Incretinomiméticos e inibidores de DPP-IV



Documentos relacionados
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO DO DIABETES MELLITUS: SULFONILUREIAS E BIGUANIDAS

DM Tipo 1 e Tipo 2: Principais abordagens terapêuticas e medicamentosas Marcio Krakauer

Os efeitos endocrinológicos na cirurgia da obesidade.

Tratamento de diabetes: insulina e anti-diabéticos. Profa. Dra. Fernanda Datti

Protocolo para controle glicêmico em paciente não crítico HCFMUSP

CENTRO DE APOIO OPERACIONAL DE DEFESA DA SAÚDE CESAU

NOVOS TRATAMENTOS NA DIABETES TIPO 2: PRÓS E CONTRAS CARTAS Agonistas GLP-1. Gustavo Rocha

EFEITO DAS INCRETINAS NO TRATAMENTO DO DIABETES MELLITUS TIPO 2

Profa. Dra. Maria Cristina Foss-Freitas Departamento de Clínica Médica Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DO DIABETES MELITUS - ADO

Antidiabéticos orais

Como prescrever o exercício no tratamento do DM. Acad. Mariana Amorim Abdo

ARTIGOS. Versão para impressão. Trayenta (linagliptina) Fact Sheet

DIABETES E CIRURGIA ALVOS DO CONTROLE GLICÊMICO PERIOPERATÓRIO

Avanços Terapêuticos no Diabetes Mellitus. Profa. Fernanda Oliveira Magalhães Junho 2014

Células A (25%) Glucagon Células B (60%) Insulina Células D (10%) Somatostatina Células F ou PP (5%) Polipeptídeo Pancreático 1-2 milhões de ilhotas

Perda de Peso com Incretinomiméticos Experiência Profissionalizante na vertente de Farmácia Comunitária e Investigação

AS MODERNAS INSULINAS

DIABETES MELLITUS. Prof. Claudia Witzel

O que Clínicos Gerais Precisam Saber sobre o Uso Seguro e Eficiente de GLP-1 RAs?

Existe evidência para o uso de agonistas de GLP-1 e inibidores de

O Diabetes Tipo 2 em Pacientes com Doença Renal Crônica: Estratégias e Opções de Tratamento

Visão geral dos antidiabéticos orais tradicionais: secretagogos, inibidores da alfa-glicosidase e sensibilizadores de insulina

FÁRMACOS UTILIZADOS NO

Tratamento do Diabético com Doença Renal Crônica

Novas classes terapêuticas para o controlo da glicemia na Diabetes Tipo 2 Eficácia clínica e questões de segurança

Victoza. Medicamento. Material. Procedimento. Data: 13/03/2013. Cobertura. Nota Técnica 28 /2013. Número do processo:

Diretrizes. Terapia Anti-hiperglicêmica Metas Glicêmicas. Opções Terapêuticas Mudanças no Estilo de Vida

Qual o primeiro injetável no tratamento da Diabetes tipo 2: INSULINA. Dr. Maria Lopes Pereira Serviço de Endocrinologia Hospital de Braga

Uso Correto da Medicação. Oral e Insulina Parte 2. Denise Reis Franco Médica. Alessandra Gonçalves de Souza Nutricionista

24 de Outubro 5ª feira insulinoterapia Curso Prático Televoter

Sistema endócrino. Apostila 3 Página 22

EXERCÍCIO E DIABETES

Diabetes Mellitus em animais de companhia. Natália Leonel Ferreira 2º ano Medicina Veterinária

DIABETES TIPO 2 NOVIDADES TERAPÊUTICAS E CONDUTAS. Luíz Antônio de Araújo

Aspectos Práticos do Início da Terapia do Diabetes com Agonistas do Receptor do GLP-1

Os portadores de diabetes representam 30% dos pacientes que se internam em unidades coronarianas.

Coordenador Antonio R.Chacra (SP) Coordenador Antonio R.Chacra (SP) 10:00 10:30 Coffee-Break Coordenador Antonio R.Chacra (SP)

14º Encontro da Saúde Militar da SADC Avanços no Tratamento da Diabetes Tipo2

RESPOSTARÁPIDA 36/2014 GALVUS MET, PIOTAZ, CANDESARTAN, LEVOID, ROSTATIN

N o 36. Abril Insulina com duração de até 42 horas: nova opção para os insulinodependentes

Terapia personalizada para paciente com diabetes complexa na prática de clínica geral

Profa. Fernanda Oliveira Magalhães

Recomendações Nacionais da SPD para o Tratamento da Hiperglicemia na Diabetes Tipo 2 Versão Resumida

IMUNOCASTRAÇÃO. Universidade Estadual de Londrina Camila Lorena de Lucio 4º ano de Zootecnia.

Alterações Metabolismo Carboidratos DIABETES

Diretrizes e Posicionamentos Relatório de Avaliação para Terapias Baseadas em GLP-1

Sessão Televoter Diabetes

Byetta. Eli Lilly do Brasil Ltda. Solução Injetável 250 mcg/ml

EPIGENÉTICA E NUTRIÇÃO MATERNA. Augusto Schneider Faculdade de Nutrição Universidade Federal de Pelotas

Iniciando Terapia de Diabetes Com Agonistas de Receptor de GLP-1 na Atenção Básica

O Paciente Difícil de Tratar com Diabetes e Várias Comorbidades, Parte 3: Controle Glicêmico na Doença Renal Crônica Amena a Moderada

Artigos de Revisão Review Articles

AS SOLUÇÕES A prevalência da diabetes na população portuguesa entre os anos é:

Disciplina de Fisiologia Veterinária. GH e PROLACTINA. Prof. Fabio Otero Ascoli

Os mais recentes avanços em insulinoterapia

Curso: Integração Metabólica

Diabetes mellitus em felinos

Suplemento Especial nº POSICIONAMENTO nº 4. Novas diretrizes da SBD para o controle glicêmico do diabetes tipo 2

Amelhor compreensão da biologia da

Hormonas e mensageiros secundários

APRESENTAÇÕES Comprimidos revestidos de 100 mg e 300 mg de canagliflozina em embalagens com 10 e 30 comprimidos.

Diabetes. Fisiopatologia e Farmacoterapia II. Introdução. Insulina 12/02/2012. Introdução Ilhotas de Langerhans

Esta bula é continuamente atualizada. Favor proceder a sua leitura antes de utilizar o medicamento.

Workshop em insulinoterapia CASOS CLÍNICOS. Joana Guimarães e Márcia Alves 16 de Maio de 2014

IMS Health Diabetes Mellitus Overview 2014

Guia do Paciente DAPAGLIFLOZINA

Saiba quais são os diferentes tipos de diabetes

Diversidade do sistema endócrino

Boehringer Ingelheim do Brasil Química e Farmacêutica Ltda. Comprimidos Revestidos 10 mg e 25 mg

DIABETES MELLITUS TIPO 2. Amanda Aleixo R2

ENTREVISTA COM O CLÍNICO

ADESÃO AO TRATAMENTO COM HIPOGLICEMIANTES ORAIS

Francisco de Assis Siqueira TRATAMENTOS MEDICAMENTOSOS PARA PACIENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO 2: EFICÁCIA E SEGURANÇA

SOMENTE PARA ADMINISTRAÇÃO SUBCUTÂNEA

ANEXO I RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO

Amilorida é o Diurético mais Indicado para Pacientes Diabéticos Tipo 2

FISIOLOGIA RENAL EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM

Fisiopatologia e tratamento do Diabetes Mellitus tipo 2

Cada ml contém 250 mcg de exenatida. Excipientes: metacresol, manitol, ácido acético, acetato de sódio tri-hidratado e água para injetáveis.

Agonistas do Receptor de GLP-1: Abordagem Global da Gestão de Controlo dos Riscos Vasculares em Diabetes Tipo 2

ANTIDIABÉTICOS. CONCEITO: Doença crônica caracterizada pela deficiência de insulina que acarreta um estado crônico de hiperglicemia.

DIRETRIZ PARA O GERENCIAMENTO DA GLICOSE PÓS- PRANDIAL

Insulinização. Niepen Programa de Educação Continuada Educação Continuada para APS. Dra Carla Lanna Dra Christiane Leite

GLICOCORTICÓIDES PRINCIPAIS USOS DOS FÁRMACOS INIBIDORES DOS ESTERÓIDES ADRENOCORTICAIS

JANUVIA TM (fosfato de sitagliptina), MSD. Informações ao Paciente

Conheça mais sobre. Diabetes

Sybelle de Araujo Cavalcante Nutricionista

Que tipos de Diabetes existem?

APRESENTAÇÕES KOMBIGLYZE XR (saxagliptina / cloridrato de metformina) é apresentado na forma de:

Nelié Freitas Macedo. Diabetes

Sessão Televoter Diabetes

OS 5 PASSOS QUE MELHORAM ATÉ 80% OS RESULTADOS NO CONTROLE DO DIABETES. Mônica Amaral Lenzi Farmacêutica Educadora em Diabetes

REGULAÇÃO HORMONAL DO METABOLISMO

APRESENTAÇÕES Solução injetável de liraglutida 6,0 mg/ml em sistema de aplicação (multidose e descartável) pré-preenchido com 3 ml cada.

Posicionamento Oficial SBD nº 02/2015. Conduta Terapêutica no

Transcrição:

Bruno de Oliveira Sawan Rodrigo Ribeiro Incretinomiméticos e inibidores de DPP-IV Liga de Diabetes - UNIUBE

GLP-1 GLP-1 é normalmente produzido pelas células neuroendócrinas L da mucosa intestinal Sua secreção é estimulada por nutrientes (pós prandial) Estimula a secreção de insulina e inibe a de glucagon São ações glicose-dependentes e só ocorrem na hiperglicemia Efeito incretina: glicose V.O. estimula 60% mais a secreção de insulina do que por via E.V.

GLP-1 Ajuda no controle da glicemia pós prandial e de jejum Encontra-se em níveis diminuídos no DM2 O aumento desta substância em indivíduos com DM2 proporciona correção da hiperglicemia

GLP-1 Todas essas informações motivaram a criação de uma nova alternativa para o tratamento do DM Problema: o GLP-1 nativo tem vida média muito curta (<3 min.), pois é degradado pela DPP-IV Estratégias: Agonistas do GLP-1 Análogos do GLP-1 resistentes à DPP-IV Inibidores do DPP-IV

Incretinomiméticos

Indicações e uso clínico Brasil: Agonista do receptor de GLP-1 exenatide (Byetta, Eli Lilly Pharmaceuticals) Análogo do GLP-1 Liraglutide (Victoza, Novo Nordisk)

Exenatida (Byetta, Eli Lilly) Exendina-4 é um composto natural encontrado na glândula salivar do lagarto Heloderma suspectum (Monstro de Gila) Resistente à ação da DPP-IV de mamíferos (meia vida de 3,5 horas)

Exenatida (Byetta, Eli Lilly) Tem ações glico-regulatórias semelhantes ao GLP-1: Retardo do esvaziamento gástrico Indução de saciedade alimentar Restaura primeira fase de secreção de insulina (normalmente está diminuída no DM2) Diminui HbA1C em torno de 1% Diminui glicemia de jejum Diminui excursões glicêmicas pós prandiais

Exenatida (Byetta, Eli Lilly) Perda de peso Estimula proliferação e melhora ação de células beta pancreáticas Não usar: Após refeições Pacientes com função renal comprometida (TFG < 30)

Liraglutide (Victoza, Novo Nordisk) Molécula do GLP-1 modificada (levando a uma meia vida mais longa) Pode ser utilizada com apenas uma injeção subcutânea ao dia Diminui HbA1C em 0,9-1,1% Perda de peso e diminuição da PA semelhante à da Exenatida Anticorpos anti-liraglutide ocorre em 8,6% dos pacientes, contra os 40% da Exenatida Efeitos colaterais semelhantes

Considerações práticas para o uso de incretinomiméticos Não substituem a insulina, portanto deve-se diminuir a dose desta gradualmente No uso combinado com sulfoniluréias se a A1C<9% diminuir a dose desta última em 50% Náuseas tendem a diminuir em intensidade e frequência Pode alterar absorção de outras medicações, portanto é conveniente tomar medicações orais uma hora antes da injeção

reabsorção de glicose Dapaglifosina absorção de carboidratos Acarbose Metformina Redução da Hiperglicemia Metformina Tiazolidinediona Tiazolidinediona Antidiabéticos Orais: Mecanismos de ação Metformina Sulfoniluréias Glinidas GLP1 Incretinas Inibidores da DPP4 secreção de insulina produção de glicose resistência periférica à insulina

Ação do GLP-1 sobre mecanismos fisiopatológicos do DM2 Glicemia Demanda de insulina Fornecimento de insulina Influxo de Glicose Resistência Insulínica Secreção de Glucagon Secreção Insulina pela Célula ß Quantidade de Células β Retarda Esvaziamento gástrico Saciedade Diminui resistência insulínica Inibe a secreção de glucagon e débito hepático glicose Aumenta síntese insulina Promove diferenciação e reduz apoptose In vitro e em modelos animais

Secreção e inativação do GLP-1 Secreção GLP-1 GLP-1 (7-36) ativo t1/2 = 1 a 2 min DPP-4 = Dipeptidyl peptidase IV DPP-4 GLP-1 (9-36) inativo Adaptado de Deacon CF. Diabetes 1995;44 (9): 1126

Análogos de incretinas: resistentes à ação da DPP-4 Análogos do GLP-1 l l Análogos do GLP-1 l Exenatide-4 l Liraglutide Característica: produto peptídico (injetável) Maior tempo na circulação

Inibição da DPP-4 aumenta GLP-1 ativo no plasma Liberação GLP-1 GLP-1 t ½ = 1 to 2 min GLP-1 ativo GLP-1 inativo (>80%) GLP-1 = Glucagon-Like Peptide-1; DPP-4= Dipeptidyl Peptidase-4 Ahrén B. Expert Opin Invest Drugs 2006; 15(4):431-442

INIBIDORES DA DPP4 SITAGLIPTINA - JANÚVIA VILDAGLIPTINA GALVUS/JAURA SAXAGLIPTINA - ONGLYZA LINAGLIPTINA - TRYENTA

Obrigado!