Análise Experimental (Aulas: Encadeamento de Estímulos) Bárnabus, La Rata Con Educación Universitária



Documentos relacionados
RELATÓRIO DE ANÁLISE DO COMPORTAMENTO

Simulado OBM Nível 2

Exercícios Resolvidos sobre probabilidade total e Teorema de Bayes

Soluções Nível 1 5 a e 6 a séries (6º e 7º anos) do Ensino Fundamental

2. ALGORITMOS. Unesp Campus de Guaratinguetá. Curso de Programação Computadores Prof. Aníbal Tavares Profa. Cassilda Ribeiro

SNIFFY, O RATO VIRTUAL

O céu. Aquela semana tinha sido uma trabalheira!

AV2 - MA (a) De quantos modos diferentes posso empilhá-los de modo que todos os CDs de rock fiquem juntos?

5 Equacionando os problemas

ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA (IDEB): METAS INTERMEDIÁRIAS PARA A SUA TRAJETÓRIA NO BRASIL, ESTADOS, MUNICÍPIOS E ESCOLAS

Coordenadoria de Educação CADERNO DE REVISÃO Matemática Aluno (a) 5º ANO

Ficha Técnica: Design e Impressão Mediana Global Communication

II ENCONTRO DE DIVULGAÇÃO DE ATIVIDADES DE PESQUISA, ENSINO E EXTENSÃO PIBID UENP: DESAFIOS E PERSPECTIVAS

Indicamos inicialmente os números de cada item do questionário e, em seguida, apresentamos os dados com os comentários dos alunos.

Exercícios resolvidos sobre Definição de Probabilidade

FACULDADE LA SALLE EDUCAÇÃO FÍSICA LICENCIATURA

O processo termina com o surgimento da última flecha quando aparece uma bolinha azul. Outras bolinhas aparecem aleatoriamente POWER POINT NEW WAY

CONSIDERAÇÕES SOBRE USO DO SOFTWARE EDUCACIONAL FALANDO SOBRE... HISTÓRIA DO BRASIL EM AULA MINISTRADA EM LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA

6 Conclusões e Trabalhos futuros 6.1. Conclusões

Título do Case: Desafio de obter a confiança na EJ: Análise de Custos para Grande Empresa. Categoria: Projeto Externo

Eventos independentes

O uso de Objetos de Aprendizagem como recurso de apoio às dificuldades na alfabetização

Guia Site Empresarial

INVESTIGANDO O ENSINO APRENDIZAGEM MEDIADO POR COMPUTADOR - UMA METODOLOGIA PARA REALIZAR PROTOCOLOS

CIÊNCIAS PROVA 4º BIMESTRE 7º ANO PROJETO CIENTISTAS DO AMANHÃ

PRINCÍPIOS DA INSTRUÇÃO PROGRAMADA 1. Se você ler cada um dos quadros cuidadosamente, provavelmente cometerá muito poucos erros.

LOGICA 1 - D Prof. Aurimenes

MAT 461 Tópicos de Matemática II Aula 3: Resumo de Probabilidade

Protocolo em Rampa Manual de Referência Rápida

O OBTURADOR 1. FUNCIONAMENTO:

COMO INVESTIR PARA GANHAR DINHEIRO

NOVIDADES TRANSPORTE COLETIVO

Arquitetura de Rede de Computadores

Estabilizada de. PdP. Autor: Luís Fernando Patsko Nível: Intermediário Criação: 22/02/2006 Última versão: 18/12/2006

Solução da prova da 1 a fase OBMEP 2008 Nível 1

Cotagens especiais. Você já aprendeu a interpretar cotas básicas

Calculando probabilidades

Voluntário em Pesquisa: informe-se para decidir! Qual documento garante que os meus direitos serão respeitados?

Podemos encontrar uma figura interessante no PMBOK (Capítulo 7) sobre a necessidade de organizarmos o fluxo de caixa em um projeto.

muito gás carbônico, gás de enxofre e monóxido de carbono. extremamente perigoso, pois ocupa o lugar do oxigênio no corpo. Conforme a concentração

Pisa 2012: O que os dados dizem sobre o Brasil

A interpretação gráfica e o ensino de funções

MÓDULO 6 INTRODUÇÃO À PROBABILIDADE

SUMÁRIO TUTORIAL DO HQ. 2 DICAS PEDAGÓGICAS:. 2 DOWNLOAD DA INSTALAÇÃO. 2 PASSO 1 FORMULÁRIO PARA DOWNLOAD. 2 PASSO 2 ESCOLHENDO A VERSÃO.

37ª OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA PRIMEIRA FASE NÍVEL 1 (6º e 7º anos do Ensino Fundamental) GABARITO

Encontrar adequados com o PEP- Localizador de Talentos. Mais fácil, mais barato e melhor!

UFPB PRG X ENCONTRO DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA

UTILIZANDO O BARCO POP POP COMO UM EXPERIMENTO PROBLEMATIZADOR PARA O ENSINO DE FÍSICA

Módulo 4 O que é CRM?

24 O uso dos manuais de Matemática pelos alunos de 9.º ano

MANUAL PAPELETA MOTORISTA Criado em: 15/02/2013 Atualizado em: 12/11/2014

Contagem I. Figura 1: Abrindo uma Porta.

A LIBERDADE COMO POSSÍVEL CAMINHO PARA A FELICIDADE

1. Introdução. Avaliação de Usabilidade Página 1

43. Jogo do bingo com figuras

LIVRO DE BRINCADEIRAS DA TURMA DO VAMPIRO

DIREÇÃO NACIONAL DA CUT APROVA ENCAMINHAMENTO PARA DEFESA DA PROPOSTA DE NEGOCIAÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO, DAS APOSENTADORIAS E DO FATOR PREVIDENCIÁRIO

Simulado OBM Nível 1. Gabarito Comentado

MANUAL DOS PAIS UM PROJETO DESTINADO ÀS CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL E SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Aprenda como estudar em quatro etapas PORVIR

Revisão de combinatória

Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Física Gleb Wataghin. F 609 Tópicos de Ensino da Física I

Proposta de ensino da Segunda lei de Newton para o ensino médio com uso de sensores da PASCO. Carolina de Sousa Leandro Cirilo Thiago Cordeiro

Núcleo de Informática Aplicada à Educação Universidade Estadual de Campinas

A desigualdade de renda parou de cair? (Parte I)

Jogos. Redes Sociais e Econômicas. Prof. André Vignatti

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA Departamento de Química e Exatas DQE Curso: Farmácia Disciplina: Química Geral Professora: Karina

chuva forte suas filhas não estavam em casa, decidiram chamar moradores vizinhos a ajudar a encontrá-las. Procuraram em cada casa, loja e beco que

O Treino ANTF. Acção de Actualização para Treinadores de Jovens

Ferramenta de Testagem IECL Orientações para o Aluno (PT)

Programa Intel Educar Tutorial: Ferramenta de Classificação Visual

Luís Norberto Pascoal

Canguru Matemático sem Fronteiras 2014

2. Representação Numérica

NOME: Nº. ASSUNTO: Recuperação Final - 1a.lista de exercícios VALOR: 13,0 NOTA:

Laboratório de Psicologia Experimental Programa de Estudos Pós-graduados em Psicologia Experimental: Análise do Comportamento

casa. Será uma casa simples, situada em terreno plano, com sala, dois quartos, cozinha, banheiro e área de serviço.

O Princípio da Complementaridade e o papel do observador na Mecânica Quântica

Apêndice A Objetivos PEI

O Desafio do Robô Missões

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO DIRETORIA DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL PORTAL DIA A DIA EDUCAÇÃO Natel Marcos Ferreira

Manual de Relação de Pontos por Indicação

Do neurônio biológico ao neurônio das redes neurais artificiais

Unidade 3: A Teoria da Ação Social de Max Weber. Professor Igor Assaf Mendes Sociologia Geral - Psicologia

Logística e a Gestão da Cadeia de Suprimentos. "Uma arma verdadeiramente competitiva"

Orientação a Objetos

CONSTRUÇÃO DE JOGOS: FERRAMENTA ELETRÔNICA PARA ENSINO DA RESOLUÇÃO DO CUBO DE RUBIK

Plano de aula n : 10 Data: 21/22/23/25 de janeiro Professor:

Investigando números consecutivos no 3º ano do Ensino Fundamental

PROVA DE FÍSICA 3 o TRIMESTRE DE 2012

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Projeto ESCOLA SEM DROGAS. Interpretando o texto Por trás das letras. Nome: Escola: Série: Título: Autor:

Implantação. Prof. Eduardo H. S. Oliveira

Insígnia Mundial do Meio Ambiente IMMA

BRINCANDO COM GRÁFICOS E MEDINDO A SORTE

1. A corrida de vetores numa folha de papel.

Relações entre números e quantidades de 1 a 3 Material comemorativo do Dia Internacional do Autismo - 2 de abril de 2012

Anelise de Brito Turela Ferrão Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP. Edição de um filme a partir de fotografias

Manual Arkos Administrador

Crianças e números. Senso numérico. Vamos fazer uma experiência. Observe as figuras : Onde há mais pessoas? Agora veja estas figuras :

Transcrição:

1 Análise Experimental (Aulas: Encadeamento de Estímulos) Bárnabus, La Rata Con Educación Universitária Bárnabus: Uma luz se acende e isso inicia uma seqüência de comportamentos, dentro de uma caixa com quatro pisos e vários obstáculos: 1. Uma escada em caracol; 2. Um fosso; 3. Escada reta; 4. Túnel pequeno; 5. Escada reta; 6. Túnel transparente sobre um fosso; 7. Elevador que desce ao primeiro piso; 8. Barra e reforço. Antes de tudo, colocou-se o rato em cada uma das partes do aparato, por períodos que variavam de treze minutos a uma hora. ISSO DIMINUÍA AS RESPOSTAS DE MEDO (variável interveniente), PROVÁVEIS PELO FATO DO SUJEITO ESTAR EM UM LUGAR ESTRANHO. Antes do treinamento a comida de Barney (apelido de Bárnabus), foi reduzida em 75%, e durante o treinamento em 25%, em relação à sua quantidade habitual de comida. ESSE PROCEDIMENTO TEVE COMO OBJETIVO A UTILIZAÇÃO DA COMIDA COMO REFORÇADOR DURANTE O TREINAMENTO. REVISANDO PRINCÍPIOS BÁSICOS: 1. O Princípio do Reforçamento Tanto em humanos como em animais, já foi exaustivamente demonstrado que um comportamento que é seguido (conseqüência) de um estímulo reforçador, tende a se repetir. Depois de ser reforçado por várias vezes, o comportamento se torna um hábito muito bem estabelecido, enquanto comportamentos que nunca são reforçados tendem a se extinguir. O primeiro passo foi utilizar o princípio do reforçamento para condicionar o comportamento de Barney de apertar uma barra. 2. O Princípio da Discriminação O objetivo era que Barney se comportasse apenas na presença de um sinal (som). Como as respostas que não são reforçadas se extinguem, passou-se a não reforçar o comportamento de apertar a barra quando o sinal estivesse ausente. Assim, o sujeito passou a responder apenas quando o sinal soava.

2 Antes, o sujeito respondia tanto na ausência como na presença do estímulo discriminativo S D (som). Foi complicado condicionar o comportamento de responder apenas na presença do som (isto é, tornar o som um discriminativo para o comportamento de apertar a barra), pois o condicionamento anterior havia se tornado, como esperado, um hábito poderoso. CONTUDO, DEPOIS DE UM CERTO PERÍODO, O SUJEITO PASSOU A PRESSIONAR A BARRA SOMENTE QUANDO O SOM ESTAVA PRESENTE. 3. O Princípio dos Reforçadores Secundários Depois de ter aprendido uma discriminação, o S D pode ser usado como um reforçador secundário para o condicionamento de uma nova resposta. Depois de ensinar Barney a pressionar a barra, o sujeito foi colocado no quarto piso da caixa e o som (S D ) foi utilizado como reforçador para o comportamento de descer por um elevador até o primeiro piso. QUANDO O SUJEITO DESCEU PELAS PRIMEIRAS VEZES, SAÍA DO ELEVADOR E COMEÇAVA A BRINCAR COMO UM TONTO. QUANDO ELE PARAVA DE BRINCAR, O SOM ERA APRESENTADO, E ENTÃO ELE CAMINHAVA ATÉ A BARRA E A PRESSIONAVA, TENDO ACESSO A UMA BOLINHA DE COMIDA. Depois de algum tempo, o sujeito, sempre que colocado no quarto piso, descia pelo elevador e esperava, sem brincar, pela apresentação do S D para então pressionar a barra. 4. O Princípio da Modelagem do Comportamento É possível ensinar um comportamento novo conduzindo o sujeito, mediante reforço, no curso de uma série de respostas que se aproximam cada vez mais da resposta que desejamos. ESSE PROCEDIMENTO PODE SER ILUSTRADO PELA BRINCADEIRA DE QUENTE E FRIO, NO QUAL SE ESCONDE UM OBJETO E SE AJUDA A QUEM PRECISA ENCONTRÁ-LO DIZENDO QUENTE A CADA VEZ QUE A PESSOA SE APROXIMA DO ESCONDERIJO DO OBJETO. O comportamento seguinte de Bárnabus seria o de puxar uma corrente colocada dentro do elevador, que fazia subir uma bandeirola e acionava a descida. Para isso, foi utilizado um procedimento de modelagem. Primeiro o animal mordia a corrente e era reforçado, depois se passou a exigir algum movimento mais próximo do desejado (puxar). Quando o sujeito puxou a corrente levemente, acionou-se o elevador e depois soou o discriminativo, sendo estabelecido um critério mais rígido em seguida, e assim sucessivamente, até que o animal passou a se comportar exatamente como os pesquisadores haviam estabelecido como objetivo.

3 Depois de treinar o puxar a corrente, içar a bandeira, descer o elevador, esperar o som e pressionar a barra, procederam-se os passos seguintes. O próximo objetivo foi o de ensinar o sujeito a atravessar um tubo transparente sobre um pequeno abismo. Utilizou-se exatamente o mesmo procedimento de modelagem, até que o sujeito atravessou o tubo como o desejado. Quando saía do outro lado do tubo, o animal deparava com o elevador e apresentava a seqüência de comportamentos já condicionados anteriormente. Outros comportamentos foram ensinados em seguida, até completar uma seqüência comportamental completa que deveria ser executada antes que um reforçador primário fosse liberado (comida). A SEQUÊNCIA DE COMPORTAMENTOS FOI ENSINADA DE TRÁS PARA FRENTE, EM RELAÇÃO AO QUE SE ESPERAVA DA ATUAÇÃO DO SUJEITO EM CADA APRESENTAÇÃO. ISSO SE DEVE AO FATO DE QUE PRIMEIRAMENTE É NECESSÁRIO CONDICIONAR O COMPORTAMENTO QUE DARÁ ACESSO AO REFORÇO PRIMÁRIO. O VALOR DA CONSEQUÊNCIA SECUNDÁRIA SÓ SE ESTABELECE APÓS A APRENDIZAGEM DA DISCRIMINAÇÃO. EXERCÍCIO: Elabore um procedimento, utilizando os mesmos princípios utilizados para treinar Bárnabus, como proposta para ensinar um cão a desempenhar a seguinte seqüência de tarefas: 1. Subir uma rampa; 2. Saltar de uma plataforma para outra sobre uma pequena piscina; 3. Entrar num elevador e acionar uma alavanca que o colocará em movimento; 4. Sair do elevador ao lado da piscina e nadar para atravessá-la; 5. Pegar um osso de plástico do outro lado da margem da piscina; 6. Correr até um treinador e entregar o osso (ao entregar o osso ao treinador, o cão receberá carinho e um cubo de carne).

4 CADEIAS COMPORTAMENTAIS EM HUMANOS (BORGES, M. M. & TODOROV, J. C. (1985). Aprendizagem de cadeias comportamentais: uma comparação entre dois procedimentos. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 1(3), 237-248) Complementar: (ASSIS, G. J. A. (1987). Comportamento de ordenação: uma análise experimental de algumas variáveis. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 3(3), 224-238). Cadeias Comportamentais: Seqüências de respostas nas quais uma resposta produz as condições de estímulo para a resposta seguinte. Como visto no texto sobre o treinamento do rato Bárnabus, o modo mais utilizado para o estabelecimento de cadeias comportamentais é o procedimento conhecido como procedimento para trás. Nesse tipo de procedimento, o estabelecimento de cadeias comportamentais é feito a partir da última resposta da cadeia. Contudo, há autores que também apontam o procedimento para frente como alternativa e alguns que afirmam que ambos os procedimentos são eficientes. Os textos de Borges e Todorov (1985) e de Assis (1987), apresentam dados de experimentos sobre cadeias comportamentais em humanos, e contestam qualquer afirmação sobre o fato do procedimento para trás ser o mais eficiente. O trabalho de Borges e Todorov (1985) teve como objetivo comparar os procedimentos para frente e para trás, no que concerne aos seguintes aspectos: a. Verificar como se comportam os dados aumentando-se o número de seqüências ensinadas, uma vez que em um trabalho anterior observou-se uma tendência decrescente no número de erros cometidos como o procedimento para trás, de uma para outra seqüência aprendida com aquele procedimento; b. Verificar se ocorreria a estabilização dos erros cometidos no procedimento para trás, em comparação com a mesma medida no procedimento para frente; c. Verificar o comportamento dos dados com um número maior de sujeitos.

5 Método Sujeitos: 38 estudantes da UnB, que desconheciam o procedimento. Material: Seis cartões de cartolina, retangulares, medindo 7 x 10 cm cada um, nas cores azul, branco, cinza, rosa, amarelo e verde. Procedimento: Cada sujeito recebia os seus cartões coloridos e eram informados de que aprenderiam oito seqüências diferentes, cada uma consistindo de seis respostas (a ordem de cada cartão em uma seqüência). Cada seqüência era aprendida gradualmente. Em seguida o sujeito era instruído a sobre como proceder com os cartões: deveria colocar o primeiro cartão sobre a mesa. Se esse fosse o cartão adequado, o experimentador diria certo, se não errado. Em ambos os casos, após a resposta do experimentador, o sujeito deveria recolher o cartão, juntá-lo aos demais em sua mão e embaralhá-los. Depois de acertar o primeiro cartão, o sujeito deveria colocar dois cartões. A cada cartão colocado o experimentador dizia certo ou errado, e caso acertasse os dois em seqüência, o experimentador dizia a seqüência está correta. Assim o experimento prosseguia até completar a seqüência de seis cartões, na ordem correta para a seqüência treinada de cada vez. Ao completar a seqüência correta com todos os cartões, o sujeito deveria repeti-la por três vezes consecutivas, sem erro, para então passar para a segunda seqüência. O experimentador dizia ao sujeito que o avisaria quando chegasse o momento de passar para a próxima seqüência (isso significava que ele havia concluído parte da tarefa). Os sujeitos foram divididos, aleatoriamente, em dois grupos denominados F Ipara frentre) e T (para trás). Registro de Dados: As respostas foram registradas manualmente. Resultados e Discussão: Os dados obtidos indicaram, de forma razoavelmente segura, que o procecimento F foi mais eficaz para estabelecer as cadeias de respostas usadas no trabalho. Tomou-se como mais eficaz aquele procedimento que produziu um menor número de erros até que se completasse a aprendizagem. Uma das explicações possíveis para o fato do procedimento F ter levado a uma aquisição mais rápida e com menor número de erros seria o reforçamento direto de cada resposta da cadeia. No procedimento T, somente a última resposta da cadeia é sistematicamente

6 seguida pelo reforçador final. Essa explicação parece razoável, apesar de que não se pode afirmar que esta é a única variável envolvida na maior eficiência do procedimento F. Outros fatores importantes são: a história do sujeito com o procedimento para frente e a prática repetida que este tipo de procedimento favorece. Quase todas as práticas educativas na nossa cultura envolvem o ensinar para frente. Quanto à repetição, é importante observar que o procedimento para frente cria uma condição na qual a mesma resposta correta é repetida e sempre reforçada, a cada tentativa, por várias vezes, o que aumenta em muito a chance de ocorrer novamente, sendo assim diminuídas as chances de erro.