 Administração - exercício - fomento sujeito -