A AUTOIMAGEM DAS MULHERES DE 25 A 35 ANOS DE IDADE, PRATICANTES DE EXERCÍCIOS FÍSICOS DA CIDADE DE SORRISO-MT

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Transcrição:

A AUTOIMAGEM DAS MULHERES DE 25 A 35 ANOS DE IDADE, PRATICANTES DE EXERCÍCIOS FÍSICOS DA CIDADE DE SORRISO-MT DAIANE FERNANDES BORGES: Graduada em Educação Física pela FACEM Faculdade Centro Mato-grossense, Graduada em Estética e Cosmética da FACEM, Acadêmica da Pós Graduação Fisiologia e Prescrição de Exercícios Físicos. ARIEL DIAZ LOACES: Mestre em Educação pela UFMT, Professor da FACEM Faculdade Centro Mato-grossense. JOÃO RICARDO GABRIEL DE OLIVEIRA Especialista em Avaliação Física, Professor da FACEM Faculdade Centro Mato-grossense. RESUMO A imagem corporal refere-se como um autoesquema da aparência física de cada ser, sofre inúmeras influências, seja de forma intrínseca ou extrínseca, principalmente na sociedade ocidental na qual estamos inseridos. O objetivo deste estudo foi verificar a relação entre a prática sistemática do Exercício Físico e a autoimagem das mulheres de 25 a 35 anos de idade da cidade de Sorriso/MT. Participaram da pesquisa 40 mulheres, todas praticantes de Exercícios Físicos (musculação, aulas de ginástica e caminhada). Para a coleta de dados, foram utilizados o questionário Body Shape Questionnario (BSQ) para avaliar a imagem corporal e para a verificação da imagem corporal atual e ideal foi utilizada a escala de silhuetas. Os dados foram analisados, quantitativa e qualitativamente, apresentando resultados relevantes sobre a preocupação com o corpo nas mulheres de Sorriso, as quais, embora praticantes de atividade física, não deixam de ter preocupação constante com sua autoimagem. Palavras-chave: Estética, Autoimagem, Exercício Físico RESUMEN La imagen corporal es entendida como un auto-esquema de la apariencia física de cada ser humano, que en las sociedades occidentales es sometido a una innúmera cantidad de influencias tanto intrínsecas como extrínsecas. El objetivo de la investigación realizada fue verificar a relación entre la práctica sistemática de ejercicios físicos y la autoimagen de mujeres de 25 a 35 años de edad que viven en la ciudad de Sorriso/MT. Participaron de la investigación 40 mujeres, todas practicantes de ejercicios físicos (musculación, clases de gimnastica y caminada). Para la recogida de datos fue utilizado el cuestionario Body Shape Questionnario (BSQ) para evaluar a la imagen corporal, e para verificar la imagen corporal actual e ideal fue utilizada la escala de siluetas. Los datos obtenidos fueron analizados de forma cualitativa y cuantitativamente mostrando resultados relevantes sobre la preocupación que tienen por su cuerpo las mujeres de Sorriso, que aunque realicen

una práctica sistemática de ejercicios físicos, no dejan de sentir una preocupación constante con su auto-imagen. Palabras clave: Estética, automática de la imagen, el ejercicio físico INTRODUÇÃO É evidente a preocupação que o público feminino apresenta com seu corpo, esta realidade atinge não uma, mas todas as classes sociais. Percebe-se também, a grande influência dos meios de comunicação como formadores de opinião nas mulheres sobre si mesmas. Cada vez mais, os programas de televisão, revistas e jornais têm dedicado um espaço maior para mostrar novidades em setores de estética, cosméticos, dietas e alimentação, vestuário e padrões corporais. O objetivo do presente estudo foi verificar a relação entre a prática sistemática do Exercício Físico e a autoimagem das mulheres de 25 a 35 anos de idade da cidade de Sorriso/MT. IMAGEM CORPORAL E BELEZA A imagem corporal é um importante componente do complexo mecanismo de identidade pessoal. Esse componente subjetivo se refere à satisfação de uma pessoa com seu tamanho corporal ou partes específicas de seu corpo (KAKESHITA & ALMEIDA, 2006). A imagem corporal é uma construção multidimensional, que descreve amplamente as representações internas da estrutura corporal e da aparência física, em relação a nós mesmos e aos outros (DAMASCENO et al, 2005). A Imagem Corporal é o modo que o indivíduo se vê, ou seja, é a representação mental do corpo (MATSUO et al., 2007). Essa representação é formada pelas sensações e é por meio dessas sensações que o corpo percebe o mundo exterior, o que permite ao indivíduo construir sua identidade corporal (DAMASCENO et al., 2005; MATSUO et al., 2007). A distorção da imagem corporal é um dos grandes fatores desencadeantes da insatisfação corporal. Em muitos casos, as distorções da imagem corporal não somente desencadeiam uma grande insatisfação corporal, como acabam por influenciar negativamente a autoestima. Em casos mais graves, provocam mudanças nos comportamentos alimentares, tais como bulimia, anorexia e

obesidade mórbida, atualmente consideradas por diversos cientistas, as doenças do século. A prática de exercícios físicos proporciona vários tipos de benefícios, tanto para a qualidade de vida como para a saúde mental e emocional, (MATIAS et al.; 2010). Participando de programas de atividade física, o indivíduo aumenta a sua aptidão física, melhora a alimentação e os hábitos de sono e, com isso, pode melhorar também sua autoestima e autoimagem corporal (EGITO; MATSUDO & MATSUDO, 2005). Para alcançar esses objetivos de beleza, principalmente entre as mulheres, cresce cada vez mais a busca por programas de atividade física e por atendimentos estéticos. A insatisfação com o próprio corpo, ou melhor, com a imagem que se tem dele, talvez seja um dos motivos principais que levem as pessoas a iniciar um programa de atividade física (DAMASCENO et al; 2005 & LOLANDE, 2000). Os programas de exercícios físicos destinados a imagem corporal, objetivam modelar as formas do corpo e aumentar a massa muscular, proporcionando assimetria corporal, visto que se deve levar em conta a individualidade biológica, os princípios de treinamento e o objetivo do indivíduo. Com vista a alcançar uma efetiva satisfação com a imagem do corpo, isto é, corresponder aos ideais estéticos da cultura de pertença, recorre-se a dietas, ao exercício físico exagerado, ao uso de diuréticos, laxantes, entre outros. De acordo com Morgan, Vecchiatti, e Negrão (2002), tais comportamentos redundam, cada vez em maior número, no desenvolvimento de transtornos alimentares, como a anorexia e bulimia nervosas, as verdadeiras doenças dos países industrializados e, cada vez mais, dos países em desenvolvimento. A estética e sua relação com a imagem corporal tornou-se alvo de inúmeros estudos na área da psicologia durante os últimos anos. Os resultados da grande maioria destes estudos apontam para a existência de um binômio estética - relação interpessoal. Em linhas gerais, pode-se dizer que as pessoas insatisfeitas com a sua imagem corporal apresentam maiores dificuldades de relação interpessoal do que aquelas plenamente satisfeitas com os seus corpos. Isto implica em dificuldades de socialização e tendência ao isolamento, o que pode ocasionar futuramente o aparecimento de comportamentos depressivos. A musculação estética surge então como uma forma de modelagem corporal física do ser humano

que proporciona ao mesmo melhorias de autoimagem, autoconceito e autoconfiança (COUTINHO, 2001). METODOLOGIA Para o desenvolvimento do estudo, foi utilizada a pesquisa descritiva que possui objetivos definidos, é classificado como estudo transversal único, foram entrevistadas 40 mulheres praticantes de exercícios físicos (musculação, aulas de ginástica e caminhada) com idade entre 25 e 35 anos, da cidade de Sorriso/MT. Foram utilizados como instrumentos o Body Shape Questionnaire (BSQ) ou Questionário de Imagem corporal (QIC), para avaliação da autoimagem corporal (COOPER et al, 1987; ALVARENGA, 2001; CORDÁS & NEVES, 2009), e para verificação da imagem corporal atual e ideal foi utilizada a escala proposta por STUNKARD, AJ, SORENSEN, T. & SCHULSINGER, F (1983). O conjunto de silhuetas foi mostrado às participantes e realizadas as seguintes perguntas: Qual a silhueta que melhor representa sua aparência física atualmente? Qual é a silhueta que você gostaria de ter? Para verificar a insatisfação corporal, será utilizada a diferença entre a silhueta atual (SA) e a silhueta Ideal (SI), apontadas pelo indivíduo. Para o início da coleta de dados, foi realizado um levantamento para identificar as academias da cidade de Sorriso/MT, onde são praticantes os sujeitos da pesquisa. Logo após, foram aplicados os questionários para as participantes, que aceitaram e assinaram o termo de consentimento. A análise quantitativa consistiu na avaliação dos Índices de Massa Corporal (IMC) e caracterização da porcentagem de peso das participantes. Foram analisados também os resultados obtidos nas respostas dadas ao Body Shape Questionnaire (BSQ), com relação ao grau de distorção da imagem corporal (leve, moderada, intensa). Verificou-se também a porcentagem de indivíduos insatisfeitos com a imagem corporal através do Figure Rating Scale comparada com IMC encontrados.

RESULTADOS Os resultados obtidos (Figura 1) mostraram que 65,00% das mulheres entrevistadas apresentaram leve distorção da imagem corporal, 22,50% moderada e apenas 12,5% classificado como intenso. Em um estudo realizado com homens e mulheres por Damasceno (2005), o mesmo verificou a satisfação corporal de praticantes de caminhada e concluiu que homens e mulheres possuem uma satisfação corporal bem semelhante. Já Di Pietro (2009), encontrou uma diferença significativa entre os gêneros ao avaliar estudantes universitários brasileiros e concluiu que as mulheres estão bem mais insatisfeitas. Das quarenta mulheres entrevistadas, vinte e seis apresentaram uma leve distorção da imagem corporal. Este número pode ser explicado por se tratar de mulheres praticantes de exercícios físicos, supondo que as mesmas apresentam um cuidado maior com o corpo, apresentando uma boa forma física, autoconhecimento corporal, e uma autoestima elevada devido à prática. Apenas cinco das entrevistadas apresentaram um grau de distorção da imagem corporal. 70,00% 65,00% 60,00% 50,00% 40,00% 30,00% 22,50% 20,00% 12,50% 10,00% 0,00% LEVE MODERADO INTENSO Figura 1- Classificação da imagem corporal Fonte: Dados coletados pelo autor

Em relação aos resultados do IMC (índice de massa corporal) (figura 2) foi encontrado entre as entrevistadas, 81% com peso ideal, 24,30% sobrepeso e 2,70% baixo peso. Ao analisar os valores apresentados do IMC com a classificação da distorção da imagem, foi possível constatar que o resultado 65,00% indica uma estética corporal satisfatória, segundo os padrões estéticos ocidentais. 90,00% 81% 80,00% 70,00% 60,00% 50,00% 40,00% 30,00% 24,30% 20,00% 10,00% 2,70% 0 0,00% BAIXO PESO PESO IDEAL SOBREPESO OBESIDADE Figura 2- IMC Fonte: Dados coletados pelos autores Ainda na apresentação de resultados de questões isoladas, temos na questão 4 (figura 3) que 35% das mulheres utilizaram sempre como resposta, apresentando assim uma preocupação marcante em relação ao peso corporal e um receio de engordar.

27,50% 17,50% 7,50% 2,50% 10,00% 35,00% 1-NUNCA 2- RARAMENTE 3-ÁS VEZES 4-FREQUENTEMENTE 5-MUITO FREQUENTE 6-SEMPRE Figura 3- Preocupação das mulheres com relação ao peso corporal Fonte: Dados coletados pelos autores Na questão 34, 64,9% das mulheres entrevistadas marcaram a alternativa sempre ou muito frequentemente como resposta em relação à preocupação da estética corporal relacionada à prática de exercícios físicos. Segundo Souza e Tavares (2009), em pesquisa realizada, encontraram 63,63% das mulheres que escolheram muito frequentemente ou sempre como resposta, o que reforça a ideia de que mulheres praticantes de exercícios apresentam preocupação por sua imagem corporal. 16,20% 54,10% 10,80% 27,00% 1-NUNCA 2- RARAMENTE 3-ÁS VEZES 4-FREQUENTEMENTE 5-MUITO FREQUENTE 6-SEMPRE Figura 4- Preocupação das mulheres com a estética corporal em relação à prática de exercícios Fonte: Dados coletados pelos autores

Nos resultados da verificação da imagem corporal atual e ideal foi utilizada a escala proposta por STUNKARD, AJ, SORENSEN, T. & SCHULSINGER, F (1983), obteve-se que apenas 15% das mulheres apresentaram satisfação com a imagem corporal, enquanto 70% das entrevistadas optaram por diminuir a silhueta, demonstrando insatisfação corporal. Em uma pesquisa em mulheres com depressão, realizada por Silva e Caramaschi (s.d), em relação à escolha das figuras foram observadas (13,6%) pacientes que apresentaram satisfação com a imagem corporal, enquanto (86,4%) demonstram insatisfação. 15,00% 15,00% DIMINUIR SILHUETA 70,00% SILHUETA SATISFEITA AUMENTAR SILHUETA Figura 5 Satisfação da silhueta corporal Fonte: Dados coletados pelos autores CONCLUSÃO De acordo com os dados encontrados, conclui-se que mulheres praticantes de exercícios físicos, nas academias de Sorriso/MT, apresentam um grau de satisfação corporal leve, ao contrário de estudos feitos por Di Pietro (2009), que encontrou alto grau de insatisfação. Com relação ao contorno corporal e ainda tendo um grau de distorção leve, as mesmas sempre optam por mudar algo em sua forma física como contornos, dobras corporais e mudança de manequim. Quando questionadas sobre a prática de exercícios físicos, as mesmas demonstram preocupação e interesse pela modelagem corporal. Em relação ao peso das participantes, a grande maioria

encontrou-se no peso ideal, embora não deixem de preocupar-se com a autoimagem. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVARENGA, M. S. Bulimia Nervosa. Avaliação do padrão e comportamento Alimentares. [Tese de Doutorado]. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da USP, 2001, p. 226 COOPER, P.; TAYLOR, MJ; COOPER, Z. & FAIRBURN, CG O Desenvolvimento e Validação da Body Shape Questionnaire. International Journal of Eating Disorders. v 6: 1987, p. 485-94. CORDÁS, T. A.; NEVES, J. E. P. Escala de avaliação de Transtornos Alimentares. Revista de Psiquiatria Clínica. v. 26, n. 1(edição especial),1999 [online].disponível em: <http://hcnet.usp.br/ipq/revista/vol26/n1/artigo(41).htm>. Acessado em: 03 agos. 2013. COUTINHO, Walmir. Enciclopédia do emagrecimento. São Paulo: goal, 2001, p. 134-138. DAMASCENO, O. V.; LIMA, P. R. J; VIANNA, M. J; VIANNA, A. V; NOVAES, S. J. Tipo físico ideal e satisfação com a imagem corporal de praticantes de caminhada. Revista Brasileira medicina e Esporte. v.11, n. 3. Niterói Maio/Junho 2005 p. 8. EGITO, M.; MATSUDO, S.; MATSUDO, V. Autoestima e satisfação com a vida de mulheres adultas praticantes de atividade física de acordo com a idade cronológica. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, Brasília, v. 13, n. 2, 2005, p. 7-15. KAKESHITA, I. S.; ALMEIDA, S. S. Relação entre índice de massa corporal e a percepção da autoimagem em universitários. Revista de saúde pública, São Paulo, v. 40, n. 3, 2006 p.497-504. LOLANDE NW. The aging body: attitudes toward bodily appearance among physically active and inactive women and men of different ages. Journal of Aging and Physical Activity 2000, p.197-213. MATIAS, T. S.; ROLIM, M. K. S. B.; KRETZER, F. L.; SCHMOELZ, C. P.; ANDRADE, A. Satisfação corporal associada à prática de atividade física na adolescência. Motriz, v.16, n. 2, 2010, p. 370-378. MORGAN, C. M.; VECCHIATTI, I. R.; NEGRÃO, A. B. Etiologia dos transtornos alimentares: aspectos biológicos, psicológicos e sócio-culturais. Revista Brasileira de Psiquiatria, São Paulo, v. 24, 2002, p. 18-23. Suplemento III.

SILVA, CARAMASCHI; insatisfação com a imagem corporal em mulheres com depressão. Programa de Pós-graduação-Mestrado em Psicologia do Desenvolvimento UNESP/Bauru (s.d) SOUZA, TAVARES; Nível de satisfação corporal em atletas de ginástica de trampolim, Juiz de Fora; 2009. STUNKARD, AJ, SORENSEN, T. & SCHULSINGER, F., Uso da adopção registro dinamarquês para o estudo da obesidade e magreza. A genética dos distúrbios neurológicos e psiquiátricos. 1983, p. 115-120.