Redes Elétricas Inteligentes Análise da Aplicação no Brasil

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Transcrição:

Redes Elétricas Inteligentes Análise da Aplicação no Brasil Carlos Eduardo Cabral Carvalho Assessor da Diretoria Agência Nacional de Energia Elétrica ANEEL Lima, Peru Setembro de 2013

Agenda A ANEEL e o Setor Elétrico Brasileiro Redes Inteligentes Motivadores brasileiros Regulação da ANEEL Regulamentação brasileira em redes inteligentes Medidores eletrônicos (Resolução n o 502/2012) Micro e minigeração distribuída (Resolução n o 482/2012) 2

Missão da ANEEL Proporcionar condições favoráveis para que o desenvolvimento do mercado de energia elétrica ocorra com equilíbrio entre os agentes e em benefício da sociedade Consumidores Tarifa justa Qualidade do serviço Garantia de direitos Agentes Regulados Governo Remuneração adequada Cumprimento dos contratos Regras claras e estáveis Controle da Inflação Universalização 3

UHE 64,40% SOL 0,01% PCH 3,57% Visão da Geração EOL 1,63% CGH 0,20% UTN 1,55% Fonte: Banco de Informação da Geração (BIG/ANEEL) AGO/2013 UTE 28,64% Sistemas Isolados 3% do Mercado Predominância: Termelétricas Empreendimentos em Operação Tipo Quantidade Potência (MW) % CGH 418 252 0,20 PCH 459 4.718 3,67 EOL 96 2.107 1,63 SOL 19 6 0,01 UHE 192 82.771 64,33 UTE 1.733 36.812 28,61 UTN 2 1.990 1,55 Total 2.919 128.656 100 O Brasil possui em operação 2.919 empreendimentos, gerando 128.656 MW de potência. Sistema Interligado 97% do Mercado Predominância: Hidrelétricas

Sistema Interligado Nacional SIN Sistemas Isolados Sistema Interligado Sistema de Transmissão Brasileiro extensão comparada com a dos Estados Unidos

Visão da Distribuição 63 Concessionárias de distribuição Tarifas diferenciadas por área de concessão

Redes Inteligentes Motivadores Brasil Reduzir Emissão CO 2 Qualidade do serviço Reduzir Consumo Reduzir perdas Diminuir custos operacionais Reduzir pico (uso do sistema)

Motivadores Brasileiros Potencial de crescimento do consumo per capita Incentivar que o crescimento ocorra de forma eficiente Consumo de eletricidade por população 2010 (kwh/capita) 13 361 8 315 1 992 2 384 OECD Non OECD Americas Brazil United States Fonte: Key World Energy Statistics, 2012 International Energy Agency OECD Organization for Economic Co operation and Development http://www.iea.org/publications/freepublications/publication/name,31287,en.html 8

Motivadores Brasileiros 40.00 35.00 34.06 30.00 25.00 24.36 22.36 22.25 21.68 21.03 20.00 15.00 20.04 19.28 18.68 17.86 17.02 16.23 15.87 10.00 16.87 16.11 18.01 16.37 15.81 16.75 16.04 16.14 16.65 18.77 18.36 18.40 18.65 5.00 0.00 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 DEC Brasil Apurado DEC Brasil Limite Duração média de interrupções Brasil (horas) http://www.aneel.gov.br/area.cfm?id_area=80 9

Motivadores Brasileiros Perdas de Energia 32% 20 % Perdas na Distribuição Perdas Não técnicas 18% 5% 12% 3% 21% 9% 20% 10%

Regulamentação sobre o tema Perspectiva do Regulador Objetivo a ser atingido (nãoatecnologiaaser utilizada) Cada regulamentação é um passo em direção às redes inteligentes 11

Iniciativas para inserção das Redes Inteligentes Res. 502/12 Medição Eletrônica na Baixa Tensão Res. 375/09 Res. 345/08 Res. 482/12 Res. 464/12 Micro e Minigeração distribuída Tarifa Branca Power Line Communication PLC Uso compulsório de Sistemas Geoprocessados

Resolução nº 502/2012 Período de adaptação Abrangência Aspectos metrológicos Sistema de comunicação 18 meses (fevereiro de 2014) Consumidores de baixa tensão (exceto baixa renda e IP) Medidor deve ser homologado pelo INMETRO Não obrigatório (se utilizar, deve garantir a segurança dos dados) 13

Resolução nº 502/2012 Consumidor solicita aplicação da tarifa Dois tipos de medidores Tarifa Branca Funcionalidades adicionais Critérios comerciais específicos Funcionalidades mínimas Consumidor interessado em informações adicionais Diferença de custos aplicável ao consumidor Funcionalidades mínimas Quatro postos tarifários Identificação do posto tarifário Tensão, corrente, postos tarifários Interrupções (quantidade e frequência) Índices de conformidade de tensão Saída para aquisição de dados (GLD) 14

Visão da ANEEL sobre o Futuro Redes Inteligentes: Não há dúvida de que as redes inteligentes serão implantadas no Brasil Éumprocesso natural de evolução tecnológica Aperguntanãoése precisamos delas, mas como serão implantadas A forma de operar a rede já vem sofrendo transformações Desafios: Lidar com a nova realidade sair da zona de conforto Envolver ainda mais o consumidor mostrar que a tecnologia vem em seu benefício O processo é inexorável garantir que a forma de implantação beneficiará toda a sociedade

Resolução nº 482/2012 Potência do gerador Fontes abrangidas Conexão ao sistema Energia gerada Dúvidas gerais 0 < P 100 kw (microgeração) 100 < P 1000 kw (minigeração) Hidráulica, solar, eólica, biomassa e co geração qualificada Gerador associado a uma unidade consumidora (único ponto de conexão) Net metering (Sistema de Compensação de Energia SCE) Guia de Perguntas e Respostas no site da ANEEL 16

Resolução nº 482/2012 Consumo maior que a geração em um ciclo de faturamento Consumo Geração Consumidor é faturado pela diferença entre a energia consumida e a energia gerada 17

Resolução nº 482/2012 Geração maior que o consumo em um ciclo de faturamento Consumo Geração Crédito de energia para os meses seguintes (até 36 meses) Pode ser utilizado em outra unidade consumidora do mesmo titular 18

Resolução nº 482/2012 Procedimentos técnicos Distribuidora deve disponibilizar informações a respeito de padrões técnicos e procedimentos para acesso ao sistema Registro do gerador na ANEEL Distribuidora é responsável por consolidar e enviar à ANEEL informações necessárias ao registro Acesso à rede Estudos necessários à conexão realizados pela distribuidora Adaptação do sistema de medição de responsabilidade do consumidor 19

Muito obrigado. Agência Nacional de Energia Elétrica ANEEL SGAN Quadra 603 Módulos I e J Brasília DF www.aneel.gov.br