EFICIÊNCIA TRIBUTÁRIA E RETORNO EM BEM-ESTAR SOCIAL NOS PAÍSES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE ÁREA TEMÁTICA: CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA TRABALHO CIENTÍFICO Marilene Feitosa Soares - Universidade Federal do Ceará / Universidade do Minho Lúcia Maria Portela de Lima Rodrigues - Universidade do Minho Mário José Macedo Marques - Universidade do Minho
INTRODUÇÃO CONTEXTUALIZAÇÃO QUESTÃO DE INVESTIGAÇÃO OBJETIVO GERAL JUSTIFICATIVA FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ÍNDICE TEORIA DA TRIBUTAÇÃO ÓTIMA CARGA TRIBUTÁRIA ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (IDH) METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO RESULTADOS CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS
INTRODUÇÃO AGENDA ECONÔMICA MUNDIAL REFORMAS NOS SISTEMAS FISCAIS INTERNACIONAIS DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL 2015 OCDE, CIAT, CEPAL, BID ESTATÍSTICAS TRIBUTÁRIAS NA AMÉRICA LATINA E CARIBE (1990-2013) AUMENTO DAS RECEITAS ONU (2014) ABRANDAMENTO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2003-2008 Recomenda o levantamento de dados/informações Transparência e Controle. CONTABILIDADE CIÊNCIA SOCIAL INFORMAÇÕES
QUESTÃO DE INVESTIGAÇÃO E OBJETIVO GERAL QUESTÃO DE INVESTIGAÇÃO Qual o nível de eficiência dos países da América Latina e Caribe na aplicação da arrecadação tributária em favor do bem-estar da sociedade, considerando os componentes longevidade, educação e renda per capita? OBJETIVO DA PESQUISA Identificar os Países da América Latina e Caribe que, em 2013, aplicaram com maior e menor eficiência o produto da arrecadação tributária em bem-estar social, considerando os fatores longevidade, educação e renda per capita.
JUSTIFICATIVA o tema é pouco explorado no ambiente acadêmico, pela relevância do assunto no contexto social e fiscal, pela possibilidade de os países investigados identificarem suas deficiências e aplicarem medidas corretivas no plano socioeconômico, de forma a priorizar o desenvolvimento humano
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA TEORIA DA TRIBUTAÇÃO ÓTIMA Ramsey (1927) os modelos levam em consideração a perda de eficiência e os efeitos distributivos (DIAMOND; MIRRLEES, 1971; SLEMROD, 1990). Smith (1981) A riqueza das nações 4 princípios - Otimização, no que concerne a gerar menor custo possível para o contribuinte. Ahmad e Stern (1984) Reforma pareto ótimas. Alm (1996) política social eficiente e uma tributação democraticamente justa. Creedy (1998); Siqueira (1997) calcularam ganhos de bem-estar para diferentes grupos da população.
CARGA TRIBUTÁRIA X PIB AMÉRICA LATINA E CARIBE Países Carga Tributária (%) variação 2006 2010 2013 (%) Brasil (BRA) 33,1 33,2 35,7 7,85 Argentina (ARG) 22,2 26,7 31,2 40,54 Bolívia (BOL) 21,6 20,4 27,6 27,78 Uruguai (URU) 25,4 27,0 27,1 6,69 Costa Rica (COS) 20,6 20,8 22,4 8,74 Chile (CHI) 22,0 19,5 20,2-8,18 Colômbia (COL) 19,1 18,0 20,1 5,24 México (MEX) 17,9 18,5 19,7 10,06 Equador (EQU) 12,4 16,3 19,3 55,65 Nicarágua (NIC) 17,1 17,6 19,2 12,28 Panamá (PAN) 16,0 18,1 18,9 18,13 Peru (PER) 18,1 18,0 18,3 1,10 Honduras (HON) 17,6 17,3 18,0 2,27 Paraguai (PAR) 14,2 16,5 16,4 15,49 El Salvador (ELS) 15,1 14,8 15,8 4,64 Venezuela (VEN) 16,3 11,4 14,2-12,88 República Dominicana (REP) 15,0 12,8 14,0-6,67 Guatemala (GUA) 13,8 12,4 13,0-5,80 Fonte: Elaborada a partir de OECD (2015)
ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (IDH) 1990 PNUD mede o desenvolvimento humano dos países. Componentes Mínimo Máximo SAÚDE EXPECTATIVA DE VIDA AO NASCER (Longevidade ) EDUCAÇÃO MÉDIA DE ANOS DE EDUCAÇÃO DE ADULTOS E EXPECTATIVA DE ANOS DE ESCOLARIDADE PARA CRANÇAS NA IDADE DE INCIAR A VIDA ESCOLAR 25 anos 85 anos 0% 100% RENDA PER CAPITA (US$ PPC) $100 $40.000
ESTUDOS ANTERIORES FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Ferrer (2014) AUTORES Lopez e Ortiz (2012) Valenzuela e Duryea (2011) Santos e Oliveira (2011); Marinho, Soares; Benegas (2004) Jiménez e Miranda (2010) Barrientos e Santibañez (2009) PAÍS/COMENTÁRIOS AMÉRICA LATINA Apresenta um índice alternativo ao IDH desigualdade. MÉXICO, PERU E NICARÁGUA- Há perdas no desenvolvimento humano nos componentes educação e renda se comparados com países desenvolvidos. CHILE - Compara o componente renda com outros países da América latina. ESTADOS BRASILEIROS - Relação da CT e IDH, tendo sido identificadas divergentes eficiências entre eles. COLÔMBIA - Gasto público x qualidade de vida. AMÉRICA DO SUL E CENTRAL - estudo comparativo dos programas de transferências de rendas para melhorar o desenvolvimento humano.
TIPO DE PESQUISA Descritiva METODOLOGIA Documental: Carga tributária: Relatório OECD (2015) e IDH: PNUD (2014) Quantitativa AMOSTRA 18 países da América Latina e Caribe Ano: 2013 MÉTODO Clusters (Dendograma) / Gráfico de Dispersão Cluster 1 Cluster 2 Cluster 3 Cluster 4 > CT e < IDH = < CT e > IDH = menor eficiência maior eficiência > CT e > IDH = maior eficiência < CT e < IDH = menor eficiência
BOL BRA ARG URU NIC HON GUA REP PAR ELS COL EQU COS PER MEX PAN CHI VEN Altura RESULTADOS Agrupamento: Método Hierárquico 4 3 2 1 Países
IDH 1,0 RESULTADOS Cluster 3 Cluster 1 0,9 CHI 0,8 0,7 0,6 PAN VEN PER EQU PAR REP ELS GUA HON MEX COL NIC COS URU BOL ARG BRA Cluster 4 Cluster 2 Argentina, Uruguai e Brasil. 0,5 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 Carga tributária/pib (%) Cluster 1 Cluster 2 Cluster 3 Cluster 4 > CT e > IDH = maior eficiência > CT e < IDH = menor eficiência Bolívia. Chile, Venezuela, Panamá, Costa Rica, Peru, México, Equador e Colômbia. < CT e > IDH = maior eficiência República Dominicana, Paraguai, El Salvador, Guatemala, Honduras e Nicarágua. < CT e < IDH = menor eficiência
CLUSTER 3 COMENTÁRIOS Grupo com maior eficiência na aplicação da arrecadação tributária em bem-estar social (IDH acima da média e CT abaixo da média): Chile, Venezuela, Panamá, Costa Rica, Peru, México, Equador e Colômbia. O Chile foi o país com o melhor retorno social, confirmando a melhor classificação no ranking do PNUD (com desenvolvimento humano muito elevado). Juntamente com a Costa Rica ocupou a primeira colocação no quesito longevidade, com expectativa de vida até 80 anos, melhor nível de escolaridade juntamente com a Argentina (9,8 anos) e maior renda per capita (US$20,804). Ao longo dos últimos anos, o Chile reduziu a sua carga tributária comprovando que não é necessário onerar a população com alta incidência tributária para prestar serviços públicos de qualidade.
CLUSTER 1 COMENTÁRIOS Segundo grupo com melhor resultado (IDH e CT acima da média): Argentina, Uruguai e Brasil. A Argentina, apesar de ocupar a 2ª colocação no ranking do PNUD em desempenho humano muito elevado, ocupou a 9ª colocação em eficiência na aplicação de recursos da arrecadação tributária em bem-estar social, em função da alta carga tributária imposta à população (31,2% do PIB), a segunda maior dentre os países da amostra. O Uruguai ocupou a 3ª colocado no ranking do PNUD (com desenvolvimento humano elevado), porém, com carga tributária elevada (27,1% do PIB), obtendo nessa pesquisa a 10ª colocação. O Brasil, com a maior carga tributária dentre os países da América Latina e Caribe (35,7% do PIB), mais do que o dobro da média geral (21,3%), demonstrou nível de longevidade (73,9 anos de idade) e escolaridade (7,2 anos), abaixo da média dos países que compõem a amostra.
COMENTÁRIOS CLUSTER 4 Grupo com um menor nível eficiência (IDH e CT abaixo da média): República Dominicana, Paraguai, El Salvador, Guatemala, Honduras e Nicarágua. No ranking da ONU, todos apresentaram desempenho humano médio, resultado menos satisfatório dentre os países da América Latina e Caribe. A Nicarágua se classificou na última posição (132ª) do PNUD. Honduras foi o país que apresentou menor nível de escolaridade (5,5 anos). A Guatemala apresentou a menor renda per capita (US$3,662) e menor CT (13% do PIB).
COMENTÁRIOS CLUSTER 2 País com menor nível eficiência (IDH abaixo da média e CT acima da média): Bolívia. Obteve o menor nível de longevidade (67,3 anos) no PNUD e baixa renda per capita (US$5,552).
CONSIDERAÇÕES FINAIS A investigação objetivou identificar os países da América Latina e Caribe que em 2013, aplicaram com maior e menor eficiência o produto da arrecadação tributária em bem-estar social, considerando os componentes de longevidade, educação e renda per capita. 61% Maior eficiência no retorno em bem-estar social em função da carga tributária. 39% Menor eficiência em caráter emergencial precisam planejar e implementar ações públicas objetivando reduzir a desigualdade social, já que o ser humano é a maior riqueza do planeta (PNUD, 2014).
REFERÊNCIAS AFONSO, A.; SCHUKNECHT, L.; TANZI, V. Public Sector Efficiency: An International Comparison. Public Choice, v. 123, p. 321-347, 2005. AHMAD, E.; STERN, N. The theory of reform and indian indirect taxes. Journal of Public economics, n. 25, p. 259-298, 1984. ALM, J. What is an optimal tax system? National Tax Journal, v. 49, n.1, p. 117-133, 1996. ANAND, S.; SEN A. Human Development Index: Methodology and Measurement, United Nations Development Programme, Human Development Report Office. Occasional Paper, n.12, New York, 1994.. Gender Inequality in Human Development: Theories and Measurement, United Nations Development Programme, Human Development Report Office. Occasional Paper, n. 19, New York, 1995.. Concepts of Human Development and Poverty: A Multidimensional Perspective in United Nations Development Programme, Human Development Report. Papers: Poverty and Human Development, New York, 1997. ARVARTE, P. R.; BIDERMAN, C. Economia do Setor Público. Elsevier, n.1, p.421-461, 2004. ASTI, V. A. Metodologia da pesquisa científica. 7 ed. Porto Alegre: Globo, 1983. AUERBACH, A. J. The Theory of excess burden and optimal taxation. Handbook of Public Economics, 1. ed, v. 1, n. 2, p. 61-127, 1985. BARDHAN, K.; KLASEN S. UNDP s Gender-Related Indices: A Critical Review. World Development, New York, 1999. BARRIENTOS, A.; SANTIBAÑEZ, C. Social Policy for Poverty Reduction in Lower-income Countries in Latin America: Lessons and Challenges. Social Policy & Administration, v. 43. n. 4, p. 409-424, 2009. BRUVOLL, A.; IBENHOLT, K. Green Throughput taxation Environmental and economic consequences. Encironmental & Resource Economics, 4 ed, v. 12, p. 387-401, 1998. CREEDY, J. Are consumption Taxes Regressive? The Australian Economic Review, v. 31, n.2, p. 107-116, 1998. DIAMOND, P.A.; MIRRLEES, J.A. Optimal Taxation and Public Production I: Production Efficiency. American Economic Review, n. 61, p. 8-27, 1971. ( )
OBRIGADA PELA ATENÇÃO!