29/08/2016. INDIGESTÕES GASOSAS Prof. Me. Diogo Gaubeur de Camargo

Documentos relacionados
Pós-Graduação em Veterinária Disciplina de Doenças Metabólicas Prof. Marcio Nunes Corrêa. METEORISMO RUMINAl. Apresentador: Maikel Alan Goulart

DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO

Sistema digestório de ruminantes

EXAME CLÍNICO DO SISTEMA DIGESTIVO DOS BOVINOS. Prof. Paulo Henrique Jorge da Cunha EV-UFG

INDIGESTÕES Marcio Nunes Corrêa e Elizabeth Schwegler

ABORDAGEM CIRÚRGICA DO SISTEMA DIGESTIVO EM RUMINANTES

Doenças do Sistema Digestório. Prof. Marcio Nunes Correa Dra. Beatriz Riet Correa Mestranda Tatiele Mumbach

DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO

DESLOCAMENTO DO ABOMASO. Marcio Nunes Cor rêa

Clínica de Ruminantes

29/08/2016. Sistema Digestório de Ruminates INDIGESTÕES ALIMENTARES.

Clínica Médica de Grandes Animais I

Clínica Médica de Grandes Animais I

Quem vence é o que melhor se adapta

Distúrbios digestivos em bovinos alimentados com dietas de altos teores de energia

Esofagograma. Esofagograma ESÔFAGO E ESTÔMAGO 07/03/2018. Preparo do animal: Profa. Dra. Juliana PeloiVides 07/03/2018.

UREIA NA ALIMENTAÇÃO DE RUMINANTES

27/09/2015. INDIGESTÕES MOTORAS Prof. Me. Diogo Gaubeur de Camargo RETICULOPERICARDITE TRAUMÁTICA

O segredo é a conciliação de recrias intensivas, com abates precoces e de alta taxa de ganho.

Regulação do ph ruminal e as consequências nutricionais do ph ácido Apresentador: Carlos Guerra e Mauri Mazurek Orientação: Bárbara Scherer

Metabolismo energético e digestão de amido em gado de leite: o que se sabe e que ferramentas podem melhorar o desempenho

Lembrando. Ácidos são quaisquer substâncias capazes de ceder H+ Exemplos: ácido clorídrico, ácido lático, ácido úrico

CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE Luís Fernando G. de Menezes

Escola: Nome: Turma: N.º: Data: / / FICHA DE TRABALHO 1. ventilação Pulmões sangue. oxigénio expiração hematose. respiração externa inspiração externa

Ciências Naturais, 6º Ano. Ciências Naturais, 6º Ano FICHA DE TRABALHO 1. Escola: Nome: Turma: N.º:

Anexo A do Decreto lei n.º 64/2000

Ruminantes. Ovinicultura e caprinicultura: Alimentação e Nutrição. Bovinos Ovinos Caprinos. Bufalos Girafas Veados Camelos Lamas

FÍGADO, BAÇO E ESTÔMAGO

EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DE ÓLEOS DE GIRASSOL E PEIXE NA FERMENTAÇÃO RUMINAL EM DIETAS DE ALTO CONCENTRADO EM OVELHAS

Animais Monogástricos. Digestão Monogástricos. Animais Monogástricos. Digestão Monogástricos 28/08/2012

Universidade Federal de Pelotas Programa de Pós-Graduação em Veterinária Disciplina de Doenças metabólicas DOENÇAS METABÓLICAS

GADO DE CORTE CONFINAMENTO

NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO DE BOVINOS DE CORTE EM SISTEMAS DE ILPF

Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão

O FUTURO DA RUTER O FUTURO DA NUTRIÇÃO RUMINAL EFICIENTE NUTRIÇÃO RUMINAL EFICIENTE

Fisiologia da Digestão

Tecnologia de Leite e derivados

Felipe Couto Uchoa Eng. Agr. M.Sc

ESTUDO DOS ALIMENTOS

Estágio Extracurricular - Suinocultura

Conservação de Forragens. Professora Augusta Romaniello

DESLOCAMENTO DO ABOMASO PARA O LADO DIREITO, NA RAÇA BOVINA DE LEITE - RELATO DE CASO CLÍNICO.

12/03/2018 GRANDES ANIMAIS

PROBLEMAS DE PATAS EM VACAS LEITEIRAS/NOVILHOS

Sistema Respiratório. Superior. Língua. Inferior

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE

APP: Human Body (Male) Sistemas Humanos. Prof. Leonardo F. Stahnke. Sistema Digestório

ENFERMAGEM DOENÇAS GASTROINTESTINAIS. Parte 2. Profª. Tatiane da Silva Campos

INDIGESTÃO VAGAL EM BOVINO SECUNDÁRIA A LEUCOSE ENZOÓTICA JUVENIL RELATO DE CASO


Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão

PATOLOGIA E CLÍNICA CIRÚRGICA

Unidade 6. Sistema respiratório. Planeta Terra 9.º ano. Adaptado por Ana Mafalda Torres

Biologia. Identidade dos Seres Vivos. Sistema Respiratório Humano. Prof.ª Daniele Duó

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA Pós-Graduação em Saúde Animal

Formadora: M.ª João Marques. Trabalho Realizado por: Andreia Sampaio Cristina Seixas Paula Fernandes Rosa Macedo Susana Santos

SISTEMA DIGESTÓRIO HUMANO. Profª.: Jucimara Rodrigues

EMERGÊNCIAS EM CAPRINOS E OVINOS. Profa Dra. Sara Vilar Dantas Simões Hospital Veterinário Universidade Federal da Paraíba

Metabolismo da Glicose. Glicose, metabolismo e enfermidades relacionadas. Metabolismo da Glicose. Prof. Me. Diogo Gaubeur de Camargo

Linfedema e outras sequelas físicas pós câncer da mama. Fisioterapeuta Dra. Mirella Dias

no capítulo anterior... Manejo do Neonato Prof. Me. Diogo Gaubeur de Camargo Introdução parto; Manejo parto; Manejo pré-parto; Manejo do Neonato.

COMPLICAÇÕES MAIS FREQUENTES DURANTE A SESSÃO DE HEMODIÁLISE

Escola de Veterinária da UFG Clínica Médica dos Grandes Animais Profa Maria Clorinda Soares Fioravanti

Uso de amilase exógena na nutrição de vacas em lactação: melhorando a utilização de nutrientes e desempenho animal. Marcos Neves Pereira

CITOLOGIA IV (UECE/ENEM) Profa Eduarda de Souza

Virginiamicina. Benefícios em sistemas confinados e a pasto. Pedro Terencio Phibro Animal Health

A respiração pode ser interpretada como: - processo de trocas gasosas entre o organismo e o meio.

BIOQUÍMICA DOS ALIMENTOS: AMIDO RESISTENTE E FIBRAS (aula 2) Patricia Cintra

Introdução. Definição e atuação dos ionóforos

Afecções do Sistema Digestório. AULA 02 EO Karin Bienemann

VANTAGENS E DESVANTAGENS DA PRODUÇÃO DE LEITE EM SISTEMAS PASTORIS

Tetania da. Lactação e das. Pastagens

O papel da suplementação na Pecuária Leiteira

CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS. voltar índice próximo CIÊNCIAS. Unidade º ANO» UNIDADE 1» CAPÍTULO 3

DISCIPLINA DE OTORRINOLARINOGOLOGIA UNESP- BOTUCATU

Tetania da. Lactação e das. Pastagens

COLORART IND. e COMERCIO LTDA.

SISTEMA TAMPÃO NOS ORGANISMOS ANIMAIS

CÓDIGO...: FISPQ-136 REVISÃO..: 02 F0LHA...: 1 / 5 DATA...: 07/2009 FICHA DE INFORMAÇÕES DE SEGURANÇA DE PRODUTO HEXAMETAFOSFATO DE SODIO

Mecanismo de ação das leveduras vivas no rumem

INTESTINO DELGADO E INTESTINO GROSSO

Palavras-chave: concentrado, ruminante funcional, volumoso

PROF. DIOGO MAYER FERNANDES CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA FACULDADES ANHANGUERA DOURADOS DISCIPLINA DE PATOLOGIA E CLÍNICA CIRÚRGICA I

Estenose funcional pilórica em vaca leiteira: relato de caso

2,38 b/cab. Nas condições de hoje para atender a demanda necessita de aumento em 710 milhões de cabeças no rebanho. 1,68 b/cab 2050.

A utilização da silagem de Milho na alimentação de ruminantes. Aspetos nutricionais

Nutrição, digestão e sistema digestório. Profª Janaina Q. B. Matsuo

AVALIAÇÃO MORFOLÓGICA E NUTRICIONAL NO DESEMPENHO PRODUTIVO DE VACAS DA RAÇA HOLANDÊS

Funções: Constituição: Distribuição nutrientes e oxigénio; Eliminação dióxido de carbono; Transporte hormonas; Manutenção temperatura corporal e ph;

EQUILIBRIO HIDRICO. Prof. Dr. Rodolfo C. Araujo Berber Médico Veterinário, MSc. PhD. UFMT-Sinop

PRÁTICA N o. 01 SOLUBILIDADE DE COMPOSTOS ORGÂNICOS

Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão

2 COMPOSIÇÃO E INFORMAÇÕES SOBRE OS INGREDIENTES

Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos NEUTROL

Apresentadores e Orientação

11/03/2018 INTRODUÇÃO A MICROBIOLOGIA DOS ALIMENTOS ASPECTOS HISTÓRICOS. INTRODUÇÃO A MICROBIOLOGIA DOS ALIMENTOS

HEMORRAGIAS. Não deve tentar retirar corpos estranhos dos ferimentos; Não deve aplicar substâncias como pó de café ou qualquer outro produto.

Transcrição:

3 4 5 6 7 Prof. Me. Diogo Gaubeur de Camargo Meteorismo, timpanite Emergência Distensão reticulorrumenal por acúmulo de gás livre/espuma Bov>ovi>cap * falha na eructação Classificação Timpanismo: primário e secundário Fatais: distensão extrema; Timpanismo primário Incidência aumentou. Etiologia Gás: dióxido de carbono e metano Bolhas se juntam e separam-se do conteúdo ruminal Etiologia Espuma abundante que penetra no cárdia Bolhas dispersas Gases retidos no interior da massa Invade omaso e abomaso Aumento anormal do conteúdo

Etiologia Fatores endógenos Individuais Fatores exógenos Alimentares 8 9 0 Fatores endógenos ou Individuais Estrutura e motilidade ruminal; Composição e quantidade de saliva Velocidade e grau de destruição física da saliva. Tampão com ph 8, 90 a 90 litros por dia Diminuição: fatores congênitos processos crônicos Fatores endógenos ou Individuais Fatores endógenos ou Individuais Efeito físico da saliva ph: estabilidade da espuma (ph 6,0) Animais provenientes de outras regiões Fatores Alimentares ou Exógenos Pastagens suculentas (leguminosas) Pastos jovens de gramíneas

3 4 5 6 Fatores Alimentares ou Exógenos Leguminosas Medicago sativa Período pré floral Ingestão das partes mais suculentas Leguminosas colonizadas (cloroplasto) Sedimentam no saco ventral do rúmen Espuma ultrapassa o cárdia Fatores Alimentares ou Exógenos Meteorismo por grãos Animais em confinamentos Pouco volumoso. Ração final com alto teor de grãos acidez!. Mudança na microbiota S. bovis Peptostreptococcus elsdenii Fatores Alimentares ou Exógenos Meteorismo por grãos Animais em confinamentos Pouco volumoso. Tipo de alimento produção de saliva 4,5 kg feno,5 kg saliva 4,5 kg concentrado 6, kg saliva. Componente volumoso é a alfafa TIMPANISMO GASOSO OU ÁRIO TIMPANISMO GASOSO OU ÁRIO

Etiologia Taxa de produção = taxa de fermentação. Falha de eructação. Excessiva produção de gás 7 8 9 TIMPANISMO GASOSO OU ÁRIO Etiologia Consumo de concentrados Produção de AGVs: ph 5,3 Ácido láctico: pobre absorção Inibição das concentrações Timpanismo de pequeno grau TIMPANISMO GASOSO OU ÁRIO Etiologia Hipocalcemia Reduz contrações cíclicas POR QUE O CÁRDIA FALHA????? Causa Acúmulo de espuma estável Falha para limpar o cárdia Exemplo Timpanismo espumoso (leguminosa e gramíneas) Decúbito; Sobrecarga do rúmen;

Obstrução do cárdia e orifício R.O. 0 3 POR QUE O CÁRDIA FALHA????? Causa Posicionamento anormal do cárdia Exemplo Deslocamento abomasal à esquerda, lesões granulomatosas... CAUSAS MAIS COMUNS DE OBSTRUÇÃO Localização Obstrução esofágica Obstrução do cárdia Causa Corpos estranhos, linfossarcoma tímico, neoplasias, tétano, enfartamento de linfonodos mediastinicos Papiloma, fibroma Patogenia Distensão: aumento da motilidade Fenômenos compressivos Compromete a hematose Redistribuição da volemia Isquemia de órgãos abdominais Congestão cranial e periférica

4 5 6 7 8 Sintomas Animal encontrado morto (corte) Minutos após retorno da pastagem Estágios iniciais: hipermotilidade Espumoso: sonda com espuma Gasoso: expulsão de grande quantidade de gás. Sintomas Timpanismo secundário: lento; Tentativa de expulsar o corpo estranho Saliva pela boca e narinas Timpanismo primário: rápido Distensão aparente 5 minutos após Sintomas Deforma a parte dorsal do flanco esquerdo (secundário) Fossa esquerda perde concavidade Sintomas Complicações Cabeça distendida, boca aberta Mucosas cianóticas, vasos superficiais salientes. GASOSO OU ESPUMOSO???? 9 GASOSO OU ESPUMOSO???? Sondagem Sonda passa fácil mas libera pouco ou nenhum gás Sonda não passa Sonda passa com dificuldade

Sonda passa fácil e libera grande quantidade de gás Causas Timpanismo espumoso; motilidade anormal Obstrução esofágica Compressão esofágica; posição anormal do cárdia Estase por alteração fermentativa; hipocalcemia; papiloma, fibroma; ruminite; reticulite; contrações fracas por sobrecarga 30 3 3 33 Tratamento Remoção do pasto problema e do corpo estranho; Grave distenção: ruminotomia Trocaterização; agente antiespumante Bastão à boca Tratamento Passagem de sonda Gasoso: êxito Espumoso: obstrução por espuma ph do suco ruminal (bicarbonato de sódio) 50 a 00 g Tratamento Membros anteriores elevados Substâncias antiespumantes Vegetal (óleo de linhaça, soja) Mineral (óleo mineral) Animal (óleo de manteiga, de baleia) Tratamento Surfactantes Polaxalene, silicone

Rápida ação, doses menores (44 mg/kg), tempo de atuação prolongado Monensina Fistula ruminal: estenose 34 35 Prognóstico Rapidez com que se instala o processo; Característica do mesmo Possibilidade de tratamento Espumoso Gasoso por inervação Prevenção Uso de agentes antiespumantes Beberagem individual; Bebedouros; Aplicação nos flancos Acesso limitado a pastagem; Aumento das partículas Pastoreio misto?