GESTÃO EDUCACIONAL: PRÁTICAS ADMINISTRATIVAS DOS GESTORES NA REDE MUNICIPAL Maria de Fátima Pereira Lima Araújo Especialização em Gestão da Educação Municipal Programa de Apoio aos Dirigentes Municipais de Educação - PRADIME Universidade Federal do Piauí (UFPI), Teresina/PI fatimalima0513@hotmail.com Maria do Socorro Borges da Silva Universidade Federal do Piauí-UFPI msocorrobs@ufpi.edu.br GT1. Política e gestão da educação básica INTRODUÇÃO Nas últimas décadas, em especial na década de 1990, o país passava por um processo de redemocratização, mudanças importantes ocorreram no campo educacional, sobretudo em relação à legislação educacional, à sistemática de financiamento, ao processo de gestão dos sistemas de ensino e unidades escolares. Levando em consideração aos discursos políticos de reformas na área da educação, indo sempre ao encontro a democratização e qualidade do ensino. Neste contexto, a gestão escolar democrática proporciona a participação de todos envolvidos no processo de ensino, tais como: conselhos escolares, grêmio estudantil, pais, alunos, professores, diretores, demais funcionários e diversos segmentos da comunidade é um desafio a ser enfrentado por muitos gestores centralizadores e conservadores. Assim, o tema gestão educacional despertou o interesse de muitos profissionais da educação e de pesquisadores interessados em desenvolver estudos com a referida temática. Desta forma, a presente investigação trata de questões que motivaram a realização dessa pesquisa sobre práticas administrativas de escolas da rede municipal de Nazária/PI,
objeto de investigação da pesquisa. Para abordar tal temática, as questões que mobilizaram o processo de investigação são as seguintes: A formação continuada dos gestores que atuam nestas escolas contempla as demandas administrativas que emergem no espaço escolar? Quais estratégias administrativas os gestores de escolas devem desempenhar para garantir uma escola autônoma e participativa? Quais projetos e políticas públicas a esfera municipal por meio da Secretaria Municipal de Educação tem desenvolvido para subsidiar a atuação destes gestores que buscam melhorias no ensino? OBJETIVOS GERAL: Analisar as práticas administrativas de gestão escolar, proporcionadas pela rede municipal de ensino de Nazária-PI para a gestão educacional das escolas com vistas a contribuir com a construção de uma educação com qualidade social. ESPECÍFICOS: - Identificar a relação teoria e prática voltadas para o fazer pedagógico/administrativo na formação continuada dos gestores oferecidas pela Secretaria Municipal de Educação de Nazária; - Conhecer, através de entrevistas e da análise de documentos, os projetos voltados para as práticas administrativas da gestão escolar da Secretaria Municipal de Educação; - Verificar a prática político-administrativa e pedagógica no âmbito da escola, bem como a operacionalização da autonomia financeira, administrativa e pedagógica das mesmas. METODOLOGIA Tipo de pesquisa: Qualitativa, do tipo Estudo de Caso. Local ou campo da pesquisa: Centro Municipal de Educação Infantil Hermina Maria da Conceição, E.M. Santo Antônio e E.M. Ernesto Ribeiro no município de Nazária-PI. Sujeitos da pesquisa: Três (03) Gestoras Escolar, sendo uma da Educação Infantil e duas (02) do Ensino Infantil e Fundamental Nível I Instrumentos de coleta de dados: Entrevistas, análise documental e observação.
RESULTADOS A partir da realização desta pesquisa em escolas públicas municipais pode se inferir que as gestoras têm consciência que o modelo de prática de gestão escolar é o democrático e participativo, apesar dos diversos entraves enfrentados na gestão e o que mais afeta a prática de gestão escolar, dentre eles: o fato de o município ser novo, a insuficiência de recursos financeiros para a execução de programas e projetos e a falta do interesse da participação da comunidade dentro da escola por meio de canais participativo oferecidos pela a instituição educativa. No entanto, deve-se questionar as reais condições e intenção de sua implantação, por parte do poder público municipal. Percebeu-se mediante os depoimentos das gestoras, que com relação ao que caracteriza as práticas de gestão está associada à forma coletiva de trabalho que busca o envolvimento de professores, alunos, pais de alunos, agentes administrativos, ou seja, todos que proporcionam uma qualidade do ensino. Em relação às considerações sobre os impactos da gestão escolar, as gestoras afirmaram que a realização de um trabalho eficiente reflete no desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem e pode ser percebido através do retorno satisfatório que os pais e responsáveis demonstram com a escola e também por meio da mudança de comportamento e valores que os alunos adquirem ao longo da trajetória escolar. Com base nos depoimentos das gestoras e análises de documentos, percebemos que as mesmas tem formação adequada para atuarem na função que desempenham nas escolas, as gestoras em questão são especialistas em Gestão e Supervisão Escolar, mas declararam que a Secretaria de Educação não oferta formação continuada para gestão escolar, por falta de recursos financeiros. Portanto, sem o incentivo da formação continuada por meio dos órgãos responsáveis torna difícil a qualidade do ensino ofertado na rede pública municipal. Nos relatos das gestoras, o que mais afeta suas práticas de gestão, é a falta de recursos financeiros para investirem nos projetos e programas em prol da melhoria do ensino e da falta de maior participação da comunidade escolar dentro da escola, seja no acompanhamento das
atividades de ensino-aprendizagem como também das atividades propostas pela a equipe de trabalho escolar a fim de trazer a família para participar mais da vida escolar das crianças. CONCLUSÃO Firmou-se a consciência plena das gestoras envolvidas que todos aqueles que trabalham com educação, precisam reunir universos teóricos com o mundo prático, por meio da formação continuada e ampliação de projetos e programas educacionais, voltando-se para as concretas realidades enfrentadas no cotidiano escolar, e entendendo, ainda, que o paradigma da gestão democrático-participativa possa ser agente de transformações, as quais vão muito além do imposto pela a legislação e políticas educacionais. Conclui-se, portanto, através da análise sobre as escolas pesquisadas, que ocorreram muitos avanços, porém existem muitos desafios que ainda precisam ser efetivados em consonância com as políticas educacionais e os processos políticos, através dos quais os sujeitos discutem, deliberam, planejam e avaliam o conjunto das ações voltadas para o desenvolvimento da própria escola. Recomenda-se que os gestores, professores, agentes administrativos, pais e alunos sintam-se livres para apresentarem propostas, com igualdades de condições, para aos pouco construir uma escola democrática capaz de atender às necessidades da comunidade educativa, buscando, assim, a construção da qualidade social, em que todos estejam incluídos na autonomia escolar. REFERÊNCIAS BRASIL. Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. In: Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez.1996. ano CXXXIV, n. 248. CARNEIRO, Moacir Alves. LDB fácil: leitura crítico-compreensiva, artigo a artigo. 22. ed. Petrópolis, RJ : Vozes, 2014.
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