Imunoensaios no laboratório clínico

Documentos relacionados
IMUNO ENSAIOS USANDO CONJUGADOS

Aplicações de anticorpos em métodos diagnósticos

Me. Romeu Moreira dos Santos

HIV 1 E 2 - ANTICORPOS - CLIA - TESTE DE TRIAGEM

Ms. Romeu Moreira dos Santos

Ms. Romeu Moreira dos Santos

Métodos de Pesquisa e Diagnóstico dos Vírus

Interações Ag-Ac: reações sorológicas e testes sorológicos secundários. Viviane Mariguela- pós-doutoranda

MÉTODOS SOROLÓGICOS INTERAÇÃO GENO-ANTICORPO. Curso de Ciências Biológicas Disciplina: Imunologia Profa. Dra. Wilma A.

MSc. Romeu Moreira dos Santos

Diagnóstico Laboratorial de Infecções Virais. Profa. Claudia Vitral

Molecular para Diagnóstico Clínico Western blotting. Prof. Dra. Marieta Torres de Abreu Assis

GLICOSE - JEJUM Material: Soro Método..: Colorimétrico Enzimático - Auto Analisador RESULTADO:

ISTs Condilomas 03/12/2018. O que são as ISTs? Imunodiagnóstico das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) O que são as ISTs?

Introdução às Práticas Laboratoriais em Imunologia. Prof. Helio José Montassier

Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa. Teste prático de Imunologia (2º ano) 2014/2015

PLANO DE ENSINO EMENTA

Introdução a imunologia clínica. Alessandra Barone

Ensaios imunes. Profª Heide Baida

Testes Laboratoriais Aplicados à Imunologia Clínica. Profa Alessandra Barone Prof.Archangelo P. Fernandes

Diagnóstico Laboratorial de Infecções Virais. Profa. Claudia Vitral

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DAS HEPATITES VIRAIS. Profa. Ms.: Themis Rocha

Parâmetros de Validação dos Testes Sorológicos

Método : HPLC (Cromatografia Líquida de Alta Performance) por troca Iônica. Material: Sangue Edta

HEMOGRAMA CAROLINA DE OLIVEIRA GISELLE MORITZ

Técnicas Moleculares: PCR, Sequenciamento e Southern Blot Técnicas Sorológicas

APOSTILA DO CURSO PRÁTICO DE VIROLOGIA ENSAIO IMUNOENZIMÁTICO (ELISA) Cláudia Lamarca Vitral Prof. Adjunto de Virologia

GRUPO SANGUÍNEO e FATOR Rh VDRL. ANTÍGENO p24 e ANTICORPOS ANTI HIV1 + HIV2. Grupo Sanguíneo: "O" Fator Rh: Positivo. Resultado: Não Reagente

BMM 160 Microbiologia Básica para Farmácia Prof. Armando Ventura. Apostila de Virologia

Reações Ag-Ac. Testes Sorológicos / Técnicas de Imunodiagnóstico 03/06/2015 INTERAÇÕES ANTÍGENO-ANTICORPO

Receptores de Antígeno no Sistema Imune Adaptativo

Interação Ag-AC Testes sorológicos primário e secundário. Disciplina: Imunologia Discente: Priscila Diniz Lopes Docente: Hélio J.

Métodos imunológicos na avaliação da resposta à vacinação.

FluoCon IgG/IgM. Antigamaglobulina G/M marcada com isotiocianato de fluoresceína. IgG - CÓD. 112-I: 1 ml IgM - CÓD. 113-I: 1 ml.

FUNDAMENTOS DE CITOMETRIA DE FLUXO. Dayane Alves Costa Priscilla Ramos Costa Programa de Alergia e Imunopatologia- LIM 60 USP

HBsAg Quantitativo Sistema ARCHITECT / Abbott (Clareamento do HBsAg)

Contagem eletrônica automatizada realizada em equipamento Sysmex XE-D 2100 Roche.

Vírus da Peste suína Clássica - VPSC. Diagnóstico Laboratorial

REAÇÃO DE SOROGLUTINAÇÃO MODELO TITULAÇÃO DE ANTICORPOS HEMAGLUTINANTES. Prof. Helio José Montassier

-Reações Sorológicas Para Doenças Reumáticas, Reações de Imunofluorescência e Diagnóstico Laboratorial do HIV- Prof. Esp.

PROJETO DE LEI Nº /2016

Concurso Público para Técnico-Administrativo Edital 067/2016

Detecção de IL-1 por ELISA sanduíche. Andréa Calado

LABORATÓRIO BOM JESUS

Diagnóstico de infecções virais

HEMOGRAMA EDNA PATRICIA MURCESKI ANTONIO OLIMPIO PACHECO

FISIOLOGIA ANIMAL II

MÉTODOS DE ESTUDO DE BACTÉRIAS BUCAIS

ELISA Enzyme-Linked Immuno Sorbent Assay ELISA

Ms. Romeu Moreira dos Santos

Fagocitose LABORATÓRIO 1. Suspensão de antígenos: hemácea de galinha + hemácea de carneiro (HG e HC) a 0,5%

ESPECIFICAÇÃO ITEM CÓDIGO DESCRIÇÃO TIPO UNIDADE QTD

Anticorpos. Antígenos. Imunologia SISTEMAS DE GRUPOS SANGUINEOS. Tipos de Anticorpos. Imunohematologia 02/11/2010. Definição:

PREFEITURA MUNICIPAL DE PARAÍ RS AVENIDA PRESIDENTE CASTELO BRANCO CEP: PARAÍ RS CNPJ: / FONE: (54)

Fundamentos da Citometria de Fluxo. Elizabeth Xisto Souto

Alunos: Carlos Guilherme Reis, Roberta Silveira Professora: Fabiana Seixas Disciplina: Biologia Molecular

Concurso Público para Técnico-Administrativo em Educação Edital 067/2016 Gabarito oficial preliminar Data: 05/03/2017 BIOLÓGO

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PLANO DE ENSINO

Sumário ANEXO I COMUNICADO HERMES PARDINI

Imunocromatografia e Dot-ELISA. Responsável Prof. Helio J. Montassier

A portaria 29, de 17 de dezembro de 2013 SVS/MS, regulamenta o diagnóstico da infecção pelo HIV, no Brasil.

2. Aplicabilidade: Bioquímicos/biomédicos do setor de imunologia

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Universidade Federal de Goiás Pró-Reitoria de Administração e Finanças

Infecções congênitas. Prof. Regia Lira

Linha LumiQuest QUIMIOLUMINESCÊNCIA

Disciplina Biologia Celular

Métodos sorológicos de Diagnóstico e Pesquisa. Reação Ag-Ac in vitro

REAÇÃO DE SOROAGLUTINAÇÃO

HEMOGRAMA JEANI LANA FERNANDO ALVES SCHLUP

2. Aplicabilidade: Bioquímicos/biomédicos do setor de imunologia

SÍFILIS MATERIAL DE APOIO.

Imunodiagnóstico. Conceitos. Fatôres que afetam as reações de Ag/Acs. Reatividade Cruzada. Quantificação. da Resposta Imune.

Antígenos e Imunoglobulinas

IMUNOGENÉTICA. Sistemas Sangüíneos Eritrocitários

2. Aplicabilidade: Bioquímicos/biomédicos do setor de imunologia

IV. MATERIAIS E MÉTODOS:

EXAMES LABORATORIAIS: IMUNOLOGIA

Catálogo de Produtos. Orange Life SEMPRE INOVANDO

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Diagnóstico Virológico

3/15/2013 HIPERSENSIBILIDADE É UMA RESPOSTA IMUNOLÓGICA EXAGERADA A DETERMINADO ANTÍGENO. O OBJETIVO IMUNOLÓGICO É DESTRUIR O ANTÍGENO.

Vítor Manuel Jorge Duque Serviço de Doenças Infeciosas Faculdade de Medicina Universidade de Coimbra

HEMOGRAMA COMPLETO. GRUPO SANGUINEO Data de Coleta: 10/09/2013 Material: Sangue Método: Aglutinação Resultado...: Tipo B ERITOGRAMA:

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS (CIPHARMA) IMUNO-HEMATOLOGIA. Doutoranda Débora Faria Silva

Declaração de Conflitos de Interesse. Nada a declarar.

TOXOPLASMOSE. Prof. Sérvio Túlio Stinghen

HEMOGRAMA COMPLETO Material: Sangue Total Método : Automação: ABX MICROS 60 REFERÊNCIAS

Hepatites. Inflamação do fígado. Alteração em enzimas hepáticas (alaminotransferase aspartatoaminotransferase e gamaglutamiltransferase ALT AST e GGT

PROGRAMA DE ENSINO DE DISCIPLINA Matriz Curricular Generalista Resolução Unesp 14/2010, alterada pela Resolução Unesp 02/2013.

Diagnóstico de infecções virais

O CONTROLE DE PRODUTOS PRÉ E PÓS MERCADO E O INSTITUTO NACIONAL DE CONTROLE DE QUALIDADE EM SAÚDE- INCQS/FIOCRUZ

1.1 Antígenos virais para uso na técnica de ELISA indireto com anticorpo de captura

Prevenção e controle das infecções virais

Sumário ANEXO I COMUNICADO HERMES PARDINI

Ms. Romeu Moreira dos Santos

Informações de Impressão

HEMOGRAMA JOELMO CORREA RODRIGUES HAILTON BOING JR.

TÉCNICA TESTE PARA IDENTIFICAÇÃO DE ANTICORPOS IRREGULARES *4

Sumário ANEXO I COMUNICADO HERMES PARDINI

ENFERMAGEM SAÚDE DA MULHER. Doenças Sexualmente Transmissíveis Parte 2. Profª. Lívia Bahia

Transcrição:

Imunoensaios no laboratório clínico

Onde pesquisamos Ag e Ac??

Imunoensaios detecção e quantificação de antígeno e anticorpo: Doenças infecciosas: diagnóstico da doença diferenciação da fase da doença Presença de IgM sugere infecção recente avaliação de prognóstico avaliação de cura (no caso da hepatite B) dosagem de hormônios (T3, TSH, b-hcg) Determinação de grupo sanguíneo (sistema ABO e Rh)

Perfil de anticorpos (IgM e IgG) na rubéola pós natal IgM residual: IgM presente vários meses (até 2 anos) após início da infecção. Não está relacionado com infecção recente Gestante com IgM positivo: pedir teste de avidez de IgG

Perfil de anticorpos na rubéola pré-natal Diagnóstico de infecção no feto ou recém nascido feito pela presença de IgM

Marcadores sorológicos na hepatite B Vírus da hepatite B (VHB ou HBV) HBsAg: Ag de superfície do HBV - Presença no soro permite definir o agente infeccioso que provoca a hepatite - usado na vacina anti-hbv

Acompanhamento da hepatite B

Imunoensaios Técnicas com reagentes não marcados: aglutinação de hemácias, aglutinação de partículas de látex Técnicas com reagentes marcados: imunofluorescência, ELISA, citometria de fluxo

Sensibilidade analítica É a menor quantidade do elemento em análise que o teste é capaz de detectar Exemplo: PSA Ultrasensível de 3ª geração por quimioluminescência Sensibilidade analítica: 0,003 ng/ml

Reação de aglutinação Aglutinação direta: Ex: determinação do grupo sanguíneo ABO e Rh Aglutinação indireta (passiva): Suporte: - Partículas de látex: PCR (proteína C reativa), fator reumatoide - Hemácias revestidas com Ag de Toxoplasma gondii: pesquisa de Ac anti- Toxoplasma gondii

Aglutinação direta Ag faz parte naturalmente da célula ou hemácia

Aglutinação direta para determinação de Ag de grupos sanguíneos Gel centrifugação

Aglutinação indireta ou passiva: 1-Aglutinação de partículas de látex Ex.: pesquisa de proteína C reativa PCR - no soro de um paciente (usa partícula de látex com Ac anti PCR na superfície)

Aglutinação indireta ou passiva: II- Reação de aglutinação indireta para pesquisa de anticorpos contra agentes infecciosos Exemplo: pesquisa de Ac contra o Treponema pallidum - Usa hemácias sensibilizadas com Ag de T. pallidum.

Reações usando reagentes marcados Conjugado: molécula constituída por duas substâncias ligadas covalentemente e que mantêm as propriedades funcionais de ambas Ex: globulina de carneiro anti IgG humana marcada peroxidase (nesse caso, queremos saber se o Ac primário é IgG) conjugado

Técnicas com reagentes marcados

ELISA (enzyme linked immunosorbent assay) É uma técnica colorimétrica Placa de ELISA (fase sólida)

ELISA Pesquisa de anticorpo (ou Ag) no soro do paciente

Etapas do ELISA Sensibilização (ou cobertura) dos poços: adição de Ag do agente infeccioso (ou em alguns casos de Ac), seguida de incubação para ligação Bloqueio dos poços: adição de proteína inerte: soro fetal bovino, leite desnatado, seguida de incubação Placa de ELISA Tiras de ELISA lavagens

Etapas do ELISA Adição do soro do paciente em diluente, seguida de incubação * Adição do conjugado: anticorpo marcado com enzima (ex: peroxidase), seguida de incubação lavagens

Etapas do ELISA Adição do substrato cromogênico: para a peroxidase: H 2 O 2 + OPD ortofenilenodiamina), seguida de incubação não lavar!!!!!!!!!!!! Parar a reação: SDS ou ácido Leitura de absorbância: em leitor de ELISA

Leitor de ELISA Leitor de Placa Leitor de Tira

Animação de ELISA http://www.youtube.com/watch?v=lnxzxjtvb94

III - Western Blot Western blot para pesquisa de Ac anti HIV no soro de paciente (técnica confirmatória): 1ª etapa: Fracionamento das proteínas do HIV: separação das proteínas de acordo com peso molecular 2ª etapa: Transferência das proteínas para membrana de nitrocelulose Em seguida, etapas semelhantes ao ELISA Cromógeno usado deve originar produto insolúvel (precipita no local da reação)

Western Blot

Western Blot

Reação de imunofluorescência Conjugado é um anticorpo ligado a substância que emite fluorescência Isotiocianato de fluoresceína (FITC) Ficoeritrina (PE)

Imunofluorescência Lâmina de imunofluorescência Microscópio de fluorescência

Reação de imunofluorescência direta Pesquisa de antígeno Ex: pesquisa de Chlamydia em secreção vaginal

Reação de imunofluorescência direta Pesquisa de antígeno Para pesquisa de Chlamydia: usar Ac anti Clamydia marcado com FITC por exemplo

http://www.youtube.com/watch?v=fgnsiik7wak

Reação de imunofluorescência indireta (RIFI) A- pesquisa de antígeno amostra (Ag??) + Ac comercial Ag-Ac * Ag-Ac + conjugado anti-imunoglobulina * microscópio de fluorescência * lavagens

Reação de imunofluorescência indireta (RIFI) B- pesquisa de anticorpo contra um agente infeccioso: determinação da classe do Ac e da reatividade do soro do paciente (última diluição com resultado positivo)

Quantificação do nível de Ac presente no soro do paciente: diluição sucessiva - A seguir, será testada a reatividade das diferentes diluições do soro ao Ag presente na lâmina de imunofluorescência

RIFI para anticorpo anti Toxoplasma gondii

Citometria de fluxo citômetro de fluxo ou FACS ( fluorescent-activated cell sorter)

Citômetro de luxo

Ligação do anticorpo a um marcador de superfície celular Pode-se detectar componentes internos: citocinas, fatores de transcrição, etc

Gráficos de citometria de fluxo FSC x SSC FL1 x FL2

Aplicações da citometria de fluxo infecção pelo HIV: contagem de linfócitos T CD4 + e CD8 + classificação das imunodeficiências e leucemias diagnóstico da hemoglobinúria paroxística noturna

Tutoriais http://probes.invitrogen.com/resources/educati on/tutorials/4intro_flow/player.html http://www.bd.com/videos/bdb/training/itf/ov erview/player.html