Publicação do Sistema Abramge. Sinamge. Sinog Ano II. Nº 07. janeiro 2017

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Transcrição:

Publicação do Sistema Abramge. Sinamge. Sinog Ano II. Nº 07. janeiro 2017

Saúde em Destaque Taxa de cobertura de planos médico-hospitalares (% da população) 2,1milhões De beneficiários perderam seus planos médicos entre jan/15 e set/16-1,1 ponto percentual 25,2 25,9 25,7 24,9 24,4 23,4 23,8 set/10 set/11 set/12 set/13 set/14 set/15 set/16 Carga tributária sobre planos de saúde 16,2% 11,9% R$ 42,6 bi R$ 32,4 bi R$ 27,9 bi R$ 27,9 bi R$ 31,2 bi 2013 2014 Jan a Set /2015 Jan a Set /2016 2016 previsto Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações da ANS, IBGE, Ministério do Trabalho e Emprego e relatório Carga tributária dos planos de saúde encomendado pelo Sistema Abramge/Sinamge/Sinog e desenvolvido pelo IBPT.

Receita de contraprestações, despesas assistenciais e resultado operacional Receita de contraprestações R$ 105,9 bi R$ 118,3 bi 11,7% Despesa assistencial R$ 89,7 bi R$ 101,2 bi 12,8% Resultado Operacional R$ - 633 milhões R$ 80 milhões jan-set/16 jan-set/15 R$ Bilhões Despesa anual das famílias com produtos e serviços de saúde - 2015 R$79,7bi R$15,9bi R$7,8bi Medicamentos Consultas e exames Tratamentos dentários R$11,8bi Outros gastos em saúde R$48,9bi Planos de saúde Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações da ANS, Pesquisa de Orçamentos Familiares - POF/IBGE e Ministério do Trabalho e Emprego.

Cenário Saúde Abramge. Sinamge. Sinog Ano II. Nº 07. janeiro 2016 Apresentação O Cenário Saúde é uma iniciativa do Sistema Abramge/Sinamge/ Sinog que contribui na missão dessas instituições ao criar e disseminar conhecimento a respeito do setor de saúde, com foco no mercado brasileiro de planos de saúde. Nesta 7ª edição, a publicação destaca o desempenho do setor frente a crise econômica, com reflexos sobre o mercado de trabalho e renda. Apresenta também estimativa de crescimento para 2017, ainda que esse resultado dependa de avanços na agenda de reforma econômica do país. A publicação destaca também o desempenho das operadoras da modalidade de medicina de grupo, em que, mesmo diante da crise econômica, estão registrando crescimento do número de beneficiários e aumento da participação de mercado. Por fim, a quarta e última seção da publicação, intitulada Saúde em Foco, examina e investiga os dados de multas aplicadas pela ANS, indicando principalmente a desproporcionalidade destes valores. Esperamos com isso, contribuir continuamente para o planejamento, tomada de decisão dos gestores e desenvolvimento das operadoras de planos de saúde.

Índice 01 Mercado de saúde suplementar Planos médico-hospitalares 07. Número de beneficiários e taxa de cobertura 11. Desempenho econômico-financeiro 02 Mercado de saúde suplementar Planos odontológicos 15. Número de beneficiários e taxa de cobertura 18. Desempenho econômico-financeiro 03 23. Termômetro do mercado 04 Saúde em foco 27. A desproporcionalidade das Multas aplicadas pela ANS

01 Mercado de saúde suplementar Planos médico-hospitalares

Número de beneficiários e taxa de cobertura 01 Mercado de saúde suplementar Planos médicohospitalares 0,7% é o crescimento do número de beneficiários esperado para 2017 no melhor dos cenários. Em setembro de 2016 o mercado de planos médico-hospitalares completou sete trimestres ou 18 meses consecutivos de queda, totalizando uma redução de 2,1 milhões de beneficiários no período. A queda é consequência direta da crise econômica e do aumento do desemprego, ressalta-se que foram encerradas 2,5 milhões de vagas no mesmo intervalo. A maior queda trimestral foi observada em março deste ano, quando em apenas três meses houve uma redução de 1,3% ou -660 mil beneficiários. Desde então, a retração no terceiro trimestre foi de 0,5% e as estimativas indicam reversão em 2017, com ligeiro crescimento de 0,7%, encerrando o ano com 48,6 milhões de beneficiários. Longe de retornar aos níveis pré-crise, as estimativas levam em consideração uma pequena melhora das perspectivas em 2017, com aumento de 1,2% do PIB e perda de apenas 340 mil postos de trabalho. Vale destacar que para cada 100 vagas de trabalho fechadas estima-se que 48 beneficiários abandonam o plano de saúde. No cenário econômico os indicadores sinalizam melhora, com perspectiva de redução da inflação para 6,9% em 2016 e 5,0% em 2017, convergindo para a meta estipulada pelo Comitê de Política Monetária (4,5%). Sendo assim, a perspectiva de retomada do crescimento econômico, mesmo que ainda tímida, influenciará positivamente o setor, apesar do resultado negativo esperado para o mercado de trabalho. Em milhões de beneficiários Estimado Gráfico 1 - Número de beneficiários de planos médico-hospitalares - previsão para 2016 e 2017 * Variação do PIB prevista para 2016 e 2017 (Banco Central do Brasil Boletim Focus 28/10/2016). base em informações da ANS e Boletim Focus do Banco Central do Brasil. 2,0% 3,5% -2,1% -2,2% 3,8% -0,1% 0,7% 2,4% 5,6% 49,4 50,4 49,4 2,6% 48,3 5,5% 44,9 46,0 47,8 48,3 48,6 5,6% 42,6 5,1% 41,5 39,3 37,2 35,4 3,2 4,0 7,5 6,1 5,1 3,9 3,0 1,9-0,1 1,2-0,1-3,8-3,3 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 set/16 2016e 2017e Nº de beneficiários - Planos Médico-Hospitalares Variação do PIB (em %),- Após alcançar a maior taxa de cobertura de planos médico-hospitalares já registrada em 2014, com 25,9% da população brasileira tendo acesso aos planos, foram apuradas sucessivas quedas e o indicador já acumula uma variação negativa de 1 ponto percentual nestes dois anos. Cenário Saúde. 7

Gráfico 2 - Taxa de cobertura de Planos Médico-Hospitalares (% da população) 24,4 25,2 25,9 25,7 24,9 base em informações da ANS. 23,4 23,8 set/10 set/11 set/12 set/13 set/14 set/15 set/16 A análise por tipo de contratação indica que nos últimos 12 meses os planos individuais registraram a maior perda, com retração de 3,3% ou -300 mil beneficiários, seguido pelos planos coletivos empresariais com 3,2% ou -1,1 milhão de beneficiários e coletivos por adesão com 1,5% o que equivale a -100 mil beneficiários. Com esse resultado o número de beneficiários nas contratações individual, coletivo empresarial e coletivo por adesão retornaram ao mesmo patamar de 2011 e 2013, respectivamente, indicando que os planos individuais foram os mais afetados até o momento. Gráfico 3 - Desempenho do mercado de planos médico-hospitalares por tipo de contratação Em milhões de beneficiários 9,3 9,5 9,7 9,8 9,9 1,1% (var. no período) -3,3% 9,8 9,4 Planos de contratação individual e familiar base em informações da ANS. set/10 set/11 set/12 set/13 set/14 set/15 set/16 8. Cenário Saúde

Gráfico 3 - Desempenho do mercado de planos médico-hospitalares por tipo de contratação Em milhões de beneficiários 26,9 28,5 30,4 32,2 33,3 19,4% (var. no período) -3,2% 33,2 32,1 Planos de contratação Coletivo empresarial base em informações da ANS. set/10 set/11 set/12 set/13 set/14 set/15 set/16 Gráfico 3 - Desempenho do mercado de planos médico-hospitalares por tipo de contratação Em milhões de beneficiários 7,0 6,6 6,6 6,5 6,7-7,1 (var. no período) -1,5% 6,6 6,5 Planos de contratação coletivo por adesão base em informações da ANS. set/10 set/11 set/12 set/13 set/14 set/15 set/16 As operadoras da modalidade de medicina de grupo mantiveram desempenho positivo, se posicionando na contramão do restante do mercado. O crescimento foi de 1,3% nos últimos 12 meses encerrados em setembro de 2016, enquanto todas as demais modalidades registraram queda: cooperativa médica (-5,9%), seguradora (-3,9%), autogestão (-5,3%) e filantropia (-6,7%). Cenário Saúde. 9

Tabela 1 -Desempenho do mercado de planos médico-hospitalares por modalidade de operadora número de beneficiários Período set/10 set/11 Autogestão 5.629.320 5.073.439 Cooperativa Médica 16.105.436 17.110.251 Filantropia 1.449.538 1.387.651 Medicina de Grupo 16.189.365 16.406.278 Seguradora 5.216.406 5.747.820 Total 44.590.065 45.725.439 set/12 5.154.009 17.738.803 1.390.851 16.683.928 6.369.054 47.336.735 base em informações da ANS. set/13 4.990.171 18.360.445 1.379.537 17.275.769 6.943.815 48.940.737 set/14 5.246.111 19.095.541 1.096.300 17.389.327 7.399.399 50.226.678 set/15 5.193.026 19.209.091 1.088.953 17.301.450 7.036.119 49.828.639 set/16 4.918.764 18.079.626 1.016.274 17.528.248 6.758.755 48.301.667 Var. acumulada -12,6% 12,3% -29,9% 8,3% 29,6% 8,3% Var. (12 meses) -5,3% -5,9% -6,7% 1,3% -3,9% -3,1% Desde março de 2015, quando o número de beneficiários de planos de saúde começou a cair, a participação de mercado das operadoras de medicina de grupo cresceu em todos os trimestres, totalizando uma variação positiva de 2,2 pontos percentuais, de 34,1% para 36,3%. Gráfico 4 - Participação de mercado das Operadoras da Modalidade de Medicina de Grupo 36,7% 36,3% base em informações da ANS. 34,1% mar jun set dez mar jun set dez mar jun set dez mar jun set dez mar jun set dez mar jun set dez mar jun set 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 10. Cenário Saúde

R$118,3bi É a receita total no 1º semestre de 2016 de contraprestações das operadoras de planos de saúde de cobertura médico-hospitalar e odontológica. Desempenho econômico-financeiro R$101,2bi Representa o resultado do avanço das despesas assistenciais. A receita total de contraprestações das operadoras de planos de saúde de cobertura médico-hospitalar e odontológica totalizou R$ 77,4 bi no 1 semestre de 2016, registrando crescimento de 12,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Por outro lado, as despesas assistenciais avançaram 13,2%, alcançando R$ 65,1 bi, e reduzindo o resultado operacional em 17,8% quando comparado ao mesmo período de 2015. Gráfico 5 - Receita de contraprestações, despesas assistenciais e resultado operacional Receita de contraprestações R$ 105,9 bi R$ 118,3 bi 11,7% base em informações da ANS. Despesa assistencial R$ 101,2 bi R$ 89,7 bi 12,8% Resultado Operacional R$ - 633 milhões R$ 80 milhões jan-set/16 jan-set/15 R$ Bilhões A sinistralidade mede a relação entre os gastos com assistência médicohospitalar (eventos cobertos) e a receita de contraprestações da operadora em um determinado período. Mantido o cenário atual, a expectativa é de que o setor encerre o ano de 2016 com crescimento de receita e despesa em torno de 9,4%, totalizando R$ 153,6 bi de receita de contraprestações e R$ 129,0 bi de despesas assistenciais. O índice de sinistralidade do setor de 85,5% no acumulado de 12 meses até setembro de 2016 se mantém em patamar elevado quando comparado ao histórico. A sinistralidade mede a relação entre os gastos com assistência médico-hospitalar (eventos cobertos) e a receita de contraprestações da operadora em um determinado período. Ou seja, de cada R$ 100,00 recebidos pela operadora, a título de mensalidade de plano, R$ 85,50 são utilizados para custear despesas médico-hospitalares do grupo de pessoas asseguradas. Cenário Saúde. 11

Gráfico 6 - Sinistralidade do setor 86,0% 85,0% 2016* - informação referente ao período de janeiro a setembro base em informações da ANS. 84,0% 83,0% 82,0% 81,0% 80,0% 79,0% 78,0% 77,0% 76,0% Sinistralidade do setor (2016*): 85,5% 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016* O desempenho positivo e constante registrado pelas operadoras de medicina de grupo, desde o início da crise, se deve, entre outros fatores, à migração de beneficiários em busca de preços mais competitivos. O ticket médio mensal de planos com cobertura médico-hospitalar cresceu 14,9% no 1 semestre de 2016 em relação ao mesmo período do ano anterior, passando de R$ 229,41 para R$ 263,60. A variação é menor do que o aumento de 17,9% do custo assistencial médio per capita, que passou de R$ 185,62 para R$ 217,51, e menor também do que a variação dos custos médico-hospitalares de 19,3% em dezembro de 2015, índice divulgado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (VCMH/IESS). Ou seja, o aumento médio das contraprestações não foi suficiente para recompor a elevação dos custos médicos. O desempenho positivo e constante registrado pelas operadoras de medicina de grupo, desde o início da crise, se deve, entre outros fatores, à migração de beneficiários em busca de preços mais competitivos. O ticket médio dessas operadoras de R$ 217,10, é competitivo quando comparado às demais modalidades de operadoras, sendo superior apenas ao registrado pelas operadoras filantrópicas. Além disso, o reajuste médio praticado pelas operadoras da modalidade de medicina de grupo (15,9%) foi inferior ao verificado nas autogestões (19,8%) e seguradoras (16,5%) e superior ao das cooperativas médicas (12,8%) e filantrópicas (12,7%). 12. Cenário Saúde

16,2% Gráfico 7 - Ticket médio por modalidade da Operadora 1 semestre de 2016 15,9% 12,8% 416,99 357,91 Média do mercado 19,8% 310,23 base em informações da ANS. 187,27 217,10 213,86 241,24 263,60 12,7% 169,91 191,55 259,03 Medicina de Grupo Cooperativa médica Seguradora Filantrópica Autogestão 1º semestre/15 1º semestre/16 O resultado líquido consolidado pelas operadoras de medicina de grupo no primeiro semestre de 2016 foi de R$ 371,3 milhões, valor consolidado menor do que o verificado no mesmo período do ano passado (R$ 535,0 milhões). O mais importante, porém, é destacarmos que a baixa margem líquida compromete a capacidade de investimento e inovação do setor, registrando índice de apenas 1,6% do faturamento total. A piora no resultado se deve ao aumento de 19,2% das despesas assistenciais, índice superior ao aumento da receita líquida (16,8%). Por outro lado, o aumento das despesas operacionais de 16,6% acompanhou o crescimento da receita líquida, impulsionado pelo aumento das despesas de comercialização (30,4%), o que é coerente com o esforço de venda das operadoras que vêm conseguindo aumentar o número de beneficiários cobertos. Quadro 1 - Desempenho financeiro das operadoras da Modalidade de Medicina de Grupo (em milhares de R$) + - Indicador Faturamento Deduções e Impostos 1ºsem/15 20.125.652 442.158 1ºsem/16 23.517.254 525.988 Var. (%) 16,9 19,9 base em informações do DIOPS (ANS). = - Receita Líquida Custos dos Produtos Vendidos 19.683.494 15.308.787 22.991.256 18.247.090 16,8 19,2 = Lucro Bruto 4.374.707 4.744.165 8,4 - Despesas Operacionais Líquidas 3.824.895 4.460.749 16,6 + Resultado Financeiro e Patrimonial 252.741 314.183 ----- = Resultado antes do IRPJ e CSLL 802.553 597.599 ----- = IRPJ e CSLL 267.462 226.268 ----- - Resultado Líquido 535.091 371.331 ----- Cenário Saúde. 13

02 Mercado de saúde suplementar Planos odontológicos 14. Cenário Saúde

Número de beneficiários e taxa de cobertura 02 Mercado de saúde suplementar Planos odontológicos O número de beneficiários em planos exclusivamente odontológicos cresceu 1,9% no terceiro trimestre, passando a oferecer cobertura para 410 mil novos beneficiários no período. A despeito da crise, nos últimos 12 meses o segmento registra aumento acumulado de 2,7%, o que indica o potencial de crescimento e aumento de adesão aos planos odontológicos. Desde o início da crise o segmento de planos odontológicos registrou decréscimo apenas no 1 trimestre de 2016, com queda de 1,3%, mesmo período em que o número de beneficiários em planos médicos também registrou a maior variação negativa (também de 1,3%). Registre-se que no 2 e 3 trimestre do ano, com crescimento de 1,5% e 1,9%, respectivamente, o segmento de planos odontológicos mais do que recuperou aquela queda. Quanto às perspectivas, estima-se que o setor encerre o ano com 22,3 milhões de beneficiários cobertos, registrando crescimento de 0,7% no último trimestre do ano e avanço de 2,7% no ano. 2,7% crescimento de beneficiários de planos odontológicos esperado para 2016 600mil novos beneficiários planos odontológicos Gráfico 8 - Número de beneficiários de planos exclusivamente odontológicos - 2005 a 2016 14,6% 11,2% 6,6% 4,9% 5,0% 2,0% Estimado 0,7% 9,5% 19,8% base em informações da ANS. 24,7% 20,7% 18,5% 6,2 7,3 9,2 11,1 13,3 14,5 16,6 18,5 19,7 20,7 21,7 22,2 22,5 22,3 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 set/16 2016e A taxa de cobertura de planos exclusivamente odontológicos aumeravelmente nos últimos anos, a uma razão de quase 0,5 ponto percentual por período, alcançando 11,4% da população em setembro de 2016. Cenário Saúde. 15

Gráfico 9 - Taxa de cobertura de Planos exclusivamente odontológicos (% da população) 7,3 8,5 9,4 9,9 10,5 11,1 11,4 base em informações da ANS. set/10 set/11 set/12 set/13 set/14 set/15 set/16 O crescimento de 2,7% nos últimos 12 meses é resultado do avanço de 3,2% nos planos coletivos empresariais e 2,5% nos planos individuais. Os planos coletivos por adesão registraram queda de 0,5% no mesmo período. Desde 2010, o total de beneficiários vinculados a contratos coletivos empresariais e individuais avançaram 83,0% e 64,1%, respectivamente. Gráfico 10 - Desempenho do mercado de planos odontológicos por tipo de contratação Planos de contratação individual Em milhões de beneficiários 2,3 2,9 3,3 3,3 3,5 64,1% (var. no período) 2,5% 3,7 3,8 base em informações da ANS. set/10 set/11 set/12 set/13 set/14 set/15 set/16 Gráfico 10 - Desempenho do mercado de planos odontológicos por tipo de contratação Planos de contratação coletivo empresarial 9,0 Em milhões de beneficiários 11,1 12,8 14,0 15,0 83,0% (var. no período) 3,2% 16,4 15,9 base em informações da ANS. set/10 set/11 set/12 set/13 set/14 set/15 set/16 16. Cenário Saúde

Gráfico 10 - Desempenho do mercado de planos odontológicos por tipo de contratação Planos de contratação coletivo por adesão Em milhões de beneficiários -20,8% (var. no período) 2,4 2,1-0,5% 2,0 1,8 1,7 1,9 1,9 base em informações da ANS. set/10 set/11 set/12 set/13 set/14 set/15 set/16 As operadoras da modalidade de medicina de grupo registraram forte crescimento nos últimos 12 meses, com um avanço de 33,7%, passando de 3,7 milhões para 4,9 milhões beneficiários. Por outro lado, as operadoras de odontologia de grupo tiveram queda expressiva, de 5,6% no mesmo período. Todavia, é importante ressaltar que este resultado foi influenciado pela transferência de beneficiários de uma grande operadora da modalidade de odontologia de grupo para empresa de medicina de grupo do mesmo conglomerado. Se desconsiderada essa migração, o número de beneficiários em operadoras de medicina de grupo e odontologia de grupo cresceria 11,2% e 0,7%, respectivamente. A participação de mercado por modalidade teve alteração importante, com aumento de 17,2% para 22,3% para as medicinas de grupo e queda de 61,5% para 56,5% para as odontologias de grupo. Vale acrescentar que o resultado positivo das medicinas de grupo pode indicar um melhor aproveitamento da base de beneficiários que já possui planos de cobertura médico-hospitalar. 12,5milhões -5,6% 33,7% Número de beneficiários em odontologias de grupo Variação do número de beneficiários em odontologias de grupo Crescimento de beneficiários em medicina de grupo Cenário Saúde. 17

Tabela 2 - Desempenho do mercado de planos odontológicos por modalidade da operadora Modalidade Autogestão Set/15 Set/16 Var (%) 91.943 91.186-0,8 Market Share % (set/15) 0,4 Market Share % (set/16) 0,4 Cooperativa Médica 388.700 410.309 5,6 1,8 1,9 base em informações da ANS. Filatrópica 108.369 103.868-4,2 0,5 0,5 Medicina de Grupo 3.702.440 4.949.641 33,7 17,2 22,3 Seguradora 834.388 872.225 4,5 3,9 3,9 Cooperativa Odontológica 3.184.682 3.203.875 0,6 14,8 14,5 Odontologia de Grupo 13.271.682 12.526.176-5,6 61,5 56,7 Total 21.581.865 22.157.280 2,7 100 100 Desempenho econômico-financeiro O faturamento total do mercado de planos odontológicos alcançou R$ 3,0 bilhões no período de janeiro a setembro de 2016. As odontologias de grupo concentram 59,3% deste valor. Em relação a 2015, as receitas do setor cresceram 7,9%, passando de R$ 2,8 bilhões para R$ 3,0 bilhões. Por modalidade de operadora, os avanços mais significativos foram registrados pelas operadoras da modalidade de medicina de grupo (32,8%) e, em menor escala, mas com crescimento importante, pelas cooperativas médicas (24,8%) e filantrópicas (20,5%). Vale destacar que como essas duas últimas têm menor participação de mercado, é possível que o aumento seja resultado de alguma ação pontual. 32,8% 24,8% 20,5% aumento do faturamento das operadoras de medicina de grupo aumento do faturamento das operadoras cooperativas médicas aumento do faturamento das operadoras filantrópicas 18. Cenário Saúde

Tabela 3 - Participação de mercado no total de receitas de contraprestações de planos exclusivamente odontológicos por modalidade Modalidade de Operadoras Medicina de Grupo Odontologia de Grupo Cooperativa Médica Receita de contraprestações (R$ milhões) jan-set/15 426,7 1.671,1 52,2 jan-set/16 567,3 1.761,7 65,0 Var. (%) 32,9% 5,4% 24,8% base em informações da ANS. Cooperativa Odontológica Autogestão 380,5 112,4 404,7 64,7 6,4% -42,4% Seguradora 120,1 116,8-2,8% Filantrópica 16,2 19,6 20,5% Total 2.779 3.000 7,9% 31,7% aumento do ticket médio das cooperativas médicas 19,05% aumento do ticket médio das filantropias O ticket médio mensal das cooperativas odontológicas apresentam valores inferiores às demais modalidades, com R$ 13,68, enquanto as autogestões registram os valores mais elevados, sendo mais de quatro vezes maior do que a média do mercado (R$ 15,08). O ticket médio do mercado aumentou 6,4% no primeiro semestre de 2016 em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse índice é inferior à inflação acumulada em 12 meses em junho deste ano (8,8%). Dentre as modalidades, as cooperativas médicas praticarão o maior reajuste médio no período (31,7%), seguido pelas operadoras filantrópicas (19,05%), medicinas de grupo (8,3%), odontologias de grupo (6,9%), cooperativas odontológicas (4,3) e autogestão (0,1%). As operadoras da modalidade seguradora, no seu consolidado, registraram redução no ticket médio da ordem de 4,7%, o que sinaliza busca por maior participação de mercado. 8,3% aumento do ticket médio das medicinas de grupo 6,9% aumento do ticket médio das odontologias de grupo O ticket médio do mercado aumentou 6,4% no primeiro semestre de 2016 em relação ao mesmo período do ano anterior. Cenário Saúde. 19

Gráfico 11 - Ticket médio mensal de planos odontológicos por modalidade Média Mercado 15,08 0,1% 71,33 71,37 base em informações da ANS. 8,3% 6,9% 14,05 14,2115,19 12,97 31,7% 18,52 14,06 19,5% 4,3% -4,7% 13,12 13,68 16,31 15,55 20,90 17,48 Medicina de Grupo Odontologia de médica Cooperativa médica Cooperativa Seguradora Filantrópica Autogestão Odontológica 1º semestre/15 1º semestre/16 No consolidado, as operadoras da modalidade de odontologia de grupo registraram queda no resultado líquido no primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano anterior, passando de R$ 171 milhões para R$ 138 milhões, e a margem líquida foi reduzida de 15,6% do faturamento para 11,9%. O resultado negativo foi influenciado pelo aumento das despesas assistenciais e operacionais de 13,4% e 14,1%, respectivamente, em ritmo superior ao avanço das receitas (5,9%). R$138milhões é o resultado líquido consolidado pelas operadoras da modalidade de odontologia de grupo no primeiro semestre de 2016 11,9% é a margem líquida registrada no período 14,1% é o aumento das despesas assistenciais no mesmo período 20. Cenário Saúde

Quadro 2 - Desempenho financeiro das operadoras de odontologia de grupo (em milhares de R$) + - Indicador Faturamento Deduções e Impostos 1ºsem/15 1.100.043-46.275 1ºsem/16 1.164.975-54.860 Var. (%) 5,9 18,6 base em informações do DIOPS (ANS). = - Receita Líquida Custos dos Produtos Vendidos 1.053.768 426.737 1.110.115 484.042 5,3 13,4 = Lucro Bruto 627.031 626.073 0,2 - Despesas Operacionais Líquidas 393.768 449.418 14,1 + Resultados Financeiro e Patrimonial 16.299 23.460 --- = Resultado antes do IRPJ e CSLL 249.561 200.115 --- - IRPJ e CSLL 78.319 61.891 --- = Resultado Líquido 171.242 138.224 --- O resultado negativo foi influenciado pelo aumento das despesas assistenciais e operacionais de 13,4% e 14,1%, respectivamente, em ritmo superior ao avanço dasreceitas (5,9%). Cenário Saúde. 21

03 Termômetro do mercado 22. Cenário Saúde

03 Termômetro do mercado Despesa anual das famílias brasileiras -2015 R$79,7bi em: medicamentos R$15,9bi consultas e exames R$7,8bi tratamentos dentários R$11,8bi outros gastos em saúde A retração do mercado de planos médico-hospitalares em um cenário de crise econômica com perda de emprego e renda deveria promover uma série de ajustes, como redução de preços, remodelagem de produtos e procura de novos nichos. Entretanto, a falta de flexibilidade sob o ponto de vista legal e regulatório dificulta a busca de novo ponto de equilíbrio, em especial por causa da rigidez na oferta de produtos diferenciados. De modo geral, as regras atuais permitem pouca variabilidade de produto, podendo haver diferenciação apenas por tipo de cobertura: ambulatorial, hospitalar ou ambulatorial e hospitalar (com ou sem obstetrícia e cobertura odontológica). Além do mais, mesmo a cobertura ambulatorial que em tese contemplaria apenas eventos ambulatoriais, deve cobrir atendimento de urgência e emergência hospitalar de até 12 horas de atendimento e terapias de alta complexidade. Sendo assim não há como haver grande mudança de preço para novos produtos em relação àqueles que já são comercializados, uma vez que, há pouca margem de manobra para remodelagem de produtos. Mas, se por um lado há barreiras para que o setor de saúde suplementar oferte produtos diferenciados, que se adequem tanto às necessidade de produtos e serviços quanto aos recursos disponíveis, por outro as próprias famílias passam a buscar soluções disponíveis no mercado. Segundo estimativas para 2015, calculadas a partir da Pesquisa de Orçamentos Familiares POF de 2008/2009, as famílias gastaram R$ 115 bilhões com medicamentos, consultas, exames e tratamentos dentários. O gasto mensal per capita com estes serviços supera R$ 165 por família e R$ 50 em termos per capita. Vale frisar que este acesso individual e sob demanda a produtos e serviços médicos não conta com a estrutura de proteção financeira de um plano de saúde, em que há um rateio das despesas entre o mútuo de beneficiários. Além disso, 74% dos brasileiros que não possuem plano de saúde gostariam de ter. E 45% dos entrevistados já tiveram plano de saúde e não tem mais por ter perdido o emprego ou por não ter condições financeiras de arcar com preço¹. Assim sendo, é certo que as ar famílias buscam constantemente novas opções para ter acesso a produtos e serviços de saúde no mercado. Cabe então à saúde suplementar a tarefa de adequar e viabilizar soluções diferenciadas que complementem a cesta de opções destes indivíduos e, para tanto, é preciso também rever as restrições legais e regulatórias que inviabilizam essas ações. 1- Fonte: Pesquisa IBOPE/IESS disponível no site: http://iess.org.br/?p=publicacoes&id=730&id_tipo=15. Cenário Saúde. 23

Gasto das famílias com medicamentos Famílias têm dificuldade para manter a saúde em foco, diante do alto custo com remédios, exames e tratamentos odontológicos. as famílias gastaram R$ 115bilhões com medicamentos, consultas, exames e tratamentos dentários em 2015 Gasto mensal per capita supera R$ 165 por família R$ 50 em termos per capita 24. Cenário Saúde

Tabela 4 Gastos com saúde: perfil de consumo das famílias brasileiras Tipo de despesa Despesa anual familiar com produtos e serviços de sáude (R$ de 2015) Gasto mensal por família (R$ de 2015) Gasto mensal per capita (R$ de 2015) base em informações da POF 2008/2009 (IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Remédios/ medicamentos Consultas e exames Consultas e Tratamento dentário 79.717.022.942,17 15.870.876.389,88 7.775.449.521,65 114,90 34,82 22,88 6,93 11,21 3,40 Outros gastos em saúde 11.796.498.176,88 17,00 5,15 Crise econômica e retração de mercado dificultam o equilíbrio dos planos médicos hospitalares Cabe então à saúde suplementar a tarefa de adequar e viabilizar soluções diferenciadas que complementem a cesta de opções destes indivíduos e, para tanto, é preciso também rever as restrições legais e regulatórias que inviabilizam essas ações. 74% Dos brasileiros que não possuem plano de saúde gostariam de ter. 45% Já tiveram plano de saúde mas por terem perdido o emprego não têm mais. 54% Não possuem plano de saúde por não terem condições financeiras Cenário Saúde. 25

04 Saúde em foco A desproporcionalidade das Multas aplicadas pela ANS 26. Cenário Saúde

A desproporcionalidade das Multas aplicadas pela ANS 04 Saúde em foco Os problemas relacionados às multas aplicadas pela ANS têm sido debatidos nos mais diversos fóruns, seja por conta de mudança regulatória, de aumento das autuações ou da desproporcionalidade de valores. Apesar de muita discussão, poucas mudanças puderam ser efetivamente observadas, sendo que a mais significativa se deu a partir da publicação da Resolução Normativa n 395, em vigor desde maio deste ano. O novo normativo na prática acelerou o processo sancionador e as cobranças, sem discutir, ao fim, se as autuações estão gerando resultados positivos sob a ótica setorial e se a dosimetria está adequada, uma vez que o processo atual é excessivamente punitivo. Sob a vigência deste novo regramento, o valor total de multas aplicadas até agosto já superou em 42% o registrado em todo o ano passado, sendo R$ 781,3 milhões até agosto de 2016 em detrimento de R$ 550,7 milhões em todo o ano de 2015. A perspectiva para este ano, é de que supere a barreira de R$ 1 bilhão em novas multas aplicadas, evidenciando um possível descasamento entre o valor da autuação, o dano relacionado às infrações e a capacidade de pagamento das operadoras. 42% Percentual de aumento do valor total de multas aplicadas até agosto R$781,3milhões Valor total de multas aplicadas até agosto de 2016 R$550,7milhões Valor total de multas aplicadas em todo o ano de 2015. Cenário Saúde. 27

781,3 Gráfico 12 - Quantidade e valor total de multas aplicadas 671,3 Valor médio cobrado por multa (2016) R$ 91.500 395,0 550,7 310,2 278,8 * Os valores de 2016 foram consultados junto a ANS no dia 23 de agosto de 2016. 7.787 249,3 3.252 2.462 3.132 205,1 170,1 2.427 2.086 4.851 6.429 8.543 base em informações da ANS. Anterior 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Valor total de multas aplicadas (em R$ milhões) Quantidade de multas 01 multa para cada 214.269 procedimentos realizados em 2015 Vale frisar que a quantidade de autuações é relativamente baixa, em torno de 6 mil em 2015 e 8,5 mil até agosto de 2016, em especial quando considerado o número de beneficiários, 48,3 milhões em setembro de 2016, e a quantidade de procedimentos realizados cobertos pelas Operadoras, 1,4 bilhão em 2015, ou seja, registra-se 1 (uma) multa para cada 214.269 procedimentos realizados Valor médio das multas aplicadas em 2016 R$ 91.500, uma multa equivale a: 384 mensalidades (valor médio de R$ 238,17) 1.255 consultas (valor médio de R$ 72,90) 2.716 exames (valor médio de R$ 33,70) Outra evidência do problema é a proximidade entre o valor total de multas aplicadas no ano e o resultado operacional do setor, indicando dificuldade para a saúde suplementar gerar recursos compatíveis com as autuações. Em 2016, por exemplo, o valor total de multas foi 27,5% maior do que o resultado operacional do setor apurado no 1 semestre. Situação semelhante já havia ocorrido em 2009, 2012 e 2014, sendo que nestes dois últimos anos o setor registrou resultado operacional negativo. 28. Cenário Saúde

Tabela 5 Histórico de multas vs. Resultado operacional do setor Período Valor Total multas aplicadas Resultado Operacional Setor Representatividade- Multas em relação ao resultado operacional do setor * Os valores de multas para 2016 foram consultados junto a ANS no dia 23 de agosto de 2016 e o resultado operacional é referente ao primeiro semestre do ano. 2009 2010 2011 310.183.238,99 249.334.522,75 278.826.358,63 252.500.414,00 1.565.301.646,00 757.175.728,00 122,8% 15,9% 36,8% base em informações da ANS. 2012 2013 205.101.706,02 170.137.861,87 1.121.062.608,00 1.210.632.924,00 --- 14,1% 2014 394.981.829,75 53.015.049,00 --- 2015 550.659.647,73 949.423.320,00 58,0% 2016* 781.329.480,54 612.977.708,00 127,5% R$3,6bi multas aplicadas pela ANS desde o início da regulação. R$3,0bi valor em discussão nas instâncias administrativas ou judiciais. O restante, equivalente a R$ 650 milhões, já foi pago. Do total de R$ 3,6 bilhões em multas aplicadas pela ANS desde o início da regulação, cerca de R$ 650 milhões foram pagos, restando ainda em discussão R$ 3,0 bilhões, seja em instância administrativa ou judicial. Além do mais, é preciso aguardar o julgamento dos eventuais recursos, para identificar quanto deste total é efetivamente devido. A situação não é exclusividade do setor de saúde, afetando também outros como o de telecomunicações, onde as autuações atingiram um patamar impraticável e diante de um elevado passivo, de diversas discussões judiciais e da dificuldade de fazer com que este montante ao fim beneficie o usuário, a ANATEL Agência Nacional de Telecomunicações publicou em 2013 a Resolução n 629/2013 que institui o Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta (TAC), possibilitando a troca de multas aplicadas por investimento em rede de prestação de serviços. Portanto, considerando os pontos ressaltados, é premente a revisão das regras que definem o valor das multas aplicadas, equilibrando a penalidade pecuniária com a realidade financeira do setor, bem como a discussão de ação semelhante a da ANATEL, revertendo o passivo de penalidades atual em ampliação dos investimentos e melhoria do atendimento, sempre com foco na atenção aos beneficiários. Do contrário, se nada for alterado, é possível que não haja margem suficiente para custear as sanções aplicadas, comprometendo a sustentabilidade de toda a cadeia de saúde do país. Cenário Saúde. 29

Cenário Saúde Análises setoriais do sistema de saúde suplementar no Brasil Levantamento de desempenho histórico Comparações internacionais Perspectivas de negócios Publicação do Sistema Abramge. Sinamge. Sinog Ano II. Nº 07. janeiro 2017 Acesse as publicações da Abramge disponíveis em nosso portal. www.abramge.com.br Abramge. Sinamge. Sinog

Cenário Saúde é uma publicação de circulação nacional produzida pelo Sistema Abramge Associação Brasileira de Planos de Saúde, Sinamge Sindicato Nacional das Empresas de Medicina de Grupo e Sinog Sindicato Nacional das Empresas de Odontologia de Grupo, destinada aos executivos e colaboradores das operadoras de planos médicos e odontológicos; associações e entidades de classe; autoridades e servidores federais, estaduais e municipais; prestadores e fornecedores de serviços médicos e odontológicos; hospitais; laboratórios farmacêuticos; laboratórios de imagem e análises clínicas; sindicatos de trabalhadores e patronais; órgãos e veículos de comunicação. Comitê Executivo Sistema Abramge/Sinamge/Sinog Reinaldo Camargo Scheibe - Presidente Abramge Cadri Massuda - Presidente do Sinamge Geraldo Almeida Lima - Presidente do Sinog Carlito Marques - Secretário Geral da Abramge Pedro Ramos - Diretor da Abramge Lício Cintra - Diretor do Sinamge Antonio Carlos Abbatepaolo - Diretor Executivo do Sistema Abramge Francisco Eduardo Wisneski - Superintendente do Sistema Abramge Expediente Economista chefe: Marcos Novais Jornalista responsável: Gustavo Sierra. Mtb 76.114 Coord. e Relações Públicas: Keiko Otsuka Mauro Projeto Gráfico: Circulado Design Estratégico A reprodução, total ou parcial desta publicação somente é permitida com a citação da fonte. Tiragem: 1.500 unidades Abramge. Sinamge. Sinog

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