O meu olhar depois do VER-SUS (Cristiane Pedra aspirante à Enfermeira do SUS) Diante das necessidades da saúde pública brasileira, percebe-se a importância de formar estudantes que atuem de forma construtiva para o Sistema Único de Saúde. Portanto o programa do VER-SUS possibilita a vivência e estágios nos diversos campos de atuação da Saúde Pública, vivenciando a diversidade do povo brasileiro. O VER-SUS Zona da Mata Paraíba, trouxe consigo a realidade da população Paraibana, esta que, possui todas as características de um povo, que são inerentes à sua história. Vivenciar esses 7 dias de VER-SUS, significou a DES-CONS-TRU-ÇÃO para a CONSTRUÇÃO de valores, nunca ensinados nas escolas de formação. Valores os quais, nós estudantes, futuros profissionais, usuários e cidadãos que usufruem ou que prestam serviço necessitam: Enxergar além da doença, perceber em cada usuário sua história, seu contexto socioeconômico, vê-lo como ser humano, que precisa e tem direito à saúde pública de qualidade. Presenciar e viver cada politica pública, de cada povo, além da sua contextualização, me fez refletir sobre a grandiosidade e generosidade que o SUS tenta levar aos seus cidadãos, e também ao futuro profissional que almejo ser: aquele que tem um olhar holístico em seu trabalho. Contextualizar e coloca-las em prática as politicas de saúde publica da população negra, da saúde mental, do LGBT e do trabalhador, tem um caráter único de fixação e transformação, o qual me fez também trabalhar o senso crítico para identificar os determinantes sociais, o que proporciona, um olhar diferenciado sobre cada realidade de cada usuário. As ações e dinâmicas lúdicos, me proporcionaram uma abertura de identificar os problemas sociais que acometem à saúde brasileira. Portanto, deixo trechos de músicas, as quais versam sobre a realidade da população brasileira. Deixa o menino aprender ô iaiá Que a saúde do povo daqui É o medo dos homens de lá Sabedoria do povo daqui É o medo dos homens de lá A consciência do povo daqui É o medo dos homens de lá Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir Deus lhe pague
Foi aqui seu moço Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir Pela fumaça e a desgraça, que a gente tem que tossir Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair Deus lhe pague Se o senhor não tá lembrado Dá licença de contá Que acá onde agora está Esse aditício ardo Era uma casa véia Um palacete assobradado
Que eu, Mato Grosso e o Joca Construímos nossa maloca Mas um dia, nós nem pode se alembrá Veio os homis c'as ferramentas O dono mandô derrubá Peguemos todas nossas coisas E fumos pro meio da rua Apreciá a demolição Que tristeza que nós sentia Cada táuba que caía Doía no coração Mato Grosso quis gritá Mas em cima eu falei: Os homis tá cá razão Nós arranja outro lugar Só se conformemo quando o Joca falou: "Deus dá o frio conforme o cobertor" E hoje nós pega páia nas gramas do jardim E prá esquecê, nós cantemos assim: Saudosa maloca, maloca querida Dim-dim donde nós passemos os dias feliz de nossa vida Saudosa maloca, maloca querida Dim-dim donde nós passemos os dias feliz de nossas vidas Tá vendo aquele edifício moço? Ajudei a levantar Foi um tempo de aflição Eram quatro condução Duas pra ir, duas pra voltar Hoje depois dele pronto Olho pra cima e fico tonto Mas me chega um cidadão E me diz desconfiado, tu tá aí admirado Ou tá querendo roubar? Meu domingo tá perdido Vou pra casa entristecido Dá vontade de beber E pra aumentar o meu tédio Eu nem posso olhar pro prédio Que eu ajudei a fazer Tá vendo aquele colégio moço? Eu também trabalhei lá Lá eu quase me arrebento Pus a massa fiz cimento Ajudei a rebocar Minha filha inocente Vem pra mim toda contente Pai vou me matricular Mas me diz um cidadão Criança de pé no chão Aqui não pode estudar Esta dor doeu mais forte Por que que eu deixei o norte Eu me pus a me dizer Lá a seca castigava mas o pouco que eu plantava Tinha direito a comer
Tá vendo aquela igreja moço? Onde o padre diz amém Pus o sino e o badalo Enchi minha mão de calo Lá eu trabalhei também Lá sim valeu a pena Tem quermesse, tem novena E o padre me deixa entrar Foi lá que cristo me disse Rapaz deixe de tolice Não se deixe amedrontar Fui eu quem criou a terra Enchi o rio fiz a serra Não deixei nada faltar Hoje o homem criou asas E na maioria das casas Eu também não posso entrar Fui eu quem criou a terra Enchi o rio fiz a serra Não deixei nada faltar Hoje o homem criou asas E na maioria das casas Eu também não posso entrar