PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS

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Transcrição:

PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS

PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS

3 PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS REALIZAÇÃO Instituto Unibanco CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Presidência Pedro Moreira Salles Vice-presidência Pedro Sampaio Malan Conselheiros Antonio Matias Cláudio de Moura Castro Cláudio Luiz da Silva Haddad Marcos de Barros Lisboa Ricardo Paes de Barros Rodolfo Villela Marino Thomaz Souto Corrêa Netto Tomas Tomislav Antonin Zinner DIRETORIA EXECUTIVA Claudio José C. Arromatte Cristina Cestari Fernando Marsella Chacon Ruiz Gabriel Amado de Moura Jânio Gomes Leila Cristiane B. B. de Melo Marcelo Luis Orticelli SUPERINTENDÊNCIA EXECUTIVA Ricardo Henriques IMPLEMENTAÇÃO DE PROJETOS Maria Julia Azevedo Gouveia DESENVOLVIMENTO E CONTEÚDOS Alexsandro Nascimento Santo GESTÃO DO CONHECIMENTO Mirela de Carvalho PLANEJAMENTO, ARTICULAÇÃO INSTITUCIONAL E COMUNICAÇÃO Tiago Borba ADMINISTRAÇÃO E TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Fábio Santiago

SUMÁRIO Apresentação 5 Conhecendo o território 6 Estrutura Administrativa do estado 20 A situação da educação 25 Políticas educacionais do estado 43 Considerações Finais 74

APRESENTAÇÃO Este Panorama do Território busca reunir um conjunto de informações sobre os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal com o objetivo de produzir um raio-x do Ensino Médio em cada unidade da federação. O leitor encontrará aqui uma síntese com informações históricas e geográficas, dados socioeconômicos e demográficos, informações sobre a estrutura administrativa do estado e de sua Secretaria de Educação. Além disso, buscou-se traçar um panorama da rede de ensino e das principais políticas educacionais vigentes no estado. Por trás do trabalho de pesquisa realizado para a elaboração deste documento está a certeza de que conhecer a realidade da educação é passo fundamental para implementar as mudanças que todos desejamos. É nesse sentido que o Panorama busca lançar luz sobre as especificidades de cada território e de sua história, pretendendo-se um instrumento para pesquisadores, formadores de opinião, analistas, estudantes, parceiros e todos aqueles preocupados com os rumos do Ensino Médio no Brasil. Este é um diagnóstico em construção. Muitas das informações aqui reunidas são dinâmicas e por isso ele será atualizado periodicamente. Este é um lembrete importante porque reforça para o leitor um dos principais objetivos do Observatório da Educação: captar e sistematizar informações relevantes no campo da gestão para o ensino médio. Por isso, a leitura do Panorama pode ser ampliada e complementada com outros materiais que você encontra nas seções Em Debate e Cedoc deste Observatório. Não deixe de visitar e participar! Boa leitura!

CONHECENDO O TERRITÓRIO

7 PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS O estado do Amazonas é o maior em área territorial do Brasil, mas detém um dos mais baixos índices de densidade demográfica do país, com 2,23 habitantes por quilômetro quadrado. A população do estado, de acordo com o Censo 2010, era de aproximadamente 3,5 milhões de habitantes 1. O Amazonas detém uma especificidade entre os outros estados brasileiros, a presença de grande população indígena. São mais de 168 mil indivíduos, a maior concentração do país, distribuídos em 65 grupos, com 43 línguas diferentes faladas 2. O estado possui, ainda, 98% de sua cobertura florestal preservada e o clima é equatorial úmido, com temperatura média de 26,7. Possui a maior rede hidrográfica do planeta e a maioria dos rios amazonenses é navegável durante todo o ano. AMAZONAS maior estado do Brasil 1 Disponível em: http://www.ibge.gov.br/estadosat/perfil.php?sigla=am. Acesso em 26 out 2016. 2 Disponível em: http://fne.mec.gov.br/images/pee/ampee.pdf. Acesso em 26 out 2016.

8 PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS AMAZONAS MANAUS 6ª cidade mais rica do país 83% da população vive em área urbana MAIOR população indígena do Brasil O descobrimento da região hoje formada pelos estados do Amazonas e Pará, no século XVI, foi de responsabilidade do espanhol Francisco de Orellana. Por volta de 1546, ingleses e holandeses ocupam a foz do grande rio (atuais estados do Amapá e do Pará), onde instalaram feitorias nas margens dos maiores rios da região para extrair madeira e especiarias, como o cravo, o urucum, o guaraná, resinas e outros. Assim, desde cedo a economia da região amazônica se baseou no extrativismo e não na agromanufatura açucareira, como em outras regiões coloniais. O arraial foi fundado em 1669, passando a chamar-se Lugar da Barra e tornando-se sede da capitania de São José do Rio Negro no fim do século XVIII. No princípio do século XIX foi elevado à categoria de vila com o nome de Manaós, em homenagem à tribo de mesma denominação que se recusava a ser dominada pelos portugueses e negava ser mão-de-obra escrava para militares e religiosos. Quando recebeu o título de cidade em 1848, caracterizava-se por ser um pequeno aglomerado urbano, com cerca de três mil habitantes. Aliando seu potencial ecológico a uma política de negócios baseada na sustentabilidade, a capital do Amazonas tornou-se a 6ª cidade mais rica do país. Parte deste sucesso se deve ao Polo Industrial de Manaus (PIM), um modelo de desenvolvimento regional que abriga inúmeras empresas nacionais e internacionais, gerando mais de 100 mil empregos diretos e um faturamento de 35 bilhões de dólares em 2010. No interior do estado é crescente a abertura de novas oportunidades de emprego e renda, com investimentos em áreas como a piscicultura, agroindústria e produção rural.

9 PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS 82,9% dos jovens de 15 a 17 anos estão na escola 62 municípios 41,4 mil jovens entre 15 e 17 anos fora da escola 5.210 escolas públicas 720 escolas estaduais 351 escolas com ensino médio regular

10 PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS AMAZONAS 49,8% 50,2% Dados demográficos No Amazonas as mulheres representam maioria em relação aos homens, entretanto a diferença é bastante pequena: as mulheres somam 50,2% e os homens 49,8%, cenário que é bem diferente da região norte, onde os homens são maioria na população. Ao comparar com os dados referentes à média do país, o Amazonas possui uma situação mais semelhante, já que ambos têm as mulheres como maior parcela da população, como mostra a Tabela 1. Nela, é possível ver a população do estado segundo sexo, comparada com os dados da região Norte e com a média nacional. TABELA 1 População segundo sexo SEXO AMAZONAS REGIÃO NORTE BRASIL NÚMERO DE PESSOAS % % % Homens 1.953.968 50,2% 49,9 51,6 Mulheres 1.934.600 49,8% 50,1 48,4 TOTAL 3.888.568 100% 100 100 FONTE: PNAD 2014 Elaboração Instituto Unibanco Gerência de Gestão do Conhecimento A população amazonense possui composição bem próxima à região norte quanto à faixa etária, mas é ligeiramente mais jovem, com maior concentração de pessoas de 0 a 24 anos. A partir dos 40 anos a população do estado é inferior à média do país e da região norte. Na comparação com o país, o perfil da população do estado é mais destoante do que na comparação com a região norte, sendo a população amazonense significativamente mais nova que a população brasileira. Mais da metade da população do Amazonas é composta por crianças e jovens até 29 anos, que representam 56,5%. Já os adultos (acima de 30 anos) são 43,5% da população.

11 PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS TABELA 2 População segundo faixa etária FAIXA ETÁRIA AMAZONAS REGIÃO NORTE BRASIL NÚMERO DE PESSOAS % % % 0 05 anos 427.627 11,0 10,2 7,9 6 14 anos 697.195 17,9 17,7 13,7 15 17 anos 242.636 6,2 6,1 5,2 18 20 anos 239.200 6,2 5,7 5,1 21 24 anos 258.630 6,7 6,6 6,1 25 29 anos 333.257 8,6 8,4 7,7 30 39 anos 610.946 15,7 15,7 15,6 40 anos ou mais 1.079.077 27,7 29,7 38,7 TOTAL 3.888.568 100 100 100 FONTE: PNAD 2014 Elaboração Instituto Unibanco Gerência de Gestão do Conhecimento Quanto à cor, a população amazonense possui perfil bem diferente do país, com a grande maioria sendo composta por negros, que somam 75,8%, e uma minoria de brancos, que representam 21,7%. Tendo em vista que o Amazonas é uma região tradicionalmente habitada por povos indígenas, a porcentagem da população classificada em outros que abrange a população indígena é maior que a do país e da região norte, onde está localizado. No comparativo com a região, o Amazonas possui uma parcela menor de brancos: na região Norte eles são 27%; e um número maior de negros: 75,8% no Amazonas e 72,5% na região. TABELA 3 População segundo cor/raça COR/RAÇA AMAZONAS REGIÃO NORTE BRASIL NÚMERO DE PESSOAS % % % Brancos 845.488 21,7 27,0 45,5 Negros 2.946.835 75,8 72,5 53,6 Outros (amarelo, indígena e não declarado) 96.245 2,5 0,5 0,9 TOTAL 3.888.568 100 100 100 FONTE: PNAD 2014 Elaboração Instituto Unibanco Gerência de Gestão do Conhecimento

12 PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS O Amazonas tem um total de 3.888.568 habitantes, divididos entre as áreas urbana e rural. A maior parte, 83,7% situa-se em área urbana, índice significativamente superior à região norte, que conta com 73,7% dos domicílios em área urbana, mas próximo ao índice do país, que é de 85,1%. TABELA 4 População vivendo em áreas urbana e rural ÁREA AMAZONAS REGIÃO NORTE BRASIL NÚMERO DE PESSOAS % % % Urbana 3.253.115 83,7 73,7 85,1 Rural 635.453 16,3 26,3 14,9 TOTAL 3.888.568 100 100 100 FONTE: PNAD 2014 Elaboração Instituto Unibanco Gerência de Gestão do Conhecimento Em termos de indicadores sociais, o Amazonas apresenta uma situação pior que a média brasileira. A tabela a seguir apresenta o percentual de pessoas consideradas extremamente pobres e aquelas consideradas como pobres, tanto no Amazonas como no Brasil. O critério assumido para a classificação de pobreza é a proporção de indivíduos de uma dada região que possui renda per capita igual ou inferior a R$ 140 por mês (R$ 4,60 por dia). Já o critério para definir os indivíduos extremamente pobres é a proporção da população cuja renda familiar per capita não ultrapasse R$ 70 mensais (R$ 2,30 por dia). Assim, observa-se que no Amazonas a situação de pobreza da população é grave se comparada com a média do país. 16,4% da sua população vivem na extrema pobreza e 30,7% são consideradas pobres, situando quase metade dos amazonenses abaixo da linha de pobreza.

13 PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS TABELA 5 Indicador social: pobreza POBREZA AMAZONAS BRASIL % % Extremamente pobres 16,40 6,60 Pobres 30,78 15,20 FONTE: IDHM-PNUD 2010 Elaboração Instituto Unibanco Gerência de Gestão do Conhecimento Como o Amazonas é um estado com uma parcela tão grande da população em situação de pobreza, é de se esperar que essa realidade se reflita em outros indicadores. No entanto, a média de esperança de vida do estado não é tão diferente da média nacional. Para o Brasil esta taxa é de é de 73,9 anos, e no estado do Amazonas é de 73,3 anos. Já no índice que indica a expectativa de anos de estudo, o estado fica mais distante da média nacional: 8,5 anos no estado e 9,5 anos no Brasil. TABELA 6 Indicador social: esperança de vida e anos de estudo INDICADORES AMAZONAS BRASIL Esperança de vida* 73,3 73,9 Expectativa de anos de estudo** 8,5 9,5 FONTE: IDHM-PNUD 2010 Elaboração Instituto Unibanco Gerência de Gestão do Conhecimento

14 PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS População jovem O Amazonas possui 1 milhão de jovens entre seus habitantes, o que corresponde a 29,5% da população. Dentre os jovens, os de 15 a 17 anos (idade na qual deveriam estar cursando o ensino médio) representam 22,14% (ou 6,53% da população do estado); os de 18 a 24 são quase metade dos jovens e 13,68% da população total; e os de 25 a 29 anos representam 31,48% dos jovens. TABELA 7 População jovem segundo faixa etária 2010 FAIXA ETÁRIA NÚMERO DE PESSOAS PERCENTUAL DA POPULAÇÃO JOVEM PERCENTUAL DA POPULAÇÃO TOTAL 15 a 17 227.553 22,14% 6,53% 18 a 24 476.648 46,38% 13,68% 25 a 29 323.526 31,48% 9,29% População Jovem (15 a 29 anos) 1.027.727 100% 29,50% POPULAÇÃO TOTAL 3.483.985-100% FONTE: Censo 2010 Elaboração Instituto Unibanco Gerência de Gestão do Conhecimento Como mostra a tabela 8, a população jovem amazonense possui composição etária bem próxima à do estado, com 50,02% de homens e 49,98% de mulheres, enquanto na população total este dado é de 50,32% e 49,68%, respectivamente. Apesar dos homens responderem pela maior parte da população total e jovem, ressalta-se que na faixa entre 25 e 29 anos as mulheres são maioria, representando 50,15% dos jovens.

15 PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS TABELA 8 População jovem segundo sexo 2010 SEXO 15 A 17 ANOS 18 A 24 ANOS 25 A 29 ANOS POPULAÇÃO JOVEM (15 A 29 ANOS) POPULAÇÃO TOTAL Nº DE PESSOAS % Nº DE PESSOAS % Nº DE PESSOAS % Nº DE PESSOAS % Nº DE PESSOAS % Homem 113.331 49,80% 238.082 49,95% 162.253 50,15% 513.665 49,98% 1.730.806 49,68% Mulher 114.222 50,20% 238.566 50,05% 161.273 49,85% 514.061 50,02% 1.753.179 50,32% TOTAL 227.553 100% 476.648 100% 323.526 100% 1.027.727 100% 3.483.985 100% FONTE: Censo 2010 Elaboração Instituto Unibanco Gerência de Gestão do Conhecimento ENTRE OS JOVENS 21% são negros 73,8% são brancos Assim como a população total do Amazonas, os jovens são majoritariamente negros (73,48%), sendo este número ligeiramente superior ao da população total, como é possível ver na tabela 9. A faixa onde o percentual de negros é ligeiramente menor entre os jovens está entre 25 e 29 anos, com 73,38% da população negra nessa faixa. TABELA 9 População jovem segundo cor/raça 2010 COR/ RAÇA 15 A 17 ANOS 18 A 24 ANOS 25 A 29 ANOS Nº DE PESSOAS % Nº DE PESSOAS % Nº DE PESSOAS % POPULAÇÃO JOVEM (15 A 29 ANOS) Nº DE PESSOAS % POPULAÇÃO TOTAL Nº DE PESSOAS % Brancos 46.634 20,49% 99.872 20,95% 69.982 21,63% 216.488 21,06% 739.114 21,21% Negros 167.618 73,66% 350.103 73,45% 237.406 73,38% 755.127 73,48% 2.545.857 73,07% Outros (amarelo, indígena e não declarado) 13.300 5,84% 26.673 5,60% 16.138 4,99% 56.111 5,46% 199.014 5,71% TOTAL 227.553 100% 476.648 100% 323.526 100% 1.027.727 100% 3.483.985 100% FONTE: Censo 2010 Elaboração Instituto Unibanco Gerência de Gestão do Conhecimento

16 PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS A maternidade é uma realidade para 45,92% das mulheres jovens do Amazonas. Entre aquelas que têm entre 15 e 17 anos, idade correspondente ao Ensino Médio, mais de 13 mil já têm filhos, ou 12,18% dentre as meninas desta idade. Como era de se esperar, esta proporção aumenta com a faixa etária, chegando a 45,35% entre as que têm de 18 a 24 anos, e a 70,33% entre aquelas que têm de 25 a 29 anos. TABELA 10 Mulheres jovens que possuem filhos 2010 MULHERES COM FILHOS 15 A 17 ANOS 18 A 24 ANOS 25 A 29 ANOS Nº DE PESSOAS % Nº DE PESSOAS % Nº DE PESSOAS % POPULAÇÃO JOVEM (15 A 29 ANOS) Nº DE PESSOAS % Sem Filho 99.531 87,82% 130.110 54,65% 48.132 29,67% 277.773 54,08% Com Filho 13.800 12,18% 107.972 45,35% 114.120 70,33% 235.892 45,92% TOTAL 113.331 100% 238.082 100% 162.253 100% 513.665 100% FONTE: Censo 2010 Elaboração Instituto Unibanco Gerência de Gestão do Conhecimento A tabela 11 mostra que no Amazonas a responsabilidade pelo domicílio chega cedo para muitos jovens. Mais de cinco mil adolescentes entre 15 e 17 anos são os responsáveis pelo domicílio em que vivem (2,36%). Tal responsabilidade é realidade para 12,48% daqueles que têm entre 18 e 24 anos e para 28,30% entre os jovens de 25 a 29 anos. TABELA 11 População jovem segundo responsabilidade pelo domicílio 2010 JOVENS RESPONSÁVEIS PELO DOMICÍLIO 15 A 17 ANOS 18 A 24 ANOS 25 A 29 ANOS Nº DE PESSOAS % Nº DE PESSOAS % Nº DE PESSOAS % POPULAÇÃO JOVEM (15 A 29 ANOS) Nº DE PESSOAS % Não responsável pelo domicílio Responsável pelo domicílio 222.178 97,64% 417.176 87,52% 231.973 71,70% 871.328 84,78% 5.374 2,36% 59.472 12,48% 91.553 28,30% 156.399 15,22% TOTAL 227.553 100% 476.648 100% 323.526 100% 1.027.727 100% FONTE: Censo 2010 Elaboração Instituto Unibanco Gerência de Gestão do Conhecimento

17 PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS Assim como a responsabilidade pela casa, o trabalho está presente desde cedo na vida de muitos jovens amazonenses. Alguns acumulam a dupla jornada de estudos e trabalho e outros deixam de estudar para apenas trabalhar. Na tabela 12, vê-se que entre os adolescentes de 15 a 17 anos idade em que o estudo é obrigatório 19,61% estão fora da escola, 14,20% não trabalham e nem estudam, aproximadamente 19,7% trabalham (14,29% conciliam o trabalho com os estudos, mas 5,41% se dedicam exclusivamente ao trabalho) e 66,11% conseguem se dedicar exclusivamente aos estudos. TABELA 12 População jovem segundo ocupação 2010 OCUPAÇÃO 15 A 17 ANOS 18 A 24 ANOS 25 A 29 ANOS Nº DE PESSOAS % Nº DE PESSOAS % Nº DE PESSOAS % POPULAÇÃO JOVEM (15 A 29 ANOS) Nº DE PESSOAS % Estuda 150.427 66,11% 102.208 21,44% 23.333 7,21% 275.969 26,85% Estuda e Trabalha 32.508 14,29% 69.489 14,58% 35.726 11,04% 137.723 13,40% Trabalha 12.309 5,41% 154.528 32,42% 165.186 51,06% 332.023 32,31% Não Estuda e Não Trabalha 32.309 14,20% 150.423 31,56% 99.280 30,69% 282.012 27,44% TOTAL 227.553 100% 476.648 100% 323.526 100% 1.027.727 100% FONTE: Censo 2010 Elaboração Instituto Unibanco Gerência de Gestão do Conhecimento Na faixa etária dos 18 aos 24 anos (idade que equivale ao estudo universitário) apenas 36,02% dos amazonenses seguiram estudando, dos quais 21,44% se dedicam exclusivamente. Quase metade dos jovens desta faixa etária já se dedica ao trabalho: 14,58% estudam e trabalham e 32,42% apenas trabalham. Os que não estudam e não trabalham somam 31,56% nesta faixa etária. Entre os jovens de 25 a 29 anos (idade que equivaleria a uma pós graduação) 3, apenas 7,21% conseguem continuar seus estudos com dedicação exclusiva, outros 11,04% conciliam os estudos com o trabalho totali- 3 Apesar da idade ser equivalente ao estudo de pós-graduação, é possível que haja jovens cursando graduação e, eventualmente, mesmo o ensino médio.

18 PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS ENTRE OS HOMENS JOVENS 24,6% estuda 40% trabalha zando 62,1% aqueles que trabalham e 30,69% não estudam e nem trabalham. Os dados sobre ocupação ainda revelam que, para todas as faixas etárias, o grupo de pessoas que não estuda e nem trabalha é consideravelmente maior entre as mulheres, como indica a tabela 13. No Amazonas, entre os homens jovens de 15 a 17 anos, 11,98% não trabalham e não estudam, enquanto esta é a realidade para 16,43% das mulheres jovens nesta idade. No grupo de 18 a 24 anos, 24,47% dos homens e 38,66% das mulheres não estudam e nem trabalham. Entre os que têm entre 25 e 29 anos, os que não estudam nem trabalham são 20,79% dos homens. Por outro lado, nesta faixa as mulheres representam uma parcela bem alta da população que não estuda nem trabalha, com 40,53%, e este dado faz a média dos jovens que não estudam nem trabalham subir. Uma hipótese possível para explicar tamanha diferença entre a proporção de homens e mulheres que não trabalham nem estudam é a maternidade, que muitas vezes afasta a mulher do mercado de trabalho pela necessidade de priorizar o cuidado com os filhos e o lar. TABELA 13 População jovem segundo ocupação e sexo 2010 OCUPAÇÃO SEGUNDO SEXO HOMENS % 15 A 17 ANOS 18 A 24 ANOS 25 A 29 ANOS MULHERES % HOMENS % MULHERES % HOMENS % MULHERES % POPULAÇÃO JOVEM (15 A 29 ANOS) HOMENS % MULHERES % Estuda 65,07% 67,15% 18,70% 24,19% 4,86% 9,55% 24,66% 29,04% Estuda e Trabalha 16,64% 11,91% 16,27% 12,88% 11,22% 10,86% 14,77% 12,03% Trabalha 6,30% 4,51% 40,56% 24,26% 63,13% 39,06% 40,03% 24,58% Não Estuda e Não Trabalha 11,98% 16,43% 24,47% 38,66% 20,79% 40,53% 20,54% 34,35% TOTAL 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100,00% 100% FONTE: Censo 2010 Elaboração Instituto Unibanco Gerência de Gestão do Conhecimento

19 PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS Entre aqueles que trabalham, os homens são maioria, e isso pode indicar que eles continuam concentrando papel de provedor na família, enquanto o trabalho doméstico e de cuidado familiar prevalece entre as mulheres. Chama atenção ainda a parcela significativa de homens jovens de 15 a 17 anos que já trabalham (6,3% trabalham e não estudam e 16,64% conciliam as duas atividades). Entre as mulheres jovens da mesma idade, 16,42% trabalham, e 4,51% o fazem exclusivamente. No que se refere ao acesso à internet, a tabela 14 mostra que em cada cem jovens amazonenses pouco menos de sessenta não possuem internet. É possível perceber ainda que as diferenças por faixa etária e entre os sexos são pequenas: para homens e mulheres, o índice de jovens com internet em casa é menor na faixa mais jovem, e na média da população jovem as mulheres estão ligeiramente à frente dos homens, 42,63% e 40,38% respectivamente. TABELA 14 População jovem segundo acesso à internet no domicílio 2010 ACESSO À INTERNET NO DOMICÍLIO SEGUNDO SEXO HOMENS % 15 A 17 ANOS 18 A 24 ANOS 25 A 29 ANOS MULHERES % HOMENS % MULHERES % HOMENS % MULHERES % POPULAÇÃO JOVEM (15 A 29 ANOS) HOMENS % MULHERES % Sem Internet no Domicílio Com Internet no Domicílio 61,77% 59,64% 58,72% 56,77% 55,30% 52,67% 58,33% 56,11% 36,81% 38,97% 39,94% 41,95% 43,56% 46,20% 40,38% 42,63% Não informado 1,42% 1,40% 1,34% 1,28% 1,14% 1,13% 1,30% 1,26% TOTAL 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% FONTE: Censo 2010 Elaboração Instituto Unibanco Gerência de Gestão do Conhecimento

A ESTRUTURA ADMINISTRATIVA DO ESTADO

21 PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS O governador do Amazonas, José Melo de Oliveira (PROS), foi eleito vice-governador em 2010, mas assumiu o cargo após a desincompatibilização do governador Omar Aziz em 2014. Nas eleições de 2014 foi eleito, em segundo turno, para o governo do estado do Amazonas, completando o segundo ano de mandato em 2016. Formado em Economia pela Universidade Federal do Amazonas, iniciou sua vida pública em 1967 trabalhando na área da educação onde exerceu diversas funções, tais como: secretário municipal de Educação de Manaus; delegado do Ministério da Educação e Cultura, gestão que foi marcada pela implantação do modelo de escolas rurais em todos os municípios amazonenses; e secretário de Educação e Cultura do estado do Amazonas por duas vezes, trabalhando na consolidação da política de distribuição de fardamento e merenda escolar para os alunos da rede pública. Ao longo deste tempo ainda atuou em outras áreas como a Secretaria de Estado de Coordenação do Interior (Seint), o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Amazonas (Idam) e como consultor em diversas empresas privadas. Também trabalhou no legislativo como deputado federal por duas vezes, como deputado estadual e, na Assembleia Legislativa do Amazonas, presidiu as Comissões de Orçamento, Finanças e Tributação 4. O organograma administrativo do estado 5 conta com órgãos e entidades assim divididos: dez autarquias, dez fundações e oito empresas públicas, além do Conselho Estadual de Desenvolvimento do Amazonas, vinculado ao gabinete do governador e com atribuição de assessorá-lo no planejamento e execução da política fiscal estadual. Ainda se estrutura em torno de 25 secretarias: Secretaria de Estado de Relações Institucionais e Representação; Comitê Organizador do Torneio de Futebol Olímpico Manaus 2016 (Comitê Manaus 2016); Fundo de Promoção Social; Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Huma- 4 Disponível em: http://www.amazonas.am.gov.br/autoridades/governador/. Acesso em 17 out 2016. 5 O site institucional do governo do Amazonas não disponibiliza o organograma da estrutura administrativa, apenas a listagem de órgãos e secretarias.

22 PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS nos e Cidadania; Secretaria de Estado do Meio Ambiente; Secretaria da Educação e da Qualidade do Ensino; Secretaria de Estado de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação; Secretaria de Estado de Comunicação Social; Secretaria de Estado de Administração Penitenciária; Comissão Geral de Licitação do Poder Executivo; Ouvidoria Geral do Estado do Amazonas; Secretaria de Estado de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Manaus; Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência; Controladoria Geral do Estado; Secretaria de Estado da Saúde; Secretaria de Estado de Secretaria de Estado de Segurança Pública; Secretaria de Política Fundiária; Secretaria de Estado do Trabalho; Secretaria de Estado de Produção Rural; Secretaria de Estado da Juventude e Lazer; Secretaria de Estado de Infraestrutura; Secretaria de Estado da Fazenda; Secretaria de Estado da Cultura; Secretaria de Estado da Assistência Social; Secretaria de Estado de Administração e Gestão.

23 PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS A Secretaria Estadual de Educação e a rede estadual de ensino A Secretaria Estadual de Educação e Qualidade do Ensino (Seduc) tem como atribuição a formulação, a coordenação, o controle, a avaliação e a execução das políticas educacionais do estado do Amazonas, e para tanto, compete a ela propor projetos, programas e ações que garantam o cumprimento da política educacional do governo. Tem a função ainda de prover recursos humanos e materiais, bem como apoiar o sistema estadual de ensino em todas as suas necessidades. Estrutura-se em torno do secretário de Educação, um secretário executivo e quatro secretários sxecutivos adjuntos. Seu organograma é assim definido 6 : 1 OUVIDORIA 2 ÓRGÃOS COLEGIADOS a. Conselho Estadual de Educação; b. Conselho Estadual de Educação Indígena; c. Conselho de Alimentação Escolar; d. Conselho Estadual de Acompanhamento e Controle Social do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação; e. Comissão Interna de Ética; f. Comissão de Regime Disciplinar do Magistério; g. Comissão de Tomada de Contas Especial. 3 ÓRGÃOS DE ASSISTÊNCIA E ASSESSORAMENTO a. Gabinete i. Assessoria Jurídica; ii. Assessoria de Comunicação iii. Assessoria Administrativa b. Secretaria Executiva c. Secretaria Executiva Adjunta da Capital i. Coordenadorias Distritais de Educação ii. Centro Cultural Thiago de Mello 6 No site da Seduc só está disponível a listagem dos órgãos da Secretaria.

24 PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS d. Secretaria Executiva Adjunta do Interior i. Coordenadorias Regionais de Educação e. Assessoria Estratégica 4 ÓRGÃOS DE ATIVIDADES-MEIO a. Secretaria Executiva Adjunta de Gestão i. Departamento de Logística (Delog) ii. Departamento de Administração de Infraestrutura (Deinfra) iii. Departamento de Gestão Escolar (Degesc) iv. Departamento de Planejamento e Gestão Financeira (DPGF) v. Departamento de Gestão de Pessoas (DGP) 5 ÓRGÃOS DE ATIVIDADES-FIM a. Secretaria Executiva Adjunta Pedagógica i. Departamento de Políticas e Programas Educacionais (Deppe) ii. Centro de Formação de Profissional Padre José Anchieta (Cepan) iii. Centro de Mídias de Educação do Amazonas (Cemeam) Além destas, também está vinculado à Seduc amazonense o Centro de Educação Tecnológica do Amazonas, uma autarquia estadual que tem a função de ofertar cursos técnicos de nível médio, de qualificação profissional e de inclusão digital. Outras instituições voltadas à educação e à pesquisa, mas não vinculadas à Seduc, são as fundações públicas: Universidade do Estado do Amazonas e a FAPEAM (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas). O atual secretário, Algemiro Ferreira Lima Filho, do PTN, estava à frente da Secretaria Executiva Adjunta do Interior quando foi convidado a assumir o cargo em maio de 2016, substituindo a ex-secretária Rossieli Soares da Silva, que foi chefiar a Secretaria de Educação Básica (SEB) do Ministério da Educação. Graduado em Filosofia pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), pós-graduado em Administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e mestrando em Gestão e Avaliação da Educação Pública, Algemiro vem se dedicando à área da educação desde 1993.

A SITUAÇÃO DA EDUCAÇÃO

26 PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS REDE ESTADUAL DE EDUCAÇÃO 5.210 escolas públicas 720 escolas estaduais 78% em área urbana 22% em área rural De acordo com o Censo Escolar de 2014, a rede pública de educação no Amazonas é composta por 5.210 escolas públicas das quais 720 são escolas estaduais. Destas, 563 unidades (78%) estão localizadas em área urbana e 157 (22%) em área rural. As matrículas das escolas estaduais reunindo todas as etapas e modalidades de ensino somam 467.031, sendo 422.560 matrículas em área urbana e 44.471 na área rural. Do total de escolas do estado, 351 compõem a rede de Ensino Médio Regular estadual, estando 215 delas localizadas na área urbana e 136 escolas na área rural. O Ensino Médio tem um total de 175.546 matrículas, sendo distribuídas da seguinte forma: 148.770 matrículas em escolas urbanas e 26.776 matrículas em escolas situadas em área rural. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do estado do Amazonas possui algumas variações ao longo de sua série histórica, sem ultrapassar o Ideb nacional em nenhum dos anos. Como é possível notar no gráfico 1, o Ideb do Amazonas parte de uma nota bem abaixo da nota do país, melhora seu desempenho até 2011, atingindo 3,4 pontos, nota equivalente à média nacional. Em 2013 sofre uma queda de 0,4, mas se recupera novamente em 2015 atingindo a maior nota em sua série histórica, 3,5 pontos, encostando mais uma vez na média brasileira.

27 PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS GRÁFICO 1 Ideb Amazonas x Brasil 3,0 3,2 3,4 3,4 3,4 3,4 3,2 3,0 3,5 3,5 AMAZONAS BRASIL 2,8 2,3 2005 2007 2009 2011 2013 2015 FONTE: INEP Elaboração: Instituto Unibanco Gerência de Gestão do Conhecimento O gráfico 2 mostra que no Amazonas o comportamento da série histórica é mais similar à região Norte, embora com algumas diferenças. Na região Norte o Ideb partiu de 2,7 e se manteve neste patamar no exame seguinte. Em 2009 registrou um aumento passando para 3,1 pontos, que se repetiu em 2011, mas em 2013 registra nova queda de 0,1. Recupera-se em 2015, com 3,2 pontos. O Amazonas teve uma nota de partida inferior à média da região Norte, mas já no exame seguinte, em 2007 se recuperou e ultrapassou o índice da região, embora tenha registrado queda em 2013. GRÁFICO 2 Ideb Amazonas x Região Norte 3,4 3,5 2,7 2,8 3,2 3,1 3,1 2,9 3,0 3,2 AMAZONAS REGIÃO NORTE 2,7 2,3 2005 2007 2009 2011 2013 2015 FONTE: INEP Elaboração: Instituto Unibanco Gerência de Gestão do Conhecimento

28 PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS Além do Ideb, dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) revelam um pouco mais sobre a situação da educação no estado. O SAEB produz informações a respeito da realidade educacional brasileira por meio de avaliações bienais de proficiência em Matemática e em Língua Portuguesa. Trata-se de uma avaliação por amostra e seus resultados, em conjunto com as taxas de aprovação escolar, são a base de cálculo para o Ideb de cada estado e do índice nacional. ESCALA LÍNGUA PORTUGUESA 225 250 275 300 325 350 375 400 425 NÍVEL 1 NÍVEL 2 NÍVEL 3 NÍVEL 4 NÍVEL 5 NÍVEL 6 NÍVEL 7 NÍVEL 8 ESCALA MATEMÁTICA 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 NÍVEL 1 NÍVEL 2 NÍVEL 3 NÍVEL 4 NÍVEL 5 NÍVEL 6 NÍVEL 7 NÍVEL 8 NÍVEL 9 NÍVEL 10 A escala de Língua Portuguesa no Ensino Médio varia de 225 a 425, dividida em oito níveis, onde quanto mais alto o nível, melhor o desempenho. O desempenho do Amazonas no SAEB de língua portuguesa passou do nível 1 para o 2 desde o início do acompanhamento, como é possível notar no gráfico 3. Em 2005 o estado parte da nota 226,9 e sobe até alcançar 261,1 em 2011. Em 2013 registra uma queda, mas se recupera no exame seguinte finalizando com 260,6 pontos em 2015, e chegando ao nível 2 da escala. A média do país, por outro lado, não registra tantas variações: após partir de 248,7 em 2005 e alcançando 261,9 pontos em 2009, a nota do país decresce ligeiramente e registra 256,3 em 2013, mostrando recuperação em seguida e encerrando a série histórica com 260,6 pontos, passando do nível 1 para o 2.

29 PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS GRÁFICO 3 SAEB Língua Portuguesa Amazonas x Brasil 261,9 261,1 261,6 253,5 256,3 260,6 254,8 AMAZONAS 248,7 250,6 242,4 BRASIL 235,5 226,9 2005 2007 2009 2011 2013 2015 FONTE: INEP Elaboração: Instituto Unibanco Gerência de Gestão do Conhecimento Ressalta-se, portanto, que algumas semelhanças são encontradas na comparação do estado com a média do país: ambos melhoram o desempenho até 2009, registram quedas em 2013, embora a queda do estado seja mais significativa que a do país, e melhoram novamente no exame em 2015. No gráfico 4, é possível avaliar o desempenho do Amazonas em Língua Portuguesa em relação à região Norte. Nota-se que as oscilações são quase semelhantes entre estado e região, com a região Norte na vantagem até 2009, para em seguida decair se recuperando apenas em 2015. O Amazonas possui nota de partida inferior à média da região, distando dez pontos em 2005, mas após seu crescimento, ainda que inconstante, chegou em 2015 com nota superior à da região, evidenciando a melhora no seu desempenho.

30 PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS GRÁFICO 4 SAEB Língua Portuguesa Amazonas x Região Norte 261,6 256,5 254,8 236,1 239,4 250,6 250,8 243,5 242,4 255,2 AMAZONAS REGIÃO NORTE 235,5 226,9 2005 2007 2009 2011 2013 2015 FONTE: INEP Elaboração: Instituto Unibanco Gerência de Gestão do Conhecimento A escala SAEB para a prova de Matemática do Ensino Médio varia entre 225 e 475 pontos (distribuídos em intervalos que correspondem a dez níveis). O Amazonas possui índices menores que o país em todos os anos, com uma diferença considerável, como se pode notar no gráfico 5. A média do país em 2005 era 260 pontos e a do Amazonas 236,8 pontos, deixando-os em níveis diferentes da escala Amazonas no nível 1 e a média do país no nível 2. Esta média nacional aumenta até 2009, quando começa a decair gradualmente, registrando 259,7 pontos em 2015. Por outro lado, o Amazonas vê sua média crescer até 2011, reduz em 2013, mas se recupera em 2015, ultrapassando a nota de partida com 256,5 pontos, passando para o nível 2 da escala. Na comparação com a região Norte, como mostra o gráfico 6, os dados do Amazonas são menos destoantes. O Amazonas parte de uma nota inferior à da região, mas tem uma melhora constante no seu desempenho até atingir 253,3 pontos em 2011, conseguindo ultrapassar a média da região, o que também se deve à queda verificada na média regional deste ano. Em 2013 ambos registram mais uma redução da nota, mas se recuperam em 2015 com o Amazonas registrando nota superior à da região Norte.

31 PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS GRÁFICO 5 SAEB Matemática Amazonas x Brasil 260,0 262,9 265,5 264,9 260,7 259,7 251,4 253,3 256,5 AMAZONAS BRASIL 244,7 243,6 236,8 2005 2007 2009 2011 2013 2015 FONTE: INEP Elaboração: Instituto Unibanco Gerência de Gestão do Conhecimento GRÁFICO 6 SAEB Matemática Amazonas x Região Norte 256,8 256,5 253,3 243,6 247,3 251,4 249,9 245,5 253,2 AMAZONAS REGIÃO NORTE 244,7 243,6 236,8 2005 2007 2009 2011 2013 2015 FONTE: INEP Elaboração: Instituto Unibanco Gerência de Gestão do Conhecimento

32 PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS O Censo Escolar é um levantamento nacional de dados estatísticos educacionais a partir de informações fornecidas pelas próprias escolas. Entre os dados disponibilizados através do Censo estão as somas dos alunos aprovados, reprovados e que abandonaram a escola ao final de cada ano letivo. A tabela 15 apresenta esses dados para o Amazonas e a média nacional. Como é possível observar, o ano mais crítico, com as maiores taxas de reprovação e de abandono, é o primeiro ano do Ensino Médio. Esta não é uma realidade exclusiva do estado e é possível observar a mesma tendência na média brasileira. No comparativo com o país, as taxas de reprovação no Amazonas são inferiores nos três anos do Ensino Médio. Em contrapartida, a taxa de abandono no Amazonas é bastante superior à taxa média do país: no ano de ingresso no Ensino Médio, 15 alunos em cada cem abandonam a escola no Amazonas. Já na média do país esta taxa é de 10 em cada cem alunos. Nas séries mais avançadas a taxa cai, mas o Amazonas permanece com índices de abandono superiores à média brasileira. TABELA 15 Taxa de reprovação, aprovação e abandono ENSINO MÉDIO AMAZONAS BRASIL REPROVAÇÃO ABANDONO APROVAÇÃO REPROVAÇÃO ABANDONO APROVAÇÃO 1º ano EM 6,90 14,90 78,20 17,70 10,00 72,30 2º ano EM 5,80 11,70 82,50 11,00 7,20 81,80 3º ano EM 3,40 8,60 88,00 6,60 5,40 88,00 FONTE: INEP 2015 Elaboração Instituto Unibanco Gerência de Gestão do Conhecimento

33 PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS No que se refere à taxa de distorção idade-série, indicador que permite avaliar o percentual de alunos, em cada série, com idade superior à recomendada, o gráfico 7 mostra que no Amazonas, de cada cem alunos do Ensino Médio, 46 estavam com atraso de dois ou mais anos. A variação entre as séries é bem pequena, sendo a distorção maior no primeiro ano do Ensino Médio, com taxa de 47%, quase metade dos estudantes com atraso de dois ou mais anos em relação à série em que deveriam estar matriculados. GRÁFICO 7 Taxa de distorção idade-série Amazonas 47,0 45,5 45,2 46,0 1º ANO 2º ANO 3º ANO TOTAL FONTE: INEP 2015 Elaboração: Instituto Unibanco Gerência de Gestão do Conhecimento Já os gráficos 8 e 9 demonstram que o Amazonas possui taxa de distorção um pouco superior à região Norte, mas bastante superior à média do país. Em 2011 o Amazonas parte de 53,1 e consegue reduzir este índice ao longo dos anos com certa constância, chegando em 2015 com 46. Já os dados observados para o país revelam que a média brasileira também decaiu no período examinado, mas como partiu de patamar muito inferior à do Amazonas, com 36,5, a distância ainda marca uma diferença significativa entre eles, embora tenha reduzido na comparação com o início da série histórica.

34 PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS Ao comparar o estado com a região, observa-se que a diferença entre eles é pequena, com leve vantagem para a região Norte no início do acompanhamento. No entanto, o ritmo de redução desta taxa ao longo dos anos foi maior no Amazonas, de modo que distavam entre si 1,3 pontos em 2011 e, em 2015, esta diferença passa a ser de apenas 0,1. GRÁFICO 8 Taxa de distorção idade-série Amazonas x Brasil 53,1 51,8 49,3 48,0 46,0 36,5 34,8 33,0 31,6 30,6 AMAZONAS BRASIL 2011 2012 2013 2014 2015 FONTE: INEP 2015 Elaboração: Instituto Unibanco Gerência de Gestão do Conhecimento GRÁFICO 9 Taxa de distorção idade-série Amazonas x Região Norte 53,1 51,8 51,8 50,6 49,3 48,7 48,0 47,6 46,0 46,1 AMAZONAS REGIÃO NORTE 2011 2012 2013 2014 2015 FONTE: INEP 2015 Elaboração: Instituto Unibanco Gerência de Gestão do Conhecimento

35 PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS ESCOLAS PÚBLICAS DE AMAZONAS 41% possuem computador 25% têm acesso à internet Internet e redes sociais nas escolas O uso de computador e da internet nas escolas pode ser considerado uma ferramenta didática atual e dinâmica que pode despertar maior interesse dos jovens. Apesar de não ser unanimidade, há estudos que apontam para o uso de Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) nas salas de aula como responsável por elevar a qualidade da educação, bem como por proporcionar uma maior preparação dos jovens para atuar em um mundo global e competitivo. Para além da existência de computadores nas escolas, as pesquisas sinalizam a importância da preparação dos professores para a utilização de tais tecnologias, não sendo, portanto, automático o impacto na qualidade do ensino 7. Além disso, a existência de computador e internet nas escolas pode ser considerado uma boa forma de inclusão digital, uma vez que diversos jovens não possuem acesso a computadores ou internet em seus domicílios, como foi visto na tabela 14. A existência de computador nas escolas públicas do Amazonas contempla apenas 41% delas e o acesso à internet existe em apenas 25%. Essa realidade é inferior à média brasileira, onde 75,6% das escolas são equipadas com computador e 58,6% possuem acesso à internet. 7 Sobre impacto do uso de TICs na educação: LENA, Lavinas. Avaliando a Inclusão Digital pela Escola o Projeto Uca-Total. Rio de Janeiro: Hucitec, 2015; O Uso dos Computadores e da Internet nas Escolas Públicas de Capitais Brasileiras.

36 PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS TABELA 16 Existência de computador e acesso à internet nas escolas públicas AMAZONAS BRASIL NÚMERO DE ESCOLAS PÚBLICAS POSSUI COMPUTADOR (%) COMPUTADOR COM ACESSO À INTERNET (%) POSSUI COMPUTADOR (%) COMPUTADOR COM ACESSO À INTERNET (%) 5.210 41 25 75,6 58,6 FONTE: Censo Escolar 2015 Elaboração Instituto Unibanco Gerência de Gestão do Conhecimento Entre as escolas estaduais do Amazonas, 95% possuem computador, superando o índice brasileiro, em que o acesso ao computador chega a 94,3%. Porém, o acesso à internet nas escolas estaduais de Amazonas é de 82,6%, enquanto no Brasil é de 88,5%, como mostra a tabela 17. TABELA 17 Existência de computador e acesso à internet nas escolas estaduais AMAZONAS BRASIL NÚMERO DE ESCOLAS ESTADUAIS POSSUI COMPUTADOR (%) COMPUTADOR COM ACESSO À INTERNET (%) POSSUI COMPUTADOR (%) COMPUTADOR COM ACESSO À INTERNET (%) 720 95,8 82,6 94,3 88,5 FONTE: Censo Escolar 2015 Elaboração Instituto Unibanco Gerência de Gestão do Conhecimento Entre as escolas estaduais com Ensino Médio Regular, o Amazonas possui um índice menor de computador e internet do que a média brasileira: 95,4% possuem computador e 85,5% acesso à internet no Amazonas, mas no país esses índices são de 97,8% e 93,3%, respectivamente.

37 PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS TABELA 18 Existência de computador e acesso à internet nas escolas estaduais com Ensino Médio regular AMAZONAS BRASIL NÚMERO DE ESCOLAS ESTADUAIS COM ENSINO MÉDIO POSSUI COMPUTADOR (%) COMPUTADOR COM ACESSO À INTERNET (%) POSSUI COMPUTADOR (%) COMPUTADOR COM ACESSO À INTERNET (%) 351 95,4 85,5 97,8 93,3 FONTE: Censo Escolar 2015 Elaboração Instituto Unibanco Gerência de Gestão do Conhecimento É possível esmiuçar esses dados de acesso por município e identificar em quais regiões estão as escolas que ainda não estão equipadas com computador e internet, analisando se trata-se de uma questão localizada ou generalizada. Como foi possível observar, no Amazonas ainda há um número significativo de escolas estaduais sem computador nem acesso à internet. Entre os 62 municípios amazonenses, 35 possuem acesso à internet em 100% das escolas, dois municípios possuem menos de 30% das escolas com internet e 19 possuem entre 50% e 75% das escolas equipadas com internet. MUNICÍPIO NÚMERO DE ESCOLAS POSSUI COMPUTADOR (%) COMPUTADOR COM ACESSO À INTERNET (%) MUNICÍPIO NÚMERO DE ESCOLAS POSSUI COMPUTADOR (%) COMPUTADOR COM ACESSO À INTERNET (%) Alvarães 2 100,0 100,0 Amaturá 3 100,0 100,0 Anamã 4 100,0 75,0 Anori 2 100,0 100,0 Apuí 2 100,0 100,0 Atalaia do Norte 3 66,7 66,7 Autazes 3 100,0 66,7 Barcelos 3 100,0 100,0 Barreirinha 8 100,0 100,0 Benjamin Constant 3 100,0 100,0 Beruri 3 66,7 66,7 Boa Vista do Ramos 2 100,0 100,0

38 PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS MUNICÍPIO NÚMERO DE ESCOLAS POSSUI COMPUTADOR (%) COMPUTADOR COM ACESSO À INTERNET (%) MUNICÍPIO NÚMERO DE ESCOLAS POSSUI COMPUTADOR (%) COMPUTADOR COM ACESSO À INTERNET (%) Boca do Acre 6 100,0 100,0 Borba 7 71,4 28,6 Caapiranga 2 100,0 100,0 Canutama 2 100,0 100,0 Carauari 4 75,0 75,0 Careiro 4 100,0 100,0 Careiro da Várzea 7 100,0 71,4 Coari 6 100,0 83,3 Codajás 3 100,0 100,0 Eirunepé 2 100,0 100,0 Envira 1 100,0 100,0 Fonte Boa 2 100,0 100,0 Guajará 2 100,0 100,0 Humaitá 6 66,7 50,0 Ipixuna 3 100,0 66,7 Iranduba 5 100,0 100,0 Itacoatiara 8 87,5 87,5 Itamarati 1 100,0 100,0 Itapiranga 3 100,0 66,7 Japurá 5 60,0 60,0 Juruá 3 66,7 66,7 Jutaí 3 100,0 100,0 Lábrea 2 100,0 100,0 Manacapuru 9 100,0 88,9 Manaquiri 2 100,0 100,0 Manaus 105 100,0 95,2 Manicoré 5 100,0 100,0 Maraã 2 100,0 100,0 Maués 4 100,0 100,0 Nhamundá 5 80,0 20,0 Nova Olinda do Norte 3 100,0 100,0 Novo Airão 2 100,0 100,0 Novo Aripuanã 4 100,0 100,0 Parintins 13 92,3 92,3 Pauini 3 100,0 100,0 Presidente Figueiredo 4 100,0 75,0 Rio Preto da Eva 2 100,0 100,0 Santa Isabel do Rio Negro 3 100,0 100,0 Santo Antônio do Içá 4 100,0 75,0 São Gabriel da Cachoeira 13 84,6 53,8 São Paulo de Olivença 6 100,0 50,0 São Sebastião do Uatumã 3 100,0 66,7 Silves 3 100,0 100,0 Tabatinga 7 100,0 85,7 Tapauá 4 75,0 50,0 Tefé 8 100,0 75,0 Tonantins 3 100,0 66,7 Uarini 3 100,0 100,0 Urucará 2 100,0 100,0 Urucurituba 4 100,0 100,0 FONTE: Censo Escolar 2015 Elaboração Instituto Unibanco Gerência de Gestão do Conhecimento

39 PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS Com o objetivo de identificar a presença das escolas públicas de Ensino Médio do Amazonas nas mídias sociais, foi realizada uma pesquisa a partir do código INEP das escolas de toda rede estadual nos seguintes canais: Facebook, Twitter, Blogspot e Youtube. Na sequência, cada perfil identificado na busca Google foi analisado, com o objetivo de verificar quais escolas do estado mantinham páginas atualizadas ao menos uma vez desde o início de 2015. Entre as 333 escolas estaduais mapeadas foram localizados 45 perfis ativos (13,5%) em redes sociais. Os resultados apontam a maior utilização do Facebook pelas escolas, como indica o gráfico 10. É possível observar a distribuição geográfica das escolas por uso das mídias sociais no mapa disponível neste link https:// goo.gl/t41pka. GRÁFICO 10 Perfis escolares por rede social FACEBOOK 82,22% BLOG 11,11% SITE INSTITUCIONAL 6,67% YOUTUBE 2,22% TWITTER 2,22% FONTE: Instituto Unibanco 2016

40 PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS ESCOLAS DE ENSINO MÉDIO DO AMAZONAS Situação das Escolas Nessa seção iremos analisar a situação das escolas de Ensino Médio Regular do estado do Amazonas no que diz respeito ao local de funcionamento, à infraestrutura e aos serviços públicos, a partir de dados do Censo Escolar 2015. 81,8% funcionam em prédios escolares As escolas de Ensino Médio Regular do estado do Amazonas funcionam majoritariamente (81,8%) em prédios escolares, sendo que 32,8% funcionam em prédios compartilhados com outra escola (veja Tabela 19). Outros espaços ocupados pelas escolas são galpões (1,5%), templos e igrejas (0,9%), casa de professores (0,6%) e salas de empresa (0,3%). No estado não há registro de escolas que funcionem em unidades prisionais ou unidades de internação socioeducativas. TABELA 19 Local de Funcionamento das Escolas de Ensino Médio Regular LOCAL (%) Funciona em templo ou igreja 0,9 Funciona em galpão 1,5 Funciona em salas de empresa 0,3 Funciona em unidade de internação socioeducativa 0,0 Funciona em unidade prisional 0,0 Funciona na casa do professor 0,6 Funciona em prédio compartilhado com outra escola 32,8 Funciona em prédio escolar 81,8 FONTE: Censo Escolar 2015 Elaboração Instituto Unibanco Gerência de Gestão do Conhecimento

41 PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS Como pode ser observado na Tabela 20, os aspectos de infraestrutura das escolas estaduais amazonenses são deficitários. Apenas 80,9% das escolas possuem banheiro ou sanitário e somente 31,9% são adequados a pessoas com deficiência. A sala dos professores está presente em 78,7% das escolas estaduais com Ensino Médio Regular, os laboratórios de informática em 76,3% e biblioteca em 74,2% das escolas. A situação mais desfavorável quanto à infraestrutura dessas escolas estaduais é a o laboratório de ciências que só existe em 43,5% das escolas, e a quadra de esportes, presente em apenas 59,3% delas. TABELA 20 Infraestrutura das Escolas Ensino Médio Regular INFRAESTRUTURA (%) Possui biblioteca 74,2 Possui laboratório de informática 76,3 Possui banheiro ou sanitário 80,9 Banheiro adequado a alunos com deficiência 31,9 Possui laboratório de ciências 43,5 Possui quadra de esportes 59,3 Possui sala de professores 78,7 FONTE: Censo Escolar 2015 Elaboração Instituto Unibanco Gerência de Gestão do Conhecimento O acesso das escolas estaduais no Amazonas a serviços públicos básicos pode ser observado na Tabela 21, na qual é possível perceber que o abastecimento de energia elétrica ainda não é realidade em 4,9% das escolas, o abastecimento de água pela rede pública, serviço igualmente essencial ao bom funcionamento de uma unidade escolar, ocorre em menos da metade das escolas estaduais de Ensino Médio Regular, e a coleta de lixo periódica ocorre em apenas 67,5% das escolas. Destaca-se que somente 12,8% das escolas possuem esgotamento sanitário ligado à rede pública.

42 PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS TABELA 21 Serviços Públicos nas Escolas de Ensino Médio Regular SERVIÇOS PÚLICOS (%) Possui abastecimento de água pela rede pública 42,9 Possui esgotamento sanitário ligado a rede pública 12,8 Possui lixo coletado periodicamente 67,5 Possui abastecimento de energia elétrica pela rede público 95,1 FONTE: Censo Escolar 2015 Elaboração Instituto Unibanco Gerência de Gestão do Conhecimento No estado do Amazonas grande parte das escolas estaduais com Ensino Médio Regular (87,8%) possuem turno noturno, o que demonstra haver demanda oriunda de um público que é heterogêneo e formado por estudantes que trabalham e estudam, mães que retornam aos estudos depois que os filhos atingem determinada idade, pessoas desempregadas em busca de trabalho e estudantes com distorção idade-série mais elevada do que a encontrada nos turnos manhã e tarde. Vale destacar que apenas 0,2% das escolas estaduais oferecem Ensino Profissionalizante. ESCOLAS QUE OFERECEM MATRÍCULA NO NOTURNO OFERECEM ENSINO PROFISSIONALIZANTE 87,8% 0,2% FONTE: Censo Escolar 2015 Elaboração Instituto Unibanco Gerência de Gestão do Conhecimento

POLÍTICAS EDUCACIONAIS DO ESTADO

44 PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAZONAS Nos documentos e sites institucionais da Secretaria Estadual de Educação do Amazonas, em 2016, foram localizados os seguintes programas e projetos de competência federal, desenvolvidos pelo MEC ou em parceria com o referido Ministério: Olimpíada Nacional da Língua Portuguesa (em parceria com Itaú Social), Programa Ensino Médio Inovador, Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), ProJovem Urbano e ProJovem Campo, Programa Nacional de Educação Fiscal, PDE Interativo, Programa Dinheiro Direto na Escola, Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares, Programa Mais Educação, Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa e Programa Brasil Alfabetizado. Além destes programas, foram identificadas as seguintes iniciativas de competência estadual, desenvolvidos pela Seduc (ou com sua parceria): 8 1 Amazonas Bilíngue ÓRGÃO RESPONSÁVEL 9 Desenvolvido exclusivamente pela Secretaria de Educação do estado FOCO DE ATUAÇÃO Currículo e Trabalho Pedagógico RESUMO Oferece a centenas de jovens matriculados na rede pública estadual de ensino o aprendizado da língua inglesa, por meio de um curso gratuito sob a assessoria de professores especializados. O programa consiste em um curso de dois anos, com aulas desenvolvidas aos sábados, abrangendo 200 horas de atividades formativas e contando com material didático específico. Os jovens também têm acesso à alimentação e uniforme (camisa do programa). 8 Estas iniciativas foram identificadas em pesquisas nas páginas institucionais no segundo semestre de 2016 e sua descrição foi extraída da página da Seduc.