A aplicação de tarifários progressivos

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Transcrição:

Workshop: PAYT Pay-As-You-Throw 26.11.2009 Fórum da Maia A aplicação de tarifários progressivos Pedro Santos presidente@apea.pt

Tarifários municipais de resíduos Caso de Estudo da Área Metropolitana do Porto (9 municípios)

Área Metropolitana do Porto Fonte: GEA/ESB, 2005.

Área Metropolitana do Porto Evolução da produção no período 2000-2004 700.000 600.000 500.000 Espinho Gondomar Toneladas 400.000 300.000 200.000 Maia Matosinhos Porto Póvoa do Varzim Valongo Vila do Conde Vila Nova de Gaia Concelho Capitação 2004 (kg/hab.dia) Espinho 1,75 100.000 Gondomar 1,16 Maia 1,24 0 2000 2001 2002 2003 2004 Matosinhos 1,24 Porto 1,98 Póvoa do Varzim 1,55 Valongo 1,08 Vila do Conde 1,50 Vila Nova de Gaia 1,29 Média 1,42 Fonte: Lipor, 2005; Sondaxe, 2005.

Área Metropolitana do Porto Evolução dos destinos finais no período 2001-2004 700.000 600.000 500.000 36,9% 32,6% 400.000 300.000 54,7% 59,6% Aterro Incineração Reciclagem Compostagem 200.000 100.000 0 5,0% 7,2% 3,1% 7,2% 9,1% 2001 2004 Cenário Fonte: Lipor, 2005; Sondaxe, 2005.

Área Metropolitana do Porto Evolução da recolha selectiva no período 2000-2004 50.000,00 45.000,00 40.000,00 35.000,00 30.000,00 25.000,00 20.000,00 15.000,00 10.000,00 5.000,00 0,00 2000 2001 2002 2003 2004 Espinho Gondomar M aia M atosinhos Porto Póvoa do Varzim Valongo Vila do Conde Vila Nova de Gaia Concelho Capitação 2004 (kg/hab.ano) Espinho 31,5 Gondomar 23,3 Maia 49,5 Matosinhos 53,2 Porto 48,2 Póvoa do Varzim 38,1 Valongo 28,6 Vila do Conde 47,0 Vila Nova de Gaia 24,7 Média 37,9 Fonte: Lipor, 2005; Sondaxe, 2005.

Área Metropolitana do Porto Aspectos económicos (dados de 2002) Concelho População (2002) 10 3 Euros Despesas (2002) Receitas (2002) % Saldo (2002) Espinho 32.575 1.293 354 27,4-939 Gondomar 166.000 5.716 800 14,0-4.916 Maia 124.486 3.371 397 11,8-2.974 Matosinhos 167.041 10.147 1.998 19,7-8.149 Porto 250.877 13.818 4.523 32,7-9.295 Póvoa do Varzim 64.199 2.639 795 30,1-1.844 Valongo 87.980 2.552 566 22,2-1.986 Vila do Conde 74.855 2.919 526 18,0-2.393 Vila Nova de Gaia 293.301 10.354 3.492 33,7-6.862 Área Metropolitana do Porto 1.261.314 52.808 13.452 25,5-39.356 Fonte: INE, 2003. Despesas ( /hab.ano) Receitas ( /hab.ano) Saldo ( /hab.ano) Défice (%) Sistemas Tarifa em 2005 ( /ton) Tarifa em 2006 ( /ton) Grande Porto (2002) 41,87 10,67-31,20 74,5 Fonte: INE, 2003. Lipor 42,23 43,23 ou 46,23 SULDOURO 14,97 23,79 Fonte: Lipor, 2005; Rodrigues, 2005.

Área Metropolitana do Porto Informação disponibilizada na Internet Informação disponibilizada on-line Concelho Resíduos (geral) Regulamento de resíduos e limpeza urbana Tarifários Custos e receitas da gestão de RSU Espinho Sim Sim Sim Não Gondomar Sim Não Não Não Maia Sim Não Não Não Matosinhos Não Não Não Não Porto Não Sim Não Não Póvoa do Varzim Não Sim Sim Não Valongo Não Sim Não Não Vila do Conde Não Sim Não Não Vila Nova de Gaia Sim Sim Não Não Fonte: Páginas na internet das Câmaras Municipal da Área Metropolitana do Porto, 2005.

Área Metropolitana do Porto Dados gerais sobre os tarifários Concelho Existência Data de criação Tipo Estrutura Utentes domésticos Utentes comerciais e industriais Comp. Fixa Comp. Var. Comp. Fixa Comp. Var. Espinho Sim n.d. Variável em função do consumo de água Componente fixa e variável 1,50 0,31 a) 4,00 / m2 de área Gondomar Sim 1997 Variável em função do consumo de água Componente fixa e variável 1,03 0,25 a) 6,20 0,30 a) Maia Sim n.d. Variável em função do consumo de água Componente fixa e variável 1,03 0,26 a) n.d. n.d. Matosinhos Sim n.d. Variável em função do consumo de água Componente fixa e variável 1,00 0,25 a) n.d. n.d. Porto Sim n.d. Variável em função do consumo de água Componente fixa e variável 0,54 1,62 b) 0,11 a) 5,39 0,16 Póvoa do Varzim Sim n.d. Variável em função do consumo de água Componente variável - 0,62 a) - 1,23 a) Valongo Sim n.d. Variável em função do consumo de água Componente fixa e variável 1,00 0,25 a) n.d. n.d. Vila do Conde Sim n.d. Variável em função do consumo de água Componente fixa e variável 1,05 0,27 a) 6,30 0,32 a) Vila Nova de Gaia Sim n.d. Variável em função do consumo de água Componente fixa e variável 1,00 0,05 a) 2,00 0,35 a) Fonte: Páginas na internet das Câmaras Municipal da Área Metropolitana do Porto, 2005; CESUR/IST, 2004; Sondaxe, 2005; C. M. V. Conde, 2005.

Qual a percepção da população aos aspectos económicos da gestão de resíduos? Resultados de questionário aplicado a 450 residentes da Área Metropolitana do Porto

Ficha técnica do questionário aplicado 450 inquiridos, 50 por cada um dos 9 concelhos (pré-teste 1º a 30 pessoas e depois a 20 pessoas aplicação em 20 minutos) Concelho Género 12,0% 10,0% 8,0% 6,0% 4,0% 2,0% Mulher; 55,6% Homem; 44,4% 0,0% Espinho Gondomar M aia M atosinhos Porto Póvoa do Varzim Valongo Vila do Conde Vila Nova de Gaia Condição perante trabalho Habitação 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% 52,2% Exerce profissão 7,1% Ocupa-se das tarefas do lar 19,3% 12,4% 6,7% 2,2% Estudante Reformado Desempregado Outro 45,0% 40,0% 35,0% 30,0% 25,0% 20,0% 15,0% 10,0% 5,0% 0,0% 37,4% Apartamento 41,0% Moradia com jardim 14,0% Moradia sem jardim 7,6% NS / NR Fonte: Santos, P. 2006

Actual comportamento e percepção da população face à gestão de resíduos Síntese dos resultados Opinião sobre o destino da maior parte dos RSU recolhidos, concelhos que integram a Lipor Nos concelhos que integram a Lipor apenas 12% dos inquiridos demonstraram conhecer o destino da maior parte dos resíduos produzidos no concelho da Reciclagem 30% Compostagem 3% NS/NR 24% sua residência (56% dos residentes em Vila Nova de Gaia). No que diz respeito à capitação de resíduos, a grande maioria dos inquiridos tem uma ideia bastante próxima da quantidade real produzida diariamente por cada residente (1,42 kg/hab.dia). Incineração 12% Aterro Sanitário 31% Destino dos resíduos separados no Grande Porto Quanto à separação de resíduos, 72% dos inquiridos afirmaram fazê-lo, sobretudo recorrendo aos ecopontos próximos de casa (86,5%) e motivados por razões ambientais (77%). Os que não o fazem, indicam que a razão da não 0,30% 2,10% 4,90% 1,20% 4,90% 86,59% Ecoponto próximo de casa Ecoponto num outro local Ecocentro Tenho serviços de recolha porta-aporta Outro NS/NR separação é a distância aos ecopontos (29,5%).

Percepção da população dos custos e dos tarifários municipais actuais Síntese dos resultados Opinião sobre os valores da despesa da gestão de resíduos (despesa mensal por habitante) A quase totalidade afirmou desconhecer os 11,00% 14,00% 11,00% Menos de 2 Entre 2 a 5 actuais custos da gestão de resíduos no 8,00% 13,00% Entre 5 a 10 Entre 10 a 20 concelho de residência (99%), tendo apenas 43,00% Mais de 20 11% dos inquiridos respondido acertadamente Média 3,49 /hab.mês NS/NR quanto ao valor real (2 a 5 Euros por habitante) Informação sobre os custos da gestão de resíduos Este desconhecimento tem a sua explicação no 67,00% Sim facto das autarquias não informarem os 10,00% Não munícipes dos custos da recolha e tratamento de resíduos (67% das respostas) 23,00% NS/NR

Percepção da população dos custos e dos tarifários municipais actuais Síntese dos resultados A grande maioria dos inquiridos demonstrou ter conhecimento da existência de uma taxa de resíduos no seu concelho (70%), indicando correctamente ser uma taxa variável em função do consumo de água (82%) e concordando com a sua existência e com o valor cobrado (35%) Quanto ao valor médio pago por agregado familiar, 44% manifestaram desconhecer o seu valor Avaliação das actuais taxas do lixo no Grande Porto Opinião sobre os valores da factura da gestão de resíduos (despesa mensal por habitante) 18,00% 13,00% 21,00% 35,00% 13,00% NS/NR Concordo com a existência e como valor Concordo com a existência mas discordo do valor Discordo da forma como se aplica a taxa Discordo da existência de qiaçqier taxa do lixo 9,89% 48,35% 14,29% Média: 0,89 /hab.mês 16,48% 10,99% NS/NR Menos de 2 Entre 2 e 4 Entre 4 e 6 Entre 6 e 8

Atitudes da população face a alterações do tarifário e percepção das vantagens/desvantagens dos tarifários PAYT Síntese dos resultados A maioria dos inquiridos considerou que os tarifários PAYT são uma solução justa (65%), apontando a redução da quantidade de resíduos produzida como a principal vantagem (45%) No caso dos inquiridos que os consideram injustos (22%), defendem em alternativa o fim de qualquer tipo de taxa do lixo (33%), apontando a penalização dos mais carenciados como a principal desvantagem (40%) Percepção das vantagens dos tarifários PAYT 15,00% 1,00% 9,00% 14,00% 45,00% 16,00% NS/NR Redução da quantidade de lixo produzido Aumento da quantidade de lixo reciclado Aumento da sensibilidade ambiental Cobertura dos custos do serviços Outras vantagens Percepção das desvantagens dos tarifários PAYT Quanto ao tipo de resíduos a incluir num futuro tarifário NS/NR PAYT, 50% dos inquiridos consideram que apenas se deve incluir os resíduos indiferenciados 29,00% 3,00% 19,00% Custos de implementação Fiscalização impossível Antes de se introduzir este tipo de tarifários, a maioria dos Aumento dos despejos ilegais ou da queima do lixo inquiridos consideram que se deve aumentar o número de ecopontos (53%) 1,00% 40,00% 8,00% Penaliza os mais carenciados Outras desvantagens

Qual a percepção dos principais stakeholder face aos aspectos económicos da gestão de resíduos? Resultados de entrevistas individuais a 10 stakeholders

Entrevista individual a 10 dos principais stakeholders Questionário enviado por correio electrónico Nem todos os inquiridos revelaram conhecer plenamente a diversidade de sistemas de tarifários PAYT existentes Os principais benefícios associados a estes tarifários foram o efeito de incentivo da prevenção da produção e da separação de resíduos, a maior sensibilização para a questão dos resíduos e a maior justiça social e equidade na aplicação do PPP As principais razões indicadas para a inexistência de tarifários PAYT nos municípios da AMP foram razões políticas e razões de ordem prática ou relacionadas com os custos (apenas um dos inquiridos considerou que não se deve implementar os tarifários PAYT)

Entrevista individual a 10 dos principais stakeholders Questionário enviado por correio electrónico As barreiras apontadas pelos inquiridos à implementação de tarifários PAYT foram as questões de natureza ambiental/saúde, custos, social/política e técnica/logística As principais desvantagens foram o aumento previsível dos custos da gestão de RSU e o aumento da deposição ilegal de resíduos Quanto à fórmula de cálculo para os tarifários PAYT a grande maioria dos inquiridos considerou que é a componente variável aquela que deve ter um peso maior e que se deve incluir os resíduos indiferenciados no cálculo do valor

Reflexões finais

Principais conclusões Em quase todos os casos de estudo de tarifários PAYT ocorre alteração de comportamentos, com reduções por vezes muito significativas na quantidade de resíduos produzida e na quantidade separada e enviada para reciclagem No que diz respeito à implementação dos tarifários PAYT existe já uma generalização relativa na Europa dos 15 O actual nível de conhecimento da população da AMP sobre o estado real da gestão de RSU e dos seus aspectos económicos é claramente insuficiente A população e os stakeholders entrevistados reconhecem várias vantagens nos tarifários PAYT (particular relevo para o efeito de incentivo) A desvantagem que mais preocupa a população é a possibilidade de penalizarem as franjas sociais mais desfavorecidas. Os stakeholders destacam os despejos ilegais. Foi possível identificar várias alterações que deverão ser introduzidas na actual gestão a nível municipal antes de se implementarem os tarifários PAYT (reforço da recolha selectiva e transparência total relativamente aos custos e proveitos)

Principais barreiras actuais à introdução dos tarifários PAYT Falta de informação e de transparência dos custos e formas de financiamento da gestão de resíduos Sistemas de recolha selectiva nem sempre cómodos e convenientes Baixa recuperação dos custos da gestão de resíduos Deposição ilegal de resíduos Falta de um conhecimento mais aprofundado sobre as diferentes soluções de tarifários PAYT por parte dos decisores políticos e dos responsáveis técnicos

Principais barreiras actuais à introdução dos tarifários PAYT Análise das soluções técnicas e sua avaliação com base em critérios objectivos Concepção global de todo o sistema e planificação da sua implementação técnica Adequada organização e gestão de todo o processo Nas fases mais críticas é fundamental conseguir a obtenção de consensos públicos em torno desta matéria Desenvolvimento de meios de comunicação e informação adequados aos diferentes segmentos da população Reforço dos meios de fiscalização e penalização

Obrigado pela vossa atenção! Pedro Santos presidente@apea.pt

Workshop: PAYT Pay-As-You-Throw 26.11.2009 Fórum da Maia A aplicação de tarifários progressivos Pedro Santos presidente@apea.pt

Síntese Instrumentos económicos Tarifários municipais em Portugal Tarifários de resíduos Pay-As-You-Throw (PAYT) Atitudes e percepções das pessoas face aos resíduos Caso de Estudo da Área Metropolitana do Porto Conclusões

Papel dos instrumentos económicos Os instrumentos económicos aplicados à gestão de RSU podem ser utilizados como ferramentas para: Redução da quantidade de resíduos produzida (prevenção quantitativa); Redução da proporção de resíduos perigosos (prevenção qualitativa); Separação dos resíduos perigosos tendo em vista uma gestão adequada; Incentivo à reutilização e à reciclagem de resíduos; Apoio a sistemas custo-eficazes de gestão de RSU; Minimização dos impactes ambientais adversos da gestão de RSU; Geração de receitas para cobrir os custos

Tipo de instrumentos económicos Fonte: Reichenbach, 2005.

Tarifários municipais de resíduos As tarifas devem cobrir Aspectos a assegurar Custos de exploração Recuperação de custos Custos de investimento Outros custos: amortização, juros, fiscalidade, outros. Princípio do poluidor-pagador Tarifas socialmente justas Fonte: Levy, 2004 Os Sistemas Tarifários de Resíduos Sólidos Urbanos, em Portugal

Tarifários municipais de resíduos em Portugal Critérios de aplicação dos tarifários de resíduos: Existência de água canalizada ou não; Tipo de consumidor (doméstico, comercial, industrial, outros); Consumo de água; Uma percentagem do valor da factura da água; Tipo de sistema de remoção; Frequência da recolha; Características do município. Fonte: Levy, 2004 Os Sistemas Tarifários de Resíduos Sólidos Urbanos, em Portugal

Tipos de Tarifários Tarifa Variável 24% Tarifa Fixa + Tarifa Variável 20% Outro 8% Aplicados no Continente Tarifa Fixa 22% Sem Tarifa 26% Tarifa Fixa 38% Tarifa Variável 0% Tarifa Fixa + Tarifa Variável 10% Outro 19% Aplicados nas Regiões Autónomas Sem Tarifa 33% Fonte: Levy, 2004 Os Sistemas Tarifários de Resíduos Sólidos Urbanos, em Portugal

Défice anual médio das Autarquias por habitante Parcelas Continente RA Açores RA Madeira Valor gasto pelas Autarquias 51,28 /hab 24,67 /hab 76,35 /hab Valor recebido pelas Autarquias 1,52 /hab (3%) 1,50 /hab (6%) 1,24 /hab (1,6%) Défice 49,43 /hab 23,17 /hab 75,11 /hab Situação claramente insustentável! Fonte: Levy, 2004 Os Sistemas Tarifários de Resíduos Sólidos Urbanos, em Portugal

Tarifários de resíduos Pay-As-You-Throw (PAYT)

Tarifários de resíduos Pay-As-You-Throw (PAYT) Fonte: Reichenbach, J., 2005

Tarifários de resíduos Pay-As-You-Throw (PAYT) A implementação de tarifários PAYT implica a adopção de mecanismos que tenham por base três pilares fundamentais: Identificação do produtor de resíduos para assegurar a contabilização da quantidade de resíduos produzida ou do nível de serviço prestado; Medição da quantidade de resíduos produzida e/ou do serviço prestado; Tarifário variável para a cobrança individual do serviço disponibilizado. Fonte: Reichenbach, J., 2005

Tarifários de resíduos Pay-As-You-Throw (PAYT) Sistemas de tarifários existentes na Europa Em função do tipo de contentor e/ou da frequência da recolha Em função do número de sacos adquiridos para a deposição dos resíduos Híbrido: com nível fixo de serviço, e o consumidor paga os níveis de serviço acima do nível básico Em função do peso normalmente recorre-se a contentores com chips e veículos com capacidade para pesá-los e registar a informação

Tarifários de resíduos Pay-As-You-Throw (PAYT) Fonte: Reichenbach, J., 2005

Efeitos das taxas variáveis em função da quantidade de resíduos produzida Ocorre uma forte redução, e generalizada, na quantidade de RSU (15-50%); Os efeitos sobre a separação de resíduos também são consideráveis: 5 a 10% dos resíduos passam a ser separados; Compostagem doméstica é consequência positiva da introdução de taxas variáveis Os efeitos negativos também estão presentes, embora raramente sejam avaliados. Estima-se que possam alcançar valores de 3 a 10% sendo possível reduzi-los com medidas especiais aquando da implementação dos novos sistemas tarifários; l1

Diapositivo 37 l1 Eu diria o que está no slide seguinte neste tópico... luisana.carvalho; 30-11-2007

Efeitos das taxas variáveis em função da quantidade de resíduos produzida A compostagem doméstica é também uma consequência positiva da introdução das taxas variáveis que dependam da quantidade produzida, embora seja raro determinar o seu grau de importância podem representar quantidades consideráveis; Para a prevenção, os valores incluem a não produção de resíduos e a compostagem individual (3-12%). Algumas experiências evidenciam um aumento crescente da compostagem doméstica, a qual desempenha um papel importante na prevenção.

Factores que influenciam o sucesso dos tarifários PAYT Técnicos (e de conveniência) Políticos (autoridades e capacidade Económicos (incentivos e tarifas) Sociais de fazer cumprir) Separação de resíduos Identificar o produtor de resíduos Distância aos contentores de recolha selectiva Confiança na recolha e no cálculo do valor a cobrar Transparência do sistema de gestão de resíduos Aplicação de penalizações Intensidade e qualidade da informação ao público Tipo de participação em processos de tomada de decisão Envolvimento dos actores locais Estatuto financeiro Tratamento justo de dos cidadãos todos os cidadãos e equidade e justiça nas Nível de educação tarifas dos cidadãos Existência de sistemas Consciência de consignação ambiental / atitudes dos cidadãos face ao ambiente

Atitudes e percepções das pessoas face aos resíduos

Comportamento face aos resíduos O crescimento da quantidade de resíduos foi apontado como um problema importante por 30% dos inquiridos europeus (CE, 2005) 35% dos inquiridos indicaram que estes problemas apenas terão melhoria através da taxação daqueles que os causam e 25% defendem a criação de incentivos financeiros elevados (CE, 2005) 72% afirmaram estarem preparados para separar os seus resíduos de forma a poderem ser reciclados (CE, 2005) 76% dos cidadãos inquiridos no Grande Porto consideram a temática dos resíduos como muito importante e 17% como importante (GEA/ESB, 2005)

Comportamento face aos resíduos Como medidas os inquiridos defendem: Aumento do número de ecopontos e a recolha selectiva porta-a-porta (75,4%) Melhoria da limpeza das ruas e dos espaços públicos (73,7%) Promoção da compostagem doméstica (65,7%) Melhoria da recolha do lixo (60,3%)

Percepções das pessoas face ao custo de gestão dos RSU As pessoas não são correctamente e regularmente informadas sobre os verdadeiros custos (e receitas) da gestão de resíduos, desconhecendo por conseguinte os custos reais desse serviço 33% (Waste Watch, 1999) e 71% (Onyx Enviromental Trust/Open University, 2000) das pessoas inquiridas afirmam que não sabiam quanto custava a recolha e o tratamento dos resíduos domésticos Apenas 15% dos inquiridos tinham a visão que o custo era menos de 146 /hab (Waste Watch, 1999; Lyndhurst et al., 2001) Uma tendência identificada nos estudos realizados é a dos inquiridos sobrestimarem o custo dos serviços de gestão de resíduos (Waste Watch, 1999; Lyndhurst et al., 2001) Quase um terço pensa que gasta mais de 380 (Waste Watch, 1999)

Atitudes das pessoas face aos tarifários variáveis Apenas num dos inquéritos a maioria dos inquiridos concordam com a ideia de tarifários PAYT (Waste Watch, 1999) Nos restantes estudos a maioria afirma que tais sistema seriam injustos (Onyx Enviromental Trust/O.U., 2000; Lyndhurst et al., 2001; Environment Agency, 2002) Se os contentores forem disponibilizados e os residentes taxados de acordo com a quantidade de resíduos indiferenciados a maioria apoia os tarifários PAYT (EA, 2002) Diferentes valores das taxas provavelmente não levam ao aumento considerável dos níveis de participação na separação de resíduos (Environment Agency, 2002) Preocupação face ao efeito desproporcional nas famílias, e receio do aumento dos despejos ilegais (MORI, 2002) Melhorias: infra-estruturas antes dos tarifários PAYT; taxas de acordo com o uso e receitas contabilizadas e gastas de forma transparente (Hogg, 2003; MORI, 2002)

Obrigado pela vossa atenção! Pedro Santos presidente@apea.pt