O ENFERMEIRO PERANTE A HIPERTENSÃO GESTACIONAL EDIÇÃO ESPECIAL I Fórum de Enfermagem: Assistência ao Parto Humanizado Alana Moreira da Silva (1), Lucas Benedito Fogaça Rabito (1), Marcella Correia Vaz (1), Mikaelly Hayana Laporte dos Santos (1), Luciana Correia Vaz (1), Eliete dos Reis Carvalho (2), Faculdade Integrado de Campo Mourão Pr. (1) Acadêmico do curso de enfermagem da Faculdade Integrado de Campo Mourão. Lucas Benedito Fogaça Rabito, tel.(44)9704-6096, Campina da Lagoa, Vereador Benedito Paulino de Almeida, CEP 87345-000, lucas_rabito@outlook.com. (2) Enfermeira. Docente do curso de enfermagem na Faculdade Integrado de Campo Mourão-Pr. RESUMO O presente estudo, realizado por meio de uma revisão de literatura, teve como objetivo analisar a importância dos cuidados de enfermagem durante a gravidez. A hipertensão acomete grande parte das gestantes, porém, é controlável, por isso o enfermeiro tem papel fundamental no cuidado relacionado a essa questão. No desenvolvimento do texto, foram estudados e analisados dois temas centrais: o primeiro tema foi a hipertensão gestacional, no qual discutimos que a hipertensão pode causar a morte materna principalmente na préeclâmpsia e na eclampsia, mas também pode ser prevenida se diagnosticada no início; já no segundo tema foram abordados os cuidados de enfermagem, demonstrando como deve ser feita a assistência ao paciente com hipertensão gestacional, levando as melhores soluções para a gestante, o bebê e a família. Portanto, é preciso que toda gestante tenha acesso facilitado e integral e que receba um atendimento por profissionais capacitados, que devem prestar uma assistência qualificada e humana e que respeitem sua individualidade, na busca da redução da mortalidade materno-infantil. PALAVRAS-CHAVE: cuidados de enfermagem; gravidez; hipertensão gestacional. NURSES BEFORE GESTATIONAL HYPERTENSION ABSTRACT This study, performed by means of a literature review, aimed at analyzing the importance of nursing care during pregnancy. Hypertension affects a large number of pregnant women, however, it is manageable, and that is why nurses have a fundamental role in care related to this matter. In the development of this text, two central themes were analyzed and studied: the first was gestational hypertension, in which we discussed that hypertension can cause maternal death especially in preeclampsia and eclampsia, but it can also be prevented if diagnosed at the beginning; on the second theme, the nursing care was approached, demonstrating how the assistance to the patient with gestational hypertension must be done, taking the best solutions to the pregnant woman, the baby and the family. Therefore, every pregnant woman needs to have facilitated and full access and to receive care from capacitated professionals, which must assist in a manner that is qualified and humane, and that respects their individuality, all that seeking a reduction in the mortality of mothers and children. KEYWORDS: nursing care; pregnancy; gestational hypertension.
23 INTRODUÇÃO A gestação é considerada um fenômeno natural e fisiológico da mulher, e esse fenômeno pode trazer graves riscos tanto para mãe quanto para o bebê. Um dos maiores riscos que a gestante corre é a hipertensão arterial, conhecida como doença hipertensiva especifica da gestação (DHEG), a qual pode ser desenvolvida antes ou durante a gestação. Essa doença pode acarretar o amadurecimento precoce da placenta levando o feto à morte (1). Esses distúrbios hipertensivos são as complicações mais comuns nas gestantes. Vários fatores concorrem para o desenvolvimento da DHEG com maior incidência quando presente em situações como diabetes, que complica no período gestacional, dentre outros. Nesse sentido, o enfermeiro tem que estar preparado para explicar à gestante as modificações físicas e psicológicas que ocorrem durante a gestação, para que as mulheres e as famílias saibam os sinais e os sintomas que sinalizam algum tipo de risco (2). O presente trabalho tem como justificativa buscar o conhecimento sobre a hipertensão gestacional e os cuidados de enfermagem. Nesse sentido, o objetivo do estudo foi descrever e analisar a importância dos cuidados de enfermagem que devem ser prestados às mulheres com hipertensão gestacional, os quais visam o diagnóstico precoce e a identificação de possíveis complicações. 2 MATERIAL E MÉTODOS O estudo foi realizado através de pesquisa bibliográfica, na qual se revisa e verifica a relevância do tema, buscando variações do conhecimento de alguns autores e artigos sobre a hipertensão gestacional bem como conhecimento dos cuidados de enfermagem tanto no pré-natal quanto durante a gestação da paciente com hipertensão gestacional. Foram utilizadas as bases de dados eletrônicas do Ministério da Saúde, BIREME, LILACS e SCIELO. Os artigos foram selecionados inicialmente por integrarem o período delimitado de 2010 a 2016, critério que resultou em cinco artigos e um caderno de atenção ao pré- natal. Em seguida, analisou-se o título e resumo, posteriormente, aqueles que falavam sobre hipertensão gestacional, sendo citados apenas aqueles mais relacionados aos objetivos do presente trabalho. 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
24 O termo hipertensão na gravidez define a circunstância em que ocorre elevação da pressão arterial durante a gestação, ou nas primeiras 24 horas após o parto, sem outros sinais de pré-eclâmpsia ou hipertensão pré-existente (3). A Doença Hipertensiva Específica da Gestação (DHEG) é um grave problema de saúde publica que atinge milhões de mulheres, sendo que na fase inicial a doença é assintomática, justamente quando o problema não é tratado ou a gravidez não é interrompida, e evolui para um quadro mais grave, conhecido como eclampsia. A síndrome de HELLP é a complicação da pré-eclâmpsia que pode causar lesões no fígado, problemas de coagulação e hemólise e isso faz com que o número de hemorragias seja maior (4). A DHEG é uma das doenças que acomete as mulheres no período gestacional e ela pode se dar de quatro formas diferentes: Hipertensão crônica preexistente, Préeclâmpsia, Pré-eclâmpsia superposta à hipertensão crônica e Hipertensão gestacional. A hipertensão é considerada pré-existente se for identificada antes da vigésima semanas de gestação, isso quer dizer que a gestante era hipertensa antes e não sabia. Embora a prevenção ainda não seja conhecida amplamente e os medicamentos para controlar a pressão são contraditórios na gravidez, sabe-se que o diagnóstico precoce da DHEG e suporte de saúde qualificado são o melhor prognóstico (3). O atendimento pré-natal e puerperal desempenha importante papel no controle das intercorrências e no cuidado efetivo da DHEG. Algumas características clínicas aumentam as chances das gestantes desenvolverem a DHEG, tais como a primeira gravidez, gestante com sobrepeso, gestantes de etnia negra, gravides gemelar, gestante com mais de 35 anos, gravidez durante a adolescência, histórico familiar ou pessoal de pré-eclâmpsia e entre outros (1). É papel do enfermeiro fazer intervenções a nível primário, secundário e terciário, para assim poder prevenir a hipertensão durante a gravidez, ou detectando sinais e sintomas que indiquem o diagnóstico precoce durante o pré-natal, assim, encaminhando e estratificando a gestante para o alto risco, de modo a iniciar o mais breve possível um tratamento rápido e eficaz, prevenindo complicações futuras. Conforme o ministério da saúde, o atendimento do pré-natal é o caminho mais seguro que as gestantes e os profissionais da saúde possuem para a consolidação de uma gestação livre de riscos e intercorrências (5).
25 Os cuidados de enfermagem que devem ser prestados a gestante são inúmeros. Entre eles, a identificação do nível de ansiedade, aferição da pressão arterial e promoção do repouso. O enfermeiro também deve verificar, avaliar e estabilizar, antes do parto, o quadro clinico materno e bem estar fetal (6). Como se pode perceber, a enfermagem tem papel importante e fundamental na prevenção e controle de sintomas que podem acometer a mulher no período gravídico, podendo contribuir no acompanhamento dessas gestantes dentro de uma equipe multidisciplinar e consequentemente, alcançar o equilíbrio e o bem-estar materno e fetal (5). 4 CONCLUSÃO A hipertensão gestacional é uma doença que pode levar a morte tanto da mãe como do bebê, por isso deve ser diagnóstica no começo para melhores resultados futuros. Os distúrbios hipertensivos, embora controláveis e evitáveis, são uma das doenças que mais matam no Brasil. Com relação aos grandes números de gestantes, observa-se a necessidade de estudar esse novo contexto, em que está inserida a hipertensão gestacional, com a finalidade de fornecer conteúdos e informações, aderindo a medidas efetivas que visem à formação de um profissional capacitado e qualificado, sendo preciso que toda gestante tenha acesso facilitado e integral e que receba um atendimento por profissionais capacitados, que devem prestar uma assistência qualificada e humana e que respeite sua individualidade e necessidades, na busca da redução da mortalidade materno-infantil. REFERÊNCIAS (1) SILVA, E.F. et al. Percepções de um grupo de mulheres sobre a doença hipertensiva específica da gestação. Revista gaúcha enfermagem. Porto Alegre, v. 32, n. 2, p. 316-322, jun. 2011. (2) SOUSA, F.S.T. RODRIGUES, J.A.A. DUARTE, K.S.M. Hipertensão na gravidez: importância dos cuidados de enfermagem no período pré natal. 2013. 73 f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação)-Escola superior de saúde, Universidade do Mindelo, Mindelo-Cabo Verde, 2013. (3) BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Estado da Saúde. Departamento de Atenção Básica. Caderno de atenção ao pré-natal. Mãe paranaense Paraná. Brasília, DF, Editora do Ministério da Saúde, 2016.
26 (4) HERCULANO M.M.S. et al. Aplicação do processo de enfermagem a paciente com hipertensão gestacional fundamentada em orem. Rev. Rene, Fortaleza, v. 12, n. 2, p. 401-408, abr./ /jan. 2011 (5) LOPES G.T. et al. Hipertensão gestacional e síndrome HELLP: ênfase nos cuidados de enfermagem. Revista Augustus. Rio de Janeiro, v. 18, n. 36, p. 77-89, jul./dez. 2013. (6) SAMPAIO T.A.F. et al. Cuidados de enfermagem prestados a mulheres com hipertensão gestacional e pré-eclâmpsia. Revista saúde e física e mental UNIABE, v. 2, n. 1, p. 36-45, jan./jul.2013. Enviado: 02/11/2016 Aceito: 11/11/2016