Frequência de cardiopatia grave definida pela fração de ejeção e seus correlatos associados em portadores de miocardiopatias diversas

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Transcrição:

I UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA Fundada em 18 de fevereiro de 1808 Monografia Frequência de cardiopatia grave definida pela fração de ejeção e seus correlatos associados em portadores de miocardiopatias diversas Mateus Soares Moreira Majdalani de Melo Salvador (Bahia) Fevereiro, 2014

II UFBA/SIBI/Bibliotheca Gonçalo Moniz: Memória da Saúde Brasileira Melo, Mateus Soares Moreira Majdalani de M528 Freqüência de cardiopatia grave definida pela fração de ejeção e seus correlatos associados em portadores de miocardiopatias diversas / Mateus Soares Moreira Majdalani de Melo. Salvador: MSMM, Melo, 2014. VIII; 48 fls. : il. [tab.]. Inclui anexos Orientador: Prof. Dr. José Alberto Martins da Matta. Monografia (Conclusão de Curso) Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Medicina da Bahia, Salvador, 2013. 1. Cardiopatia grave. 2. Fração de ejeção. 3. Miocardiopatia 4. Doença de Chagas. 5. Disfunção ventricular esquerda. I. Matta José Alberto Martins da. II. Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Medicina. III. Título. CDU : 616.12

III UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA Fundada em 18 de fevereiro de 1808 Monografia Frequência de cardiopatia grave definida pela fração de ejeção e seus correlatos associados em portadores de miocardiopatias diversas Mateus Soares Moreira Majdalani de Melo Professor orientador: José Alberto Martins da Matta Monografia de Conclusão do Componente Curricular MED-B60/2013.2, como prérequisito obrigatório e parcial para conclusão do curso médico da Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia, apresentada ao Colegiado do Curso de Graduação em Medicina. Salvador (Bahia) Fevereiro, 2014

Monografia: Frequência de cardiopatia grave definida pela fração de ejeção e seus correlatos associados em portadores de miocardiopatias diversas, de Mateus Soares Moreira Majdalani de Melo Professor orientador: José Alberto Martins da Matta IV COMISSÃO REVISORA: José Alberto Martins da Matta (Presidente), Professor Associado I do Departamento de Medicina Interna e Apoio Diagnostico da Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia. Antonio Gilson Lapa Godinho, Professor Assistente IV do Departamento de Anestesiologia e Cirurgia da Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia. Tiago Landim D Avila, Doutorando do Curso de Doutorado do Programa de Pós graduação em Ciências da Saúde (PPgCS) da Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia. TERMO DE REGISTRO ACADÊMICO: Monografia avaliada pela Comissão Revisora, e julgada apta à apresentação pública no VI Seminário Estudantil de Pesquisa da Faculdade de Medicina da Bahia/UFBA, com posterior homologação do conceito final pela coordenação do Núcleo de Formação Científica e de MED-B60 (Monografia IV). Salvador (Bahia), em de de 2014.

Tudo o que temos de decidir é o que fazer com o tempo que nos é dado - J.R.R.Tolkien V

Aos meus pais e irmãos. VI

EQUIPE Mateus Soares Moreira Majdalani de Melo, Faculdade de Medicina da Bahia/UFBA. Correio-e: mateus.ufba@gmail.com. José Alberto Martins da Matta, Faculdade de Medicina da Bahia/UFBA; VII INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Faculdade de Medicina da Bahia (FMB) Hospital Universitário Professor Edgar Santos (HUPES) FONTES DE FINANCIAMENTO 1. Recursos próprios.

VIII AGRADECIMENTOS Ao meu Professor orientador, Doutor José Alberto Martins da Matta, pela dedicação, pelo trabalho, pelas inúmeras horas e reuniões dedicadas a realização desse trabalho e, principalmente, pelos grandes ensinamentos. Aos meus amigos, Rafael Cavalcanti Mota e Adriano Augusto Teixeira Guimarães, pelo grande suporte, fazendo criticas, sugestões e revisando todo o trabalho. Aos meus pais, Julio Cesar Majdalani de Melo e Edinalva Soares Moreira Majdalani de Melo, que dedicaram anos de suas vidas me ensinando o valor do trabalho e do estudo para que um dia eu alcançasse um momento como esse.

SUMÁRIO ÍNDICE DE TABELAS 2 I. RESUMO 3 II. OBJETIVOS 4 III. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 5 IV. METODOLOGIA 8 V. RESULTADOS 11 VI. DISCUSSÃO 16 VII. CONCLUSÕES 19 VIII. SUMMARY 20 IX. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS X. ANEXOS ANEXO I: Copia da ficha de admissão do Ambulatório de insuficiência cardíaca e miocardiopatias ANEXO II: Copia da ficha de evolução do Ambulatório de insuficiência cardíaca e miocardiopatias ANEXO III: Copia da ficha de retorno rápido do Ambulatório de insuficiência cardíaca e miocardiopatias ANEXO IV: Copia do parecer consubstanciado do projeto ANEXO V: Copia do parecer de dispensa do termo de consentimento livre e esclarecido 21 24 30 35 36 39

2 ÍNDICE DE TABELAS TABELA 1 Dados demográficos e clínicos de 629 portadores de miocardiopatias. 12 TABELA 2 Frequência de etiologias em 629 portadores de miocardiopatias. 12 TABELA 3 Frequência de cardiopatia grave definida pela FEVE 35% 13 entre 629 miocardiopatas. TABELA 4 Frequência das miocardiopatias em portadores de cardiopatia 13 grave definida pela FEVE 35% (p<0,00). TABELA 5 Comparação entre a existência de cardiopatia chagásica 14 e pacientes com FEVE 35%. TABELA 6 Comparação entre os pacientes com FEVE 35% e correlatos clínicos. 14

3 I. RESUMO Frequência de cardiopatia grave definida pela fração de ejeção e seus correlatos associados em portadores de miocardiopatias diversas Introdução: O Brasil prevê benefícios para os portadores de doenças graves. A cardiopatia grave foi definida pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) ao produzir em 2006, a II Diretriz Brasileira de Cardiopatia Grave. A conceituação vale-se de dois preceitos: tipo da doença de base e acometimento funcional. Em determinadas condições pode-se configurar a cardiopatia grave através da fração de ejeção do ventrículo esquerdo menor que 35%. Objetivos: Determinar a frequencia de cardiopatia grave e seus correlatos e apresentar uma nova abordagem para a serie clinica estudada. Metodologia: Trata-se de um estudo de corte transversal baseado em uma análise de 806 prontuários não selecionados na Clinica de Miocardiopatias e Insuficiência Cardíaca do Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos no período de 13/09/2002 a 13/06/2008. Como critério de inclusão, os prontuários deveriam possuir dados do ecocardiograma, o que resultou em 629 prontuarios. Resultados: Houve um numero proporcional de homens e mulheres na população, prevalecendo aqueles de etnia não branca. A maior parte da população apresentação edema em MMII, dispneia aos esforços, era hipertensa e estava em uso de digoxina. Discussão: O presente estudo analisou comparativamente os diversos dados clínicos dos pacientes e percebeu uma relação entre esses achados e a cardiopatia grave, enquanto a etiologia da doença mais frequente, a chagásica, foi considerada fator predisponente para a cardiopatia grave. Conclusão: Quase metade da população tem critérios para a cardiopatia grave, sendo homens, hipertensos, dispneicos e em uso de digoxina os mais prevalentes. A doença é frequente no ambulatório e o medico deve ajudar o paciente em conseguir seus direitos. Palavras chave: 1. Cardiopatia grave; 2. Fração de ejeção; 3. Miocardiopatia; 4. Doença de chagas; 5. Disfunção ventricular esquerda.

4 II. OBJETIVOS PRINCIPAL Determinar a frequência de cardiopatia grave e seus correlatos clínicos e demográficos na serie clinica apresentada. SECUNDÁRIO 1. Representar uma nova abordagem de pesquisa sobre a serie clinica apresentada.

5 III. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O Brasil prevê, em sua legislação, benefícios para os portadores de doenças graves através da lei 7.713/88, porém deixa espaços para interpretações, pois não define essas patologias (11). Algumas delas, como a cardiopatia grave, foco desse estudo, aparecem na legislação brasileira antes mesmo da promulgação da referida lei. A cardiopatia grave, referida na legislação brasileira em 1952, no Estatuto dos Funcionários Civis da União, pela lei 1.711 (item 11, artigo 178), foi definida como doença que leva, em caráter temporário ou permanente, a redução da capacidade funcional do coração, a ponto de acarretar risco a vida ou impedir o servidor de exercer suas atividades laborais (11). O medico perito, portanto, tinha que se valer de dados subjetivos para dar o diagnostico final do paciente. Nos últimos 40 anos, a medicina pericial evolui bastante e hoje já se percebe a necessidade da utilização de avaliação diagnóstica através de rigorosa avaliação clinica e comprovação laboratorial (10). Em setembro de 2006 foi liberada pelo Ministério da Defesa, através da portaria normativa 1174/MD, a conceituação de cardiopatia grave que serviu de base para a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), que já havia emitido uma diretriz com alguns critérios diagnósticos de relevante importância para o perito que for examinar um paciente em um evento pericial (10,15). Com a atualização do tema, a SBC veiculou em 2006 a II Diretriz Brasileira de Cardiopatia Grave que é a mais atual e foi utilizada nesse trabalho. A conceituação de cardiopatia grave vale-se de dois preceitos: tipo da doença de base e acometimento funcional. Para a doença de base são consideradas tanto as doenças crônicas como as doenças agudas e, entre elas, estão: a) cardiopatias agudas, que se tornam graves rapidamente e acometem a funcionalidade do coração;

6 b) cardiopatias crônicas que, mesmo após tratamento medicamentoso ou cirúrgico, limitam progressivamente as funcionalidades do coração mesmo após os mecanismos de compensação; c) cardiopatias crônicas ou agudas que dependem completamente de suporte inotrópico farmacológico ou mecânico; d) cardiopatia terminal: forma de doença em que existe a diminuição importante da expectativa de vida do paciente, que geralmente é não responsiva ao tratamento farmacológico maximo, ao suporte hemodinâmico externo e, também, não são candidatos à terapia cirúrgica, seja para correção da doença de base ou para transplantes cardíacos, devido à severidade do quadro e das comorbidades associadas. Os critérios para considerar que existe acometimento funcional do órgão é feita através da identificação de uma ou mais das seguintes síndromes: insuficiência cardíaca, insuficiência coronariana, arritmias complexas, bem como hipoxemia e manifestações de baixo débito cerebral, secundárias a uma cardiopatia (5,9,10,12,18,21,22). Esses critérios são utilizados para que os pacientes possam ser estratificados em classes ou grupos, da seguinte forma: a) GRAU I: paciente portador de doença cardíaca, sem limitação da atividade física não provocar sintomas de fadiga acentuada, palpitações, dispneias, angina de peito, nem sinais e sintomas de baixo fluxo cerebral; b) GRAU II: paciente portador de doença cardíaca, com leve limitação de atividade física. Este paciente sente-se bem em repouso, porem os grandes esforços provocam angina no peito, palpitação, dispneia ou fadiga; c) GRAU III: paciente portadores de doença cardíaca com nítida limitação de atividade física. Este paciente sente-se bem em repouso, mas acusa fadiga, dispneia, palpitação ou angina de peito aos pequenos esforços;

7 d) GRAU IV: paciente portador de doença que limite qualquer atividade física. Mesmo em repouso, ele apresenta fadiga, dipneia, palpitação ou angina de peito. Como previsto, qualquer diagnostico clinico de doença que limite a capacidade funcional do coração deve passar por um rigoroso exame. Dessa forma, é indispensável: historia clinica completa com evolução da doença; exame clinico; eletrocardiograma, em repouso; eletrocardiograma dinâmico; teste ergométrico; teste de caminhada em 6 minutos; ergoespirometria (VO2 pico<14 ml/kg/min); questionário de qualidade de vida SF-36; ecocardiograma em repouso; ecocardiograma associado a esforço ou procedimento farmacológico; estudo radiológico do tórax, objetivando o coração, vasos e campos pulmonares, com no mínimo duas incidências; cintilografia miocárdica associada a teste ergométrico; cintilografia miocárdica a fármacos; cinecoronarioventriculografia; angiotomografia computadorizada, tomografia coronariana computadorizada, angiorressonância magnética e ressonância magnética cardíaca. Como existem diversos exames complementares que são utilizados, a definição da cardiopatia grave pode acabar ficando prejudicada, pela grande dificuldade de realização de tantos exames, principalmente nas redes publicas de saúde. Em determinadas condições, apenas um item, isoladamente, pode configurar uma cardiopatia grave, como a fração de ejeção do ventrículo esquerdo menor que 35% (1,7,10,24). As doenças cardíacas foram divididas em grupos e para cada um deles, dados da historia e do exame clinico são utilizados como critério para a definição de cardiopatia grave (4,5,7,10,13).

8 IV. METODOLOGIA Trata-se de um estudo de corte transversal baseado em uma análise de 806 prontuários de pacientes não selecionados e sequencialmente atendidos na Clinica de Miocardiopatias e Insuficiência Cardíaca do Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos (COM-HUPES) no período de 13/09/2002 a 13/06/2008. A Clínica de Miocardiopatias trabalha com fichas padronizadas, que permitem um atendimento sistematizado e apto a gerar informações adequadas para recuperação ágil dos dados coletados, facilitando o conhecimento do perfil atual das miocardiopatias regionais. O levantamento inicial destes dados foi realizado em 2011, o que permitiu a formação de um amplo banco de dados direcionado a esta população (vide apêndice/protocolos clínicos usados nas consultas médicas), como parte do projeto intitulado Descrição atual sistematizada e extensiva da miocardiopatia da Doença de Chagas, e determinação dos fatores de risco para Acidente Vascular Cerebral, comparativamente às miocardiopatias não chagásicas, em uma Clínica de Referência em Miocardiopatias e Insuficiência Cardíaca, aprovado pelo CEP HUPES 15/07/2011 (cadastro 36/11), tendo já resultado em uma publicação. As fichas clínicas foram utilizadas na rotina de atendimento e anexadas aos prontuários médicos dos 806 pacientes atendidos neste período. Incluem informações sistematizadas, identificadas por uma numeração sequencial, e catalogadas através de identificadores numéricos capazes de gerar um banco de dados no programa SPSS com variáveis categóricas ou numéricas, incluindo os dados abaixo descritos e conforme os documentos anexos no apêndice deste trabalho (ficha de admissão, ficha de evolução e ficha de retorno rápido). Os dados incluídos nas fichas dos pacientes representaram aqueles que integraram a consulta médica habitual e necessária para cada caso, não sendo realizados exames visando à mera obtenção de informações, de modo que as mesmas reproduziram a situação real do atendimento médico, do modo como fluiu a prática clínica neste período

9 recente e atual, sem qualquer adaptação para um cenário de pesquisa, ficando a pesquisa restrita apenas à recuperação e à qualidade das informações geradas neste contexto. Dados incluídos nas fichas padronizadas: Identificação e dados demográficos, escolaridade e hábitos de vida como alcoolismo e tabagismo, dieta (restrição de sal), antecedentes médicos descritos (hipertensão arterial sistêmica, revascularização miocárdica, diabetes mellitus, presença de marca-passo definitivo implantado, insuficiência renal, uso de cardio-desfibrilador implantável, doença arterial coronária, história de parada cardiorrespiratória, clínica de acidente vascular cerebral atual ou passado, história de tromboembolismo pulmonar), resultados das sorologias para Doença de Chagas, número de internações por insuficiência cardíaca no último ano antes do atendimento, número de atendimentos de emergência no último ano, história familiar para doenças cardiovasculares (morte súbita, miocardiopatias, doença de Chagas, doença arterial coronária precoce, hipertensão arterial sistêmica, diabetes, dislipidemia), tratamento medicamentoso e aderência ao mesmo de modo especificado (IECA, antagonistas dos receptores de angiotensina II, anlodipino, hidroclorotiazida, furosemida, espironolactona, ß- bloqueador, digitálico, amiodarona, hidralazina, nitrato, anticoagulantes, antiagregantesplaquetários e outros medicamentos), dados do exame físico, dados do eletrocardiograma, dados das gravações de Holter, Rx do tórax, ecocardiograma bidimensional com doppler colorido, cintilografia do miocárdio quando disponível, cateterismo cardíaco das coronárias ou outro procedimento se indicado pela clínica do paciente, exames laboratoriais realizados, quesitos específicos sobre a apresentação e evolução da IC, etiologia mais provável CMP, suspeita diagnóstica conclusiva e condutas adotadas.

10 Análise estatística: Foi realizada através da formação do banco de dados no programa SPSS 16.0 com utilização de estatística descritiva para as frequências dos dados demográficos, teste t de Student ou Análise de Variância para comparação entre médias de dados com distribuição normal ou testes não paramétricos aplicados a dados que não satisfaçam critérios de normalidade ou homocedasticidade, testes para comparações de proporções (chi-quadrado ou Fisher) e estratificação da amostra quando possível visando possíveis ajustes para identificação de confundimento nas associações que vierem a ser identificadas.

11 V. RESULTADOS Dos 806 prontuários de pacientes cadastrados no banco de dados, 16 foram excluídos do estudo por não apresentarem a idade, ou data de nascimento. Como critério de inclusão, os prontuários deveriam possuir dados do ecocardiograma (ECO). Dessa forma, outros 161 foram excluídos, resultando em 629 o total de prontuários com dados validos para serem analisados. Os prontuários incluídos no estudo apresentavam dados de pacientes que tinham 57 ± 12,7 anos, sendo 352 (56,0%) homens, 517 (82,2%) considerados de etnias não brancas, 340 (54,1%) hipertensos e 70 (11,1%) diabéticos. Outras comorbidades e eventos vasculares também foram observados na historia clinica dos pacientes, sendo relevantes: doença arterial coronariana (15,7%); acidente vascular cerebral (14,0%); insuficiência renal crônica (6,7%); tromboembolismo pulmonar (1,1%). Os dados clínicos importantes usados para a analise, como hábitos de vida, uso de medicações, alterações no eletrocardiograma (ECG) e alterações clinicas, apresentaram as seguintes frequências: alcoolismo (6,4%); tabagismo (14,1%); marca-passo (8,3%); uso de digoxina (37,4%); ECG normal (45,0%); ritmo não sinusal (25,4%); edema em MMII (58,7%) e dispneia aos esforços (86,5%). Todas as características clinicas e demográficas dos pacientes estão apresentadas na Tabela 1. Por se tratar de uma clinica de miocardiopatias e insuficiência cardíacas, e como objetivo do estudo, observou-se a causa etiológica principal das patologias que trouxeram os pacientes ao ambulatório. Dentre as causas principais, observou-se que 255 pacientes (40,5%) possuíam doença de chagas, 147 (23,4%) apresentavam miocardiopatia hipertensiva e 53 (8,4%) miocardiopatia isquêmica. A Tabela 2 apresenta essas etiologias e as outras que se apresentaram menos frequentemente, como: idiopática (7,0%); valvular (2,9%); alcoólica (2,2%); hipertrófica (2,2%); viral (1,3%); periparto (0,8%); endomiocardiofibrose (0,8%); restritiva (0,3%); outras (10,2%).

12 Tabela 1 - Dados demográficos e clínicos de 629 portadores de miocardiopatias. Dados demográficos e clínicos Frequência Absoluta Frequência Relativa (%) Idade (anos) 57±12,7 - Gênero (M) 352 56,0 Etnia (Não brancos) 517 82,2 Hipertensão 340 54,1 Diabetes 70 11,1 Doença Arterial Coronariana 99 15,7 Acidente Vascular Cerebral 88 14,0 Insuficiência Renal Crônica 42 6,7 Tromboembolismo Pulmonar 7 1,1 Digoxina 235 37,4 Marca-passo 52 8,3 Tabagismo atual 89 14,1 Alcoolismo 40 6,4 ECG normal 283 45,0 Ritmo não sinusal 160 25,4 Dispneia a esforços 544 86,5 Edema em MMII 369 58,7 Total 629 100 Tabela 2 - Frequência de etiologias em 629 portadores de miocardiopatias. Etiologia Frequência Absoluta Frequência Relativa (%) Chagásica 255 40,5 Hipertensiva 147 23,4 Isquêmica 53 8,4 Idiopática 44 7,0 Valvular 18 2,9 Alcoólica 14 2,2 Hipertrófica 14 2,2 Viral 8 1,3 Periparto 5 0,8 Endomiocardiofibrose 5 0,8 Restritiva 2 0,3 Outra 64 10,2 Total 629 100 Ao analisar o ECO, utilizou-se o valor da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE), como o principal parâmetro para adequação da classificação de cardiopatia grave. O valor estabelecido foi FEVE 35%, o que representou um contingente de 260 pacientes (41,3%), dos incluídos no estudo (Vide Tabela 3).

13 Tabela 3 - Frequência de cardiopatia grave definida pela FEVE* 35% entre 629 miocardiopatas. Resultado FEVE 35% Frequência Absoluta 260 Frequência Relativa (%) 41,3 FEVE 35% 369 58,7 Total 629 100 *Fração de ejeção do ventrículo esquerdo medida no ecocardiograma Tabela 4 - Frequências das miocardiopatias em portadores de cardiopatia grave definida pela FEVE 35% (p<0,00). Etiologia Frequência absoluta Frequência relativa (%) Chagásica 115 44,2 Hipertensiva 58 22,3 Isquêmica 23 8,8 Idiopática 23 8,8 Valvular 11 4,2 Alcoólica 9 3,5 Hipertrófica 1 0,4 Viral 6 2,3 Periparto 2 0,8 Endomiocardiofibrose 0 0,0 Restritiva 0 0,0 Outras 12 4,6 Total 260 100 Tentando relacionar as etiologias das doenças cardíacas encontradas e o critério de cardiopatia grave, cruzou-se os dois dados e observou-se que 115 (44,2%) dos pacientes com FEVE 35% tinham doença de chagas, enquanto 58 (22,3%) possuía miocardiopatia hipertensiva e 23 (8,8%) doença isquêmicas. Em menor quantidade, observou-se que as outras etiologias se distribuíam da seguinte forma: 23 (8,8%) doença de causa idiopática; 11 (4,2%) de causa valvular; 9 (3,5%) alcoólica; 1 (0,4%) hipertrófica; 6 (2,3%) viral; 2 (0,8%) periparto; 0 (0,0%) casos para doenças restritiva e endomiocardiofibrose e 12 (4,6%) por outras causas. A Tabela 4 apresenta o cruzamento dos dados com todas as etiologias encontradas na Tabela 2, que obteve um p<0,00.

14 Devido a grande frequência das patologias relacionadas a doença de chagas no Brasil, resolveu-se estabelecer uma comparação entre os pacientes com e sem a doença e aqueles que apresentavam o critério para cardiopatia grave (3,6,16,17,20,23). Assim encontrou-se que 115 (18,3%) pacientes tinham a doença de chagas e encaixavam-se no critério de cardiopatia grave, enquanto 140 (22,3%) foram classificados com cardiopatia grave, mas não tinham doença de chagas, encontrando um p<0,10, de acordo com a Tabela 05. Tabela 5 - Comparação entre a existência de cardiopatia chagásica e pacientes com FEVE 35%. Cardiopatia Chagásica Doença FEVE 35% Frequência Relativa(%) p Sim 120 46,2 0,10 Não 140 53,8 0,10 260 100 Na Tabela 6, resolveu-se observar as características clinicas os correlatos dos pacientes que apresentavam o critério para cardiopatia grave e aqueles que não, usando a analise estatística como método de comparação. Para cada correlato, tem-se: gênero masculino (p<0,00); etnia não branca (p<0,28); hipertensão (p<0,04); diabetes (p<0,80); doença arterial coronariana (p<0,66); insuficiência renal crônica (p<0,75); tromboembolismo pulmonar (p<0,45); acidente vascular cerebral (p<0,24); uso de marca-passo (p<0,47); alcoolismo (p<0,28); tabagismo atual (p<1,00); ECG normal (p<0,01); ritmo não sinusal (p<0,14); edema em MMII (p<0,74); dispneia aos esforços (p<0,02); uso de digoxina (p<0,00).

15 Tabela 6 - Comparação entre os pacientes com FEVE 35% e correlatos clínicos. Cardiopatia Grave Correlatos Sim Não p Gênero (M) 168 / 0,00 Etnia (Não brancos) 48 208 0,28 Hipertensão 128 132 0,04 Diabetes 30 230 0,80 Doença Arterial Coronariana 39 217 0,66 Insuficiência Renal Crônica 16 243 0,75 Tromboembolismo Pulmonar 4 253 0,45 Acidente Vascular Cerebral 31 229 0,24 Marca-passo 24 235 0,47 Alcoolismo 20 238 0,28 Tabagismo atual 37 233 1,00 ECG normal 101 158 0,01 Ritmo não sinusal 74 185 0,14 Edema em MMII 154 101 0,74 Dispneia a esforços 235 25 0,02 Digoxina 61 162 0,00

16 VI. DISCUSSÃO De acordo com o encontrado nos estudos feitos nos prontuários dos pacientes do ambulatório, evidencia-se a diversidade entre os dados clínicos encontrados. Pode-se perceber que surgem no ambulatório diversos tipos de queixas, desde um paciente que tenha edema em MMII e hipertensão cheio de sintomas e reclamações ou ate mesmo um paciente com uma doença coronariana mais importante, que não apresenta qualquer alteração no interrogatório sistemático. Mesmo assim, essas diversas informações podem confluir para um mesmo tipo de patologia, por caminhos diversos, e apresentar o desfecho comum. Pensando nisso, a Tabela 1 foi montada a fim de demonstrar as diversas características encontradas, desde a etnia dos pacientes atendidos, que prevaleceu sendo a não branca, confirmando o padrão da população que se encontra na cidade da realização do estudo, ate achados clássicos de pacientes miocardiopatas edema de MMII e dispneia aos esforços (4,5,9,14,20). Dessa mesma tabela, percebe-se a expressiva frequência de pacientes hipertensos, aproximadamente 54% da população do estudo, correlacionando os dados encontrados com os expostos na literatura e em sensos demográficos, já que essa patologia é a principal doença cardíaca da população mundial (9,16). Vê-se também, o grande numero de doentes em uso de digoxina, droga usada para aumento da contração miocárdica, a fim de melhorar o nível de disfunção cardíaca, elevando assim FEVE (4,5,9,12,18). Ao tratar das etiologias das doenças miocárdicas, a doença de chagas tem um destaque marcante, representando a principal forma encontrada, o que corrobora os dados da literatura, pois no Brasil ainda existem disparidades socioeconômicas que ajudam na proliferação do vetor da doença, sendo bastante incidente na região do estudo (2,3,6,8,17,20). A cardiopatia hipertensiva aparece em segundo lugar, seguindo a linha sucessória das doenças miocárdicas como esperado para a população em destaque (13). Essas características podem ser evidenciadas quando, no presente estudo, utiliza-se a classificação de cardiopatia grave,

17 FEVE 35%, para estratificar a correlação entre as etiologias encontradas e disfunção miocárdica. Evidencia-se também que um porcentual importante da população estudada, 41,3%, tem dados ecocardiográficos que as classificam como cardiopatas graves, mas podem estar deixando de usufruir o beneficio que lhes é garantido por lei (1,10,11,15,24). Indo um pouco além, o estudo correlacionou a doença de chagas com a cardiopatia grave, já que foi a mais frequente etiologia de doença miocárdica e tem uma grande incidência no pais, obtendo p<0,1 (3,8,16,17,20). A partir desse dado, pode-se inferir que 90% da população chagásica pode estar em um quadro de cardiopatia grave, sendo equivalente ao dado encontrado para a população em todas as outras formas de miocardiopatias. Sendo assim, possuir doença de chagas deveria ser considerado motivo de rastreio para o enquadramento de cardiopatia grave na população. Quando se observa as características da população, gênero e raça não branca, e tentase obter a relação com a cardiopatia grave, percebe-se que o gênero masculino (p<0,00) é um fator de risco para a doença. No caso da etnia, o estudo demonstrou que não existe correlação entre a raça e a possibilidade de doença (p<0,28). Dos correlatos clínicos dos pacientes, observaram-se os dados na forma de cinco grandes grupos: doenças; hábitos de vida; exame eletrocardiográfico; queixas; intervenções medicas. Para doenças hipertensão; diabetes; doença arterial coronariana; insuficiência renal crônica; tromboembolismo pulmonar; acidente vascular cerebral observou-se que, com exceção da hipertensão (p<0,04), nenhuma das outras patologias pode ser considerada como fator concomitante de cardiopatia grave. No caso da hipertensão, uma possível explicação para a relevância estatística é a fisiopatologia da doença que, gradualmente, pode causar diminuição da FEVE (1,5,7,13). Ao observar os hábitos de vida alcoolismo (p<0,28) e tabagismo (p<1,00) evidencia-se que não existe relação estatística com a cardiopatia grave. Ao utilizar o eletrocardiograma para tentar correlacionar a existência de cardiopatia grave nos

18 pacientes, percebe-se que ambos os parâmetros observados eletrocardiograma normal (p<0,01) e ritmo não sinusal (p<0,14) são encontrados nos pacientes do grupo a ser analisado. Dessa forma, pode-se constatar que esse não seria o exame ideal para realizar a estratificação dos pacientes. Das queixas - edema de MMII e dispneia - dos pacientes no momento do interrogatório sistemático, sabe-se que existe uma frequência recorrente desses dois parâmetros com as patologias cardíacas (4,9,10,12,13,18). Mesmo assim, o estudo encontrou que apenas a dispneia tem alguma relevância estatística (p<0,02) e pode ser considerada fator de concordância com a cardiopatia grave. Entende-se ainda que as possíveis intervenções, cirúrgicas ou medicamentosas, são realizadas a fim de melhorar as disfunções cardíacas dos pacientes (2,9,10,13,18). Assim, a utilização do marca-passo (p<0,47) não pode ser considerada como fator diagnostico para a cardiopatia grave, pois não existe a relação estatística entre o marca-passo e a classificação dos doentes. O uso da digoxina (p<0,00), por sua vez, comprova que os pacientes com indicação para esse fármaco, apresentam disfunção suficiente e se enquadram na lei federal.

19 VII. CONCLUSÕES 1. 41,3% dos pacientes da população estudada apresentam características para serem enquadrados nos critérios de cardiopatia grave, sendo homens, hipertensos, dispneicos e em uso de digoxina, as características e os correlatos clínicos mais importantes a serem observados. 2. O estudo evidenciou que a classificação da cardiopatia grave, subutilizada pelos médicos e peritos, é frequente nos meios ambulatoriais e poderia estar beneficiando diversos pacientes no âmbito legal.

20 VIII. SUMMARY Frequency of severe heart disease defined by ejection fraction and its correlates associated in patients with different cardiomyopathies Introduction: Brazil provides benefits for patients with severe diseases. Severe heart disease was defined by the Brazilian Society of Cardiology (SBC) in 2006, when it published the II Brazilian Guidelines for Severe Heart Disease. The concept draws on two principles: the type of the underlying disease and functional impairment. Under certain conditions you can configure the severe heart disease by ventricular fraction ejection less than 35%. Objectives: To determine the frequency of severe heart disease and its correlates, presenting a new approach to the clinical series presented. Methodology: This was a cross-sectional study based on an analysis of 806 unselected records from the Clinic of Cardiomyopathy and Heart Failure in Professor Edgard Santos University Hospital Complex in the period from 09/13/2002 to 06/13/2008. As inclusion criteria, the data records should have an echocardiogram, which resulted in 629 records. Results: There were a proportionate number of men and women in the studied population, most of them was non-white ethnicity. The majority of the population presented lower limbers edema, dyspnea, was hypertensive and was taking digoxin. Discussion: The present study comparatively analyzed several clinical data of patients and found a correlation between these findings and severe heart disease, while the most frequent etiology of disease, Chagas, was considered a predisposing factor. Conclusion: Almost half the population has criteria for severe heart disease with men, hypertensive, dyspneic and digoxin the most prevalent factor for it. The disease is common in the clinic and the doctor should assist the patient in achieving their rights. Keywords: 1. Severe heart disease; 2. Ventricular ejection fraction; 3. Cardiomyopathy; 4. Chagas disease; 5.Left ventricular dysfunction

21 IX. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1) Barros MVL, Rocha MOC, Ribeiro ALP, Machado FS. Tissue Doppler Imaging Enables the Identification of Diastolic Dysfunction of Pseudonormal Pattern in Chagas Disease. J Am Soc Echocardiogr 2001;14(5):353-59. 2) Bern C, Montgomery SP, Herwaldt BL, Rassi A, Jr., Marin-Neto JA, Dantas RO, et al. Evaluation and Treatment of Chagas Disease in the United States: A Systematic Review. JAMA 2007 Nov 14;298(18):2171-81. 3) Coura JR VMDJ. Situação Epidemiológica Atual Da Doença De Chagas No Brasil. Revista de Patologia Tropical 2000;29.(29):33-45. 4) da Matta JA, Aras R, Jr., de Macedo CR, da Cruz CG, Netto EM. Stroke correlates in chagasic and non-chagasic cardiomyopathies. PLoS One 2012;7(4):e35116. 5) Diagnosis and Management of Chronic Heart Failure in the Adult: ACC/AHA 2005 Guideline Update Circulation. 2005;112: (electronic). 6) Dias JCP. História natural da doença de Chagas. In: Rassi Junior A, ed. Simpósio ABC Doença de Chagas. Arq Bras Cardiol 1995;65(4):359-66. 7) Farias CA, Rodriguez L, Garcia MJ, Sun JP, Klein AL, Thomas JD. Assessment of diastolic function by tissue Doppler echocardiography, comparision with standard transmitral and pulmonary venous flow. J Am Soc Echocardiogr1999;(12):609-17. 8) Hotez PJ, Molyneux DH, Fenwick A, Kumaresan J, Sachs SE, Sachs JD, et al. Control of Neglected Tropical Diseases. N Engl J Med 2007 Sep 6;357(10):1018-27. 9) I Diretriz Latino-Americana para Avaliação e Conduta na Insuficiência Cardíaca Descompensada. Arq Bras Cardiol. 2005; 85(Supl III):1-48. 10) II Diretriz Brasileira de Cardiopatia Grave. Arquivos Brasileiros de Cardiologia Volume 87, n6, agosto de 2006

22 11) Lei Nº 7.713, DE 22 DE DEZEMBRO DE 1988. Presidência da Republica Federativa do Brasil. Consulta realizada em 25/01/2013, http:www.planalto.gov.brccivil_03leisl7713.htm 12) Lopaschuk GD, Stanley WA, Lopaschuk CC (2005) Metabolic approach in heart failure: the rationale for metabolic interventions. Heart Metab 27:5 10 13) Maron BJ, McKenna (Chairpersons) WJ, Danielson GK, Kappenberger LJ, Kuhn HJ, Seidman CE, et al. Wigle Hypertrophic Cardiomyopathy (Clinical Expert Consensus Document on). Eur Heart J. 2003;24(21):1965-91. 14) Marques DSO, Canesin MF, Barutta Junior F, Fugandi CJ, Barretto ACP. Avaliação de pacientes assintomáticos com forma crônica da doença de chagas através de analise do eletrocardiograma dinâmico, ecocardiograma e do peptídeo natriurético tipo B. Arq Brasileiros de Cardiologia Volume 87, n3, Set 2006. 15) Portaria Normativa 1174/MD, Ministério da Defesa da Republica Federativa do Brasil. Consulta realizada em 25/01/2013, http://www.periciamedicadf.com.br/ manuais/ministeriodefesa3.2.1.php. 16) Prata A. Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease. Lancet Infect 2001;1:92-100. 17) Prata A. O Aumento da Prevalência da Forma Indeterminada em Relação às Outras Formas Clínicas. Rev da Soc Bras de Med Trop. Lancet 2000;(33(Supl II)):44. 18) Revisão das II Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia para o Diagnóstico e Tratamento da Insuficiência Cardíaca. Arq Bras Cardiol. 19) Schmunis GA ZFMA. Interruption of Chagas' disease transmission through vector elimination. Lancet 1996;348:1171. 20) Secretaria de Vigiância em Saúde do Ministério da Saúde. Consenso Brasileiro em Doença de Chagas. Rev Soc Bras Med Trop 2005;38 (Supl III):1-29.

23 21) Stanley WC, Chandler MP (2002) Energy metabolism in the normal and failing heart: potential for therapeutic interventions. Heart Fail Rev 7:115 130 22) Swedberg (Chairperson) K, Cleland J, Dargie H, Drexler H, Follath F, Komajda AM, et al. Chronic Heart Failure (Diagnosis and Treatment of)- Executive Summary and Full Text. Eur Heart J. 2005; 26:1115-1140. 23) Wanderley DM, Litvoc J. [Chagas' disease as main cause of death in the southeastern region of Brazil: presence of contributory causes]. Rev Saude Publica 1994 Feb;28(1):69-75. 24) Yilmaz Gunes Y, Guntekin U, Tuncer M, Sahin M. Improved left and right ventricular functions with trimetazidine in patients with heart failure: a tissue Doppler study. Heart Vessels 2009, Springer 2009.

24 X. ANEXOS ANEXO I AMBULATÓRIO DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA E MIOCARDIOPATIAS ADMISSÃO UPES: 2. Data: / / 3. Nome: 4. Sexo: [1]M [2]F 5. Raça: [1] Branco [2] Mulato [3] Negro [4] Outra 6. Data de Nascimento: / / 7. Endereço: 8. Telefone 1: Telefone 2: 9. Escolaridade: Anos de estudo Lista de problemas: P1: P2: P3: P4:

25 10. Tempo de doença:.3. A. M Queixas: HISTÓRIA DE SINTOMAS 11. Dispnéia [1] Sim [2] Não 12. Edema de MMII [1] Sim [2] Não HÁBITOS DE VIDA (nos últimos 6 meses) 13. Alcoolismo (doses/semana) 14. Tabagismo (cig/dia) 15. Dieta (restrição de sal): [1] Sim [2] Não 16. HAS [1] Sim 17. DM [1] Sim 18. Irenal [1] Sim 19. DAC [1] Sim 20. AVC [1] Sim ANTECEDENTES MÉDICOS [2] Não 21. R. Mioc [1] Sim [2] Não 22. MP definitivo [1] Sim [2] Não 23. Desfibrilador [1] Sim [2] Não 24. PCR [1] Sim [2] Não 25. TEP [1] Sim [2] Não [2] Não [2] Não [2] Não [2] Não 26. Sorologia para Chagas: [1] Positivo [2] Negativo [3] Não realizou 27. Internações por ICC (último ano) nº

26 28. Atendimento emergência (último ano), nº HISTÓRIA FAMILIAR 29. Morte súbita [1] Sim [2] Não 31. Miocardiopatias 1] Sim [2] Não 30. Chagas 1] Sim [2] Não 32. DAC familiar precoce 1] Sim [2] Não TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 33. Regular (> 90% doses) [1] Sim [2] Não, esquecimento [3] Não, dificuldade financeira [4] Não, ambos [5] Outros motivos 34. IECA [1] Não usa Subst.: Dose/dia: 35. Ant. angiotensina [1] Não usa Subst.: Dose/dia: 36. Amlodipina [1] Não usa Subst.: Dose/dia: 37. Hidroclorotiazida [1] Não usa Dose/dia: 38. Furosemida [1] Não usa Dose/dia: 39. Espironolactona [1] Não usa Subst.: Dose/dia: 40. ß-bloqueador [1] Carvedilol [2] Metoprolol [3] Bisoprolol [5] Atenolol [6] Não [4] Propranolol 41. Dose ß-bloq [1] Não usa Dose/dia: 42. Digitálico [1] Não usa Subst.: Dose/dia: 43. Amiodarona [1] Não usa Dose/dia: 44. Hidralazina [1] Não usa Subst.: Dose/dia: 45. Nitrato [1] Não usa Subst.: Dose/dia: 46. Anti-coagulante [1] Não usa Subst.: Dose/dia: 47. Antiagregante Plaquetário OUTROS MEDICAMENTOS: [1] Não usa Subst.: Dose/dia: EXAME FÍSICO 48. PAS: mmhg 51. Peso:

27 49. PAD: mmhg 50. FC: bpm 52. Altura: Exame Físico descritivo: - ELETROCARDIOGRAMA 53. Data: / / 54. Ritmo [1] Sinusal [2] FA [3] Marcapasso [4] Outro 55. BRE [1] Não [2] Sim, < 0,12s [3] Sim, de 0,12 a 0,14s [4] Sim, > 0,14s 56. BRD [1] Não [2] Sim, < 0,12s [3] Sim, de 0,12 a 0,14s [4] Sim, > 0,14s 57. BDAS [1] Não [2] Sim 58. BAV [1] Não [2] 1º Grau [3] 2º Grau [4] 3º Grau HOLTER 59. Data: / / 60. TV [1] Não [2] Sim, não sustentada [3] Sim, sustentada 61. FA [1] Não [2] Sim, paroxística [3] Sim, persistente RAIO X DE TÓRAX 62. Data: / / 63. ICT: [1] 50% [2] 50% 64. Congestão: [1] Não [2] Leve [3] Moderada [4] Severa 66. AE mm 69. PP mm ECOCARDIOGRAMA 65. Data: / / 67. DDVE mm 70. Septo mm 68. DSVE mm 71. FE % 72. Disf. Sist. do VE [1] Não [2] Leve [3] Moderada [4] Severa

28 73. Disf. Diast. do VÊ [1] Não [5] Não Especific. 74. Alt. segmentar [1] Não [2] Sim [2] Alt. do relax. [3] Pseudonormal [4] Restritivo 75. Trombo [1] Não [2] AE/VE [3] AD/VD 76. Insuf. Mitral [1] Ausente/Mínima [2] Leve [3] Moderada [4] Severa 77. Insuf. Tricúspide [1] Ausente/Mínima [2] Leve [3] Moderada [4] Severa CINTILOGRAFIA MIOCÁRDICA 78. Data: / / 79. Isquemia e/ou Fibrose [1] Ausente [2] Presente CATE 80. Data: / / 81. Lesão mais crítica em coronárias [1] 0-24% [2] 25-49% [3] 50-74% [4] 75% 83. Na 84. K 85. Ureia Outros exames: EXAMES LABORATORIAIS 82. Data: / / 86. Creatinina 88. Hb 87. Glicemia CONCLUSÃO 89. Tem diagnóstico clínico de IC atual? 90. A que classe funcional já chegou? [1] Não [4] Sim, CF III [1] I [3] III [5] Não se aplica [2] Sim, CF I [5] Sim, CF IV [2] II [4] IV [3] Sim, CF II 91. Qual a etiologia mais provável? 92. Existe outra etiologia possível? [1] Chagásica [2] Hipertensiva [3] Isquêmica [1] Chagásica [2] Hipertensiva [3] Isquêmica [4] Idiopática [5] Valvular [6] Alcóolica [4] Idiopática [5] Valvular [6] Alcóolica [7] Viral [8] Periparto [9] Hipertrófica [7] Viral [8] Amiloidose [9] Não há [10] Restritiva [11] Endomiocar diofibrose [12] Pericardite constrictiva [13] Amiloidose [14] Outra [15] Não se aplica [10] Não se aplica

29 SUSPEITAS DIAGNÓSTICAS: CONDUTA: Interno: Discutido:

30 ANEXO II AMBULATÓRIO DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA E MIOCARDIOPATIAS EVOLUÇÃO 1. Reg. HUPES: 2. Data: / / 3. Nome: 4. Telefone 1: ( ) Telefone 2: ( ) Lista de problemas: P1: P2: P3: P4: Queixas: EVENTOS DESDE A ÚLTIMA CONSULTA 8. Visita Extra ao Ambulatório, nº 9. Atendimento em emergência (desde última consulta), nº 10. Qual foi o motivo? (marcar um): [1] Não se aplica [6] Edema Agudo Pulmonar [2] AVC [7] Arritmia Cardíaca [3] PCR [8] Síndrome Coronariana Aguda [4] TEP [9] Outro: [5] Insuficiência Cardíaca 11. Internamento (desde a última consulta), nº 12. Qual foi o motivo? (marcar um): [1] Não se aplica [6] Edema Agudo Pulmonar

31 [2] AVC [7] Arritmia Cardíaca [3] PCR [8] Síndrome Coronariana Aguda [4] TEP [9] Cirurgia Cardíaca [5] Insuficiência Cardíaca [10] Outro: TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 33. Regular (> 90% doses) [1] Sim [2] Não, esquecimento [3] Não, dificuldade financeira [4] Não, ambos [5] Outros motivos 34. IECA [1] Não usa Subst.: Dose/dia: 35. Ant. angiotensina [1] Não usa Subst.: Dose/dia: 36. Amlodipina [1] Não usa Subst.: Dose/dia: 37. Hidroclorotiazida [1] Não usa Dose/dia: 38. Furosemida [1] Não usa Dose/dia: 39. Espironolactona [1] Não usa Subst.: Dose/dia: 40. ß-bloqueador [1] Carvedilol [2] Metoprolol [3] Bisoprolol [5] Atenolol [6] Não [4] Propranol ol 41. Dose ß-bloq [1] Não usa Dose/dia: 42. Digitálico [1] Não usa Subst.: Dose/dia: 43. Amiodarona [1] Não usa Dose/dia: 44. Hidralazina [1] Não usa Subst.: Dose/dia: 45. Nitrato [1] Não usa Subst.: Dose/dia: 46. Anti-coagulante [1] Não usa Subst.: Dose/dia: 47. Antiagregante Plaquetário [1] Não usa Subst.: Dose/dia:

32 OUTROS MEDICAMENTOS: EXAME FÍSICO 28. PAS: mmhg 29. PAD: mmhg 30. FC: bpm 31. Peso: 32. Altura: Exame Físico descritivo: - ELETROCARDIOGRAMA 33. Data: / / 34. Ritmo [1] Sinusal [2] FA [3] Marcapasso [4] Outro 35. BRE [1] Não [2] Sim, < 0,12s [3] Sim, de 0,12 a 0,14s [4] Sim, > 0,14s 36. BRD [1] Não [2] Sim, < 0,12s [3] Sim, de 0,12 a 0,14s [4] Sim, > 0,14s 37. BDAS [1] Não [2] Sim 38. BAV [1] Não [2] 1º Grau [3] 2º Grau [4] 3º Grau HOLTER 39. Data: / / 40. TV [1] Não [2] Sim, não sustentada [3] Sim, sustentada 41. FA [1] Não [2] Sim, paroxística [3] Sim, persistente RAIO X DE TÓRAX 42. Data: / / 43. ICT: [1] 50% [2] 50% 44. Congestão: [1] Não [2] Leve [3] Moderada [4] Severa

33 ECOCARDIOGRAMA 45. Data: / / 46. AE mm 49. PP mm 47. DDVE mm 50. Septo mm 48. DSVE mm 51. FE % 52. Disf. Sist. do VE [1] Não [2] Leve [3] Moderada [4] Severa 53. Disf. Diast. do VE [1] Não [2] Alt. do relax. [3] Pseudonormal [4] Restritivo 54. Alt. segmentar [1] Não [2] Sim 55. Trombo [1] Não [2] AE/VE [3] AD/VD 56. Insuf. Mitral [1] Ausente/Mínima [2] Leve [3] Moderada [4] Severa 57. Insuf. Tricúspide [1] Ausente/Mínima [2] Leve [3] Moderada [4] Severa CINTILOGRAFIA MIOCÁRDICA 58. Data: / / 59. Isquemia e/ou Fibrose [1] Ausente [2] Presente CATE 60. Data: / / 61. Lesão mais crítica em coronárias [1] 0-24% [2] 25-49% [3] 50-74% [4] 75% EXAMES LABORATORIAIS 62. Data: / / 63. Na 64. K 65. Uréia Outros exames: 66. Creatinina 68. Hb 67. Glicemia CONCLUSÃO 69. Tem diagnóstico clínico de IC atual? 71. Existe outra etiologia possível? [1] Não [4] Sim, CF III [1] Chagásica [2] Hipertensiva [3] Isquêmica [2] Sim, CF I [5] Sim, CF IV [4] Idiopática [5] Valvular [6] Alcóolica [3] Sim, CF II [7] Viral [8] Amloidose [9] Não há

34 70. Qual a etiologia mais provável? [10] não se aplica [1] Chagásica [2] Hipertensiva [3] Isquêmica [4] Idiopática [5] Valvular [6] Alcóolica [7] Viral [8] Periparto [9] Hipertrófica [10] Restritiva [11] Endomiocar diofibrose [12] Pericardite constrictiva [13] Amloidose [14] Outra [15] Não se aplica SUSPEITAS DIAGNÓSTICAS: CONDUTA: Interno: Discutido:

35 ANEXO III AMBULATÓRIO DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA E CARDIOMIOPATIAS FICHA DE RETORNO RÁPIDO N Registro Idade Data Nome: Profissão Problemas Motivos de Descompensação P1 1. U Suspensao medicacoes 6. LJ Arritmia P2 2. U Infecção 7.LJ Sind. Isquem ia aguda P3 3.G Progressão da doença 8.L: Transgressão dietética P4 4. U Embolia pulmonar 9.LJ Insuficiência renal P5 5. LJ Anemia 10.U Outros Peso Altura Peso usual% Perda peso CB PCT MEDICAMENTOS EM USO/ DOSE DIÁRIA 1- y Ant. Angiotensina:_ 9- U Outro Beta-bloqueador: 2- G AnIodipÍna: 10- U Digitálico: 4- U Outro ant. do cá!cio:_ 11- O Amiodarona 5- LJ Hidroclorotiazida: 12- U Outro Antiarrítmico: 6- D Furosemida: 13- U Antiagregante Plaquetário 7- L : Espironolactona: 14- l Anti-coagulante 8- LJ Carvedilol / Selozok / Concor: 15 - UNitrato: 9- D 1ECA: 16- UHidraiazina RESUMO DADOS CLÍNICOS CONDUTA Sinais/Sintomas: Edema Congestão pulmonar Hipotensão Choque Sincope / Arritmia Taquipnéia Sim 1-D i - n l- D 1-D 1-D 1-D Não 2- D 2- n 2- D 2- D 2- D 2- D APRESENTAÇÃO DO PACD2NTE Quente/ seco 1-U Quente/ úmido 2- G Frio / seco 3-LJ Frio/ úmido 4-LJ Exames Laboratoriais alterados: 1 -U Ureia i-[ Na 2-Li Creatinina 4-1 K 5-LjHt 6- Hg Assinatura 7-L Outros

ANEXO IV 36

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39 ANEXO V Conforme consta do ANEXO IV, que inclui os Pareceres do Comitê de Ética Médica em Pesquisa do Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi dispensado pelo Comitê da Instituição. Trata-se de um trabalho observacional restrito à coleta de dados previamente registrados nos prontuários médicos dos pacientes estudados, sem que fosse necessário outro tipo de contato ou avaliação além daquele realizado no atendimento médico habitual. Os Pareceres iniciais e finais, referentes a este Trabalho, são datados de 19.05.2011 e 15.07.2011 respectivamente, porque o Projeto inicial submetido ao Programa de Pós Graduação em Medicina e Saúde em 2007 na época do processo seletivo, já aprovado pelo respectivo Comitê de Ética em Pesquisa, precisou recentemente ser refeito como um novo Projeto. Embora inicialmente acreditássemos que seria necessária apenas uma adequação do Projeto antigo e uma extensão do Parecer inicial, posteriormente ficou claro que havia se tornado necessário um novo Projeto e um novo Parecer.