Perfil dos emigrantes portugueses no mercado de trabalho europeu

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Transcrição:

portugueses e seus descendentes no mercado de trabalho europeu 2014 7 de agosto de 2017 Perfil dos emigrantes portugueses no mercado de trabalho europeu A população portuguesa emigrante na Europa era, em 2014, mais jovem do que a residente em Portugal e nos países de acolhimento. A segunda geração de emigrantes era mais escolarizada e tinha um perfil escolar semelhante à média dos países europeus. A família e o trabalho foram as principais razões para os emigrantes de primeira geração saírem de Portugal. A participação no mercado de trabalho da população emigrante era mais elevada do que em Portugal e na Europa. O Instituto Nacional de Estatística divulga os resultados de dados estatísticos compilados pelo Eurostat com base no módulo ad hoc do Labour Force Survey, realizado em 2014 por vários países europeus, sobre a Situação dos migrantes e dos seus descendentes diretos no mercado de trabalho. Esta divulgação inclui uma análise do tema e um conjunto de informação que caracteriza os emigrantes portugueses em alguns países europeus, sobretudo no que se refere à sua situação em termos de emprego. 1. Introdução Em 2014, um conjunto de países europeus participou no módulo ad hoc do Labour Force Survey (LFS) 1 sobre a Situação dos migrantes e dos seus descendentes diretos no mercado de trabalho 2. A compilação de dados estatísticos do conjunto dos países participantes, pelo Eurostat, permitiu identificar e analisar a situação dos residentes nesses países que têm background português, sejam emigrantes de primeira geração ou descendentes de emigrantes (emigrantes de segunda geração). 1 Em Portugal corresponde ao Inquérito ao Emprego. 2 Participaram no módulo ad hoc do LFS os países da UE-28, com exceção da Alemanha, Irlanda, Dinamarca e Países Baixos. Para além de países da UE, participaram também a Noruega e a Suíça. A análise mais detalhada desses resultados disponibiliza-se no estudo anexo a este destaque. 3 Pese embora a impossibilidade de definir um retrato completo do fenómeno Português, pela ausência de informação de importantes destinos europeus da emigração portuguesa, como a Alemanha, bem como de informação do resto do mundo, os resultados daquele módulo ad hoc 4 permitiram: 3 Disponível em www.ine.pt, na opção Informação Estatística / Estudos / Tema = Mercado de trabalho. 4 Aproveitamento dos resultados dos módulos ad hoc de 2014 realizados em vários países europeus, sobre os seus imigrantes, para conhecer as características dos emigrantes portugueses nesses países. portugueses e seus descendentes no mercado de trabalho europeu 1/10

Caracterizar, aos níveis sociodemográfico e da situação no mercado de trabalho, os residentes, nos países participantes, com background português. Estabelecer comparações daqueles com a população residentes em Portugal e com a dos países de acolhimento. Explorar diferenças de perfil entre os emigrantes de primeira e de segunda geração. Os emigrantes portugueses, com idade dos 15 aos 64 anos, foram caracterizados segundo uma tipologia pré-definida de background 5, com as categorias que a seguir se apresentam: Pessoas com background português: pessoas nascidas em Portugal, mas a residir noutro país europeu, ou pessoas que nasceram noutro país que não Portugal, mas com pai ou mãe ou ambos nascidos em Portugal. Este grupo compreende os: de primeira geração: pessoas nascidas em Portugal, mas a residir noutro país; Descendentes de emigrantes ou emigrantes de segunda geração: pessoas que nasceram noutro país que não Portugal, mas com pai ou mãe ou ambos nascidos em Portugal. conjunto dos países participantes, complementados com resultados específicos, de caracterização sociodemográfica e do mercado de trabalho, obtidos a partir dos LFS. 2.1. Emigração portuguesa na Europa 6 População com background mais jovem do que em Portugal e na Europa Em 2014, estima-se que residiam nos países europeus participantes do módulo ad hoc cerca de 1,7 milhões de pessoas com background português: 907,1 mil (52,8%) emigrantes de primeira geração e 812,2 mil (47,2%) emigrantes de segunda geração. As pessoas com background português residiam em apenas quinze dos países analisados, com destaque para: França (62,6%), Suíça (14,1%), Espanha (9,3%), Reino Unido (7,6%) e Luxemburgo (3,2%). Mais de um terço da população com background (36,6%) tinha idade dos 25 aos 39 anos (30,2% em Portugal e 30,8% na Europa). 2. Principais resultados Neste destaque apresentam-se os principais resultados para as variáveis específicas do módulo, para o 5 Para a definição da situação de emigrante tomou-se em consideração a variável país de nascimento, no pressuposto de que quem reside num dado país no momento de inquirição, tendo nascido em Portugal, passou necessariamente por um processo de emigração de Portugal para esse país. Adicionalmente, foram também consideradas as variáveis país de nascimento do pai e da mãe. 6 Por facilidade de escrita, a referência à Europa pretende significar apenas o conjunto de países que participaram no módulo. Ver nota de rodapé 2. portugueses e seus descendentes no mercado de trabalho europeu 2/10

50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Gráfico 1: População emigrante dos 15 aos 64 anos, por grupo etário (em %) Background 1.ª geração 2.ª geração 15 aos 24 25 aos 39 40 aos 54 55 aos 64 verificava no conjunto de países europeus analisado (44,3%), mas bastante acima da observada em Portugal (23,6%). Gráfico 2: População emigrante dos 15 aos 64 anos, por nível de escolaridade completa (em %) 70 60 50 40 30 20 10 Menos de um terço (30,3%) tinha entre 40 e 54 anos (34,0% e 32,9% em Portugal e na Europa, 0 Background 1.ª geração 2.ª geração respetivamente) e um quinto (20,0%) tinha entre 15 e 24 anos (16,2% e 16,9% em Portugal e na Europa, respetivamente). A estrutura etária dos emigrantes de segunda Até ao básico - 3.º ciclo Secund. e pós-secund. Superior Um quarto dos emigrantes de primeira geração mais jovens tinha ensino superior geração destaca-se particularmente por ser mais jovem comparativamente aos residentes do mesmo âmbito etário, quer em Portugal, quer no conjunto dos países europeus em análise: 79,6% dos emigrantes de segunda geração tinham entre 15 e 39 anos, o que compara com 46,4% e com 47,7% em Portugal e na Europa, respetivamente. Segunda geração de emigrantes mais escolarizada O perfil de escolaridade dos emigrantes de primeira geração era tendencialmente baixo: mais de metade (57,3%) possuía, no máxim, o 3º ciclo do ensino básico e somente 11,7% tinham ensino superior. Porém, observa-se uma notória clivagem etária: confrontando duas gerações de emigrantes de primeira geração, dos 25 aos 39 anos e dos 55 aos 64 anos, observa-se que a proporção de emigrantes mais jovens com ensino superior é cerca de 10 Em 2014, o perfil escolar da segunda geração de emigrantes era similar ao da média da população vezes a dos emigrantes mais velhos, 26,3% e 2,7%, respetivamente. europeia analisada: 27,4% possuíam ensino superior (26,2% na Europa, 19,3% em Portugal e 11,7% no conjunto dos emigrantes de primeira geração); e 42,5% tinham ensino secundário e pós-secundário, proporção próxima da que se Contrariamente, 76,7% dos emigrantes mais velhos têm, no máximo, o 3º ciclo do ensino básico, o que compara com 41,9% dos emigrantes mais jovens. Os resultados apontam no sentido de uma mobilidade escolar ascendente da segunda geração portugueses e seus descendentes no mercado de trabalho europeu 3/10

de emigrantes face aos seus pais: independentemente do nível de escolaridade dos pais, os filhos têm maioritariamente um nível de escolaridade secundário/pós-secundário ou superior. de primeira geração: família e trabalho foram a principal motivação para emigrar desemprego (proporção da população ativa que estava desempregada) situava-se nos 10,1%. Considerando para a análise apenas o grupo etário dos 25 aos 54 anos 7, observa-se uma taxa de emprego de 84,6%, mais elevada do que em Portugal (77,6%) e na média do conjunto dos países analisados (76,4%) para o mesmo grupo etário. Do total dos 907,1 mil emigrantes de primeira geração, mais de metade (53,6%) emigrou por motivos familiares. O emprego foi o segundo motivo mais referido (39,2%). Entre estes, foram mais os que emigraram sem ter ainda encontrado um emprego no país de acolhimento (22,6%), do que aqueles que emigraram tendo já encontrado emprego (16,5%). Gráfico 3: Taxa de emprego dos 25 aos 54 anos, por sexo (em %) 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Background 1.ª geração 2.ª geração Portugal Europa 2.2. Situação dos emigrantes portugueses no mercado de trabalho europeu Participação no mercado de trabalho mais elevada entre a população com background A maioria da população com background (1 719,3 mil pessoas) encontrava-se empregada, sendo a taxa de emprego de 68,5%, mais elevada nos grupos etários dos 25 aos 39 e dos 40 aos 54 anos: 85,0% e 84,0%, respetivamente. A taxa de inatividade da população com background era de 23,8% e a taxa de Taxa de emprego mais elevada para os emigrantes de segunda geração com ensino superior Total Homens Mulheres A taxa de emprego das pessoas com background aumenta com o nível de escolaridade: era de 80,0% para quem tinha, no máximo, até ao 3.º ciclo do ensino básico; de 86,4% para quem tinha o ensino secundário ou pós-secundário; e de 90,1% para quem tinha ensino superior. 7 De modo a eliminar os efeitos da baixa participação no mercado de trabalho dos mais jovens, devido à frequência da escola, e dos mais velhos, devido a situações de reforma ou pré-reforma. portugueses e seus descendentes no mercado de trabalho europeu 4/10

O aumento da taxa de emprego com o nível de escolaridade é particularmente evidente para os emigrantes de segunda geração: a taxa de emprego era de 79,8% para aqueles que tinham, no máximo, o 3.º ciclo do ensino básico; de 83,0% para os que tinham ensino secundário ou póssecundário; e de 96,6% para os que tinham ensino superior. Os emigrantes de segunda geração com ensino superior revelam uma maior participação no mercado de trabalho, com uma taxa de emprego (96,6%) maior do que a de Portugal (86,2%) e da Europa (86,0%). europeu, sendo quase o dobro do observado para emigrantes de primeira geração (23,4%). Mais de dois quintos dos emigrantes de segunda geração em grupos profissionais mais qualificados Os emigrantes de primeira geração distinguem-se por terem uma maior proporção de empregados nos grupos profissionais menos qualificados (grupos 8 e 9 da Classificação Portuguesa de Profissões) 8 : 31,9%, sendo 19,7% em Portugal e 16,8% na Europa. Contrariamente, mais de dois quintos (44,0%) dos emigrantes de segunda geração empregados enquadravam-se no grupo profissional mais qualificado (grupos 1 a 3 da CPP-10), valor superior aos 37,9% de Portugal e aos 41,4% a nível 8 A análise por profissões da CPP-10 foi conduzida agrupando-as em 4 grupos: níveis 1 a 3 (Dirigentes, quadros superiores, especialistas e técnicos); níveis 4 e 5 (Pessoal administrativo e trabalhadores dos serviços); níveis 6 e 7 (Trabalhadores qualificados da agricultura, pesca, floresta, indústria e construção) e níveis 8 e 9 (Operadores de instalações e máquinas e Trabalhadores não qualificados). As forças armadas foram excluídas da análise pela sua expressão residual. portugueses e seus descendentes no mercado de trabalho europeu 5/10

Quadro 1: População dos 15 aos 64 anos, por tipo de background 2.º trimestre de 2014 População emigrante Milhares % Total com background 1 719,3 100,0 1.ª geração 907,1 52,8 2.ª geração 812,2 47,2 Fonte: Eurostat, Módulo ad hoc do Labour Force Survey 2014 "Situação dos migrantes e seus descendentes diretos no mercado de trabalho". Nota: Os dados referentes à Europa respeitam aos países participantes no módulo ad hoc do Labour Force Survey : todos os países da UE-28, com exceção da Alemanha, Irlanda, Dinamarca e Países Baixos. Para além de países da UE, participaram também a Noruega e a Suíça. Background 1.ª geração 2.ª geração Portugal Europa Total (em milhares) 1 719,3 907,1 812,2 6 803,5 266 734,0 Sexo Quadro 2: População dos 15 aos 64 anos, por sexo, grupo etário e nível de escolaridade completo 2.º trimestre de 2014 Homens 50,0 50,2 49,7 48,4 49,8 Mulheres 50,0 49,8 50,3 51,6 50,2 Grupo etário Dos 15 aos 24 anos 20,0 8,0 33,3 16,2 16,9 Dos 25 aos 39 anos 36,6 27,9 46,3 30,2 30,8 Dos 40 aos 54 anos 30,3 42,2 17,0 34,0 32,9 Dos 55 aos 64 anos 13,2 21,9 ξ 19,7 19,3 Nível de escolaridade (a) Até ao básico - 3.º ciclo 43,5 57,3 28,1 57,1 28,6 Secundário e pós-secundário 35,6 29,4 42,5 23,6 44,3 Superior 19,1 11,7 27,4 19,3 26,2 % Fonte: Eurostat, Módulo ad hoc do Labour Force Survey 2014 "Situação dos migrantes e seus descendentes diretos no mercado de trabalho". Notas: (a) A soma dos níveis de escolaridade não é 100% devido à existência de não respostas. Os dados referentes à Europa respeitam aos países participantes no módulo ad hoc do Labour Force Survey : todos os países da UE-28, com exceção da Alemanha, Irlanda, Dinamarca e Países Baixos. Para além de países da UE, participaram também a Noruega e a Suíça. Valor com erro de amostragem associado elevado, pelo que a sua interpretação deve ser feita com cuidado. ξ Valor não fiável, pelo que não pode ser divulgado. portugueses e seus descendentes no mercado de trabalho europeu 6/10

Quadro 3: População emigrante de 1.ª geração dos 15 aos 64 anos, segundo a principal razão para emigrar, por sexo, grupo etário, nível de escolaridade completo e condição perante o trabalho 2.º trimestre de 2014 Total (a) Emprego Família Milhares Total 907,1 39,2 53,6 Sexo Homens 455,8 47,8 44,7 Mulheres 451,4 30,5 62,6 Grupo etário Dos 15 aos 24 anos 72,8 ξ 80,7 Dos 25 aos 39 anos 252,8 44,2 45,7 Dos 40 aos 54 anos 382,7 38,5 54,5 Dos 55 aos 64 anos 198,9 42,9 51,8 Nível de escolaridade completo (b) Até ao básico - 3.º ciclo 520,2 46,0 48,7 Secundário e pós-secundário 267,0 27,3 65,7 Superior 106,0 ξ ξ Condição perante o trabalho Principal razão para emigrar Empregado 642,3 44,1 47,7 Não empregados 264,8 27,2 67,9 % Fonte: Eurostat, Módulo ad hoc do Labour Force Survey 2014 "Situação dos migrantes e seus descendentes diretos no mercado de trabalho". Notas: (a) Inclui outras razões para além do emprego e família. (b) A soma dos níveis de escolaridade não é 100% devido à existência de não respostas. Os dados referentes à Europa respeitam aos países participantes no módulo ad hoc do Labour Force Survey : todos os países da UE-28, com exceção da Alemanha, Irlanda, Dinamarca e Países Baixos. Para além de países da UE, participaram também a Noruega e a Suíça. Valor com erro de amostragem associado elevado, pelo que a sua interpretação deve ser feita com cuidado. ξ Valor não fiável, pelo que não pode ser divulgado. portugueses e seus descendentes no mercado de trabalho europeu 7/10

Background de 1.ª geração de 2.ª geração Portugal Europa Total 84,6 82,0 87,7 77,6 76,4 Sexo Quadro 4: Taxa de emprego dos 25 aos 54 anos, por sexo e nível de escolaridade completo 2.º trimestre de 2014 Homens 88,1 86,4 90,4 81,0 82,3 Mulheres 81,0 77,5 85,1 74,4 70,5 Nível de escolaridade completo Até ao básico - 3.º ciclo 80,0 80,1 79,8 71,9 59,8 Secundário e pós-secundário 86,4 89,7 83,0 80,9 77,9 Superior 90,1 77,1 96,6 86,2 86,0 % Fonte: Eurostat, Módulo ad hoc do Labour Force Survey 2014 "Situação dos migrantes e seus descendentes diretos no mercado de trabalho". Notas: Os dados referentes à Europa respeitam aos países participantes no módulo ad hoc do Labour Force Survey : todos os países da UE-28, com exceção da Alemanha, Irlanda, Dinamarca e Países Baixos. Para além de países da UE, participaram também a Noruega e a Suíça. Valor com erro de amostragem associado elevado, pelo que a sua interpretação deve ser feita com cuidado. portugueses e seus descendentes no mercado de trabalho europeu 8/10

NOTA TÉCNICA O Inquérito ao Emprego tem por principal objetivo a caracterização da população face ao mercado de trabalho. É um inquérito trimestral, por amostragem, dirigido a residentes em alojamentos familiares no espaço nacional e disponibiliza resultados trimestrais e anuais. As características observadas no inquérito referem-se fundamentalmente à situação no decorrer de uma semana pré-definida (de segunda a domingo), denominada semana de referência. As semanas de referência são repartidas uniformemente pelo trimestre e ano. As entrevistas realizam-se, normalmente, na semana imediatamente seguinte à semana de referência. A informação é obtida por recolha direta, mediante entrevista assistida por computador, segundo um modo misto: a primeira entrevista ao alojamento é feita presencialmente e as cinco inquirições seguintes, se forem cumpridos determinados requisitos, são feitas por telefone. O documento metodológico do Inquérito ao Emprego encontra-se disponível em: http://smi.ine.pt/documentacaometodologica/detalhes/1362 Módulos ad hoc do Inquérito ao Emprego Os módulos ad hoc correspondem a questionários temáticos, de pequena dimensão, sobre assuntos considerados de interesse para a caracterização do mercado de trabalho e têm por objetivo complementar a informação recolhida através do Inquérito ao Emprego. As questões destes inquéritos visam, sobretudo, obter informações mais detalhadas sobre um tema particular que permitam definir e/ou monitorizar iniciativas políticas especificamente europeias. Por servirem para monitorizar políticas públicas europeias, os módulos ad hoc são realizados todos os anos e os temas abordados são repetidos ciclicamente, dependendo das necessidades e do interesse sobre o tópico em questão. Em Portugal, os módulos ad hoc são realizados em simultâneo com o Inquérito ao Emprego no 2.º trimestre de cada ano e são dirigidos à população residente em todo o território nacional. A extrapolação dos resultados, tal como no Inquérito ao Emprego, é feita a partir de sistemas de ponderadores regionais, determinados a partir de estimativas independentes da população. Estes ponderadores são função das seguintes variáveis: região NUTS II por sexo e grupos etários quinquenais e ainda região NUTS III (ou agregações) por sexo ou grandes grupos etários. As opções metodológicas inerentes à operacionalização do módulo ad hoc de 2014 do Inquérito ao Emprego sobre Situação dos migrantes e seus descendentes no mercado de trabalho encontram-se descritas no documento metodológico desta operação estatística, disponível no Portal das Estatísticas Oficiais em: http://smi.ine.pt/documentacaometodologica/detalhes/1249 Âmbito dos dados analisados Os dados referentes à Europa respeitam aos países participantes no módulo ad hoc do Labour Force Survey: todos os países da UE-28, com exceção da Alemanha, Irlanda, Dinamarca e Países Baixos, mais a Noruega e a Suíça. Sinais convencionais : Valor com erro de amostragem associado elevado, pelo que a sua interpretação deve ser feita com cuidado. ξ: Valor não fiável, pelo que não pode ser divulgado. Por razões de arredondamento, os totais podem não corresponder exatamente à soma das parcelas. portugueses e seus descendentes no mercado de trabalho europeu 9/10

Alguns conceitos Empregado: indivíduo com idade mínima de 15 anos que, no período de referência, se encontrava numa das seguintes situações: tinha efetuado um trabalho de pelo menos uma hora, mediante o pagamento de uma remuneração ou com vista a um benefício ou ganho familiar em dinheiro ou em géneros; tinha uma ligação formal a um emprego, mas não estava ao serviço; tinha uma empresa, mas não estava temporariamente a trabalhar por uma razão específica; estava em situação de pré-reforma, mas a trabalhar. Desempregado: indivíduo com idade dos 15 aos 74 anos que, no período de referência, se encontrava simultaneamente nas seguintes situações: não tinha trabalho remunerado nem qualquer outro; tinha procurado ativamente um trabalho, remunerado ou não, ao longo de um período específico (no período de referência ou nas três semanas anteriores); estava disponível para trabalhar num trabalho, remunerado ou não. Inativo: indivíduo que, independentemente da sua idade, no período de referência não podia ser considerado economicamente ativo, isto é, não estava empregado, nem desempregado. Taxa de emprego (15 e mais anos): taxa que permite definir a relação entre a população empregada e a população total em idade ativa (com 15 e mais anos). T.E. (%) = (População empregada / População total com 15 e mais anos) x 100 Taxa de desemprego: taxa que permite definir a relação entre a população desempregada e a população ativa. T.D. (%) = (População desempregada / População ativa) x 100 Taxa de inatividade (15 e mais anos): taxa que permite definir a relação entre a população inativa em idade ativa (com 15 e mais anos) e a população total em idade ativa (com 15 e mais anos). T.I. (%) = (População inativa com 15 e mais anos / População total com 15 e mais anos) x 100 Pessoas com background No âmbito deste módulo ad hoc considera-se como tendo background as pessoas nascidas em Portugal, mas a residir noutro país europeu, ou as pessoas que nasceram noutro país que não Portugal, mas com pai ou mãe ou ambos nascidos em Portugal. Corresponde ao conjunto de emigrantes de primeira e de segunda geração. de primeira geração No âmbito deste módulo ad hoc são pessoas nascidas em Portugal, mas a residir noutro país. de segunda geração No âmbito deste módulo ad hoc são pessoas que nasceram noutro país que não Portugal, mas com pai, mãe ou ambos nascidos em Portugal. CPP-10 Classificação Portuguesa de Profissões, Versão 2010 Grandes grupos profissionais da CPP-10 utilizadas neste destaque: 1 a 3: Dirigentes, quadros superiores, especialistas e técnicos 4 a 5: Pessoal administrativo e trabalhadores dos serviços 6 a 7: Trabalhadores qualificados da agricultura, pesca, floresta, indústria e construção 8 a 9: Operadores de instalações e máquinas e Trabalhadores não qualificados 0: Forças Armadas portugueses e seus descendentes no mercado de trabalho europeu 10/10