Número : ( ) : ROGÉRIO RODRIGUES DE PAULA E OUTRO (S) RELATÓRIO e VOTO

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Transcrição:

HABEAS CORPUS Número : 381454-49.2013.8.09.0000 (201393814549) Comarca Impetrante Paciente Relator : PALMEIRAS DE GOIÁS : ROGÉRIO RODRIGUES DE PAULA E OUTRO (S) : CLEITON DIVINO FERREIRA DA SILVA : DES. J. PAGANUCCI JR. RELATÓRIO e VOTO Trata-se de habeas corpus liberatório com pedido liminar impetrado pelos advogados ROGÉRIO RODRIGUES DE PAULA e GEORGE HIDASI, com amparo no art. 5º, inciso LXVIII, da Constituição Federal, e arts. 319 e incisos, 647 e 648, inciso I, do Código de Processo Penal, em benefício de CLEITON DIVINO FERREIRA DA SILVA, qualificado nos autos, apontando como autoridade coatora o Meritíssimo Juiz de Direito da Comarca de Palmeiras de Goiás. Narra o impetrante que o paciente foi preso em flagrante, no dia 04 de outubro de 2013, aproximadamente às 21h, pela suposta prática do crime de tráfico de entorpecentes, quando, na verdade, é apenas usuário de drogas, condição que ficou evidente por conta da pequena quantidade de cocaína apreendida (02 porções), tendo sido sua custódia convertida em preventiva e negado o pedido de revogação. Argumenta que a segregação provisória é desnecessária, pois o paciente é primário, com endereço fixo, atividade laboral lícita e família constituída, além de que estão ausentes os indícios mínimos de traficância e os requisitos autorizadores previstos no art. 312 do Código de Processo Penal. Verbera que o condutor procedimental no decreto constritivo apenas repetiu os termos da lei, entretanto, o fez com base em argumentos abstratos e

conjecturas, sem qualquer suporte fático concreto, deixando a decisão sub judice fragosamente desfundamentada e desmotivada, baseada somente em presunção. Pede a concessão da ordem, com a expedição de alvará de soltura, para que o paciente possa responder em liberdade a ação penal movida em seu desfavor. Juntou documentos de fls.18/42. Foram prestadas informações pela autoridade coatora (fls. 53/56). A Procuradoria-Geral de Justiça, por intermédio do Dr. José Fabiano Ito, opina pela denegação da ordem impetrada (fls. 59/68). É o relatório. Passo ao voto. Extrai-se, dos autos, que o paciente encontra-se sob o regime de custódia antecipada desde o dia 04 de outubro de 2013 em virtude de prisão em flagrante delito, que posteriormente foi convertida em preventiva e denegado o pedido de revogação, pela suposta prática da conduta descrita no artigo 33, caput, da Lei 11.343/06. 1. Da negativa de autoria: É consabido que por ser o habeas corpus ação mandamental de rito sumaríssimo, não se admite mergulho aprofundado em elementos de convicção, inviabilizando a deliberação sobre a condição de ser o paciente traficante de drogas ou não, o que deverá ser apreciado e decidido no curso da ação penal, para se evitar indevida incursão no mérito da prova. vejamos: Nesse sentido, é firme o posicionamento desta Corte de Justiça, HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS E ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA. NEGATIVA DE

AUTORIA. VIA INADEQUADA. NÃO CONHECIMENTO. 1- A via estreita do Habeas Corpus não comporta dilação probatória em relação à autoria do crime, uma vez que a presente ação constitucional é de rito célere e sumário. (...) ORDEM DENEGADA. (TJ/GO, 1ª Câmara Criminal, HC 445439-26.2012.8.09.0000, Relª. Desª. AVELIRDES ALMEIDA PINHEIRO DE LEMOS, DJe 1239 de 06/02/2013). 2. Da legalidade da custódia cautelar: A jurisprudência pátria tem proclamado que a segregação cautelar é medida de caráter excepcional, devendo ser imposta, ou mantida, apenas quando atendidas, mediante decisão judicial fundamentada (art. 93, IX, da Constituição Federal), as exigências da lei. Isso porque a liberdade, antes de sentença penal condenatória definitiva, é a regra, e o enclausuramento provisório, a exceção. No caso dos autos, ao proferir decisão convertendo o flagrante em preventiva, o julgador realçou a presença de condição autorizativa do art. 312 do Código de Processo Penal, ressaltando o risco, em concreto, de reiteração delitiva, que são motivos bastantes a demonstrar a real necessidade da custódia cautelar (fls. 25/29). Do mesmo modo, o condutor procedimental, ao analisar o pedido de revogação da prisão preventiva, fundamentou a necessidade de manutenção da custódia cautelar como garantia da ordem pública, salientando: (...) outro detalhe que clama relevo na conjuntural da liça é que o requerente, não obstante tecnicamente primário, já está envolvido em outros delitos (inclusive em outra comarca), daí porque sua vida pregressa, ao revés das considerações, não ostenta halo impoluto. E uma das finalidades desta medida excêntrica é justamente, extirpando o cidadão do seio social durante o trâmite dos autos, evitar que o mesmo volte a delinquir pelo transpor da respectiva marcha, cousa aqui incidente de modus inquestionável.(...). (fls. 36/42). Dessa forma, vê-se que no decreto de prisão e no ato denegatório da liberdade, nenhuma falha há. O posicionamento dos tribunais é de que a reiteração

delitiva serve como fundamento à imposição de prisão cautelar para se evitar a repetição do ilícito com o fim de resguardar a ordem pública e proteger a sociedade do comércio de entorpecentes, fundamento revestido de validade, por se pautar em elementos concretos emergentes dos autos. É que a prática reiterada de infrações penais por parte do paciente demonstra seu total desleixo pelas normas de conduta e por isso merece tratamento mais rigoroso para evitar a repetição do ilícito e resguardar a sociedade do comércio de entorpecentes e zelar pela credibilidade do Poder Judiciário. Os pronunciamentos jurisdicionais realçaram a possibilidade de reiteração criminosa como motivação fundamental da prisão, argumento que o Supremo Tribunal Federal disse ser idôneo à manutenção da custódia, como se pode ver na ementa do acórdão proferido pela Ministra Rosa Weber ao julgar o HC 104502 / MG, in verbis: HABEAS CORPUS. SUBSTITUTIVO DO RECURSO CONSTITUCIONAL. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. LIBERDADE PROVISÓRIA NO CRIME DE TRÁFICO DE DROGAS. PRESSUPOSTOS E FUNDAMENTOS DA PRISÃO PREVENTIVA. RISCO DE REITERAÇÃO DELITIVA E À ORDEM PÚBLICA. DECISÃO FUNDAMENTADA. 1. Omissis 3. Se as circunstâncias concretas da prática do crime indicam o envolvimento significativo do agente com o tráfico de drogas e, por conseguinte, a periculosidade e o risco de reiteração delitiva, está justificada decretação ou a manutenção da prisão cautelar para resguardar a ordem pública, desde que igualmente presentes boas provas da materialidade e da autoria. 4. O efeito disruptivo e desagregador do tráfico de drogas, este associado a um mundo de violência, desespero e morte para as suas vítimas e para as comunidades afetadas, justifica tratamento jurídico mais rigoroso em relação aos agentes por eles responsáveis a refletir na análise dos casos concretos. 5. Habeas corpus extinto sem resolução do mérito. (DJe 232 de 13/11/2012). Sobre o tema ordem pública, a doutrina de Julio Fabbrini Mirabete, em Código de Processo Penal Interpretado, 2009, 7ª e., p. 690:

O conceito de ordem pública não se limita a prevenir a reprodução de fatos criminosos, mas também a acautelar o meio social e a própria credibilidade da justiça em face da gravidade do crime e de sua repercussão. A conveniência da medida deve ser regulada pela sensibilidade do Juiz à reação do meio ambiente à prática delituosa. Embora seja certo que a gravidade do delito, por si, não basta para a decretação da custódia, a forma e execução do crime, a conduta do acusado, antes e depois do ilícito, e outras circunstâncias podem provocar imensa repercussão e clamor público, abalando a própria garantia da ordem pública, impondo-se a medida como garantia do próprio prestígio e segurança da atividade jurisdicional. A simples repercussão do fato, porém, sem outras consequências, não se constitui em motivo suficiente para a decretação da custódia, mas está ela justificada se o acusado é dotado de periculosidade, na perseverança da prática delituosa, ou quando denuncia prática do crime perversão, malvadez, cupidez e insensibilidade moral. No mesmo sentido, jurisprudência da Corte, in verbis: HABEAS CORPUS. LIBERDADE PROVISÓRIA. DESCUMPRIMENTO DAS CONDIÇÕES IMPOSTAS. PRISÃO PREVENTIVA. NECESSIDADE. EXCESSO DE PRAZO. INEXISTÊNCIA. 1) Omissis. 2) Ademais, a necessidade de encarceramento cautelar do paciente, como garantia da ordem pública, restou demonstrada à vista de sua periculosidade, evidenciada pela suposta reiteração de prática delituosa, posto que preso em flagrante, em comarca diversa, pela suposta prática de crime mais grave. 3) Omissis. 4) Ordem denegada. (TJ/GO, HC 332067-02.2012.8.09.0000, Relª. Drª. Lília Mônica. C. B. Escher, DJe 1235 de 31/01/2013). HABEAS CORPUS. (...) A decisão que, além de fazer referência aos indícios de autoria e de materialidade, noticia recente reiteração de prática criminosa por parte do paciente, é idônea para legitimar a manutenção da custódia, porque demonstra a necessidade de se resguardar a ordem pública sob a ótica subjetiva, em face da periculosidade do agente. ORDEM DENEGADA. (TJGO, HABEAS CORPUS 512857-15.2011.8.09.0000, Rel. DES. ITANEY

FRANCISCO CAMPOS, 1ª CÂMARA CRIMINAL, julgado em 23/02/2012, DJe 1028 de 21/03/2012). E do Superior Tribunal de Justiça: HABEAS CORPUS. ( ) VALIDADE. PRISÃO PREVENTIVA. FUNDAMENTOS. FUGA DO DISTRITO DA CULPA. CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO CRIMINAL E APLICAÇÃO DA LEI PENAL. REITERAÇÃO CRIMINOSA. RISCO CONCRETO. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. MANIFESTO CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO EVIDENCIADO. Omissis. A reiteração criminosa constitui motivação idônea a ensejar a prisão preventiva para o bem da ordem pública. 7. Habeas corpus não conhecido. (6ª Turma, HC 238577/SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Dje de 18/12/2012). Dessa forma, não é ausente de fundamentação a decisão que mantém a custódia antecipada, oriunda de prisão em flagrante delito convertida em preventiva, se efetuada nos limites da lei e o julgador de origem, ao proferir a manifestação, baseado em circunstância fática, indica a presença de condição autorizativa para a decretação da prisão preventiva, a teor do artigo 312 do Código de Processo Penal. 3- Dos predicados pessoais: Por outra curva, sabe-se que os predicados pessoais, se existentes, por si sós, não garantem a restituição da liberdade, mormente porque devidamente fundamentada a necessidade da prisão. Posicionamento já pacificado nesta Corte de Justiça, in verbis: HABEAS CORPUS. AMEAÇA. CRIME PRATICADO CONTRA MULHER NO ÂMBITO DOMÉSTICO E FAMILIAR. LEI MARIA DA PENHA. DESCUMPRIMENTO DE MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA. PRISÃO PREVENTIVA. FUNDAMENTAÇÃO. I Omissis. PREDICADOS PESSOAIS. INSUFICIENTES. II - Os bons atributos pessoais não são suficientes para a concessão da liberdade se

presentes os requisitos da custódia cautelar. ORDEM CONHECIDA E DENEGADA. (TJ/GO, 1ª Câmara Criminal, HC 321913-22.2012.8.09.0000, Relª. Desª. Avelirdes Almeida Pinheiro de Lemos, julgado em 16/10/2012, DJe 1193 de 28/11/2012). Justiça, conheço do pedido e denego a ordem. Diante do exposto, acolhendo o parecer da Procuradoria-Geral de Goiânia, 03 de dezembro de 2013. DES. J. PAGANUCCI JR. RELATOR

HABEAS CORPUS Número : 381454-49.2013.8.09.0000 (201393814549) Comarca Impetrante Paciente Relator : PALMEIRAS DE GOIÁS : ROGÉRIO RODRIGUES DE PAULA E OUTRO (S) : CLEITON DIVINO FERREIRA DA SILVA : DES. J. PAGANUCCI JR. EMENTA HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. NEGATIVA DE AUTORIA. PRISÃO PREVENTIVA DECRETADA. REITERAÇÃO DELITIVA. FUNDAMENTO IDÔNEO. PREDICADOS PESSOAIS. 1- Incomportável em sede de habeas corpus a discussão sobre a tese de negativa de autoria, por dizer respeito ao mérito da ação penal e exigir dilação probatória. 2- Não merece alteração o pronunciamento jurisdicional que, analisando os elementos dos autos, converte a prisão em flagrante em preventiva e indefere o pedido de sua revogação, tendo em conta a presença dos requisitos do artigo 312 do CPP, especialmente a garantia da ordem pública, em razão da reiteração criminosa. 3- Os predicados pessoais, se existentes, por si sós, não sevem para elidir decreto de prisão devidamente fundamentado. 4- Ordem denegada. ACÓRDÃO Vistos e relatados os presentes autos, acordam os componentes do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, pela Primeira Câmara Criminal, por unanimidade de votos, acolhido o parecer Ministerial, em conhecer do pedido e denegar

a ordem impetrada, nos termos do voto do Relator, proferido na Assentada do Julgamento. Votaram, além do Relator, o Doutor Silvio José Rabuske, em substituição à Desembargadora Avelirdes Almeida Pinheiro de Lemos, o Desembargador Nicomedes Domingos Borges, o Desembargador Itaney Francisco Campos e o Desembargador Ivo Favaro, que presidiu a sessão. Procurador de Justiça. Presente ao julgamento o Doutor Nilo Mendes Guimarães, digno Goiânia, 03 de dezembro de 2013. DES. J. PAGANUCCI JR. RELATOR ANS/2013