Atuação do Pedagogo em instituições não-escolares. Marcella Brito Alves dos Santos Pereira 1 Marina Melo Tavares 2 Alice M.



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Transcrição:

Atuação do Pedagogo em instituições não-escolares. Marcella Brito Alves dos Santos Pereira 1 Marina Melo Tavares 2 Alice M. Happ Botler 3 Resumo: O século XXI traz novas perspectivas para a educação e para o profissional pedagogo que se insere num mercado de trabalho que exige cada vez mais profissionais qualificados e preparados. Esta pesquisa teve por objetivo investigar quais são as áreas de atuação do profissional pedagogo neste contexto, para além da prática docente. A investigação empírica observou instituições em que o pedagogo atua, dentre as quais uma ONG, uma secretaria municipal de saúde, uma empresa de serviços e uma de consultoria. Dentre as conclusões, observamos que os pedagogos estão tendo abertura e condições para atuar nesses espaços não-escolares, em funções não restritas à docência e que o curso de formação lhes oferece o devido respaldo. Palavras-chave: Instituições não-escolares, formação do pedagogo, áreas de atuação. O pedagogo no mercado de trabalho Diante do atual contexto da sociedade, constata-se uma mudança no Curso de Pedagogia, onde o perfil do profissional não se restringe apenas à docência, mas trata da formação do pedagogo que passa a incorporar a atuação também em gestão em espaços escolares e não escolares. Esta nova ênfase que vem sendo dada a sua formação está posta nas Diretrizes Curriculares para o Curso de Pedagogia no Art. 2 : As Diretrizes Curriculares para o curso de Pedagogia aplicam-se à formação inicial para o exercício da docência na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal e em cursos de Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar, bem como em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos (CNE, 2006). 1 Graduanda do Curso de Pedagogia, Centro de Educação UFPE. cellabrito@hotmail.com 2 Graduanda do Curso de Pedagogia, Centro de Educação UFPE. marina.tavares@hotmail.com 3 Profa. Adjunta do Departamento de Administração Escolar e Planejamento Educacional da UFPE. alicebotler@hotmail.com. 1

e III: O mesmo documento afirma ainda, no Art. 4, Parágr afo único, incisos II As atividades docentes também compreendem participação na organização e gestão de sistemas e instituições de ensino, englobando: I - planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de tarefas próprias do setor da Educação; II - planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de projetos e experiências educativas não-escolares; III - produção e difusão do conhecimento científicotecnológico do campo educacional, em contextos escolares e não-escolares. É neste mesmo cenário que a crise na educação toma forma no conjunto dos problemas sócio-econômicos globais, porém novas oportunidades estão se abrindo para o pedagogo no mercado de trabalho nos espaços extra-escolares, como uma função que está sendo vista como necessária, com enfoque nos recursos humanos, nas assessorias de comunicação, marketing e propaganda, ONG s, saúde preventiva, produção de textos, comunicação e relações externas da empresa, pesquisas e etc. Além disso, a própria diversificação do mercado produtivo tem demandado outros profissionais em espaços não-escolares, visando treinamento em serviço, por exemplo, ou atividades em organizações nãogovernamentais, por isso se faz necessário pesquisar mais profundamente quais são as áreas de atuação do profissional pedagogo nesses espaços que não se reduzem à prática docente. O grau de exigência que as instituições demonstram com relação ao perfil dos profissionais que compõem seu quadro de pessoal é muito grande, porém, na maioria das vezes, não possuem um programa de reconhecimento e incentivo que promova a valorização e a conversão de idéias criativas em projetos arrojados. É necessário que a instituição impulsione seus funcionários a buscar mais conhecimentos e, conseqüentemente, maiores resultados, promovendo assim oportunidades de desenvolver e aplicar seu talento e que o anime à atualização constante. 2

Sobre esse assunto, Oliveira (2003, p.36) afirma que a necessidade de os indivíduos disporem de habilidades e conhecimentos adequados aos interesses da produção passa a ser o primeiro elemento considerado nas discussões a respeito das possibilidades de superação do desemprego existente. O autor nos auxilia a compreender este mercado de trabalho em expansão, no qual surge a necessidade dos trabalhadores adquirirem novos conhecimentos que os habilitam a acompanhar as mudanças no mercado de trabalho, por isso a procura por espaços de trabalho que não sejam a prática docente também vem se ampliando com expectativas dos profissionais formados em pedagogia que querem ter oportunidades em outros segmentos. Interessa-nos, particularmente conhecer quais as demandas e campos de atuação do pedagogo nos espaços não-escolares e não resumindo esse profissional apenas com a função de docente ou promotores de capacitação nas instituições. Sendo o pedagogo uma peça importante no funcionamento e nas relações inter-pessoais da instituição, percebe-se o quão fundamental é o seu papel como tendo, também, uma capacidade de ensinar (orientar) os funcionários a lidar com situações-problema e a resolvê-los da melhor maneira, motivando-os a serem bons profissionais. A própria Diretriz, no seu Art. 5, expõe sobre a capacidade do pedagogo promover a aprendizagem de sujeitos em instituições não-escolares: Art. 5º O egresso do curso de Pedagogia deverá estar apto a: IV - trabalhar, em espaços escolares e não-escolares, na promoção da aprendizagem de sujeitos em diferentes fases do desenvolvimento humano, em diversos níveis e modalidades do processo educativo. (CNE, 2006) Desta forma, este trabalho tem como objetivo geral conhecer os campos e as demandas nos espaços não-escolares para o profissional pedagogo diante destas novas possibilidades. Esta discussão a respeito da função do pedagogo nos espaços nãoescolares encontra respaldo nos trabalhos de vários autores, entre eles, CHIAVENATO (1981, 2003), RIBEIRO (2005), e ALMEIDA (2006) conforme veremos a seguir. 3

Novas formas de organização A velocidade da mudança e os desafios do mundo globalizado estão conduzindo a um sentido de emergência quanto ao ajustamento e à adaptabilidade das organizações, como condição para que sobrevivam no novo ambiente de negócios. Desde a década de 30, a preocupação das organizações com a administração de empresas vem sendo influenciada por novas abordagens teóricas e vêm sentindo necessidade de se adaptar às novas formas de comportamento do homem. Isso por conta da transição de modelos, entre os séculos XX e XXI, que está redefinindo os papéis sociais e a política de gestão de pessoas nas organizações. Desta forma, algumas instituições tem características da abordagem clássica da Teoria da Administração de Taylor centrada na especificação e na repetição da atividade mas a abordagem Humanística, que é centrada no homem e nas suas relações inter-pessoais, foi encontrando mais espaço. Sobre esse assunto Ribeiro (2005, p. 91) comenta: Com a introdução dos estudos comportamentais, ficou evidente que as propostas clássicas não eram o melhor caminho para a manutenção da produtividade e da eficiência. A partir do conhecimento do comportamento humano, passou-se a acreditar que a produtividade e a eficiência estavam relacionadas à satisfação de certas necessidades psicológicas do indivíduo. Ou por um lado, a administração persistindo no seu enfoque funcionalista passou a incorporar conhecimentos do campo comportamental a fim de controlar e influenciar, de forma mais sutil, o indivíduo no desempenho de suas atividades no trabalho. Sobre esse assunto, Chiavenato (2003) ainda comenta que a ênfase dada à técnica cedeu lugar às relações humanas. Ao longo dos anos, percebeu-se a existência de interesses antagônicos entre o trabalhador e a organização, e a necessidade de uma harmonia industrial baseada em uma mentalidade voltada para as relações humanas. A partir deste panorama de mudanças, surge a necessidade de um profissional especializado nas relações interpessoais dentro das organizações, 4

já que estas são compostas por pessoas que fazem funcionar a própria instituição. Desse modo, a administração das empresas, ONG s, secretarias de saúde, consultorias, assessorias e etc. precisam de uma nova estrutura organizacional, onde tem que aplicar, controlar e direcionar a energia dos trabalhadores para os objetivos da instituição. As transformações, já observadas e sistematizadas, que influenciaram as mudanças recentes ocorridas nas Diretrizes Nacionais para o Curso de Pedagogia foram de extrema importância para os pedagogos porque abrangeu o campo de atuação e, deixou de ser, somente, uma "formação de professores". Sobre esse assunto Libâneo (2002, p. 53), comenta: O curso de Pedagogia deve formar o pedagogo stricto senso, isto é, um profissional qualificado para atuar em vários campos educativos para atender demandas sócio-educativas de tipo formal, não-formal e informal, decorrentes de novas realidades - novas tecnologias, novos atores sociais, ampliação das formas de lazer, mudanças nos ritmos de vida, presença dos meios de comunicação e informação, mudanças profissionais, desenvolvimento sustentado, preservação ambiental - não apenas da gestão, supervisão e coordenação pedagógicas de escolas, como também na pesquisa, na administração dos sistemas de ensino, no planejamento educacional, na definição das políticas educacionais, nos movimentos sociais, nas empresas, nas várias instâncias de educação de adultos, nos serviços de psicopedagogia e orientação educacional, nos programas sociais, nos serviços para terceira idade, nos serviços de lazer e animação cultural, na televisão, no rádio, na produção de vídeos, filmes, brinquedos, nas editoras, na requalificação profissional etc. Dessa forma, percebe-se que a mudança na grade curricular do Curso de Pedagogia favoreceu o pedagogo no sentido de que ele pode atuar em outras áreas, utilizando seus conhecimentos específicos para desempenhar atividades que não se detenham apenas na escola. Nos campos de atuação em espaços extra-escolares o profissional pedagogo também está sujeito a encontrar um excesso de normas e regras que podem dificultar seu trabalho nas novas estruturas institucionais em que podem estar atuando. Esse excesso de normas e regras, que antes visava a racionalização dos processos, hoje é vista como uma burocracia. 5

Burocracia A burocracia foi, primeiramente, descrita por Max Weber, em 1947, como um tipo ideal de estrutura organizacional regida por normas, portanto, qualquer sociedade, organização ou grupo que se baseie em leis racionais é uma burocracia. Nesse modelo de Weber a burocracia enfatiza o profissionalismo, a racionalidade, a impessoalidade, o grau hierárquico de cada cargo, eficiência, planejamento e formalismo. Inicialmente, a idéia de burocracia, como organização racional por excelência, era a de facilitar a resolução de problemas e, por isso, teria algumas vantagens, entre as quais: Rapidez nas decisões (cada um sabe o que fazer); racionalismo no alcance dos objetivos; interpretação única das tarefas e objetivos; continuidade da organização, que não dependia de pessoas específicas, pois era impessoal; constância e previsibilidade nas ações e resultados; benefícios para as pessoas, pois os esquemas de promoção eram baseados em mérito e competência e as tarefas eram distribuídas de forma racional (Feldhaus, 2001). Ou seja, a princípio a burocracia é tida como a sistematização de rotinas que, uma vez acertadas, podem ser repetidas e, por isso mesmo, a racionalidade e a repetição são as maneiras na qual seus membros executam, invariavelmente, regras e procedimentos padrões. Porém, a burocracia terminou tomando outras feições como a repetição e o exagero de atividades reguladas, que passaram a inibir a criatividade e a flexibilidade das pessoas que desempenham certas funções numa organização. Desse modo, a burocracia passou a ter disfunções ao invés de funções. Assim, o trabalho de Weber provocou reflexão sobre as próprias organizações, onde foram levantados questionamentos a respeito do que seria o tipo ideal de organização, se a burocracia seria realmente cheia de vantagens e se não seria idealizada demasiadamente. Por isso, hoje em dia, a burocracia não é vista da forma descrita por Weber. Para Chiavenato (1987, p.13): 6

"a burocracia é visualizada geralmente como uma empresa ou organização onde o papelório se multiplica e se avoluma, impedindo as soluções rápidas ou eficientes. O termo também é empregado com o sentido de apego dos funcionários aos regulamentos e rotinas, causando ineficiência à organização. O leigo passou a dar o nome de burocracia aos defeitos do sistema (disfunções) e não ao sistema em si mesmo. Desse modo, a burocracia passou a ser vista com algo que impede a agilidade e a eficiência dos processos e, consequentemente, passou a ser vista como algo negativo numa instituição. Entretanto, nem tudo numa organização diz respeito a aspectos burocráticos. Se por um lado encontram-se os processos técnicos numa instituição; por outro lado, também se pode observar que várias organizações já se preocupam com o seu papel mais humano, como é o caso de vários projetos que envolvem uma responsabilidade social. Responsabilidade Social Uma expressão que vem sendo bastante utilizada e que merece esclarecimento é a responsabilidade social, que diz respeito à cobrança da sociedade sobre as posturas das empresas em relação às suas atitudes e responsabilidades sociais, o que as leva a tomar iniciativa na elaboração de projetos que favoreçam a própria sociedade. Entende-se por responsabilidade social o que se traduz na forma como uma instituição conduz suas atividades de maneira que se torne coresponsável pelo desenvolvimento da sociedade. Quando realmente aplicada, permeia a pesquisa científica, a gestão responsável e também a extensão, sendo muito mais que a pura filantropia (Universia, 2007). Com isso, está crescendo a demanda por profissionais especializados para planejar, coordenar, executar, e divulgar projetos sociais principalmente na área de educação. Dessa forma, mais uma vez, observa-se a importância do papel do pedagogo numa empresa. Não há discussão sobre o fato de que as organizações, assim como os indivíduos, têm responsabilidades sociais, na medida em que seu comportamento afeta outras 7

pessoas e, querendo elas ou não, há pessoas e grupos dispostos a cobrar essas responsabilidades por meio do ativismo político, da imprensa, da legislação e da atuação nos parlamentos (Maximiano, 2006, p.425). A responsabilidade social tem como base o fato de que as organizações são instituições sociais, que existem com autorização da sociedade, utilizam seus recursos e afetam sua qualidade de vida. Por isso, é justo que as empresas tenham responsabilidades em relação à sociedade. Por outro lado, muitas empresas se apresentam como benevolentes para a sociedade, porém estão apenas se beneficiando da isenção fiscal que o governo lhes dá em troca de algumas atividades ditas sociais ou culturais. De fato, a lei de isenção fiscal estimula as empresas a adotarem essa responsabilidade social, ficando assim isentas das contribuições a pessoa jurídica de direito privado beneficente de assistência social (BRASIL, 2002). Movimentos Sociais Movimentos sociais são as tentativas coletivas de provocar mudanças, no todo ou em parte, em determinadas instituições sociais, ou de criar uma nova ordem social (Dicionário de Ciências Sociais, 1986, p.789). Geralmente, os movimentos sociais dão origem às organizações e às associações e são formados a partir de uma consciência de grupo e das semelhanças dos indivíduos que enfrentam as mesmas dificuldades e obstáculos na sociedade. Entretanto, não basta simplesmente haver uma conscientização dos problemas é preciso existir uma participação ativa por parte das pessoas que se organizam para defender seus ideais, o que gera estratégias e programas de ação. Sobre esse assunto, Gohn (2004) afirma que: Definições já clássicas sobre os movimentos sociais citam suas características básicas como sendo aquelas organizações que possuem uma identidade, tem um opositor e articulam ou se fundamentam num projeto de vida e de sociedade. Na atualidade, os movimentos sociais apresentam um ideário civilizatório que coloca como horizonte a construção de uma sociedade democrática. Atualmente suas ações são pela sustentabilidade e não apenas auto-desenvolvimento. Lutam por novas culturas 8

políticas de inclusão, contra a exclusão. Questões como a diferença e a multiculturalidade têm sido incorporadas para a construção da própria identidade dos movimentos. Atuam pelo reconhecimento da diversidade cultural. Há neles, na atualidade, uma ressignificação dos ideais clássicos de igualdade, fraternidade e liberdade. As ONG s eram instituições de apoio aos movimentos sociais, populares e estavam por trás desses movimentos na luta contra o regime militar e pela democratização do país. Ajudaram a construir um campo democrático popular. Gonh (2004) ainda afirma que: Nesta fase as ONG s se preocupavam em fortalecer a representatividade dos movimentos populares, ajudavam a própria organização a se estruturar, sendo que muitas delas trabalhavam numa linha de conscientização dos grupos organizados. Não se tratava de um tipo qualquer de ONG mas das ONG s cidadãs, movimentalistas, militantes. A face movimentalista encobria, nas próprias ONG s, sua outra face, produtiva, geradora de inovações no campo de alternativas às necessidades e demandas sociais. Desse modo, as ONG s ainda estão bastante presentes na sociedade com o objetivo de buscar melhorias segundo as suas respectivas ideologias. Isso implica várias atitudes por parte das ONG s, inclusive orientar e ministrar as pessoas sobre a importância do assunto defendido. Criação x Repetição Fazendo uma busca pelas relações existentes do passado até os dias atuais, percebe-se que existem, basicamente, dois tipos de relações na sociedade. Uma primeira relação do homem com a natureza, que ocorre através do trabalho, dos elementos materiais e dos elementos conceituais na qual, segundo Paro (1999, p.21) consistem nos conhecimentos e técnicas que ele acumula historicamente. Já a segunda relação, ou seja, a dos homens entre si, diz respeito ao esforço coletivo. Portanto, numa organização o que faz a diferença e o que é singular são as atividades do homem, ou seja, os recursos humanos no sentido de que só ele é capaz de criar, adaptar e produzir. 9

Na realização de uma atividade seja ela financeira, administrativa ou pedagógica é importante ter noção do grau de consciência que os sujeitos têm ao realizar essas atividades. O que vai tornar o trabalhador um diferencial na instituição é o modo como ele se envolve e se comporta diante das tarefas a serem realizadas. Segundo Sánchez Vázquez (in Paro, 1999, p.26), toda práxis intervém, em maior ou menor grau, na consciência do homem. Esta se manifesta de modo mais acentuado na chamada práxis criadora, mas não deixa de estar presente também na práxis reiterativa ou imitativa. Essa práxis, portanto, pode estar presente na administração, como sendo uma administração criativa e outra repetitiva. A prática da criação ocorre de acordo com as necessidades do homem. Se alguém encontrou uma solução eficiente para um problema procura repeti-la em situações semelhantes. Porém, uma vez encontrada uma solução para algum problema não basta somente repetir: a vida cria situações únicas onde é preciso que as soluções sejam sempre reinventadas e adaptadas. A repetição ocorre até surgir a necessidade de se colocar outros elementos novos na situação. Diante de todo este contexto, onde a criatividade é fundamental para a solução de problemas, percebe-se que existe uma necessidade de haver sempre uma busca por novos conhecimentos, já que leva a uma maior amplitude de opções e idéias no momento da tomada de decisões. Capacitação e Treinamento Considerando a abrangência dos campos de atuação, surge o pedagogo como profissional capaz de atuar em novas áreas trazendo benefícios para a organização, já que ele tem uma formação que consta de recursos didático-metodológicos, bem como de fundamentos psicológicos que o permitem, enquanto profissional, atuar de forma mais incisiva, direta e didática na formação/capacitação de pessoas, agindo com métodos e estratégias para obter um melhor canal de informações, conhecimentos e realização de objetivos, tendo como resultado um melhor aperfeiçoamento, qualificação profissional e pessoal dos funcionários dos espaços nãoescolares. 10

Por isso, é fundamental que a organização insista em algumas horas de capacitação e treinamento, o que é um grande investimento, pois melhorando a capacidade intelectual dos seus funcionários, de acordo com os objetivos e filosofia da instituição, a probabilidade de alcançar excelência em seu produto final será maior. Desse modo, uma das atuações do pedagogo é desenvolver o potencial humano, seus conhecimentos, suas habilidades, com autodisciplina decorrente da autonomia e da responsabilidade. Sobre esse assunto, Ribeiro (2005, p. 65) afirma: Do ponto de vista das vantagens do treinamento há que se ressaltar: aumento da produtividade em menor espaço de tempo; funciona como forma de diagnóstico permanente das necessidades de formação/treinamento; permite um acompanhamento mais preciso dos desempenhos individuais e grupais; oferece feedback permanente; aprimora aspectos relacionais e motivacionais; oferece oportunidade de valorização do aprendiz; contribui para a diminuição dos desperdícios quer na utilização dos equipamentos, quer na utilização do tempo; permite identificar as potencialidades e talentos. Esses e mais alguns são requisitos essenciais para a atuação do pedagogo nos espaços não-escolares, porém, o pedagogo que tem uma formação baseada na criticidade, pode e deve atuar numa instituição extraescolar devido a sua formação não somente específica e sim numa visão abrangente, pois sua formação consiste numa conjunção de áreas nas ciências humanas e sociais, tais como a psicologia, a sociologia, a filosofia, a história, a administração e a gestão de recursos humanos e materiais financeiros. Assim como o pedagogo, outros profissionais também já estão participando, cada vez mais nesse mercado de trabalho das organizações, inclusive o setor de RH já é uma área interdisciplinar que envolve necessariamente conceitos de Psicologia Industrial e Organizacional, de Sociologia Organizacional, de Engenharia Industrial, de Direito do Trabalho, de Engenharia de Segurança, de Medicina do Trabalho, de Engenharia de Sistemas, de Cibernética, etc. (Chiavenato, 2003, p. 157), elevando o prestígio social do pedagogo neste setor, visto que tais funções já são bastante valorizadas no mercado das profissões por serem complementares, ou melhor, 11

o pedagogo é necessário neste contexto, já que neste coletivo interdisciplinar sua presença é importante. Porém, não é somente no setor de Recursos Humanos de uma empresa que o pedagogo pode atuar. Já existem outros campos de trabalho onde o pedagogo pode se especializar e aplicar seus conhecimentos, tais como a pedagogia empresarial, a psicopedagogia, assessorias, consultorias e etc. Especialização O mercado de trabalho está aumentando as oportunidades para o pedagogo em espaços não-escolares. Visando esta abrangência já existem várias opções em especializações (Lato Sensu) que são oferecidas ao profissional de pedagogia para que adquiram conhecimentos mais específicos e para atuarem em outras áreas que não sejam as escolas, porém sem perder a sua essência como pedagogo. Dentre as diversas especializações, pode-se destacar a Psicopedagogia, a Psicomotricidade, a Pedagogia Empresarial Estratégica, a Arte Terapia e a Formação de Recursos Humanos. Com base no exposto, observa-se que o pedagogo pode atuar em ambientes como hospitais, clínicas médicas, empresas, ONG s, meio ambiente, promoção social, assessorias pedagógicas em serviços de difusão cultural (museu, centros culturais), comunicação de massa (jornais, revistas, televisão, editoras, rádios, agências de publicidade), treinamento para funcionários de empresas (RH), e etc. (Dicionário Michaelis, 2007). Atualmente, são oferecidos vários cursos de especialização para o pedagogo, a exemplo do que vem ocorrendo não apenas nas grandes capitais, mas inclusive nos municípios mais remotos, onde a pós-graduação como alternativa de qualificação profissional ainda não se faz presente, ou seja, compreendemos que a alternativa de especialização nestas localidades se restringe às expectativas de ascensão funcional, mais do que qualificação profissional. Sobre esse assunto, Botler (1991) comenta que a maioria dos cursos de especialização são oferecidos no interior do Estado justamente porque nessas localidades não são oferecidos cursos de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado). 12

Nos anos 80, período em que tiveram grande expansão, a demanda pela pós-graduação teria o objetivo de ascensão social das pessoas que buscavam uma especialização, visto que esses cursos apenas se limitavam à aquisição de conteúdos sem essencialmente instrumentalizar as pessoas que participavam. Nesse sentido, a busca de participação nos cursos de pósgraduação lato sensu pode ser entendida como função social, onde as classes interessadas lutam pelo saber e pela articulação desse saber com seus interesses. Entretanto, hoje em dia, já se observa vários cursos de especialização na capital do Estado, principalmente nas faculdades privadas. Sobre esse assunto, a autora (op.cit: p.22) afirma: tem-se hoje grande expansão de cursos de pós-graduação lato sensu, especialmente nos estabelecimentos privados. Esta, entretanto, não deve ser vista como resultante de uma possível queda na qualidade de cursos de mestrado, mas como introdução à pós-graduação, sobretudo, naqueles estabelecimentos em que a mesma ainda não está institucionalizada. Desse modo, compreende-se que os cursos de especialização estão oferecendo ferramentas que possibilitam os indivíduos atingirem um nível de conhecimento mais específico, habilitando-os para atuarem em novos mercados. A autora ainda expõe que os cursos de especialização, de certa forma, estariam possibilitando a uma parcela dos indivíduos atingir um nível de crítica mais apurado, habilitando-os politicamente (Botler, 1991, p.30). Desta forma, podemos acrescentar que, dependendo dos espaços de trabalho que o pedagogo atuará, ele pode sentir a necessidade de complementar seus conhecimentos, devido às lacunas dentro do próprio curso de pedagogia, por intermédio da especialização. 13

Comunicação A comunicação é o principal instrumento da política das relações humanas em uma instituição e, portanto, fator inestimável de eficiência e produtividade. Não seria errado afirmar que um dos maiores problemas das novas organizações é a falta da comunicação ou a comunicação feita de forma errônea. Ou seja, um dos aspectos mais destacados hoje em dia é o entendimento entre os indivíduos, o que gera trabalho em equipe e responsabilidade coletiva na produção. Nunca houve dúvida de que as pessoas é que fazem o diferencial no contexto das instituições, por isso a comunicação deve permitir amplas possibilidades de expressão entre os integrantes para que possam rever seus estilos, suas normas, sua conduta, seu caráter e etc. Comunicação e relação interpessoal são conceitos que estão bastante interligados. Sobre esse assunto, Chiavenato (1981, p. 103) afirma: As comunicações constituem a primeira área a ser focalizada quando se estudam as interações humanas e os métodos de aprendizagem para mudança de comportamento ou para influenciar o comportamento dos outros. Trata-se de uma área na qual o indivíduo pode fazer grandes progressos na melhoria de sua própria eficácia. É também o ponto de maiores desentendimentos e conflitos entre duas pessoas, entre membros de um grupo, entre grupos e dentro da organização global, como um sistema. A partir do momento em que o pedagogo desenvolve a habilidade da comunicação, ele pode ser o responsável por ter uma melhor metodologia no momento de promover capacitações e/ou treinamentos para os funcionários da empresa. As capacitações e treinamentos são necessários numa instituição porque buscam novas alternativas para enfrentar os desafios e problemas do meio onde atuam com uma maior criatividade, porém não se reduz a única atuação do pedagogo em novos âmbitos de trabalho. Sem o treinamento, as pessoas estão despreparadas para a execução de suas tarefas na empresa e perdem eficiência e produtividade. O funcionário torna-se moroso na execução do seu trabalho, perde-se facilmente, erra a todo momento, inutiliza material, perde tempo, perde qualidade. Isso irrita o chefe, o 14

cliente, o usuário, o colega e o próprio funcionário. O treinamento é importante para a empresa e para o funcionário na medida em que proporciona a excelência do trabalho, a produtividade, a qualidade, a presteza, a correção, a utilização correta do material e, sobretudo, a gratificação pessoal de ser bom naquilo que se faz (Chiavenato, 1990, p. 46). Desse modo, o processo de capacitação e treinamento dos funcionários tem por missão ensiná-los a pensar, a re-inventar e a fazer uma autoavaliação. Os indivíduos não só precisam saber como fazer, mas também conhecer o porquê do como fazer. E o pedagogo pode auxiliar e muito nesta tarefa. Conforme Gonçalves (1999), baseada em Habermas, a tarefa de intermediar relações humanas através da comunicação é vista como algo que visa ao entendimento mútuo e que está na base de toda a interação, via argumentação, o que pressupõe a participação de atores que se comunicam livremente. O trabalho em equipe exige, portanto, comunicação, que permite a conexão entre profissionais, equipes e empresas. É mais comum que a comunicação flua melhor em ambientes informais, entre um grupo de amigos, nos corredores, etc. Já em ambientes formais de trabalho, é necessário um movimento de integração humana e, para estimular essa situação, o pedagogo pode aparecer como o agente que conduz a comunicação e cria espaços para as pessoas exporem seus pontos de vistas e discussões. Assim, como já foi afirmado anteriormente, a atuação do pedagogo não se restringe à capacitação e ao treinamento. Ele pode atuar de diversas outras maneiras numa instituição e, como em qualquer boa organização, é necessário que haja uma comunicação eficiente entre seus funcionários. Metodologia Para atingir o objetivo desta pesquisa, fizemos uma investigação empírica, de natureza qualitativa com vistas a analisar quatro instituições não-escolares, com características diferenciadas: uma empresa privada de prestação de serviços (PS), uma Organização não-governamental (ONG), uma 15

Secretaria Municipal de Saúde (SEC) e uma empresa de consultoria 4 (CONSULT), que trabalham com pedagogos na gestão de pessoas (RH), em assessorias, em consultorias e realizam atendimentos, no sentido de saber qual a importância do trabalho destes nas instituições não-escolares, que funções desempenham, qual o retorno (feedback) que as instituições têm resultante deste trabalho e qual a importância da formação em pedagogia para realizar as atividades. Como instrumentos de coleta de dados, pretendemos fazer entrevistas com os responsáveis pelo setor das instituições selecionadas, além de entrevistar os próprios pedagogos para termos conhecimento do seu ponto de vista. As entrevistas foram feitas individualmente para que não houvesse influência de respostas dos pedagogos e dos responsáveis pelos setores das instituições. A análise foi feita com base nas respostas das perguntas mencionadas acima (análise de conteúdo). A análise envolveu a organização das informações e verificação das relações existentes entre os dados no que diz respeito aos seus pontos de convergência e divergência. Dentre as categorias que foram analisadas, destacamos as seguintes: a função do pedagogo em espaços não-escolar, as dificuldades encontradas, a importância do seu trabalho e a importância da sua formação mediante a visão do pedagogo e de seus responsáveis. Resultados Dentre os dados coletados, destacamos alguns que nos foram oferecidos pelas profissionais de Pedagogia entrevistadas, bem como pelos profissionais responsáveis pelo setor onde as pedagogas atuam, conforme o que se segue. O que dizem as pedagogas Em relação às funções que as pedagogas desempenham em ambientes não-escolares, encontramos atividades de pesquisa, de intervenção política 4 Consultorias Empresa que oferece ou solicita conselhos; é aquela que consulta, examina; local onde o consultor dá pareceres acerca de assuntos da sua especialidade (FERREIRA, 1986). 16

e/ou pedagógica, de revisão de textos, assessorias de gabinetes (que são atividades para auxiliar os gabinetes) e atividades no setor de recursos humanos, o que nos leva a perceber que, realmente, o campo de atuação do pedagogo é diversificado e está se ampliando. As pedagogas, por sua vez, também se mostraram interessadas e otimistas em trabalhar em ambientes não-escolares. Dentre as dificuldades que as pedagogas encontram para a realização de seu trabalho, destacam-se aquelas relativas à falta de tempo, ao gerenciamento das pessoas, à busca da produtividade, da qualidade do serviço e do atendimento e dificuldades/cuidados de lidar com o público. Encontrar dificuldades nas suas atividades é normal em qualquer profissão e em qualquer campo de atuação. O que deve ser considerado é o tratamento dessas dificuldades como desafios de trabalho, visando sempre superá-los ou administra-los da melhor forma para o bom andamento das atividades dentro da instituição. As dificuldades são resolvidas com muita leitura e debates (o que significa dizer que o curso de pedagogia proporcionou um conhecimento de auto-formação e auto-capacitação necessário à profissional), conforme os depoimentos obtidos, com diálogo e paciência, com a intuição e com reuniões como uma ferramenta estratégica e permanente harmonização da equipe em que estão inseridas. O profissional pedagogo traz em sua bagagem acadêmica instrumentos (competências e habilidades para participar em debates) que o ajudam a lidar com discussões cotidianas, promovendo, assim, um favorecimento de diálogo entre os indivíduos que fazem parte da instituição, o que, conforme os depoimentos, foi bastante praticado no decorrer do curso de formação. Cabe, portanto, ao pedagogo, por ele ter esse perfil comunicativo, viabilizar a interação entre os funcionários, e entre os funcionários e as pessoas que recorrem aos serviços dessas instituições. As pedagogas vêem relevância no seu trabalho, principalmente para aplicarem os conhecimentos em uma área de atuação que não seja a escola. Duas das entrevistadas também vêem importância nos cursos, oficinas e projetos, nos quais podem aplicar os saberes da docência, e onde muitos funcionários começam a ter maiores expectativas de crescimento. 17

Todas relataram que seu trabalho é fundamental para o bom andamento da instituição em que atuam e, em nenhum momento comentaram sobre a desvalorização profissional. As pedagogas afirmaram que o foco de sua atuação não é só com os bons resultados das suas atividades, mas também por estarem envolvidas com o material humano da instituição, seja ele interno ou externo. Por isso seu trabalho é de muita relevância. Apenas uma das profissionais entrevistadas (SEC) afirma atuar de forma burocrática, já que suas atividades são realizadas de forma mecânica e repetitiva. Chamou-nos a atenção o destaque dado às ideologias e princípios defendidos por movimentos sociais específicos, como uma forma de atuar em outros âmbitos de atuação, tal como relatado por uma das entrevistadas (ONG). Um outro dado observado entre a resposta dada pela entrevistada que atua na ONG foi no que diz respeito a suas ações enquanto movimentos sociais, ou seja, essa profissional atua nesse âmbito de trabalho defendendo ideologias marcadas por esse grupo específico (movimento feminista) diante da sociedade, e com isso, percebe-se mais uma atuação diferenciada da prática que não se resume a sala de aula. Em relação ao retorno que o trabalho das pedagogas dá para as instituições, percebe-se que elas vêem seus trabalhos com uma importância significativa, visto que trabalham com equipes interdisciplinares e que as instituições reconhecem as pessoas pelo seu mérito e pela sintonia com os valores da empresa, ou seja, como avaliam os resultados dos trabalhos destas profissionais. A importância do trabalho ainda está ligada ao fato de que a empresa se preocupa com o funcionário. Isso nos leva a perceber que as pedagogas estão bastante envolvidas com as instituições e que se preocupam com as relações entre funcionários e organização e com a imagem do estabelecimento em que trabalha perante a sociedade. Conforme os depoimentos, a formação em pedagogia também é essencial porque visa a formação integral do ser humano como uma ação educativa, propicia uma visão abrangente e humanista, favorece a comunicação, o atendimento ao cliente e dá suporte para enfrentar o mercado de trabalho em diversas áreas que não se reduza à sala de aula. Elas definem como necessário ver a organização enquanto educativa e afirmam que não é 18

qualquer pessoa que é capaz de desempenhar seu trabalho. Com isso, vemos que as entrevistadas percebem que sua formação é essencial para o desempenho de suas atividades globais, inclusive ressaltam aspectos quanto à abrangência do curso de pedagogia e da sua importância nas relações interpessoais. Um outro resultado observado diz respeito à especialização destas profissionais, onde as pedagogas entrevistadas afirmaram não ter nenhuma especialização específica para desempenharem suas funções nesses espaços não escolares, ou seja, sua formação pedagógica deu respaldo suficiente para que elas realizem suas funções sem maiores dificuldades. O que dizem os responsáveis de setor nas organizações não escolares em que atuam os pedagogos Os responsáveis pelas instituições e setores onde as pedagogas trabalham, trazem afirmações a respeito das funções por elas desempenhadas, importância do seu trabalho e o retorno (feedback) que o trabalho da pedagoga oferece para a empresa, que não contradizem as falas das próprias profissionais. Conforme os entrevistados, a importância do trabalho das pedagogas nas instituições é essencial visto que existe uma relevância humanística e técnica que esse profissional desempenha no decorrer de suas atividades, além de que elas têm bem mais condições de assessorar uma atividade educativa. O trabalho da pedagoga também é importante na seleção e treinamento de funcionários, por causa da sua didática, e nas atividades de projetos educativos. As pedagogas também são importantes nos processos de comunicação interpessoal. A maioria das respostas mostrou que as atividades das pedagogas, no tocante a prática docente, é bastante valorizada, apesar de não terem sido contratadas como docentes e também desempenharem outras funções. A visão abrangente que o curso de pedagogia oferece também foi ressaltada, assim como a comunicação. A respeito do retorno (feedback) que as empresas têm resultante do trabalho das pedagogas observa-se que é enfatizada a visão holística da pedagogia, o didatismo e o conhecimento técnico dessa categoria profissional, além da humanização e da relação entre funcionários e empresa. Assim, mais 19

uma vez, se destaca a visão abrangente deste profissional quanto aos conhecimentos que possui e que podem ser aplicados em diversas áreas de atuação. Chamou-nos a atenção a ênfase dada ao aspecto humanístico, o que mostra que o perfil burocrático de atuação profissional nas instituições está cada vez mais se desvalorizando. Também podemos ressaltar que nos espaços que observamos, não há atividades de responsabilidade social, dessa forma as instituições não usufruem da isenção fiscal e nem usam o pedagogo para tal fim. Análise Os dados relacionados acima oferecem respaldo para podermos conhecer se como o pedagogo realmente está atuando em âmbitos nãoescolares e se o mercado de trabalho oferece condições para tanto. Assim, no que diz respeito às funções do pedagogo nesses espaços extra-escolares percebe-se que há uma variedade de atividades no desempenho de suas funções, mas principalmente pode-se observar que os pedagogos estão tendo condições de atuar nessas localidades. Como está descrito nas Diretrizes Curriculares para o Curso de Pedagogia, no seu artigo 5º, o egresso do curso de Pedagogia deverá estar apto a trabalhar, em espaços escolares e não-escolares, na promoção da aprendizagem de sujeitos em diferentes fases do desenvolvimento humano, em diversos níveis e modalidades do processo educativo (CNE, 2006). Ou seja, a formação em pedagogia também dá oportunidades ao pedagogo de trabalhar em espaços não-escolares, onde podem aplicar seus conhecimentos pedagógicos, porém sem se resumir a eles. As próprias instituições, nos papéis de seus responsáveis ou sócios, estão percebendo a importância de contar com esse tipo de profissional no seu quadro de funcionários. As organizações vêem a importância de um pedagogo tanto no que diz respeito ao treinamento dos funcionários, já que sem o treinamento, as pessoas estão despreparadas para a execução de suas tarefas na empresa e perdem eficiência e produtividade (Chiavenato, 1990, p. 46); quanto no que diz respeito às suas habilidades de comunicação e de realização de projetos sociais. 20

A comunicação e relações inter-pessoais nas instituições atuais são fatores de alta relevância e devem ser tratados com bastante atenção. Atualmente, as instituições estão organizadas de um modo na qual estão em constante contato com as pessoas, sejam os próprios funcionários da empresa ou os clientes. Por isso, saber lidar com essas pessoas da melhor maneira possível requer uma comunicação precisa. Visto que as pedagogas entrevistadas lidam com pessoas constantemente (em cursos, projetos, clientes) é necessário que elas saibam se comunicar com clareza. Sobre esse assunto, Senac (2006, p.17), comenta que a comunicação é a base para qualquer processo bem sucedido. Ela gera vínculos e estabelece relacionamentos. (...) É por meio da comunicação que as organizações também têm a possibilidade de receber feedbacks sobre como estão o ambiente interno e seus relacionamentos. Quando as pedagogas expõem seus pontos de vista a respeito da formação acadêmica, observa-se que desempenham as funções não docentes que foram destinadas a elas, mas para isto, as mesmas não contaram com cursos de especialização. Mesmo diante disto, não deixam de realizar seu trabalho com segurança e desenvoltura. No caso da pedagoga que trabalha na ONG, ela demonstrou sentir certa dificuldade no que diz respeito ao respaldo teórico mais político, haja vista que sua formação acadêmica não a proporcionou tal respaldo. Mediante esta observação, se faz necessário retomar o exposto de Botler (1991), onde cita que os cursos de especialização de certa forma viabilizam o alcance de um nível de criticidade mais apurado por uma parcela dos indivíduos, para que eles possam habilitar-se politicamente. Talvez isso realmente faça a diferença para esta profissional, que não necessita de uma especialização com o fim de ascensão social, mas de fato sente que neste instrumento pode encontrar o complemento para seu trabalho. Em relação ao trabalho desenvolvido na ONG, observa-se um outro aspecto relevante onde a resposta dada pela pedagoga diz respeito a suas ações enquanto defensora políticas específica, já que as tentativas coletivas de provocar mudanças, no todo ou em parte, em determinadas instituições sociais, ou de criar uma nova ordem social (Dicionário de Ciências Sociais, 1986, p.789) faz com que elas atuem de maneira a defender ideais ou até mesmo promover oficinas e cursos para um bem estar da sociedade como um 21

todo. Desse modo, os movimentos sociais também estão presentes na vida profissional dessa pedagoga. Nessa mesma lógica de um trabalho voltado para melhoria social, podese destacar as atividades desempenhadas pelas pedagogas que trabalham na ONG, como já foi mencionado acima, e na PS, onde os cursos promovidos são destinados para os próprios funcionários, porém não à título de capacitação ou treinamento voltados para o trabalho e sim atividades que favoreçam o crescimento deles como pessoas para que levem esse conhecimento para a vida, já que não há discussão sobre o fato de que as organizações, assim como os indivíduos, têm responsabilidades sociais, na medida em que seu comportamento afeta outras pessoas (Maximiano, 2006, p.425). No que diz respeito à burocracia, encontramos apenas uma das entrevistadas (SEC) que se prende a esse tipo de organização do trabalho visto que, segundo Chiavenato (1987), a burocracia terminou tomando outras feições como a de repetição e o exagero de atividades reguladas, que passaram a inibir a criatividade e a flexibilidade das pessoas que desempenham certas funções numa organização. Em relação às dificuldades encontradas vimos que as pedagogas tentam resolver com diálogo, paciência e muita leitura. Todos esses aspectos são bastante praticados no curso de pedagogia de forma que qualifica bem o seu egresso para se deparar e resolver tais dificuldades, ou seja, o curso dá base para que o pedagogo desenvolva sua capacidade de aprender a aprender. A avaliação de resultados do trabalho do pedagogo conforme as empresas, é de que estas profissionais apresentam um campo de visão abrangente devido a sua formação qualificada. Conclusão O sistema tradicional de educação, a própria organização da escola refletiu, por muito tempo, a fragmentação do trabalho do pedagogo com a distribuição de funções (diretor, supervisor, professor como mero executor e repetidor de tarefas). O novo formato de organização da escola está centrado no trabalho coletivo, onde todos são levados a PENSAR coletivamente o projeto da escola. 22

Assim também, o pedagogo é levado a se formar numa perspectiva crítica visando atuar de forma mais competente em qualquer campo de atuação, inclusive para atuar em instituições não-escolares. O pedagogo é então levado a uma formação que considere o trabalho coletivo, onde a comunicação é peça chave para o sucesso de suas atividades e de um bom relacionamento. A investigação realizada nos permite levantar alguns aspectos conclusivos a respeito da temática abordada, qual seja, a de conhecer a função de pedagogos em espaços não-escolares, através de suas manifestações explícitas, as dificuldades encontradas, a importância do seu trabalho e a importância da sua formação. Podemos afirmar que as práticas dos pedagogos observadas nas instituições pesquisadas não se restringem a prática docente e que o campo de atuação está se abrindo para esse profissional realizar suas atividades em outras áreas. Concluímos que as funções das pedagogas variam de acordo com a instituição em que atuam. Elas realizam atividades de assessoria de gabinete, consultoria, atendimento ao cliente e pesquisa. Também desempenham atividades na área de Recursos Humanos e ministrando cursos, oficinas e projetos. Com isso, percebemos que as pedagogas tanto atuam em áreas que não se restringe à sala de aula, mas também aplicam seus conhecimentos docentes quando necessário. Em relação às dificuldades encontradas vimos que elas tentam resolver com diálogo, paciência e muita leitura. Todos esses aspectos são bastante praticados no curso de pedagogia de forma que qualifica bem o egresso do curso para se deparar e resolver tais dificuldades. A importância de um pedagogo numa instituição não-escolar diz respeito às suas habilidades de comunicação, relações inter-pessoais e de realização de projetos sociais, mas também ao treinamento e capacitação dos funcionários. As instituições demonstram valorização do pedagogo como um profissional necessário ao desempenho de suas atividades-fim, e não somente como meio na aplicação de atividades como responsabilidade social ou para atuação em funções burocráticas. 23

A respeito do retorno (feedback) que as empresas têm resultante do trabalho das pedagogas conclui-se que essas instituições vêem que o pedagogo tem uma visão holística, um didatismo e um conhecimento técnico dessa categoria profissional, além da humanização, do humanismo e da relação entre funcionários e empresa. Assim, mais uma vez, se destaca a visão abrangente deste profissional quanto aos conhecimentos que possui e que podem ser aplicados em diversas áreas de atuação. 24

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