Papéis Avulsos de Zoologia

Documentos relacionados
Munida bamffica var. intermedia.- A. Milne-Edwards & Bouvier, 1899: 80 \part.], pi. 4, figs. 14.

Paguroidea, eles formam, junto com o própodo, estruturas subqueladas ou queladas, com escamas córneas "raspadoras" na face ventral.

Questionário sobre o Ensino de Leitura

Questão 1. Questão 3. Questão 2. Resposta. Resposta. Resposta. a) calcule a área do triângulo OAB. b) determine OC e CD.

Ac esse o sit e w w w. d e ca c lu b.c om.br / es t u dos e f a ç a s u a insc riçã o cl ica nd o e m Pa r t i c i p e :


NOVO MAPA NO BRASIL?

AJóti pos de Paragonyleptes antiquus (Melo-

P R E G Ã O P R E S E N C I A L N 145/2010

TAXONOMIA ElSfeTRltfyi^AO ISTRIBUigAO DOGpWROWtjnida D (CRUST i^fea:jc)ecapoda: jfea:jc)ecapoda GALATHEIDAE) f$ha COSTA BRASILEIftA.

GEOMETRIA. sólidos geométricos, regiões planas e contornos PRISMAS SÓLIDOS GEOMÉTRICOS REGIÕES PLANAS CONTORNOS

IV Seminário de Iniciação Científica

Quadro de conteúdos. Eu Gosto Integrado 1 o ano. Lição 1 As crianças e os lugares onde vivem

Elaboração de relatório técnico e/ou científico, segundo a ABNT

ROTEIRO DE ESTUDO Osteologia do Membro Superior

RESULTADOS DA PESQUISA DE SATISFAÇÃO DO USUÁRIO EXTERNO COM A CONCILIAÇÃO E A MEDIAÇÃO

SICEEL. Simpósio de Iniciação Científica da Engenharia Elétrica. Edital de Abertura

n o m urd ne Hel e n o mis

A 'BC' e, com uma régua, obteve estas medidas:

DIREX Elaboração de Orçamentos sob a Égide da Lei 8666/1993 e do Regime Diferenciado de Contratação

AVALIAÇÃO DE UM TANQUE DE DECANTAÇÃO DE SÓLIDOS UTILIZANDO FLUIDODINÂMICA COMPUTACIONAL

LT 500kV MARIMBONDO - ASSIS MEMORIAL DO PROJETO BÁSICO DE FUNDAÇÕES

'!"( )*+%, ( -. ) #) 01)0) 2! ' 3.!1(,,, ".6 )) -2 7! 6)) " ) 6 #$ ))!" 6) 8 "9 :# $ ( -;!: (2. ) # )

Lista de Exercícios Aula 04 Propagação do Calor

NPQV Variável Educação Prof. Responsáv el : Ra ph a el B i c u d o

AVALIAÇÃO DOS INDICADORES DE BALNEABILIDADE EM PRAIAS ESTUARINAS

Plataformas Montele Pioneira em Acessibilidade No Brasil

CAPÍTULO 4 4. ELEMENTOS ESTRUTURAIS. 4.1 Classificação Geométrica dos Elementos Estruturais

Ilfi

MODELO SUGERIDO PARA PROJETO DE PESQUISA

r e a b i l i t a ç ã o p e d i á t r i c a

Os membros superiores são formados por quatro segmentos ósseos, que apresentamos a seguir. Todos os ossos desses segmentos são pares.

Resolução de Matemática da Prova Objetiva FGV Administração

Grua-pórtico de alumínio, móvel sob carga, capacidades de carga de 1000 kg e 1500 kg

Figura 4.1: Diagrama de representação de uma função de 2 variáveis

Matrizes de Transferência de Forças e Deslocamentos para Seções Intermediárias de Elementos de Barra

1ª) Lista de Exercícios de Laboratório de Física Experimental A Prof. Paulo César de Souza

F.17 Cobertura de redes de abastecimento de água

REVIS TA CONTATO LEITOR GALERIA COLUNAS EDIÇÕES ANTIGAS ASSINATURA. 30/7/2014 Salão de Gramado encerra nesta quinta-feira.

ORIENTAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DE RELATÓRIO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

Acesso de Viatura na Edificação e Áreas de Risco

3º Seminário do Grupo de Pesquisa em Geografia e Movimentos Sociais

Década de Sobre uma espécie nova do gênero Laphriomyia Lutz, e descrição do macho de L. mirabilis Lutz (Diptera: Tabanidae)

ANÁLISE COMPARATIVA DOS DADOS METEOROLÓGICOS NAS ESTAÇÕES AUTOMÁTICAS E CONVENCIONAIS DO INMET EM BRASÍLIA DF.

QUESTÕES PARA A 3ª SÉRIE ENSINO MÉDIO MATEMÁTICA 2º BIMESTE SUGESTÕES DE RESOLUÇÕES

A) LANIATORES DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA COSMETIDAE ALGUNS OPILIÕES DA COLECÃO "OTTO SCHUBART" (") SECRETARIA DA AGRICULTURA - S.

PROFESSOR: Guilherme Franklin Lauxen Neto

Figuras 3 e 4-Chuva Média e observada para o mês de fevereiro, respectivamente

-ESTRUTURA VIÁRIA TT048 SUPERELEVAÇÃO

Notholopus (Notholopoides) niger, Sp.D. Figs 1-5

GEOGRAFIA - 2 o ANO MÓDULO 64 OCEANIA

PROCEDIMENTOS PARA INCLUSÃO DE PERIÓDICOS NO PORTAL DE PERIÓDICOS FCLAR UNESP

Especificação do Código de Barras para Bloquetos de Cobrança Sem Registro e Registrada no SIGCB

TIJOLOS DE ADOBE ESCOLA DE MINAS / 2015 / PROF. RICARDO FIOROTTO / MARTHA HOPPE / PAULA MATIAS

ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA PARA BARREIRAS RIGIDAS EM CONCRETO ARMADO

Novo gênero de Calliini (Coleoptera, Cerambycidae, Lamiinae)

Cat. Escavadeiras Hidráulicas. Compatibilidade entre Multiprocessador e Escavadeira Hidráulica

EDITAL DA III COMPETIÇÃO PONTE DE MACARRÃO

2 Plataformas Carbonáticas

REVIST A BRASILEIRA DE ZOOLOGIA. Revta bras. Zoo!., S. Paulo 4(3): ABSTRACT

Sistema de unidades: comprimento, massa, área, volume e capacidade

tecfix ONE quartzolit

CETERC BOLETIM TÉCNICO 05/2011 GRADUAÇÃO DOS QUESITOS AVALIADOS EM JULGAMENTO

MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DOS CRUSTÁCEA DECAPODA DE ÁGUA DOCE DO BRASIL

Exercícios LENTES e VISÃO DUDU

ELABORAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS: NORMAS PARA APRESENTAÇÃO

ALTERAÇÕES TORÁCICAS CORREÇÕES CIRÚRGICAS

MATEMÁTICA. Professor Diego Viug

ENFISA Encontro de Fiscalização e Seminário sobre Agrotóxicos. Júlio Sérgio de Britto Coordenador Geral de Agrotóxicos e Afins

COBRANÇA BANCÁRIA CAIXA

GEOMETRIA DESCRITIVA A

Capítulo 1. Importação de Dados de Instituições Financeiras - Arquivo TXT 3

Rev. Modificação Data Projetista Desenhista Aprovo

Catálogo Plataformas Cubos Escadas. Acessórios para acesso à piscina

Universidade Federal do Ma Pós-Graduação em Eng. Elétrica

Resolução Comentada Unesp

MATERIAL DO ALUNO PARA RECORTAR

Lista de Exercícios: Geometria Plana. Um triângulo isósceles tem base medindo 8 cm e lados iguais com medidas de 5 cm. A área deste triângulo é:

ÓRGÃOS ACESSÓRIOS DA REDE DE ESGOTO

Representação de sólidos

Apresentamos o Lyptus em suas diferentes classes e especificações, para que você possa fazer a melhor escolha e alcançar grandes resultados em sua

PROPOSTA DE TEXTO-BASE MARMITA DE ALUMÍNIO

COMPLEXOS DE HIDROGÊNIO ENVOLVENDO N 2 O, COS E CS 2 COM HF: UM ESTUDO AB INITIO

Seu pé direito nas melhores Faculdades

RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS COM FRAÇÕES NO SEGUNDO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Professor: José Junio Lopes

(Às Co missões de Re la ções Exteriores e Defesa Na ci o nal e Comissão Diretora.)

I SIMPÓSIO DE BIOLOGIA ANIMAL 24 A 28 DE MAIO DE 2010 TERESINA - PI PROGRAMAÇÃO FINAL

CADERNO DE ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS PARA FORNECIMENTO E INSTALAÇÃO DE DIVISÓRIAS PARA O ESCRITÓRIO REGIONAL DE BELO HORIZONTE MG ER 04

Inteligência Artificial

C U R S O T É C N I C O E M S E G U R A N Ç A D O T R A B A L H O. matemática. Calculando volume de sólidos geométricos. Elizabete Alves de Freitas

Autoria: Fernanda Maria Villela Reis Orientadora: Tereza G. Kirner Coordenador do Projeto: Claudio Kirner. Projeto AIPRA (Processo CNPq /2010-2)

ROTEIRO ENTREGUE NA AULA PRÁTICA

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

Mudanças Climáticas e Desertificação: Implicações para o Nordeste. Antonio R. Magalhães Agosto 2007

Exercícios cinemática Conceitos básicos e Velocidade média

ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA, ECONÔMICA E AMBIENTAL DE PROJETOS DE TRANSPORTE URBANO COLETIVO

UTILIZAÇÃO DO GEOTÊXTIL BIDIM NO DRENO SUBSUPERFICIAL DA RODOVIA PE-60, NO TRECHO ENTRE O ACESSO A SUAPÉ A CIDADE DE SERINHAÉM - PE

SFO t 300'\04- .' FOul'...,~:~, \J. 'f (.,.,~) /ln> ~, Se:: r;"' 30, ler3r. ~. ]ilbltcta. "u. 8~ 'Nat M:ua; ...

1 ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMANDO 1.1 INTRODUÇÃO

Transcrição:

Papéis Avulsos de Zoologia MUSEU DE ZOOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 1SSNIKI.M-IH4') PAPÉIS AVI>LSOS UE ZOOL.. S. PAL'I.O 4(1(12): 189-2(12 12.XI1.1997 REDESCRIÇÃO E DESIGNAÇÃO DE LECTÒTIPOS PARA DUAS ESPÉCIES DO GÊNERO MUNIDA LEACH 1820 (CRUSTÁCEA: DECAPODA: GALATHEIDAE) COLE PADAS PELO U.S.F.C. "ALBATROSS" (1885) NO GOLEO DO MÉXICO (ÍIMAVO A. S. i)i; Mi-.i.n-Pii.no' GUSTAVO A. S. DI; MI:I.O ; AHSTRAIT Munida angulatiií/íii/munida flimi which werecoüectedbythe U.S.F.C. "Albatrvss " during its voyage to lhe northern halfqf Gulfof México (I8S5) are redescribed. The lectoívpes of lhe.ie species are designated, measured and figura!. Keywords: Decapoda. (ialatheidae, leclotypes. Munidaangula/a, redescriplion. U.S. "Albatross". Munidaflinti. INTRODUÇÃO O esforço de pesquisa ao longo da costa brasileira nas últimas décadas, realizado principalmente pelos NaviosOccanográtkos "Alm. Saldanha" e"prof. W. Bcsnard", resultou cm numeroso material coletado. As principais coleções brasileiras de galatcideos estão depositadas no Museu de Zoologia da 1. Departamento ÍIL- Zoologia, Instituto de Biociéncias. Universidade de Siio Paulo. 2. Museu de Zoologia. Universidade de SSo Paulo. Caixa postal 42M4L CEP 04299-970. Sâo Paulo, SP. Krasil Recebi do para publ icaçãu cm 05. V111.1W) c aceito cm 03,111.1997.

I MO Papéis Avulsos de Zoologia Universidade de São Paulo (MZLSP) e no Departamento de (leeunografia da Universidade federal de Pernambuco (DOUFPe). A partir de 1989, a maior parle do malcrial do gênero Munida coletado 110 litoral brasileiro, por instituições nacionais e estrangeiras, foi reunida para estudo no M/.USP (Mclo-Filbo, 1992). Eíntre as espécies mais abundantes, destacaram-se M angulala e M.flinti, de Bcncdict (1902). A identificação destes exemplares foi confirmada pela compararão com os tipos de ambas, coletados pelo USFC "Albatross" (18X5) ao norle do Golfo do México, Bcncdict (op. t/f.) indicou as local idades-tipo destas espécies, porém não designou os ho!ótipos. Assim, lectótipos foram escolhidos, medidos, descritos e figurados. O lectólipo de M.flinti foi comparado, também, com material do US "Blake" (Melo-Filho & Melo, 1992a) c do HMS "Challenger" (Melo-Filho & Melo, 1992b). Uma característica inerente ao gênero Munida é a sua tendência a apresentar um alto grau de variações individuais (inlra-específicas), (.pie foram devidamente estudadas no amplo material coletado. A partir das medidas tomadas, calculou-se uma série de relações 111 orf01 nélricas, inspiradas em Zariquicy-Alvares (1952). O grau de variação destas relações é próprio de cada espécie Dados sobre as estações de coleta do "Albatross", "Blake" e "Cltallcnger" estão em Smilh (I 8891; sobre os projetos e barcos brasileiros, em Melo-Filho (1992). Mimittii angulata Bcncdict, 1902 llig, l.a-g) Munidaangulata Benedict, 1902: 252,fig4; Haig, 1956:4; Bulüs & Thompson, 1965: 9; Melo-Filho, 1992:38, ftgs. 8-14. Munida spinifmns; Coelho, 1967-69: 232 [/w/7.]; Coelho & Ramos, 1972: 171 [/w/7.]. Munida hrasiliae Coelho, 1973: 344; Coelho & Ramos-Porto, 1980: 136. Ucetótipo. Fêmea ovigera. USNM 20532, 'M/ba/mw" est. 2406. Golfo do México, ao largo do delta do rio Mississipi. 28 46' N: 84 49' W, IS.I1I.I885,47m, Medidas (mm) (Lcctótipo). Carapaça: coinprimenlo4,l; largura 3,5. Rostro (danificado): comprimento 1,5. Fspinlios supra-ocularcs: comprimento 0.5.Córneas: diâmetro máximo 1,0. Quelípodo direito: comprimento total 12,4; comprimento da palma 2,8; comprimento dos dedos 3,1; altura da palma 0,8. (Juelipodo esquerdo: comprimento total 12.9; comprimento da palma 3,1: comprimento dos dedos 3.1; altura da palma 1,0.

Vol. 40(12), 1W7 191 Diagnose. Carapuça fortemente convexa. com margem anterior oblíqua. Espinho orbital externo seguido por 6 espinhos. Região epigásirica com fileira transversal de espinhos. Um espinho para-hepático de cada lado. Regiões branquiais anteriores armadas. Restante da carapaça desarmada. Rostro curto, com leve serr ilha distai. Espinhos supra-oculai es eu ri os. Pedunculo antenular com espinho terminal interno mais longo do que o externo e com 1 espinho na face venlral, próximo à margem externa. Pedunculo antenal com primeiro c segundo segmentos armados. Que li podo s curtos, com palmas mais curtas ou similares aos dedos; estes apresentam densa setosidade distai. Estcrno liso e desatinado. Rcdcscricão (Lcctótipo). Carapaça pouco mais longa do que larga, fortemente convexa c com margem anterior oblíqua. Maior largura nu ulluru do sulco meso-cardíuco. Hordas arqueudus. Espinho orbital externo localizado anteriormente ao ângulo ãntero-lateral du carapaça, seguido por 6 espinhos: I na borda hepálica, 3 na borda branquial anterior c 2 na brunquial posterior. Arca gástrica com fileira transversal de espinhos epigástricos: 1 par central proeminente, em linha com os espinhos supra-oculares, seguido externamente por 2 pares menores. Um espinho para-hepático de cada lado da carapaça. Áreas hepálicas desarmadas. Regiões branquiais anteriores com I espinho cada, restante da carapaça desarmada. Linhas transversais contínuas, espaçadas e bem mareadas, guarnecidas por setas curtas. Roslro danificado, fspiuhos supraocularcs curtos, atingindo a margem proximal da córnea, levemente divergentes e ascendentes. Olhos com córneas arredondadas, mais largas do que seus pedúnculos, cujas margens são guarnecidas por setas de comprimento mediano. Tcrgilos abdominais desurmudos, com 2 linhas transversais cada. Pedunculo antenular com espinho terminal intento mais longo do que o externo; margem lateral externa com 2 espinhos: 1 proximal curto e outro distai, dorso-lateral, longo; face venlral com 1 espinho pequeno, localizado próximo a margem lateral externa. Pedunculo antenal com borda externa do primeiro segmento arredondada c crcnulada; borda interna com 1 espinho terminal; segundo segmento com 2 espinhos terminais: interno e externo; outros segmentos desarmados. Terceiro maxilipodo com isquiopodito possuindo I espinho terminal dorsal e outro venlral; margem dorsal interna denticulada; meropodiio com 1 espinho distai dorsal c 2 espinhos ventrais, 1 medianamente localizado e outro terminal; linha de selas do isquiopodito ao datilopodito. Quelípodos 1 similares, aproximadamente 3 vezes mais longos do que a carapaça. Meros com várias linhas de espinhos fortes e 3 espinhos terminais. Carpos com alguns espínulos esparsos e 3 espinhos terminais. Palma direita 3,5 vezes e esquerda 3,0 vezes 1 rodos OS exemplsircs OEI série smlípicei possuam L üi:3ipodi>s scmijlijinlcs, que se encontravam desusados c mislaradt^; um pjir!bi separado, medido e descrito.

192 Papéis Avulsos de Zoologia mais longas do que altas edc comprimento semelhante ao dos dedos, com várias linhas irregulares de espinhos pequenos e I espinho nas faces dorsal e ventral, junto à articulação com o dedo móvel. Junção entre palma e dedos com ângulo característico 4. Dedo móvel com espinho terminal curvo, 1 espinho suhlermiual c outro proximal. Dedo fixo com! espinho terminal curvo e outro sublcrminal. Face cortante dos dedos se locam em toda sua extensão, sendo cobertas por denlículos justapostos e com forte molar proximal. inserido no dedo móvel da quela esquerda. Denso tufo de setas recobrindo a porção terminal dos dedos. Patas ambulatórias ausentes. Eslemo com superfície lisa. desarmado. Hordas anteriores dos estemilos levemente erenuladas. Sulcos estemais bem marcados, guameeidos por setas de comprimento mediano, facilmente visíveis, Material examinado. Golfo do México. "Albaiross", cst. 240n, 47m, 4 ex., leetòtipo e paralectótipos (USNM 20532). Brasil: Maranhão- NOc. "Alm. Saldanha", est. 1749A,63m, 3 ex. (DOUFPe). Ceará- ul Canopus", cst. 7,65m,4 ex. (DOU FPe); est. 48,64 m, 2 7 ex. (DOU FPe); est. 52,5 5 m, 8 ex. (I X)UFPc), est. 64, 59 m, 7 ex. (DOUFPe); NOc. "Alm. Saldanha'; est. 1693,49m, 1 ex. (DOUFPe): est. l708,66m.kcx.(doufpe>;esl. 171 IA. 75m, 3 ex. (DOUFPe). Pu. Cirande do Norte-Xanopus", est. 101,69-70m.9ex.(DOUFPe>:est, 109,45m, PJex.fMZUSP 6613). NOc. "Alm. Saldanha", cst. 1687, 73 m, 3 ex. (DOUFPe). Variações. Maior largura da carapaça variando de 0,8 a 0,') vezes a medida do comprimento. Grau de obliqüidade da carapaça variável, tendendo a ser mais acentuado cm fêmeas. Espinho orbital externo sobre o ângulo ânterolateral da carapaça ou anterior a cie. Fileira epigástrica com 6 a 8 espinhos; regiões branquiais anteriores com 1 ou 2 espinhos cada. Rostro com comprimento variando de 0,3 a 0,5 vezes o comprimento da carapaça, podendo ser horizontal, descendente ou ascendente. Espinhos supra-oeulares podem ser paralelos, subparalelos ou levemente divergentes. Córncas com diâmetro máximo variando de 0,2 a 0,3 vezes o comprimento da carapaça. Segundo lergito abdominal inerme ou com 1 par de espinhos. Terceiro maxilípodo com 2 ou 3 espinhos na face ventral do meropodito. Ouelípodos com comprimento variando de 2,5 a 3,0 vezes o comprimento da carapaça; palmas 3,0 a 5,5 vezes mais longas do que altas, medindo de 0,8 a 1,0 vezes o comprimento dos dedos. Distribuição, Atlântico ocidental: Flórida, Norte do Golfo do México, Colômbia, Venezuela e Brasil (Maranhão, Ceará c Rio Grande do Norte). De 38 a 75 metros. 4 Scgunúi) BenaBct (1902: 253 ti "A sirikin^ charaetór uf ihi* species is lhe shiipe oíthe hand, which isbcnl downwafd líoni lhe base of the II n^trs."

Vol. 40(12), 1997 193 Observações. Munida angulata é facilmente identificável pelo ângulo característico na junção entre palmas e dedos dos quelipodos: pelo denso tufo de selas que recobre a porção terminal da quela e por possuir 1 espinho na lace ventral do pedúnculo aiilenular. A série sintipica estudada por Henedict (1902) possui 4 exemplai es (USNM 20532). Destes, uma fêmea ovfgera foi selecionada como lectotipo. Por longo tempo M. angulata permaneceu registrada apenas para as estações do U.S.F.C. "Albatross" (1885), sendo reencontrada, em 1939, peto "Velei o IN", ao largo de Aruba e no litoral da Colômbia e Venezuela (I laig, 1956). Posteriormente,o EFV "Combat" <cst. 72: 30 ll'n: 80 17'W: 57,6 m) coletou-a na Flórida oriental, assinalando o seu limite setentrional, A coleção DOUI Te é particularmente rica em exemplares de M. aiigulaht. coletados pelo NOc. "Alui. Saldanha" e pelo "Canopus" na cosia nordeste brasileira t-sses exemplares foram confundidos com M. spinifhms (Coelho. 1967-69; Coelho & Ramos, 1972) e posteriormente utilizados na descrição de M. brasiiiae (Coelho, 1973), uma espécie sinônima. Sua ocorrência em águas mais profundas no nordeste brasileiro, do que no norte do Golfo do México, parece indicar uma espécie lempcrada-quente. com certo grau de eurilermia. Munida lliiiti Henediet, 1902 tfig-2.a-n Munida Sfimpsimi A. Milne-Edwards, I88U: 47 /«i/7.]: A. Milne-lidwards & liouvier, I897:48j/wrí.],pl. IV, fig. 1. Munida stimpsoni; Hcnderson, 1888: 126, pi. XIV, iig. 1; Morena, 1901: 83: Coelho & Ramos, 1972: 172; Coelho, Ramos & Meto, 1990:25. Munida flinti Bcnedict. 1902: 258, fig. 9; Chace, 1942: 57; Pcquegnat & Pequegnat, 1970: 130; Takeda. 1983; 87; Melo-Pilho & Melo, 1992a: 4y; Melo-Filho & Melo, 1992b: 765. Lectotipo. Macho, USNM 9778, "Albatmss" est, 2404, (iolfo do México, ao largo do deitado rio Mississipi, 28 44' N: 85 16' W, 15,111.1885. 108 m. Medidas (mm) (Lectotipo) Carapaça: comprimento 8,9; largura 7.2, Rostro: comprimento 3,6. Espinhos supra-oculares: comprimento 1.3. Córneas: diâmetro máximo 2,7, Quelipodos: danificados. Diagnose, Carapaça com bordas Ievemc111e a rqueadas. 1 :,spin bo oi bitai externo seguido por 4 espinhos laterais. Arca gástrica com um par de espinhos epigástricos e outro par proiogástrico. cm tinha com o precedente. Um espinho para-hepático c 1 pós-cervical de cada lado. Um espinho sobre o sulco meso-

194 Papéis Avulsos de Zoologia cardíaco. Margem posterior da carapaça com I par de espinhos. Segundo, terceiro e quarto lergilos abdominais armados. Pedúnculo unleuular com espinho terminal interno mais longo do que o externo. Pedúnculo antenal com apenas o segundo segmento armado, com 1 espinho dislal externo. Terceiro maxilípodo com 1 espinho na face ventral do meropodito. Esterno desarmado. Rcdcscrição (Lcctótipo). Carapaça pouco mais longa do que larga. Maior largura na altura cio sulco mcso-cardíaco. Bordas levemente arqueadas. Espinho orbital externo sobre o ângulo ântcro-lateral da carapaça, seguido por 4 espinhos: 1 na borda hepálica, 2 fia borda bianquial anterior e 1 na branquial posterior. Área gástrica com I grande par de espinhos epigástrieos, logo atrás dos espinhos supraocularcs, seguido por I par menor, protogástrico. cm linha eom o precedente. Um espinho para-hepático de cada lado da carapaça. Áreas hepátieas e branquiais anteriores desarmadas. Um espinho pós-cervtcal de cada lado da carapaça. Um espinho sobre o sulco meso-cardiaco. Margem posterior da carapaça eom I pai" de espinhos, restante da ca tapava desarmada. Linhas transversais continuas, pouco marcadas e guamecidas por setas regularmente dispostas, li ostro ascendente, sinuoso, levemente scmlhado na Cace superior da metade distai. Espinhos supra-oculares curtos, atingindo apenas a margem próxima! da eórnea, paralelos, ascendentes e sinuosos como o roslro. Olhos com cómeas arredondadas, mais taipas do que seus pedúnculos, cujas margens são guamecidas por setas curtas. Segundo c terceiro tergitos abdominais armados com, respectivamente, 6 (2-2-2) e 4 (1-2-1) espinhos na carena anterior e com 6 linhas transversais cada um. Quarto lergito eom I par de espinhos na earena anterior e I espinho central na carena posterior, com 4 linhas transversais. Pedúnculo antenular com espinho terminal interno pouco mais longo do que o externo; margem lateral externa com 2 espinhos curtos: o proximal pouco mais longoque o distai. Pedúnculo antenal com borda externa do primeiro segmento crenuiada; borda interna desarmada, com extremidade clistal arredondada e coberta por setas longas; segundo segmento com I espinho dislal externo pequeno. Outros segmentos desarmados. Terceiro maxilípodo com isqniopodito possuindo 1 espinho terminal no ângulo ventral interno; margem dorsal interna denlieulada; meropodito com 1 espinho forte, localizado medianamente, na Face ventral; linha de setas do isquiopodito ao datilopodilo. QueUpodos danificados. Palas ambulatórias comprimidas lateralmente; meros com duas fileiras de espinhos nas faces dorsal e ventral; carpos eom 2 espinhos terminais; própodos e dátilos eom linha de espínulos móveis na face ventral; dátilos setosos. Esterno adornado com ercnulações no estemilo de inserção dosquelípodos; outros eslemiloscom superfície lisa; margem anterior do estemito de inserção do terceiro maxilípodo e bordas anteriores dos demais estemilos, crenitladas; sulcos estemais bem marcados, porém pouco profundos, com setas muilo curtas.

Vol. 40(12), 1997 195 Material Examinado. Golfo do México: U.S. "Albnlross", est. 2404, 108 m, lectótipo (USNM 9778). Anlilhas: '-lílake". cst. 202, líidm. sinlipo de M. stimpsoni (MCZ 2821). Brasil: Alagoas - "Challenger", est. 122, 630m, I ex. (BMNH 1888:33). Espirito Santo - Proj. Rio Doce, NOc. "Prol. W. Besnard", cst. 52, I9m, I ex.(mzusp 10342). Rio de Janeiro-Proj. Ilha Grande, "Emilia", est. 254, Um, 12 ex. (MZUSP 6513); sul da Ilha Grande, 90m, 14 ex. (MZUSP 10753);, Marambaia. 116-122m. t ex. (MZUSP6860). São Pauto - "Riobaldo" est. 102, 2 ex. (MNRJ); Instituto de Pesca de Santos, Baia de Santos, 120-130m, 30 ex. (MZUSP 6852); 100/150111, I ex. (MZUSP 6856); 70-120m, 2 ex. (MZUSP6861); 100-150m. 7 ex. (MZUSP 6863); MOin, 1 ex. (MZUSP6864); I20-I30m, Mex. (MZUSP 10338); 120-130m, l ex. (MZUSP 10367); Farol da Moela, t00-120m, 1 ex. (MZUSP 0853); Santos. loom. 5 ex. (MZUSP 6854); sul da Barra de Santos, 70m. 1 ex. (MZUSP 10306); 120m, 10 ex. (MZUSP 10318); 1 ex. (MZUSP 10324); 120in, I ex. (MZUSP 10350); I20m, 2 ex. (MZUSP 10374); 100-120 m, 6 ex. (MZUSP 10752); sul deguaratiba. 3 ex. (MZUSP 10304); Proj. Integrado, Noc."Prof. W. Besnard", est. 1010, I29m, 9 ex. (MZUSP 10317}; 1 ex. (MZUSP 10336); est. 1022, I38m, 2 ex. (IOUSP); cst. 1147. 57m, 1 ex. (MZUSP 5160): est. 1049, Í34m, 2 ex. (IOUSP); cst. 1262, I20m, tex. (MZUSP 5114); II ex. (MZUSP 5131); 3 ex.(mzusp 10352); ao largo da ilha Vitória, 2 ex. (MZUSP 6514). Paraná - Proj. SOL, NOc. "Prof. W. Besnard", est. 1281. I35m, 3 ex. (MZUSP 5139); est, 1282, 268m, 4 ex. (MZUSP 5164). Santa Catarina - Proj. VAUNEC 11. est. 2270, 139m. 16 ex, (IOUSP); Proj. SOL, cst. 1049, I70-I73m, 7 ex. (MZUSP 10305): est. 1170. I41m, 10 ex. (MZUSP 103071;!9ex.(MZUSP 10315); 5 ex. (MZUSP 10326); 2 ex. (MZUSP 10329); est. 1283, I37m,50ex.(MZUSP 10320);3 ex. (MZUSP 10343); 10 ex. (MZUSP 10348); I ex. (MZUSP 10365); est, 1291, 120m.2ex. (MZUSP 5140); cst. 2641, 141 m. 2 ex. (MZUSP 10359). Rio Grande do Sul - Proj. GED1P, NOe. "Prof. W. Besnard", est. 285, 92m, I ex. (MZUSP 5149), est. 296,200ni. I ex. (MZUSP5154): cst. 302, 115m, 2 ex. (MZUSP 5151); est. 306. I79ni, 3 ex. (MZUSP 5152}; esl. 359. 133m, I ex. (MZUSP 5116): est. 374, I48m, 2 ex. (MZUSP 5163); est. 380. I70m.! ex, (MZUSP 5150); esl. 428, I53m, I ex.(mzusp6512);est,429.92m, 1 ex.[mzusp 5138); esl. 436. 147m, 10 ex. (MZUSP 5128), 1 ex. (MZUSP 10302); est. 437. I98m, 36 ex, (MZUSP 10321); 1 ex. (MZUSP 10345); 5 ex. (MZUSP 10351); est. 442, MOin. 2ex. (MZUSP 5137); est. 449. I82m, I ex. (MZUSP6509); est 457, I12m, I ex. (MZUSP 5162): Icx. (MZUSP 5165): esl. 458.200m, I ex. (MZUSP 5147); I ex. (MZUSP 6505); esl. 539. 138m, 6 ex. (MZUSP 5135): esl. 541, 219m. 15 ex.(mzusp5l21 );esl. 554.154m, 1 ex. (MZUSP5117); 3 ex. (MZUSP 5142); 51 ex.(mzusp6516);5ex.(mzusp 10332); 1 ex. (MZUSP 10353); csl. 56!, l24m,5ex.(mzusp5h0); 14 ex. (MZUSP 5119): 2 ex. (MZUSP 10313); est.

196 Papéis Avulsos de Zoologia 1656, l73m,7ex.(mzusp5l53);5cx (MZUSP 5158); I ex. (MZUSP 10371); est. 1664, 200m, 17 ex. (MZUSP 51291; I ex. (MZUSP 10358); I ex. {MZUSP 10370); est. 1666. 210 m. 7 ex. (MZUSP 5143); 2 ex. MZUSP 10334); est. 1680.!30m. lex. (MZUSP 5115); 55 ex. (MZUSP 5124); 3 ex. (MZUSP 5127); lex. (MZUSP 10325); I ex. (MZUSP 10327); est. 1691. I32m,!6ex. (MZUSP 5141): 8 ex. (MZUSP 6503); I ex. (MZUSP 10368); est, 1692. 194m.! ex. (MZUSP 5I67 ; est. 1695, I88m,4l cx. (MZUSP 5122); 69cx.<MZUSP 5123); 2 ex. (MZUSP 10328); I ex. (MZUSP 10346); 2 ex. (MZUSP 10356); 1 ex. (MZUSP 10366); 3 ex. (MZUSP 10372); est. 1696, Í24m, 13 ex. (MZUSP 5155); 1 ex. (MZUSP 10354); esl. 1698. 51m. 2 ex. (MZUSP 6502); est. 1701. H7m, 2 ex. (MZUSP 5130); 2 ex. (MZUSP 10344): esl. 1702. 177m. 4 ex. (MZUSP 5156); 1 ex. (MZUSP 10330); est. 1708,2O0m. I ex. (MZUSP 5109); 10 ex (MZUSP 5134); 2 ex. (MZUSP 10335); esl. 1722, 135m, 7 ex. (MZUSP 5136); 2 ex. (MZUSP 10364); est. 1758. 197. 1 ex. (MZUSP 5161); 2 ex. (MZUSP 1031 I); est. 1887. 16m. 8.3 ex. (MZUSP 5125);4 ex. (MZUSP 10308); 1 ex. (MZUSP 10339); 15 ex. (MZUSP 10347); 1 ex. (MZUSP 10363): est. 1908, 180m.4ex.(lOUSP): loex, (10USP); est. 1909, 184m, II ex. (MZUSP 5132); est, extra 1, 15 ex, (MZUSP 5120); 4 ex. (MZUSP 10349); est. extra II. 11 ex. (MZUSP 5133); 1 ex. (MZUSP 5159); 2 cx. (MZUSP 10.310); I ex. (MZUSP 10331): 1 ex.(mzusp 10355);Proj. PC/Belap,NOc."AtlânticoSut", [cruz. 1984. esl. 10.24 ex. (FURG 415); est, 11.21 cx, (FUR(i404);esl. 14,21 est. (FURG 412); II cruz, 1984, est. 9, 86 ex. (FURG 408); est. 10, 24 ex. (FURG 707); est. 12, 27 ex. (FURG 410); Proj. Taludc, NOe. "Atlântico Sul", esl.ii.119m, lex. (FURG). est. 10. 225m, 2ex. (MZUSP9077); lex. (MZUSP 10340); ao largo do Farol da Solidão. 66tn. 8 ex. (MZUSP 10314). est. 10. I20m. 1 ex. (FURG) est. 19. 250m, I ex. (FURG). Uruguai: Projeto GFD1P, Noc"Prof. W. Besnard".est, 279, I54m, 101 ex. (MZUSP 10322): 1 cx. (MZUSP 10333); 1 cx. (MZUSP 10360); est. 396. I55m. 2 cx. (MZUSP 5145);! ex. (MZUSP 10368); est. 473. 138m, I cx, (MZUSP 5166); I ex. (MZUSP 6508); est. 576,154m, 2 ex, (MZUSP 5148); 49 ex. (MZUSP 10316); 49 ex. (MZUSP 10319); 3 ex, (MZUSP 10337); 1 ex. (MZUSP 10369); est. 1883. I75m, 3 ex. (MZUSP 10303); 3 ex. (MZUSP 10312). (Foram reproduzidas todas as informações disponíveis.) Variações. Maior largura da carapaça variando de 0,8 a 0,9 vezes a medida do comprimento. Numero de espinhos laterais entre 3 e 5. geralmente 4. Par de espinhos protogástricos raramente ausente; pode ocorrer um espinho adicional, no centro da região mesoeardiaea o ti entre o par protogást rico. O espinho mesocardíaco raramente é duplo. Rostro com comprimento variando de 0,3 a 0,4 vezes o comprimento da carapaça, Espinhos supra-oculares medindo

Vol. 40(12). 1997 1<J7 de 0.2 a 0,3 ve/.es o comprimento da carapaça. Cómeas com dianteiro máximo variando de 0,2 a 0,3 vezes o cotnprimenlo da carapaça, Tergitos abdominais comespinulaçào variável, na caretia anterior segundo tergito com 5 a R espinhos; terceiro tergito com 2 a 6 espinhos: quarto tergito com 2. 3 ou nenhum espinho; este tergito pode apresentar carena posterior desarmada ou armada, com 1 espinho Forte OU fraco. Pedúnculo antenular variando quanto ao comprimento da porção distai, que pode atingir de 0.3 a 0,5 vezes o comprimento da porção proximal; os 2 espinhos laterais externos deste pedúnculo podem ser curtos ou longos. Quelípodos com comprimento variando de 3,5 a 6,0 vezes o comprimento da carapaça; palmas 7.0 a 9,0 vezes mais longas do que altas, medindo de 1.0 a 1,4 vezes o cotnprimenlo dos dedos. Distribuição. Atlântico ocidental; Golfo do México; Antillias(Grenadat; üuianas; Hrasil (Alagoas, Espirito Santo, Rio de Janeiro, Sào Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul) e Uruguai. Dados da literatura informam que essa espécie foi coletada entre!0sí e 220 metros; o material examinado acusa uma faixa mais ampla, entre 11 e 315 metros. O exemplar coletado em Alagoas ("Challenger" est. 122, 630 m) estava a uma profundidade excepcionalmente alta (Mclo-Filho & Melo, 1992b). Observações. Munida flintí foi descrita por Benedict (l l )02) com base numa série sintípica de 11 exemplares, da estação 2404 do USFC "Alhatross" (USNM 977R). Destes, um macho foi selecionado lectólipo. Cbace (1942) não encontrou exemplares desta espécie no material coletado pelo "Atlanlis". mas notou sua presença na coleção do US"B!akc" (est. 36 c 262). A Milnc-Fdwards & Bouvier (1R97) mantiveram estes espécimes como sintipos de Aí, stimpsoni, utilizando o exemplar da estação 36 para figurá-la (A. Müue-fídwaids & Bouvier, o/>. rir., pi. 4, fig. 1). Este engano induziu muitos autores a confundir as duas espécies. A designação do lectótipo de M. stimpsoni (Mclo-Filho & Melo. 1992a) resolveu a questão. Munida fíirtti, M. henedicti, M. stimpsoni e Aí st riu tu sào semelhantes. Os caracteres utilizados por Benedict (1902), Cbace (1942) e Pequegnat & Pequegnat (1970) para separar M. flinti das espécies afins, como espinulaçãodostergitos abdominais e comprimento dos espinhos supra-oculares, são inadequados por sua variabilidade (item variações). A Tabela 1 mostra a comparação entre as espécies, utilizando caracteres que se mantiveram invariáveis no vasto material examinado de.')/. flintí. Outra diferença, é mie a maioria das ocorrências de A/, flintí foi em águas snb-lropicais, enquanto que M. benedicti. A-/, stimpsoni c M. striaia ocorrem em águas tropicais.

198 Papeis Avulsos de Zoologia Kigur«i I. Munida ttu^ufnut l-einai minera. LfSNM 20532 jleciótipu}: a. pcilúneulu smlciiíil; k piiui ambulatória; ch quela: d, pedúnculo amlenular; c. carapiça; f, estemu; g. terceiro nwchipodo. Escalas: üj mm {a); 0,5 mm (J. 1", g); U> mm ib. c, e).

Vo!. 40(12), igg7 iyy Figura 1. Mmtitiaflinti. Macho, USNM 9?7S(Lei;tóiipo>: a, pcilúneulo amena!: b. pala ambulatória; c, eslemo; d, catapaça; e, pedúnculo antenular: I". Icrcelro maxilipodo. Escalas: 0,5 nim ia. e); 1.0 mm (c, f); 2,0 mm (d):.1,0 mm (bl.

Tabela I, Caracteres diferenciais de Kí.flirtti em relação a Aí. benedicti, Aí. stimpsoni e Aí striata. M. flinti M. benedicti M. stimpsoni Aí. striata Primeiro.segmento do pedünculo antetial desarmado Armado por I tone espinho mesial Armado por I fone espinho mesial Armado poi" 1 forte espinho mesial Segundo segmento ArmaÜO por I Armado por 2 fortes Armado por 2 fortes Armado por 2 fortes do pedúnculo pequeno espinho espinhos terminais espinhos terminais espinhos terminais antenal terminal lateral (mesial e lateral) ('mesial e lateral) (mesial e lateral) Linhas transversais da carapaça continuas e pouco mareadas contínuas e bem mareadas caracieristicamente descontínuas e fracamente marcadas contínuas e fortemente marcadas Segmento distai do pedúnculo antenuiar curto, armado com pequenos espinhos laterais longo, armado com espinhos laterais mais desenvolvidos longo, armado com espinhos laterais mais desenvolvidos longo, armado com espinhos laterais mais desenvolvidos

Vul. 40(12», MW7 201 AGRADECIMENTOS Os autores agradecem a Mnrilyn Schoite, Nalional Mnseum of Natural History, Smithsonian Instttution, pelo empréstínw de niaterial-tipo do USFC "Alhatross", A Dra. Ardis Johnsloru Museum of Comparative Zookiyy. pem empréstimo de exemplares do US "Blake"; ao Dr. Paul Clark. Uriiish Museum of Natural History, pelo matéria] do MMS "Challengcr" e ao Dr. Pctrònio A'vcs Coelho. Universidade Federa) de Pernambuco, pelo envio de exemplares de Munit/íi tmgultthi. Suporte financeiro provido pelo Conselho Naemnal de Desenvolvimento Científico c Tecnológico (CNPq) Proc. 830373/89-6 (GASMF)e 303224/87-8 Z.O/FV (GASM), Ri i-i-kí-v/ias IÍCIK-LIU!. ' I l,j i'" I k^ltipiion o\'a nou ÜL'MU*Í and lorn -a\ neu spucies of emstaceans oí"lhe I Limily < iajalhcidae uilh :i lisl nl" itil' knouu matinê speviev ftvffccding.* <tf ihr UttHetl States \ttfiiwtil AfttscwM,Washtiitíinn. 2íS (IJIlJc 243-334, MUIIÍN JI., ti. k. & riuinipstui, J. R. IWKV Collceiiimshy lheexploraiorv Rshingvesscls*t)rcgon**, "SHvcr Hay'\ "Combui". mu! "PcÉiam" made Juring *5fi-l%U in tire southwestern Nott Altanlk-. SfHtttti St ienfifie Kifui. i tufrd Stnir* I i\íurir> Fish and MshiliU' Smúe. Washington, í/fí: 1-130, Cbaec. I. A. Jr. 1442. Reporis un ihc scioimftc rcswks of Ac "Atlawlis** expedition lo lhe West iinhcs, IIHLIL L I 1 HL- (LIIIH auspices oi ilii_- Universwy oi I ho ano LIIH.I I LiiMini t taiversity. I lie aitomuran í 'iuslaten. I. (ral;illiepdcii. Tttnviti. LEI I lalnnia, //: 1-1 i.íd. ( ou I ha P. A. I W>7- fp*-j. A d isi rihn ic, & t d< ^ eras! skin H» * leva f * HUW rcpim ites i l< i m «1 e dt» H rasi t. /hifo ijara íjrctíífííün^irn.v da {'uiwfsuhuu' t m \'ttt*nii tle t\'nitntflntfri. Recife, V //; 223-23S. Coelho, PA. N73. Descrição preliminar tlc Munida hvsiíútf n.sp.. do Norte c Nordeste do Hrnsil (t nistacea: Dccapoda: L i atalhei duc). í inuitt c Cttititt-a, Rio de Janeiro, JJ fr):.m4. Coelho, P,A.& Ramos, M A. 1972. AconslitutLEkt cadi>lritilii^a(ida fauna de decápndnsdn liloral lesic da America du Sul entre as latitudes de.v N c.^9" L S. Trtihttffuts (hxt&tngfàficw dn i diversidade Ftfk'raÍ ãe i\'nitnnhifí>.!lcvil"c /^ : I.Vl-23fi. Coelho, P \ ít Ramos-1'oui>. M. A NXO. CruslÀteo? Jei"'iptHUw i\n eostn do Mjn:inh:"h>. ftrasil. tttiu-tiat d*t fasíifhtfí (k\miof*n'ifkw. Sào Paulo,?VOt 1 Í5-I3K. C(ieWui. IVA.' RiUiinvi-IVnUv M. A. Jfc Melo, ti. A. S. IWtJ. t iusuweos deeápikíos do estado de Alagoas. Attaix <ín Sttcietit/de Notyfe&titttt dv Xturfagia, Maceió^.í (3) : 21 -.14. Haiy, J, 1956. The Galalheidae (Crustácea: Anomnra) of the Albn Hancock Expedflion with a review of lhe PorcelIaEitdae of lhe Western Atlantic Alftm Haintick Admttiv Expeditian. Repart. S: \-4A. IleiKkTson, J. li. 1XKX. Kc^rl on lhe Aimmtira coltecied hy II MS. "t^hallcnger*" during ihcycars IH 7.1-70. íicfiorf mi dtc VÍ ii'tffifi< tvxut/ji of thc nnttpcoi If.\t.S. "Chattenger"dnring fhe ivant IS73-76.?^K4ogy Lomhm. 27: 1-221. Mck>-HllHi.( i A.S. IW2. 7ti\t»tot»íit r tftmriimi^ihtdo t^rnrnf Munida í.eiuh ti. 'rit&ttwva: DevopíkUs: Gohnhcidae) anemia hrasiteira Rio Claro, Universidade tistadunl PaulisU, UNESP, Oisserta^âo dt Mesliado. hisiituio de Bkx n icncias da t iiiicrsuhidc I xladual PEILEII^I, UNI SP. IS7 p fnâopublteuda.

202 Papéis Avulsos de Zoologia Melo-Filho, G. A. 5. & Melo, G. A. S. 1992a, Designatkm oflectotypes lòr the speciesol" ShmUkt (Crustácea: Anomura: tlalalheidae) colleeted by lhe U.S. Cousl Survey Stettmer"Blake" (1877-1879) and (he descri pi ion ola new species. I J tin.-i'cdings rtfdw ífioíogicat Sttcivty qf Wwitiinfiíiw.Wamhinsyon. 105 0): 512-^20 Melo-Filho. Ci. A 5. & Melo. ü. A. 5. itob. Reexamination oflhc material vf Munida Leach (Crustácea: Anomura: Galatheidac) eoltçcted by lhe II.M.S. '"Chalíeniter' nlong íhe Braziliancooxt, Pntceedings qfttw Ilioft^indSttcietyoJ Washington,. WashingtOR,/flJ{4) : 760-774. Milne-Edwards* A. ISRO. Repojts r>n the rcsults t>f dredging. under lhe supervision <d" Alexandet Agassiz, in lhe Gulíof México and in lhe Caribbcan Sca. 1X77. 7X L 7V X by Lhe United Sirnes Cnjisi Sune> SturiLitier "Ulakc". Liem.-t emiruander CD. Sigsbee, U.S.N,, and Commander J.R. Barllelt. U.S.N., Commanding. VIM. Findes prélinunaiies sttr les Cni$taçés r ButÍeiinrftheMit$ettntofCümptir{ttiveZ(H^,V(1): -68. Nlimc-Edwiirds. A.A Buuvicr. E. L. JX97, Reporlsou theresultsüfdrcdgiiuz under Ihesnpcrvisitm ofalexanderagassiz in lhe Gulfof México (1877-78). in Lhe Cartbbean Sca (1878-79), and atong Atlantic Coasl oi" lhe United States i ISSO) by lhe U.S. Coast Survey Steamer "BJaÈíe".,,DescrtpUon des Crusiacés de Ia lamihe des Galathéides recuei! lis pendam Fexpcditíon. Memairs <<{ fhe Xíuseum oj C 'omptiratiw Zordogy aí Harvttfti Codege. tv 12): 1-141. Moreira. C. I*J0L Contribuições para o conhecimento da fauna brasileira. Crustáceos do Brasil, ArchiwK do Museu Nucumaido Ri de Janeira, Rio de Janeiro. U ; 1-51. Pequegnat, L. II. & Pequegnat, W. E, 1970, Deep-sea anoimirans oi"supcrlamily Galathcoidca with deseriplions of two new species. In: W.E. Pequcgnal & A. Chace, Jr., eds.. luxas A&M University Occanographic Suidies. Houston, f(5). Confributians on the bialogy af tttegutfofme.xuv: 125-170. Takedk, M. I9R3. (mslaeeans. fn: Takedk, M.& Okutane, T. Çrustacea/a and Afoituníu Ihtwledqff SttrimmetimIFrvtH m hgukjna-tqkíq*)bpan Marine Fisheiy Resource ResearchCenler,354p, Smitli. S. I jím ç l. Listo Dfthc drçdging stations ofthe U.S. FishCommission. the U.S. Coast Survey. ;indllielki(ishsleamer"( hallenger",innonh Amerie:a> waeers,1rom IH67lo IHK?^togethcr vt ii.fi llmse id' Lhe principal liuropean... in lhe Atlantic and Artic oeeans. Rcport qf lhe UnitedStates Fish Ctmmission ftir IXH6, Washington, pari. 14, p. K71-1017. Zarkjuiey-Alvarez, R.I952. Estúdio de Ias espécies europeas dei geri. Munida Lcach. ISIS. EOS. Regista Espanolaàe Entomologia, Madrid. 28 (2/3): 143-231. ESPH: IJKM I WIKSI») K \!'UIOI ISAM IIKODU NdHiltA.MA \l'()l<) AS l'l HI l( A(.(')KS( IIMil l( AS l'khi( Jt>l( AS DA l!si" IISSÃO [>K < HKDKSC IAMKMO