DOSSIER DE INFORMAÇÃO INSTITUCIONAL APCL. A APCL Missão e Visão Organização Projetos da APCL Leucemia Dados e Factos

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Transcrição:

DOSSIER DE INFORMAÇÃO INSTITUCIONAL APCL A APCL Missão e Visão Organização Projetos da APCL Leucemia Dados e Factos SETEMBRO 2017 1

A APCL A Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) foi fundada em janeiro de 2002, resultado da iniciativa de um conjunto de doentes que sobreviveram a patologias Hemato- Oncológicas (Leucemias e Linfomas) e de um grupo de médicos do Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil (IPOFG) de Lisboa. O principal objetivo da associação é o alerta para a importância de consciencializar e mobilizar a sociedade civil no apoio a todos os que diariamente lutam contra a doença da Leucemia. A APCL foi reconhecida como Instituição de Utilidade Pública em 2003 e Instituição Privada de Solidariedade Social (IPSS) em 2011, tendo como missão contribuir, a nível nacional, para a eficácia do tratamento das Leucemias e outras neoplasias hematológicas. A APCL, que conta hoje com 15 anos de atividade conseguiu mudar um pouco do panorama nacional na área da Hemato- Oncologia, nomeadamente: Na evolução positiva do registo do número de dadores nacionais de medula óssea; Nos apoios sociais concedidos pela APCL; Na atribuição de bolsas de investigação; Nas receitas geradas pelos concertos solidários, que permitem ajudar doentes e familiares. Missão e Visão Missão Contribuir, a nível nacional, para a eficácia do tratamento das Leucemias e outras neoplasias hematológicas afins, apoiando as famílias e doentes mais necessitados. Visão Promover o conhecimento e o desenvolvimento no campo das doenças oncológicas do sangue, nomeadamente da Leucemia, promovendo a prevenção, tratamento e a investigação clínica. Organização Conselho de Administração Presidente Manuel Abecassis Vice- Presidente Carlos Horta e Costa Vogal Maria Gomes da Silva Vogal Miguel Salema Garção Vogal Michelly Búrigo 2

Projetos da APCL 1. Apoio ao registo de Dadores Para muitos doentes a transplantação de medula óssea é a única possibilidade de cura e depende da disponibilidade de todos os que se inscrevem nos registos nacionais e internacionais. Do registo português têm saído células de Dadores nacionais para ajudar a salvar centenas de vidas de doentes com leucemia em Portugal e em mais 20 países espalhados por todo o mundo. A APCL apoia o CEDACE através da compra de equipamentos específicos, do pagamento de salários a funcionários colocados nos Centros de Histocompatibilidade para reforço de equipas e do suporte de custos relativos à compra de reagentes para triagem de novos dadores (exames de caracterização genética). Entre 2002 e 2011 foram atribuídos mais de 600.000 para cobrir estas despesas. 2. Apoio Social a Doentes Entre 2002 e 2017 os apoios sociais concedidos pela APCL através dos Hospitais (Capuchos, Santa Maria e IPO de Lisboa) a doentes com dificuldades económicas ultrapassaram os 95.000, e beneficiaram um total de 363 famílias. Os pedidos de ajuda financeira para doentes carenciados são feitos mediante uma solicitação emitida por um Assistente Social da Unidade Hospitalar onde o doente está a ser seguido. Essa solicitação terá que ser devidamente fundamentada, comprovando as carências do doente, referindo o montante solicitado e o período pretendido para duração do apoio. 3. Apoio à investigação A APCL promove a investigação no âmbito das doenças malignas hematológicas e das leucemias em particular, através da atribuição anual de uma Bolsa para subsidiar um projecto de investigação com a duração de 2 anos, a desenvolver numa instituição portuguesa, podendo o subsídio atingir o montante máximo de 40.000 Euros. Desde o ano 2003 a APCL atribuiu 18 bolsas de investigação num valor total superior a 513.000 4. Eventos A APCL promove campanhas de informação e sensibilização para a doação de sangue e inscrição como potenciais de medula óssea em universidades e empresas. Para além disso, realiza anualmente um evento de angariação de fundos que reverte totalmente para o desenvolvimento dos projetos a que se propõem que têm sempre como foco principal, melhorar a qualidade de vida do doente. 5. Colaboração com hospitais 3

Para além do Apoio Social prestado aos doentes, a APCL apoia os hospitais na aquisição de equipamentos com tecnologias mais inovadoras, televisões para as enfermarias, material informático para os doentes ou até cobertores e brinquedos para as unidades de oncologia pediátrica. Destaca- se também o apoio dado a médicos e investigadores dos hospitais através do Programa de Bolsas de Investigação. A APCL é a única associação que contribui financeiramente para aumentar o número de dadores registados em Portugal e apoia a manutenção e o desenvolvimento do Registo de Dadores Voluntários de Medula Óssea em Portugal - CEDACE (Centro Nacional de Dadores de Células de Medula Óssea, Estaminais ou de Sangue do Cordão). 6. Casa de acolhimento para doentes Hemato Oncológicos Casa Porto Seguro No âmbito da sua missão de apoio aos doentes com leucemia e da falta de Unidades de Transplante de Medula óssea em Portugal, a APCL pretende criar a Casa Porto Seguro, a primeira casa de acolhimento em Lisboa para doentes hemato- oncológicos e respectivos familiares. O objectivo deste espaço é apoiar e acompanhar os doentes durante o período de tratamentos e isolamento necessário à recuperação. O espaço, cedido pela Câmara Municipal de Lisboa, fica próximo do Hospital de Santa Maria e do IPO de Lisboa. 7. Workshops sobre as diversas patologias e temas relacionados com a hemato- oncologia A APCL organiza, ao longo do ano, várias iniciativas como workshops e sessões de esclarecimento para a promoção da literacia dos doentes e familiares, através da clarificação das doenças hemato- oncológicas, respectivos sintomas e formas de tratamento. Para consulta destas iniciativas basta aceder à página oficial da APCL ou visitar o Facebook da associação. A Leucemia A Leucemia é uma doença maligna do sangue, que decorre da alteração dos precursores dos glóbulos brancos (leucócitos) a nível da medula óssea (o local da produção das células do sangue, dentro dos ossos). Estas células alteradas ganham uma capacidade de multiplicação descontrolada, sem que no entanto exerçam a sua função de defesa do organismo contra infeções. 4

Nesta doença, a produção de glóbulos brancos descontrolada altera o funcionamento da medula óssea, diminuindo progressivamente a produção de células normais, desenvolvendo o aparecimento de anemia, infeções e hemorragias. A causa específica desta doença é desconhecida. Os investigadores suspeitam que alguns vírus e factores genéticos, ambientais e imunológicos possam estar envolvidos, entre eles, a radiação, produtos químicos e hereditariedade. Pessoas com deficiências do sistema imunitário apresentam normalmente um maior risco para desenvolverem doenças malignas, porque o organismo perde a capacidade de identificar e destruir células estranhas. Há vários tipos de leucemias caracterizadas pelo tipo de célula afectada, dependendo da velocidade de proliferação das células leucémicas e do agravamento da doença, podendo ser classificadas como: Leucemia Crónica: caracterizada pela alteração de uma célula adulta, com uma velocidade de multiplicação mais lenta. Os sintomas da leucemia crónica podem não ser muito evidentes, já que a sua progressão pode durar desde meses a anos. Leucemia Aguda: caracterizada pela alteração de uma célula jovem, com uma elevada taxa de replicação. Neste caso, as células sanguíneas aumentam rapidamente e os sintomas instalam- se em dias a semanas. As leucemias podem ainda ser divididas pelo tipo de glóbulos brancos afectados: Leucemia linfocítica crónica (LLC): é uma neoplasia hematológica linfoproliferativa que se caracteriza por uma acumulação progressiva de linfócitos funcionalmente incompetentes. Representa cerca de um terço de todas as leucemias, sendo a mais comum nos adultos, após os 55 anos de idade. Leucemia mielóide crónica (LMC): resulta de uma mutação genética de uma célula da linhagem mielóide. Estas células malignas acumulam- se no sangue periférico, detetadas mediante as análises sanguíneas e afecta órgãos periféricos como o baço. Atinge maioritariamente os adultos. Leucemia linfoblástica aguda (LLA): doença rapidamente progressiva, que necessita de urgência no tratamento que se caracteriza pela produção de linfócitos imaturos malignos na medula óssea. É o tipo de leucemia mais frequente em crianças. Leucemia mielóide aguda (LMA): quando ocorre a rápida produção medular de precursores anómalos da linhagem mielóide que passam para o sangue periférico. Afeta tanto adultos como crianças e sua incidência aumenta com o envelhecimento (pico de idade aos 65 anos). 5

Os sintomas da leucemia diferem consoante o tipo da doença e do número de células malignas presentes na medula óssea, impedindo a produção normal dos leucócitos, hemácias e plaquetas e infiltrando- se tecidos do organismo. Os sinais e sintomas mais comuns de leucemia incluem: sensação de fraqueza ou cansaço; infeções frequentes; hematomas (nódoas negras) e hemorragias frequentes, como sangramento das gengivas, manchas arroxeadas ou pequenas pintas vermelhas na pele (petéquias); febre e suores noturnos; perda de peso; dor nos ossos; inchaço ou desconforto no abdómen, como consequência do aumento do baço e do fígado; inchaço dos gânglios, especialmente os do pescoço e das axilas; dores de cabeça, falta de ar e tromboses. Apesar destes serem os sintomas mais frequentes da leucemia, só através de uma consulta médica é possível diagnosticar e tratar a doença. A fase de diagnóstico das leucemias, assim como outras doenças hematológicas, deve ser efectuada pelo médico quando o doente apresenta os sinais e sintomas mencionados acima. Esta observação carece de exames clínicos e análise da história clínica e familiar do doente. Os exames e análises podem incluir, entre outros, exames físicos, análises sanguíneas, biópsia, citogenética, punção lombar e técnicas de imagem, como Raio X, TAC ou PET. O tratamento da leucemia depende, essencialmente, do tipo de doença e do estado da mesma. Há vários fatores a ter em conta pelo especialista, nomeadamente, o tipo de leucemia, a idade do doente, a presença ou não de células cancerígenas no líquido cefalo- raquidiano, se já tinha recebido tratamento de alguma doença hematológica e o estado geral de saúde do doente. Dependendo do tipo e estado da doença, a pessoa poderá submeter- se a tratamentos, entre eles, a quimioterapia, imunoterapia, radioterapia e transplante de medula óssea. Dados e Factos As leucemias, linfomas e os neuroblastomas são os tumores mais frequentes na infância. Em 2014 registaram- se em Portugal continental 1.837 casos relativos a leucemias. Segundo os dados publicados pelo Globocan relativos ao ano de 2012, estima- se que em Portugal a incidência casos de leucemia seja de 1.124. Em 2012, a leucemia afectava em todo o mundo 352 000 pessoas e foi responsável por 265 000 mortes. Em cada ano aparecem 60 a 100 novos casos por cada milhão de indivíduos. Alguns tipos de leucemia são mais frequentes em determinados grupos etários: a LLA é mais frequente nas 6

crianças e nos jovens; a LMA é mais comum nos adultos e as leucemias crónicas ocorrem geralmente entre os 40 e 70 anos. 90% dos casos de leucemia são diagnosticados em adultos, sendo os tipos mais comuns a leucemia mielóide aguda e a leucemia linfocítica crónica. Desde o ano 2003 a APCL atribuiu 18 bolsas de investigação num valor total superior a 513.000. 7