ALCA: OBJETIVOS E CONDIÇÕES

Documentos relacionados
PERSPECTIVAS DA ALCA PARA A ECONOMIA BRASILEIRA (SONDAGEM ENTRE OS CONSELHEIROS DO IEDI)

MERCOSUL: SUA IMPORTÂNCIA E PRÓXIMOS PASSOS

Análise econômica e suporte para as decisões empresariais

Medidas de Fortalecimento da Indústria

DESAFIOS COMPETITIVOS E A POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO PRODUTIVO

soluções estratégicas em economia

O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO NA ÁREA DO MERCOSUL

POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO PRODUTIVO

AGENDA ESTRATÉGICA DA INDÚSTRIA DE SANTA CATARINA PARA O DESENVOLVIMENTO

Comércio Exterior do Complexo Econômico-Industrial da Saúde

Perspectivas para a economia brasileira nos próximos anos

O Brasil de hoje e perspectivas para o futuro na visão do MDIC

DIÁLOGO DA INDÚSTRIA COM CANDIDATOS À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

O setor elétrico e eletrônico brasileiro em 2020 Uma estratégia de desenvolvimento ABINEE TEC 01 de junho de 2009

PROJETO DE PESQUISA INDÚSTRIA E DESENVOLVIMENTO PRODUTIVO DO BRASIL: QUAL DEVE SER A ESTRATÉGIA DO GOVERNO PARA ?

Plano Brasil Maior 2011/2014. Inovar para competir. Competir para crescer.

Brazilian Network ACORDOS COMERCIAIS

A Força do Estado do Rio de Janeiro

Plano Brasil Maior 2011/2014. Inovar para competir. Competir para crescer.

6º Encontro Empresarial Brasil-UE Brasília, Brasil 24 Janeiro 2013

*Um país não herda sua capacidade de competir. Ela não é resultado de suas riquezas naturais ou do tamanho da população - embora estes sejam fatores

A ECONOMIA MUNDIAL E NA AMÉRICA DO SUL E O AGRONEGÓCIO 3 FORO DE AGRICULTURA DA AMÉRICA DO SUL. Eugenio Stefanelo

Bens de capital. Novembro de 2017 DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

INOVAÇÃO E BIOTECNOLOGIA NA POLÍTICA INDUSTRIAL BRASILEIRA. FERNANDA DE NEGRI Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

INTEGRAÇÃO REGIONAL E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO COM REFERÊNCIA A CELSO FURTADO

Políticas comercial e industrial: o hiperativismo do primeiro biênio Dilma. Sandra Polónia Rios Pedro da Motta Veiga

Política Industrial de Semicondutores

Internacionalização da Economia Brasileira

Reforma Tributária: ria: a proposta do Executivo e a visão do setor empresarial

BNDES - Apresentação Institucional. Oportunidades para Investimentos na Indústria Química Brasileira Sinproquim 23 de abril de 2014

VISÃO GERAL DA ECONOMIA

Portfólio de Projetos Brasil

Ambiente de Negócios e Reformas Institucionais no Brasil

Para além da política macroeconômica. Geraldo Biasoto Junior

Diretrizes da Nova Política de Comércio Exterior Medidas para Ampliar a Competitividade

OBJETIVO GERAL DA AGÊNCIA

A Nova Agenda Carlos Américo Pacheco São Paulo, 08 de novembro de 2006

RISCOS DA DESINDUSTRIALIZAÇÃO

ABINEE TEC Acordos Comerciais Internacionais

Avaliação do Plano de Desenvolvimento Produtivo Departamento de Competitividade e Tecnologia DECOMTEC / FIESP

Blocos Econômicos e a Globalização, a Competitividade da Agroindústria no Brasil.

Carga tributária brasileira por setores

Consultorias. Ensaios Laboratoriais. Cursos in Company. Apoio Tecnológico

V Simpósio Sindusfarma-IPS/FIP-ANVISA

Integração regional: Fundamentos, autonomia e multipolaridade

Comércio e negociações internacionais. Reinaldo Gonçalves

Inovação Banco do Nordeste FNE

2.5 Desenvolvimento de Mercados

Sumário. Parte I Panorama Descritivo da Economia Brasileira e Conceitos Básicos, 1

CAPITALISMO BRASILEIRO EM CRISE. Eduardo Costa Pinto Professor do Instituto de Economia da UFRJ

Palestra na Câmara de Comércio e Indústria Japonesa do Brasil. Comércio Exterior Brasileiro Protecionismo e Política Industrial

2.9 Tributação. Por que Tributação? Comparação Internacional

RISCO DE DESINDUSTRIALIZAÇÃO DO VESTUÁRIO BRASILEIRO? RELATÓRIO DE INTELIGÊNCIA

PRONUNCIAMENTO DO PRESIDENTE DA CNI, ROBSON BRAGA DE ANDRADE, POR OCASIÃO DA VISITA DA SECRETÁRIA DE ESTADO DOS EUA,

ECONOMIA BRASILEIRA RESUMINDO: 1º GOVERNO LULA

Inovação como prioridade estratégica do BNDES

Consolidação dos Trabalhos sobre componentes do Balanço de Pagamentos. Análise Macroeconômica 1º semestre de 2007

Economia Brasileira Ciclos do Pós-Guerra

INSERÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS NO MERCADO INTERNACIONAL

PANORAMA CONJUNTURAL. O PIB do Brasil no Segundo Trimestre de Julho de 2016 Publicado em Setembro de 2016

Parte 1 TEORIA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL

Série Executiva. Comércio Exterior e Negócios Internacionais

Comitê da Crise: RESULTADOS

Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Complexo Eletroeletrônico e Tecnologia da Informação

Políticas Comerciais, Financeiras e. Prof. Daniel M. Pinheiro

Introdução às Relações Internacionais. D. Freire e Almeida

A Política Econômica no contexto da crise econômica e desa4ios do pós-crise

Marco Abreu dos Santos

COMÉRCIO INTERNACIONAL Sistemas de Preferências (item 3 do Programa) COMÉRCIO INTERNACIONAL Sistema Geral de Preferência

Proposta de Reforma do Modelo Brasileiro de Tributação de Bens e Serviços

Por que exportar? Tiago Terra Supervisor de Competitividade Apex-Brasil

DINAMISMO EXPORTADOR, TAXA DE CÂMBIO COMPETITIVA E CRESCIMENTO ECONÔMICO DE LONGO NO BRASIL

Comércio e Desenvolvimento 13/05/2019 1

Cenário Moveleiro. Análise econômica e suporte para as decisões empresariais. Número 01/2006. Cenário Moveleiro Número 01/2006 1

Efeitos econômicos e sociais da crise no Brasil

Agenda Internacional da Indústria. 22 de setembro de 2016

Departamento de. Relações Internacionais e Comércio Exterior DEREX

Buscar uma empresa de consultoria é sempre um trabalho que requer cuidados e, por que não dizer, confiança e credibilidade.

O Brasil e os acordos comerciais: Hora de repensar a estratégia? Fórum Estadão Brasil Competitivo Comércio Exterior São Paulo, 15 de outubro de 2013

Enaex Financiamento às exportações para a retomada do crescimento

Diversificação de Mercados

O BNDES E O FINANCIAMENTO DO DESENVOLVIMENTO. Luciano Coutinho Presidente do BNDES

REFLEXÕES SOBRE CÂMBIO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR

2004 Resultados e Expectativas

Departamento de. Relações Internacionais e Comércio Exterior DEREX

Ações Reunião realizada nos dias 13 a 16 de outubro de 2014

A economia brasileira em 2013 Guido Mantega Ministro da Fazenda

Sumário. Parte 1. Capítulo 1 Abordagens Analíticas do Comércio Internacional. Capítulo 2 Políticas Comerciais

A GLOBALIZAÇÃO. Esse processo se torna mais forte a partir de 1989 com o fim do socialismo na URSS.

RELAÇÕES INTERNACIONAIS

IDH e Globalização. Uma longa viagem começa com um único passo (Lao Tsé).

AGENDA DE PRIORIDADES

Carga tributária brasileira por setores

Os principais parceiros do Brasil e a agenda de acordos. Lia Valls Pereira. Pesquisadora e economista da Economia Aplicada do IBRE/FGV

Uma análise dos principais indicadores da economia brasileira

A Indústria de Informática/Hardware do RS: caracterização, evolução recente e perspectivas

Marco A.F.H.Cavalcanti (IPEA) XIII Workshop de Economia da FEA-RP Outubro de 2013

Internacional Marketing. Milton Henrique do Couto Neto

Tiago Terra Apex-Brasil. Por que exportar?

Transcrição:

ALCA: OBJETIVOS E CONDIÇÕES IVONCY BROCHMANN IOCHPE PRESIDENTE DO INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL - IEDI Pronunciamento na Comissão Especial Destinada Ao Acompanhamento das Negociações da Alca - Área de Livre Comércio das Américas 25 de junho de 2002. ALCA e Abertura de Mercados Diante de um cenário nos anos 1980 de grande instabilidade macroeconômica, com baixas taxas de investimento e de crescimento e maior desemprego, empresários industriais brasileiros, conceberam a criação de um instituto privado de estudos sobre a indústria e o desenvolvimento nacional. Entendiam que pensar o desenvolvimento de seu país é uma importante e indelegável tarefa para cumprir com a Nação. Com esse objetivo, em 1989, foi criado o IEDI, que atualmente é composto de 45 empresários representantes de grandes empresas nacionais. O IEDI sempre se pautou por uma atuação isenta de partidarismos e de corporativismo. Seus trabalhos ressaltam a responsabilidade do setor privado e da empresa na condução do desenvolvimento industrial em parceria com o Estado. Estudou e formulou recomendações de 1

aperfeiçoamentos e reformas em muitas áreas, como abertura e integração comercial com o resto do mundo, competitividade, educação, estrutura tributária, financiamento do desenvolvimento econômico, políticas de desenvolvimento regional e de apoio à micro e pequena empresa, política tecnológica, dentre outros. Apresentou ao governo e à sociedade propostas de política de desenvolvimento industrial para o Brasil e, ultimamente, vem se debruçando sobre a questão externa, publicando vários trabalhos a esse respeito. A inserção brasileira na economia internacional sempre foi um tema de destaque nos estudos do IEDI, mas ganha uma relevância especial com o aumento muito acentuado da vulnerabilidade externa da economia brasileira ocorrida na segunda metade dos anos 90. A avaliação do IEDI tem sido a de que a excessiva dependência de capitais externos limita o desenvolvimento de longo prazo, torna o crescimento de curto prazo exageradamente instável (o stop and go que vem caracterizando a economia nos últimos anos) e impede a superação dos problemas do desemprego, de pobreza e extrema desigualdade da distribuição da renda. Em uma rápida retrospectiva, não é demais lembrar que nos últimos sete anos, o crescimento econômico brasileiro sofreu interrupções ou retrocessos devido à excessiva dependência externa em nada menos de cinco: crise do México em 1995, crise da Ásia (1997), crise russa (1998), crise cambial brasileira de 1999 e crise da Argentina (2001). Vivemos presentemente mais um constrangimento externo. Diante desse quadro, o IEDI vem sugerindo a adoção de políticas industriais voltadas a ampliar o dinamismo das exportações, promover a substituição de importações e, assim, elevar significativamente o saldo comercial. A meta é gerar superávits comerciais expressivos (entre US$ 12 a 13 bilhões), contribuir para uma redução significativa da dependência externa e permitir que a economia brasileira ingresse em uma etapa de crescimento sustentado. Uma das condições mais importantes para promover as exportações é abrir mercados externos para produtos nacionais. Sabemos que uma parcela significativa das exportações brasileiras está sujeita a um protecionismo internacional que ainda perdura a despeito da abertura e da liberalização comercial mundial ocorridas nas duas últimas décadas. O IEDI identifica na ALCA uma oportunidade de ampliação de mercados para o Brasil e, portanto, um potencial instrumento para o fortalecimento de nosso setor externo. Alca: Objetivos e Condições 2

São essas considerações que justificam a conclusão das discussões havidas no IEDI em torno ao tema. A conclusão geral é que apoiamos a negociação do Brasil para a criação da ALCA. ALCA: Objetivos e Condições O IEDI avaliou os principais objetivos a serem perseguidos e as condições mínimas a serem respeitadas no acordo da ALCA. A recomendação básica e, a nosso ver, fundamental, é que deve caber ao Congresso Nacional estabelecer limites de negociação em torno a pontos considerados fundamentais, como condição de aprovação do acordo em seu conjunto. Condições abaixo desses limites implicariam em suspensão das negociações até nova apreciação do Congresso Nacional. Avaliamos necessário esse procedimento devido à abrangência e profundas repercussões sobre o futuro da economia de uma negociação como a da ALCA. Seria o fast track brasileiro, cujo objetivo é assegurar que determinadas questões consideradas fundamentais ou estratégicas sejam resguardadas na negociação. O entendimento é que esse procedimento deva ser adotado não só no acordo da ALCA, mas em todos os acordos internacionais dos quais o Brasil participe e que venham a ter efeitos de médio e longo prazo para a economia. O IEDI recomenda que uma dessas condições mínimas seja assegurar espaço de proteção e de execução de políticas em setores ou mercados que embora ainda não estejam representados na estrutura industrial brasileira ou que até o momento não desenvolveram todo o seu potencial no mercado interno (casos das tecnologias e ciências da vida, biotecnologia, eletrônica, tecnologias de informação e telecomunicações etc), são decisivos nas definições futuras de desenvolvimento tecnológico e progresso humano e industrial. O IEDI recomenda também que um outro objetivo geral da negociação, qual seja, a obtenção de melhoria na situação atual de comércio com os países da Nafta, necessariamente contemple: 1. Queda das barreiras não tarifárias incidentes sobre os produtos de exportação brasileiros. 2. Eliminação dos subsídios agrícolas nos países participantes da ALCA. Alca: Objetivos e Condições 3

Cumpre observar que para uma maioria expressiva dos empresários do IEDI (quase 3/4 do total), se esses objetivos forem alcançados e certas condições forem observadas, a ALCA favorecerá o Brasil. Uma outra recomendação importante é que a negociação reflita uma única posição do Mercosul. Entendemos que isso reforça a posição negociadora brasileira. Outras recomendações são: 1. Deverá ser apoiado e levado em conta o trabalho da Coalização Empresarial na coordenação dos levantamentos setoriais e na definição de exceções e salvaguardas relativas a cada um dos setores industriais. 2. Os setores de capital intensivos deverão ter salvaguardas expressas em maiores prazos de inserção em decorrência das enormes diferenças de taxas de juros no país em relação ao mundo. 3. O acordo deverá assegurar obediência a regras de origem a fim de se evitar que países da ALCA sirvam de trampolim para importação de outros países não participantes da ALCA. Não podem ser esquecidos a falência de milhares de empresas e o desemprego gerado na indústria pela abertura mal feita dos anos 90. Por isso, é imprescindível negociar na ALCA um consistente cronograma de liberalização de importações e uma lista de produtos sensíveis. A sondagem realizada pelo IEDI indagou sobre características dos setores das empresas às quais pertencem os Conselheiros do IEDI. Esses, em geral, têm amplo conhecimento dos setores de suas empresas e muitos deles foram ou são dirigentes de associações setoriais ou federações industriais, de forma que se tratam de opiniões capazes de refletir e resumir as tendências setoriais. A sondagem identificou os setores sensíveis, para os quais serão necessários prazos diferenciados de liberalização: Bens de Capital, Brinquedos, Componentes Eletrônicos, Construção Civil, Eletrônica de Consumo, Móveis de Escritório, Papel e Celulose, Química, Software e Informática e Têxtil. Alca: Objetivos e Condições 4

Políticas Internas Além da decisiva condição da negociação em torno ao efetivo acesso dos produtos brasileiros a mercados do exterior, as oportunidades brasileiras na ALCA dependem das políticas preparatórias internas. O que fundamenta a relevância e a urgência atribuída às ações internas é a avaliação feita pelos empresários do IEDI sobre a competitividade da economia brasileira, que não é favorável: 80% avaliam que a economia é pouco ou não é competitiva. Convém observar que essa avaliação diz respeito à economia como um todo, não correspondendo ao que se estima para muitas empresas industriais brasileiras que, na última década, levaram adiante importantes processos de reestruturação produtiva e gerencial. Essas empresas desenvolveram padrões elevados de competitividade. Para quase 85% dos empresários do IEDI, suas empresas (que, em geral, se enquadram nessa categoria de empresas) têm competitividade internacional e, por isso, estão prontas para enfrentar uma concorrência comercial como a da ALCA. O fato de que 80% desses mesmos empresários avaliarem como pouco ou não competitiva a economia como um todo é indicação de que é necessário e urgente remover os fatores sistêmicos que limitam a competitividade do produto nacional, destacando-se a necessidade da Reforma Tributária. As ações/políticas recomendadas como iniciativas internas preparatórias seriam: 1. Reforma tributária - propõe-se que uma condição para a entrada em vigor da ALCA seja que a Reforma Tributária esteja definitivamente implementada no Brasil, nas seguintes condições mínimas: a) Fim de impostos cumulativos (PIS, COFINS, CMPF); b) Cobrança do ICMS no destino e não na origem. 2. Políticas de competitividade - cujo instrumento geral é a redução do custo de capital, mas que deve atentar para as características e necessidades dos diversos setores da economia. 3. Educação - com efeitos amplos e relevantes na produtividade, nos salários e na capacitação tecnológica. 4. Infra-estrutura - para reduzir o custo de logística. Alca: Objetivos e Condições 5

5. Harmonização na regulação - normas técnicas e regulação dos mercados. 6. Adequação dos mercados financeiros - para ampliar o acesso ao financiamento. As políticas acima deveriam ser complementadas por outras, vinculadas estritamente a ações empresariais, internas ou externas. São ações que também se fazem necessárias para que as empresas mantenham ou ampliem seus mercados externos e tenham capacidade de defender sua participação no mercado local diante da concorrência de importações. A sondagem realizada pelo IEDI revelou que investimentos em capital e na produtividade e em marketing são considerados decisivos para esses objetivos, com destaque também para investimentos em desenvolvimento de produto e joint-venture. Alca: Objetivos e Condições 6