DIAGNÓSTICO DE RESPONSABILIDADE AMBIENTAL NO PROCESSO DE EXECUÇÃO DE OBRAS DE EMPRESAS CONSTRUTORAS DE MICRO, PEQUENO E MÉDIO PORTE

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Transcrição:

DIAGNÓSTICO DE RESPONSABILIDADE AMBIENTAL NO PROCESSO DE EXECUÇÃO DE OBRAS DE EMPRESAS CONSTRUTORAS DE MICRO, PEQUENO E MÉDIO PORTE Mariana Bittencourt (UFSC) marianabittencourt.arq@gmail.com Antonio Edesio Jungles (UFSC) ecv1aej@ecv.ufsc.br A indústria da construção civil através de suas atividades e processos vem causando diversos impactos negativos ao meio ambiente, principalmente durante a etapa de execução de obras. Ao longo dos anos, congressos, conferências e publicaçõess científicas em todo o mundo vem se questionando esse processo de produção desbravador em busca de soluções que amenizem os efeitos dos canteiros de obras no meio ambiente. Dessa forma, foram surgindo metodologias para auxiliar as empresas construtoras na mensuração de seus impactos ambientais, e foram se estabelecendo normas de procedimentos e certificações ambientais. A série ISO 14000 surgiu com o objetivo de suprir a escassez de instrumentos gerenciais voltados às preocupações ambientais. promovendo desta forma a criação, a manutenção e a melhoria de um modelo de gestão ambiental. No entanto, apesar dos benefícios, muitas barreiras ainda existem na implantação de certificações, de gestão ambiental e de outras iniciativas ambientais por parte de empresas construtoras. O objetivo deste estudo é identificar o desempenho ambiental das empresas construtoras do subsetor edificações da grande Florianópolis - Santa Catarina - Brasil durante o processo de execução de obra. Um estudo foi realizado com 122 empresas construtoras catalogadas no CREA-SC e préclassificadas quanto ao porte. Mediante a aplicação de um questionário, as empresas foram classificadas quanto a adesão à um sistema de gestão ambiental, de boas práticas ambientais durante a execução de obra, à ISO 14001, e às certificações ambientais nas obras. Observou-se que somente 17,43% das empresas possuem um sistema de gestão ambiental (SGA) implementado em alguma obra, no entanto, das empresas que não possuem SGA implementado, 78,89% possuem alguma iniciativa ambiental implementada em atividades no canteiro de obras. Com relação à implementação de certificações, não foram encontradas empresas com a certificação ISO 14001, e somente 2,75% das empresas já aderiram à alguma outra certificação ambiental. Das empresas que implementam SGA em suas obras, 42,11% são de micro porte, 26,32 de pequeno porte, e 21,05% são de

médio porte. Das que não possuem SGA mas possuem outras iniciativas ambientais, encontrou-se um total de 23,94% empresas de micro porte, 33,80% de pequeno porte, e 35,21% de médio porte. Palavras-chaves: Empresas Construtoras, Impacto Ambiental, Sistema de Gestão Ambiental, ISO14001 2

1. Introdução A partir da Revolução Industrial o homem começou a alterar exponencialmente as características do meio que o cerca devido, principalmente, ao aumento de produção associado a uma maior demanda por bens e serviços motivados pelo aumento populacional (SEIFFERT, 2007). Nesse contexto, o processo de produção da construção civil se baseava na transformação do meio natural em meio construído, onde a proteção do meio ambiente era vista como antidesenvolvimentista (LIDDLE, 1994 apud JOHN, 2000). A natureza era vista como um meio de fornecimento ilimitado capaz de absorver infinitas quantidades de resíduos, onde apenas o tempo, o custo e a qualidade eram considerados. Este modelo de produção, foi denominado por Curwell e Cooper (1998) como modelo linear, onde bens são concebidos, construídos e utilizados, e após sua vida útil são depositados no meio ambiente. Os resultados deste modelo linear de produção vem se traduzindo de forma bastante negativa para o meio ambiente resultando em degradação ambiental dos ecossistemas, escassez de recursos naturais e aumento das emissões de agentes poluidores, o que torna claro a necessidade de uma reestruturação em várias esferas da sociedade rumo a um novo paradigma mais holístico, transdisciplinar e promotor da qualidade de vida e bem-estar. Os sinais mais significantes de mudanças se deram na década de 90, quando os setores industriais, inclusive o setor da construção civil, começaram a reconhecer os aspectos ambientais relacionados às suas atividades (HAAPIO; VIITANIEMI, 2008) e, pressionados por legislações ambientais e pressões do mercado, começaram a buscar soluções adequadas para a diminuição de seus efeitos negativos no meio ambiente. A Conferência das Nações para Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), também conhecida como Eco-92 ou Rio 92, teve papel fundamental pois contribuiu na criação da Agenda 21 on Sustainable Construction, no International Council for Research and Innovation in Building and Construction (CIB) - uma agenda ambiental direcionada para o setor da construção - e no surgimento das normas da série ISO 14000. Além disso, ao longo dos anos foram surgindo alguns sistemas de certificação com o intuito encorajar ações de redução de impacto ambiental na construção civil, como é o caso do Building Research Establishment Environmental Assessment Method (BREEAM), do Leadership in Energy and Environmental Design (LEED), do Comprehensive Assessment System for Building Environmental Efficiency (CASBEE), do Haute Qualité Environnementale (HQE) do GBTOOL, e do selo brasileiro AQUA. No entanto, mesmo com todas essas iniciativas verifica-se ainda grandes obstáculos por parte das empresas construtoras no Brasil em aderir à algumas práticas ambientais durante o processo de execução de obras, principalmente no que se refere à gestão adequada de recursos naturais e ao destino correto dos resíduos da construção (DEGANI, 2003). Este estudo tem como objetivo levantar e analisar dados das empresas de micro, pequeno e médio porte, do subsetor edificações da Grande, relacionados à boas práticas ambientais, como: adesão à sistemas de gestão ambiental, à ISO 14001, à certificações ambientais e às iniciativas ambientais. 2. Problemática da construção civil 3

O setor da indústria da construção civil vem gerando uma série de reflexos ambientais em todas as diferentes etapas do seu produto. Segundo dados do último relatório anual das Nações Unidas para o Meio ambiente (UNEP, 2010), o setor da construção civil é responsável por mais de um terço do consumo anual de recursos globais, incluindo 12% de consumo total de água potável, e gerador de quase 40% dos resíduos sólidos em todo o mundo. Degani (2003) e Andrade et al. (2001) apontam como impactos ambientais mais relevantes gerados pela construção civil no Brasil, a poluição resultante da geração de resíduos sólidos da construção - causados pelas perdas e desperdícios no canteiro de obras - e o esgotamento de recursos minerais decorrente do grande consumo de matéria prima devido às grandes dimensões de edificações, ao consumo excessivo da matéria prima e ao aumento da demanda por novos empreendimentos. Araújo (2009) ainda cita como impactos negativos os distúrbios relacionados a vizinhança, e nos meios físico, biótico e antrópico do lugar onde a construção é edificada. Devido a isso, a etapa de execução de obra deve ser o foco das empresas construtoras não só no exercício de suas responsabilidades econômicas e sociais, mas também, ambientais, por ser um momento em que grandes impactos são gerados. Para Chen et al (2005), as atividades nos canteiros de obras normalmente resultam em contaminação do solo e da água, geração de resíduos da construção e demolição, ruídos, poeira; emissão de resíduos perigosos e odores; e impactos diretos nas características do meio natural 3. Sistema de Gestão Ambiental A série ISO 14000 surgiu com o objetivo de suprir a escassez de instrumentos gerenciais voltados às preocupações ambientais promovendo desta forma a criação, a manutenção e a melhoria de um modelo de gestão ambiental. A norma NBR ISO 14001:1996 Sistemas de Gestão Ambiental (SGA): especificações e diretrizes para uso - define como SGA a parte do sistema de gestão global que inclui estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a política ambiental. O SGA possui como principais objetivos a prevenção e a minimização dos impactos ambientais em um processo como um todo, e além disso, fornece a orientação adequada para implementar e operacionalizar o compromisso das empresas no controle das questões ambientais (GEHLEN, 2009; DEGANI; CARDOSO, 2003). Os procedimentos necessários à gestão ambiental devem instituir a forma como a empresa irá identificar os reflexos ambientais a serem controlados, e de que maneira irá determinar aqueles que tenham ou possam vir a ter impacto significativo sobre o meio ambiente (DEGANI et. al, 2002). A implantação de um SGA em uma empresa traz diversos benefícios para o meio ambiente, e também, benefícios econômicos, operacionais e estratégicos para as empresas construtoras. a) Benefícios econômicos: redução de custos devido a diminuição de uso de materiais, redução de desperdícios de materiais, diminuição no consumo de energia e água, redução de riscos de cometer infrações regulamentares e legais, e redução de gastos com seguros; b) Benefícios operacionais: melhoria no gerenciamento de atuais e futuros riscos ambientais, melhoria nas condições de saúde no canteiro de obra, redução de acidentes envolvendo funcionários, e estímulo ao desenvolvimento e compartilhamento de soluções ambientais; 4

c) Benefícios estratégicos: diferenciação da empresa construtora perante ao mercado devido ao seu comprometimento com o meio ambiente e com o futuro, ênfase em atividades envolvendo prevenção e diminuição de ações corretivas, criação de cenário favorável para o estabelecimento de novas parcerias, melhoria na imagem da empresa construtora junto à órgãos regulamentadores, e maior atratividade e simpatia de usuários, clientes e órgãos regulamentadores. Todavia, Degani et. al (2002) ressaltam que [...] o sucesso da implantação de SGA em empresas construtoras depende do comprometimento da alta administração, da participação de seus funcionários, e inclusive do envolvimento dos seus fornecedores de insumos e de serviços. Além disso, existem alguns fatores que podem servir de incentivo para as empresas construtoras aderirem à práticas ambientalmente positivas, como: o desenvolvimento do setor da gestão ambiental, a tendência pelo incremento de exigências legais e regulamentares, a normalização, as pesquisas acadêmicas, o desenvolvimento e aplicação de métodos e ferramentas para avaliação e certificação ambiental, a busca por um maior diferencial competitivo, e resultados positivos provenientes da implementação de sistemas de gestão de qualidade nestas empresas (DEGANI; CARDOSO, 2003). As normas de qualidade, como ISO 9001 (gestão da qualidade), as série ISO 9000, bem como o PBQP-H (Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat), funcionam como agentes impulsionadores pois estimulam as empresas construtoras a avaliarem a qualidade dos processos no canteiro de obra, diminuindo perdas e retrabalhos, aumentando a qualidade e durabilidade; e consequentemente diminuindo a manutenção e os impactos ambientais (GEHLEN, 2009; BLUMENSCHEIN, 2006). Além disso, ressalta-se que uma empresa ao implementar uma norma de qualidade modifica e absorve conceitos tornando-a capaz de aderir a outras certificações (GEHLEN, 2009). A própria NBR ISO 14001:1996, prevê a integração de sistemas de gestão ambiental com outros sistemas de gestão, de forma a facilitar o alcance de seus objetivos ambientais e econômicos. 4. Gestão Ambiental em execução de obras Em um canteiro de obra, a implementação de um SGA deve ser acompanhada da elaboração do projeto de gestão ambiental com o intuito de avaliar os aspectos ambientais de todo o programa de execução da obra, para assim estabelecer as metas e os padrões de conduta a serem seguidos. A eficácia das soluções adotadas deve ser constantemente analisada, permitindo assim, o monitoramento contínuo, e com isso, a diminuição de impactos ambientais (GEHLEN, 2009; DEGANI et. al, 2002). Para a definição dos seus objetivos e metas, as empresas da construção civil devem considerar, além dos aspectos e impactos ambientais, as opções tecnológicas, as leis aplicáveis, seus requisitos financeiros, comerciais e operacionais, e a visão das partes interessadas (NBR ISO 14001:1996). Diversas são as ações ambientais que podem ser implementadas para reduzir os impactos ambientais, dentre elas destacam-se: a verificação da execução dos serviços no canteiro de obras, a separação de resíduos da obra, o estudo de prevenção à desmoronamento de taludes, o controle de geração de lama e poeira, o monitoramento das atividades no canteiro de obra, e a reciclagem de resíduos. Gangolells et al (2009), em seu estudo sobre impactos ambientais no processo construtivo de edificações, cita algumas outras ações ambientais referentes à geração de resíduos, ao consumo de água e energia, e à proliferação de poeira que podem ser incorporadas em algumas atividades dos canteiros de obras (ver Quadro 1). 5

Aspectos ambientais Geração de resíduos Consumo de água Consumo de energia Poeira Ações ambientais Redução de geração de resíduos; Reciclagem de resíduos; Reuso de resíduos. Estratégias de economia de água; Detecção de vazamentos de água. Uso de equipamentos mais eficientes energeticamente Manutenção de equipamentos Limpeza dos pneus dos caminhões; Limpeza no canteiro de obras; Utilização de capas impermeáveis nos caminhões que saem do canteiro carregados de materiais. Quadro 1 Aspectos ambientais no processo de execução de obras e planos de ação para melhorias (Adaptado de GANGOLELLS et al, 2009) Apesar de já existirem estudos acadêmicos relacionados ao tema, e já existirem metodologias de implementação de SGA, vários são os desafios a serem vencidos para a implementação de um SGA em um canteiro de obra. Degani e Cardoso (2003) apresentam como principal barreira a dificuldade em compilar dados em um canteiro de obra. Entretanto, Malmqvist (2002) cita, outros obstáculos significativos, como: dificuldade em disseminar informações, alvos ambientais incompatíveis aos benefícios financeiros, e inexperiência na tomada de decisões a favor do meio ambiente e em atenção às legislações e regulamentações, ou seja, muitas empresas querem seguir os padrões da ISO 14001 mas, no entanto, não encontraram uma maneira de implementar isso na empresa. Särkilahti (2001 apud DEGANI; CARDOSO, 2003) enfatiza a dificuldade de implantação de atividades de identificação de riscos e aspectos ambientais em cada empreendimento novo; e Ofori et al. (2002), a necessidade de reorganização na administração da empresa, os custos da contratação de consultoria ambiental e disponibilização de tempo para os treinamentos de funcionários devido à carência de pessoal qualificado e especializado. Além disso, a dificuldade de conquistar o envolvimento da alta administração da empresa sem dispor de métodos para quantificar as vantagens e a falta de forte fiscalização nas obras podem ser citados como fortes desafios a serem vencidos (DEGANI et al., 2002). 5. Objetivos 5.1 Objetivo Geral O objetivo deste artigo é analisar a responsabilidade ambiental em empresas construtoras do subsetor edificações de micro, pequeno e médio porte da Grande Florianópolis. 5.2 Objetivos Específicos Identificar as empresas construtoras da Grande Florianópolis do subsetor edificações catalogadas no CREA-SC; classificar as empresas construtoras com relação à adesão a sistemas de gestão ambiental, certificações ambientais, ISO 14001 e outras iniciativas ambientais; analisar a responsabilidade ambiental das empresas de micro, pequeno e médio porte. 6

6. Método 6.1 Levantamento das empresas construtoras Para a etapa de levantamento das empresas construtoras na Grande Florianópolis, foram utilizados dados coletados por Beatrice (2011) em sua recente pesquisa sobre a elaboração de um modelo para gestão de contratos de mão de obra sob o regime de empreitada em empresas construtoras qualificadas, em que as empresas foram classificadas quando ao porte, tipo de contrato e adesão junto ao Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H). Beatrice (2011) identificou primeiramente 816 empresas atuantes no ramo da engenharia, com registro no CREA-SC, em Florianópolis; e 646, em São José, no período entre novembro de 2010 a fevereiro de 2011. Após isso, delimitando-se as empresas do setor da construção civil encontrou-se 237 empresas em Florianópolis, e 53 empresas em São José, totalizando 290 empresas na Grande Florianópolis. No entanto, Beatrice (2011) delimitou a pesquisa em empresas construtoras do subsetor edificações, delimitando universo da pesquisa em 129 empresas na Grande Florianópolis. No entanto, ao atualizar-se as informações utilizando o catálogo do CREA-SC, verificou-se que 6 empresas haviam encerrado suas atividades, atualizando assim o universo de pesquisa para 122 empresas. De acordo com a classificação feita por Beatrice (2011), das 109 empresas construtoras, 32 (32,11%) empresas são de micro porte, 35 (29,36%) empresas são de pequeno porte, 34 (31,19%) empresas de médio porte, sendo que 8 (7,34%) empresas não responderam (ver Figura 1). A de Beatrice (2011) não identificou empresas de grande porte. Figura 1 Classificação das empresas com relação ao porte (Adaptado de BEATRICE, 2011) O porte da empresa poder ser determinado ou pela quantidade de funcionários (Serviço de Apoio a Micro e Pequena Empresa SEBRAE) ou pelo faturamento anual da empresa (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social BNDES). No entanto, no caso de Beatrice (2011), o que determinou o porte das empresas foi o faturamento anual da empresa. 6.2 Classificação das empresas quanto à responsabilidade ambiental 7

Para a realização desta etapa, foi realizado uma entrevista seguindo um roteiro de perguntas (ver Anexo) que foi realizado via contato telefônico com os diretores, engenheiros responsáveis, proprietários e gestores das empresas construtoras. Primeiramente foi realizado um roteiro com 10 perguntas, porém notou-se que alguns dos entrevistados se sentiam desconfortáveis com grande número de perguntas. Devido a isso, reduziu-se o número de perguntas do roteiro para 4, que classificaram as empresas quanto a adesão à SGAs, às iniciativas ambientais, como separação de resíduos sólidos da construção, controle de geração de resíduos, e reuso de materiais na obra; à ISO 14001, e às certificações ambientais, como LEED, AQUA, Sustentax, Procel Edifica e Selo Azul da Caixa. Das 122 empresas entrevistadas, 13 não quiseram participar da pesquisa alegando se sentirem inseguras ao passar esse tipo de informação via contato telefônico, restando então 109 empresas como universo de pesquisa. 6.3 Análise dos resultados Os resultados foram analisados levando em consideração as respostas das empresas construtoras na entrevista, bem quanto aos comentários realizados por diretores, engenheiros responsáveis, proprietários e gestores sobre suas respostas. Posteriormente, foram analisadas as respostas das empresas construtoras tomando em consideração o porte da empresa, bem como a revisão de literatura. 7. Resultados Os resultados da entrevista apontaram que apenas 19 (17,43%) empresas construtoras possuem um SGA implantado em alguma obra em sua empresa, e que 90 (82,57%) empresas construtoras não possuem SGA implantado em suas obras (ver Figura 2). Figura 2 Classificação das empresas com relação a adesão ao SGA em suas obras No entanto, das 90 empresas que não possuem SGA implementado em suas obras, 71 (78,89%) empresas possuem alguma iniciativa ambiental em suas obras, como por exemplo a separação de resíduos no canteiro de obra, o reaproveitamento de materiais na obra e sistema de controle de poeira proveniente da obra; e 19 (21,11%) empresas não possuem nenhum tipo de iniciativa (ver Figura 3). 8

Figura 3 Classificação das empresas com relação a adesão de iniciativas ambientais em suas obras Quanto à adesão à ISO 14001, não encontrou-se durante as entrevistas nenhuma empresa na grande Florianópolis que tenha aderido à certificação em algumas de suas obras. No entanto, ao questionar sobre a ISO 14001 muitas empresas comentaram que aderiram à normas de qualidade e desempenhavam seu papel ambiental segundo estas normas. Ao questionar as empresas construtoras sobre as certificações ambientais, encontraram-se somente 3 (2,75%) empresas construtoras que adotam alguma certificação ambiental em suas obras, sendo que 106 (97,25%) empresas não adotam e nunca adotaram em nenhuma de suas obras uma certificação ambiental (Figura 4). Observou-se, também, que estas empresas que não adotam nenhuma certificação ambiental, possuíam pouco ou nenhum conhecimento no assunto. Figura 4 Classificação das empresas quanto a adesão à uma certificação ambiental 9

Ao investigar-se o porte das empresas que implementam SGA em suas obras, encontrou-se que 8 (42,11%) empresas construtoras eram de micro porte, 5 (26,32%) empresas eram de pequeno porte, e 4 (21,05%) empresas eram de médio porte, sendo que 2 (10,53%) empresas construtoras não responderam à esta classificação (ver Figura 5). Figura 5 Classificação do porte das empresas que aderiram à um SGA Investigou-se também o porte das empresas que apesar de não terem um SGA implementado em suas obras possuem outros tipos de iniciativas ambientais em suas obras. Destas empresas, 17 (23,94%) eram empresas de micro porte, 24 (33,80%) eram empresas de pequeno porte, e 25 (35,21%) empresas eram de médio porte, sendo que 5 (7,04%) não responderam à esta classificação (ver Figura 6). Figura 6 Classificação do porte das empresas que possuem iniciativas ambientais em suas obras 8. Conclusões 10

Os diversos aspectos ambientais das atividades e processos da construção civil vem causando alterações ambientais nos meios físicos, bióticos e antrópicos, o que vem resultado em um aumento de discussões ambientais, e também, na necessidade de se adotar diferentes posturas relacionadas ao meio ambiente. Neste estudo, foram analisadas 109 empresas construtoras do subsetor edificações da Grande Florianópolis e desta análise pode-se afirmar que, no que se refere à implementação de SGA durante as execuções de obras, nota-se no geral que há um pequeno comprometimento ambiental por parte das empresas. Apesar de existir uma consciência ambiental por parte das empresas pesquisadas, ela não se mostra suficiente para adequar os canteiros de obras das empresas aos critérios e às exigências de certificações ambientais e da certificação ISO 14001. Com base nas afirmações das empresas, isso provavelmente ocorre devido à falta de fiscalização, pela dificuldade em mensurar os benefícios em função dos gastos financeiros e de tempo para se certificar um empreendimento, bem como falta de pressões externas e benefícios que as estimulem a aderir à certificações. Observaram-se em algumas empresas construtoras outros tipos de iniciativas ambientais presentes nas execuções de suas obras, como é o de ações ambientais como a separação de resíduos sólidos no canteiro de obras, o reuso de materiais na obra, o uso de estacas metálicas reutilizáveis, e o controle de poeira. No entanto, apesar de serem iniciativas ambientais que contribuem em muito para reduzir os impactos ambientais provenientes das atividades do canteiro de obras, ainda são iniciativas bastante isoladas e não padronizadas, e não necessariamente vão gerar mudanças na política ambiental interna da empresa. Parte destas iniciativas ocorrem devido às exigências de normas e regulamentos ambientais existentes. Inclusive, foi constatado que das empresas pesquisadas contratam o serviço de estudo ambiental com empresas consultoras o objetivo de realizar os estudos de impactos ambientais exigidos pelos órgãos regulamentares para a obtenção de licenças ambientais. Além disso, notou-se que os benefícios da adesão à sistemas de gestão de qualidade, como o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H) atua como estímulo para adoção de sistemas de gestão ambiental pois as empresas que obtiveram aumento na produtividade devido a implantação de normas de qualidade começaram aos poucos a aderirem à iniciativas ambientais para tornar suas produções mais limpas e enxutas. Os diretores e gestores ressaltaram sobre a dificuldade em realizar a gestão de resíduos em suas obras devido a falta de estrutura do município relacionado a coleta e deposição desses resíduos. Observou-se, no estudo a existência de uma responsabilidade ambiental tanto por parte das micro e pequenas empresas quanto por parte das empresas de médio porte. Convém ressaltar que vários são os motivos para as empresas de micro e pequeno porte aderirem à boas práticas ambientais, dentre elas podem ser citadas a necessidade de aceitação no mercado e de satisfazer o clientes; a facilidade em se obter financiamentos e redução de custos, e os incentivos governamentais. Referências ANDRADE, A. C.; SOUZA, U. E. L.; PALLIARI, J. C; AGOPYAN, V.. Estimativa da quantidade de entulho produzido em obras de construção de edifícios. In: Seminário Desenvolvimento Sustentável e a Reciclagem na Construção Civil, 4., 2001, São Paulo. Anais...São Paulo: IBRACON/CT-206, 2001. ARAÚJO, V. M.. Práticas recomendadas para a gestão mais sustentável no canteiro de obras. Dissertação (Mestrado em Engenharia) Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009. 11

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