MANUAL PARA ADAPTAR A CASA AO IDOSO Com o apoio:
Aos nossos avós FICHA TÉCNICA EDIÇÃO nº1 Distribuição gratuita AUTOR G.A.S.Porto - Grupo de Ação Social do Porto COLABORAÇÃO Beatriz Portilho, Fátima Lopes, Nelson Pereira, Pedro Silva CAPA e ILUSTRAÇÕES Beatriz Portilho, Nelson Pereira REPRODUÇÃO GRÁFICA Multitema TIRAGEM 1000 Exemplares DEPÓSITO LEGAL 396353/15
Projeto RHIS O número de idosos que vivem sozinhos em Portugal duplicou nos últimos 20 anos, tendo atingido o valor de 24 000 em 2014. Este aumento representa novos desafios a que a sociedade deve responder com novas soluções. A velhice traz alterações na capacidade física dos idosos que afetam a sua mobilidade, o seu bem-estar e a sua autonomia. Para além disso, a diminuição da capacidade física tem um grande impacto na qualidade de vida do idoso na sua própria habitação, uma vez que as habitações não estão adaptadas às limitações físicas dos idosos. Para minimizar este problema, o projeto RHIS propõe adaptar a casa ao idoso de forma a que este possa sentir-se mais independente e confortável apesar da sua menor capacidade física. Existem soluções simples e de baixo custo que minimizam grande parte das limitações das habitações, tornando-as em espaços adaptados à vida quotidiana de um idoso. Neste Manual poderá encontrar um conjunto de alternativas que melhoram a segurança e o conforto em cada divisão da habitação. Grande parte das soluções são de baixo custo e podem ser realizadas pelo próprio idoso ou pelos seus familiares.
O percurso deve estar livre, sem obstáculos. Organize os espaços de forma a que não haja móveis ou objetos a dificultar a circulação. Os espaços de circulação devem estar bem iluminados. A luz deve ser uniforme e não ofuscar. Sempre que possível, opte por colocar luzes de presença no corredor e nas escadas. O corrimão deve estar colocado dos dois lados da escada. Se possível o corrimão deve começar antes do primeiro degrau e acabar depois (aproximadamente 30 cm). Os interruptores devem ser de fácil acesso, colocados no início e no fim do percurso. Pode optar por luzes com sensor de presença que alcance toda a área do percurso. Os tapetes devem ser retirados, para evitar as armadilhas. Se optar por manter os tapetes, procure fixá-los ou coloque rede antiderrapante entre o tapete e o chão. Sugestão: Se sentir muita dificuldade em utilizar as escadas deve considerar a instalação de um elevador de escadas. O início de cada degrau deve estar sinalizado. A aplicação de fitas antiderrapantes, de cor diferente do piso, é uma boa solução.
As maçanetas devem ser do tipo alavanca para facilitar abrir e fechar a porta. As maçanetas redondas são difíceis de usar, podendo ocorrer o risco de não conseguir abrir a porta. Os fios dos aparelhos elétricos devem estar junto à parede, de preferência fixados. Mantenha os percursos livres de obstáculos. Os interruptores devem ser de fácil acesso, à entrada e saída da sala. É importante que em nenhuma situação haja a necessidade de se deslocar no escuro. Sugestão: As janelas e portas são responsáveis por grandes perdas térmicas (calor e frio). A calafetagem ajuda a minimizar este problema, reduzindo as frinchas. A colocação das fitas de calafetagem é simples. Existem fitas de calafetagem para os diferentes tipos de janelas e portas. A utilização do sofá deve ser fácil e segura. Os apoios laterais nos sofás e cadeiras ajudam a sentar e levantar. É importante que a altura seja adequada para maior segurança nos movimentos.
Os móveis, microondas e frigorífico devem ter puxadores. Os puxadores auxiliam e facilitam a abertura das portas. Os móveis devem estar a uma altura que facilite a sua utilização. Evite ter de se baixar ou subir a bancos. Procure que todos os objetos de uso frequente fiquem ao alcance da mão. Coloque os objetos mais pesados nos armários inferiores. A utilização do fogão requer especial atenção. Opte por um fogão elétrico. Em último caso, use um fogão a gás com sistema de segurança (corte de gás quando a chama apaga). As tomadas não podem ter contacto com água. Evite a proximidade entre as tomadas e os pontos de água. Caso não seja possível, coloque um protetor de tomada. A torneira deve ser única e tipo alavanca. A sua utilização é mais simples para regular a temperatura, assim como ligar e desligar a água. Sugestão: Um carrinho de chá pode ser uma ótima ajuda para transportar comida e louça para a mesa. O piso molhado pode ser uma armadilha. Em zonas onde se utiliza água deve ter especial atenção com o piso. Se o piso não for antiderrapante, pode aplicar vernizes, fitas ou tapetes antiderrapantes.
Ligar a luz do quarto a partir da cama é fundamental. Se não tiver acesso à luz geral do quarto a partir da cama, pode optar por colocar um candeeiro fixo e fácil de ligar na mesa de cabeceira. O telefone ou o serviço de teleassistência deve estar ao alcance a partir da cama. Em situações de emergência é fundamental conseguir pedir ajuda de forma fácil e imediata. O telefone com tecla de emergência ou o serviço de teleassistência são algumas das soluções possíveis. A altura da cama deve permitir que se sente com os dois pés no chão. Em média, a altura da cama com o colchão deve ser de 46cm para permitir que se sente apoiando os dois pés no chão. A mesa de cabeceira deve ser estável e mais alta do que a cama. Fixe a mesa de cabeceira para a tornar mais segura. As esquinas devem ser arrendondadas, existem proteções para esse efeito. Sugestão: Utilize chinelos antiderrapantes no quarto. No dia a dia opte por pantufas ou sapatos antiderrapantes. Os tapetes devem ser retirados, para evitar as armadilhas. Se optar por manter os tapetes, procure fixá-los ou coloque rede antiderrapante entre o tapete e o chão.
A torneira deve ser única e tipo alavanca. A zona do duche requer a máxima atenção. A sua utilização é mais simples para regular a temperatura, assim como ligar e desligar a água. Opte por uma base de duche antiderrapante. Se não for possível, coloque fitas antiderrapantes ou tapete fixo por ventosas. Para a proteção do duche opte por cortina ou vidro temperado. A porta deve abrir para fora com maçaneta tipo alavanca. No caso de uma queda, se a porta abrir para dentro, pode ser difícil socorrer a vítima. É essencial ter onde se agarrar com segurança durante o banho. Coloque uma barra de apoio fixa à parede ou, se não for possível, opte por uma cadeira ou banco com apoios laterais. Durante o banho, deve ter acesso fácil à torneira e chuveiro. Estando sentado, é importante não ter necessidade de se levantar para aceder à torneira e chuveiro, assim como aos produtos de higiene. Sugestão: Caso não consiga trocar a banheira por uma base de duche, opte por assentos próprios para tornar o banho mais fácil e seguro. O piso molhado pode ser uma armadilha. Em zonas onde se utiliza água deve ter especial atenção com o piso. Se não for antiderrapante, pode aplicar vernizes, fitas ou tapetes antiderrapantes.
A sanita deve estar mais alta para facilitar o seu uso. Em média, a sanita deve estar 10cm mais alta para permitir que se sente e levante com mais facilidade. Existem soluções simples para adaptar a sanita. As barras de apoio laterais auxiliam o movimento de sentar e levantar. Há diversas adaptações que garantem maior segurança e conforto na utilização da sanita. O assento melhora a segurança e independência durante o banho. Pode optar por cadeira ou banco, com altura regulável, idealmente fixo à parede. Caso contrário, é importante que a cadeira ou o banco tenha borrachas antiderrapantes.
O projeto RHIS Reabilitação Habitacional e Intervenção Social surgiu no contexto do Grupo de Ação Social do Porto G.A.S.Porto como resultado do voluntariado com idosos que tem sido realizado nos últimos 13 anos na cidade do Porto. Este trabalho de proximidade com os idosos permitiu identificar o problema da falta de condições das habitações e potenciais soluções que permitem minimizar o problema. Em 2013, a Fundação EDP apoiou a implementação do projeto que tem vindo a intervir, de forma integrada, nas condições da habitação e nos problemas sociais que afetam a vida dos idosos na cidade do Porto. O projeto RHIS realiza intervenções de baixo custo nas habitações dos idosos, no sentido de promover a sua autonomia, bem-estar e segurança, recorrendo maioritariamente a mão-de-obra voluntária. Para além disso, é feito um acompanhamento regular aos idosos por equipas de voluntários que minimizam situações de isolamento e exclusão social e apoiam o acesso dos idosos ao exterior e a realização de tarefas quotidianas. Antes Depois Se quiser saber mais sobre o Projeto RHIS consulte www.gasporto.pt/portugal/rhis ou contacte rhis@gasporto.org / 933516645
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