Palavras-Chave: História da Ciência ; Livro Didático ; Química.

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Transcrição:

ANALISANDO POSSÍVEIS ABORDAGENS SOBRE HISTÓRIA DA CIÊNCIA EM LIVROS DIDÁTICOS DE QUÍMICA DO PNLEM 2012. CRUZ,Flávia Santa ¹ SILVA, Thiago Pereira da² FERREIRA,Kalyne Rosário Morais³ SOUZA, Mônica Marcelino de 4 BARBOSA, Daniela de Brito 5 RESUMO O livro didático é um dos recursos pedagógicos mais utilizados no campo de ensino e aprendizagem, sendo utilizado como fonte de conhecimento e é um suporte de relação entre o professor e o aluno, assumindo um papel primordial na escola, por isso a necessidade de estudá-lo em sua plenitude. O governo federal implantou programas de aperfeiçoamento para escolha do livro didático em que o educador pode selecionar os livros que condizem com a realidade e condições de seu trabalho. Nesse aspecto, uma abordagem importante que deve conter nos livros didáticos, é a história da ciência, pois segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (1998) a história da ciência [...] tem uma relevância para o aprendizado que transcende a relação social, pois ilustra também o desenvolvimento e a evolução dos conceitos a serem aprendidos,esclarecendo certas teorias científicas e derrubando certos dogmas impostos como verdade absoluta, mostrando o caráter mutável da ciência.nesse contexto, o presente estudo tem como objetivo analisar e investigar como está sendo abordada a história da ciência nos livros didáticos de Química do Programa Nacional de Livro Didático do Ensino Médio (2012).O método de procedimento utilizado neste trabalho foi uma pesquisa exploratória, onde foi analisada uma vasta bibliografia acerca do tema e em seguida utilizou-se critérios para sistematizar a análise desses livros baseado em uma tabela de classificação levando em consideração 3 categorias de análise sobre abordagem histórica. Os resultados apontam que grande parte dos livros analisados reduzem a história da ciência a nomes, datas e anedotas, pois se baseiam em ideias de que a ciência é feita por grandes personagens, parte de eventos marcantes, com data determinada e o estudo isolado dos fatos. Palavras-Chave: História da Ciência ; Livro Didático ; Química.

1.INTRODUÇÃO De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio (2006) as concepções de ensino escolar são construções históricas que adquirem sentidos e significados próprios.o conhecimento químico não deve ser entendido como um conjunto de conhecimentos isolados, prontos e acabados, mas sim uma construção da mente humana, em contínua mudança. A História da Química, como parte do conhecimento socialmente produzido, deve permear todo o ensino de Química, possibilitando ao aluno a compreensão do processo de elaboração desse conhecimento, com seus avanços, erros e conflitos. Considerando a importância que os livros didáticos têm no contexto educacional, estes devem ser escolhidos pelos educadores de forma crítica, consciente e condizente com a realidade que a escola esteja inserida e o contexto educacional atual. Muitas vezes a história da ciência encontrada nos livros didáticos é distorcida e simplificada, sendo chamada de pseudo-história, reforçando alguns mitos científicos e transmitindo falsas concepções acerca da natureza da ciência a professores e alunos. Neste sentido, alguns questionamentos foram necessários para nortear este estudo: a) A história da ciência está presente nos livros didáticos? Como ela está sendo abordada? b) A forma pela qual a história da ciência aparece nos livros didáticos é considerada adequada para um ensino de boa qualidade? c) Como a história da ciência vem sendo utilizada, uma vez que ela pode ser um excelente recurso pedagógico? Nesta perspectiva, o referido trabalho investigou a presença e analisou como está sendo discutida a história da ciência em 3 livros didáticos de Química adotados pelo Programa Nacional do Livro Didático 2012. E ainda, levantou critérios que foram propostos para a escolha dos mesmos; identificou os autores responsáveis pela seleção dos livros e sua responsabilidade neste cenário; diagnosticou através dos PCN s e dos DCNEM de Química, o trabalho que pode ser desenvolvido no contexto da História da Química e como a mesma está sendo apresentada pelos livros analisados; identificou na literatura referências que abordam como os professores compreendem o uso da História da Ciência no ensino e as possíveis dificuldades apresentadas no trabalho com a mesma, apresentando algumas explicações que podem favorecer uma interferência no sentido de melhorar a abordagem dos conceitos científicos em sala de aula, principalmente nas questões que remetem a gênese da ciência e sua relação com a sociedade.

2.COMPREENSÃO DA NATUREZA DA CIÊNCIA NO TRABALHO ESCOLAR. De acordo com Ferreira (s.a), as escolas têm sido responsáveis pela transmissão de conteúdos inadequados a respeito da Natureza da Ciência. Permanece a rígida tradição de comunicar fatos ou produtos da ciência. O conteúdo do conhecimento é enfatizado, ao passo que a sua construção é negligenciada ou, involuntariamente, distorcida.mesmo nos livros didáticos, ainda hoje a principal ferramenta usada pelo professor e que poderia lhes servir de apoio nesse caso, as concepções sobre Natureza da Ciência costumam ser incorretas, simplistas e incompletas. De acordo com Ferreira : A literatura a favor da pertinência desse tema para o ensino sugere que os conhecimentos sobre Natureza da Ciência seriam relevantes para a tomada de decisões conscientes pela sociedade. Outros argumentos costumam ser citados: manipulação e entendimento da tecnologia; compreensão da ciência como elemento cultural; compreensão das normas da comunidade científica; sucesso no aprendizado de conteúdos da ciência; satisfação dos estudantes ao aprender sobre NdC. Defende-se que sua presença humaniza o ensino de ciências, e que seria fundamental para compreender o significado, produção, correlações, possibilidades e limitações do conhecimento (FERREIRA, s.a, p.2-3) Embora não se pense numa relação de equivalência entre o que o professor sabe e o que ele efetivamente ensina, defende-se, já há algum tempo, a presença de cursos sobre essa temática também na formação desses profissionais.uma das mais atuantes vozes na defesa desse ponto de vista é a do pesquisador Michael Matthews. Para ele, as significativas concepções equivocadas de alunos e professores sobre o tema já justificariam essa necessidade (MATTHEWS, 1994). Podemos observar que apesar dessas recomendações já então existentes,relatos de fins da década de 1990 indicavam que a formação dos docentes era falha nesse sentido. Os professores não sabiam sobre o funcionamento da ciência,consideravam que os cientistas tinham características peculiares e empregavam rigidamente o método científico para alcançar seus objetivos, não tinham consciência da construção social e cultural do pensamento científico, etc. (FERREIRA, s. a.). Em relação à necessidade de uma abordagem contextualizada, aponta-se que tratar de aspectos da NdC sem recorrer a exemplos para contextualizá-los seria ineficiente. Sugere-se a História da Ciência um dos caminhos possíveis para essa contextualização:

No ensino de NdC em qualquer nível, exemplos da história da ciência são úteis para gerar discussões sobre NdC e compreender sua natureza contextual (CLOUGH; OLSON, 2008, p. 144). 3. A HISTÓRIA DA CIÊNCIA E SEU USO NA EDUCAÇÃO Martins (2004) aborda que a história da ciência nos apresenta o desenvolvimento do saber cientifico, e nos livros didáticos constam os resultados aos quais a ciência surgiu, as teorias e conceitos que aceitamos, as técnicas de análise que utilizamos, mas não apresentam alguns outros aspectos da ciência. Desse modo, a história das ciências não pode substituir o ensino, mas ela pode complementar dando mais ênfase ao saber cientifico, pois muitos estudiosos consideram a ciência como algo atemporal, sem nexo com a realidade, mas ela não é uma coisa isolada, faz parte de um desenvolvimento histórico e cultural. Há vários anos os educadores de todo o mundo perceberam a importância da utilização da história da ciência no ensino de todos os níveis. O Brasil não é uma exceção, e nos últimos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o ensino médio enfatizaram muito a relevância da história da ciência para complementar outras abordagens do ensino científico. Apesar da história da ciência estar ganhando espaço tanto no nível universitário como no nível médio, ainda existe muitos obstáculos que impedem que esse campo de estudo se efetive no mundo acadêmico e cumpra seu papel no ensino, a primeira barreira refere-se a carência de um número suficiente de professores com a formação adequada para ensinar e pesquisar, pois se aprende acerca da história da ciência com o docente que entenda do assunto, precisamos de professores pesquisadores qualificados para tal ação. Martins (2004) afirma que a carência de um número suficiente de professores com a formação adequada para pesquisar e ensinar de forma correta a história da ciência deverá ser desenvolvido com o passar do tempo no Brasil, como ocorreu em outros países. Precisamos de mais cursos de pós-graduação em história da ciência, intercâmbios com centros de pesquisas especializados do exterior, departamentos e centros de pesquisa na área. Enquanto não é resolvido, deve-se ter em mente que os professores improvisados podem não prestar um grande serviço a essa área.

A segunda barreira é a falta de material didático adequado que possa ser utilizado, focando a história da ciência, pois muitas obras destinadas transmitem informações históricas erradas e deturpam a natureza da própria história. Como descreve Martins (2004): Em vez de ajudar a corrigir a visão popular equivocada a respeito de como se dá o desenvolvimento cientifico, esses livros e artigos contribuem para reforçar e perpetuar muitos daninhos a respeito de grandes gênios. Por fim, um bom texto sobre a história das ciências usado na educação deve ter uma linguagem simples e de acordo com a realidade social.(2004, p.12) O terceiro problema refere-se aos equívocos cometidos em relação à natureza das ciências e seu uso na educação, que quando mal colocada torna-se um empecilho. Muitos materiais reduzem a história da ciência a nomes, datas e anedotas, pois se baseiam em ideias de que a ciência é feita por grandes personagens, parte de eventos marcantes, com data determinada e o estudo isolado dos fatos. Outro fato é que os professores de nível cientifico se baseiam no método indutivista da investigação científica positivista. Conforme afirma Martins (2004), geralmente, professores que não têm interesse e competência suficientes em história e filosofia da ciência transmitem uma visão distorcida do funcionamento da ciência para seus estudantes. Outra falha no uso da história da ciência no ensino é a obrigatoriedade de aceitação dos conhecimentos científicos, esses são colocados como verdade absoluta. O conhecimento cientifico implica em instrução de resultados de uma investigação, justificada e fundamentada, por isso não podemos impor e sim propor uma compreensão do que se estudou. Sumariamente, percebeu-se que o uso da ciência na educação não é algo simples, exige-se um conhecimento epistemológico e historiográfico especializado para se evitar que os professores cometam equívocos e empreguem a história da ciência de forma deturpada. 4. LIVROS DIDÁTICOS NO ENSINO DE QUÍMICA Segundo Pagliarini (2007) o livro didático é um dos recursos pedagógicos mais utilizados no campo de ensino e aprendizagem, ele é utilizado como fonte de conhecimento e é um suporte de relação entre o professor e o aluno, além do mais o

livro assume um papel primordial na escola por isso a necessidade de estudá-lo em sua plenitude. Lajolo (1996) apud Piedrahita (1998) destaca que, o livro didático é um instrumento importante de ensino e aprendizagem formal, que apesar de não ser o único pode ser decisivo para a qualidade do ensino e aprendizado. Para ter caráter didático, precisa ser trabalhado de forma sistemática e organizada dentro dos parâmetros das disciplinas escolares. A partir da década de 80 foram criados programas federais de aquisição de livros didáticos. O precursor foi o PNLD (Programa Nacional do Livro Didático) esse por sua vez traz políticas inovadoras para os livros didáticos no país, participação dos professores e da escola na escolha dos livros, distribuição gratuita dos exemplares e a universalização do atendimento do programa, são atribuições dessa iniciativa governamental. De acordo com Pagliarini (2007) um segundo marco no PNLD ocorreu em 1996 quando novas mudanças foram realizadas. Ainda mantendo o papel de comprador e distribuidor dos livros didáticos, o governo constituiu uma comissão com o intuito de analisar a qualidade dos conteúdos programáticos, os aspectos pedagógicos e metodológicos dos livros comprados pelo programa para as séries iniciais do ensino fundamental. A primeira pesquisa em relação aos primeiros livros didáticos avaliados pelo PNLD mostrava que os mesmos apresentavam erros conceituais e eram desatualizados, não contendo informações adequadas dos conteúdos curriculares. Partindo disso, o MEC (Ministério da Educação) começou a avaliar os livros didáticos e passou a divulgar essas avaliações nos guias didáticos distribuídos nas escolas para que os professores tenham em mãos um material que facilite a escolha dos materiais pedagógicos. Isso trouxe uma concorrência entre as editoras que a partir do PNLD passaram a rever a produção dos livros a serem utilizados em sala de aula. Em 2005 surgiu o PNLEM (Programa Nacional do Livro Didático para o Ensino Médio), esse programa foi e é de grande importância para o fazer pedagógico do ensino médio especialmente os livros do campo das ciências, como Física e Química. Segundo o PNLEM (2007) os livros devem auxiliar os professores em seu percurso pedagógico, não deve ser considerado o único material para trabalhar em sala de aula, mas uma ferramenta que ajudará os educadores em sua função de ensinar. Assim, o livro é um apoio e possibilita liberdade em seu caminho didático.

Com o PNLEM, o professor do ensino médio tem em mãos um guia, que democratiza o saber pedagógico, o livro não vem com tudo pronto, pelo contrário, possibilita novos caminhos a serem percorridos ao longo da jornada em sala de aula. As obras didáticas precisam atender as necessidades das demandas sociais e as novas exigências de uma sociedade capitalista. O PNLEM estabelece três critérios básicos para os programas de avaliação do livro didático, o primeiro refere-se ao fato de não conter erros conceituais e informações desatualizadas, o segundo exige que a obra didática deva conter uma coerência em suas escolhas metodológicas e ajude no desenvolvimento do raciocínio lógico e o terceiro tem um caráter eliminatório, esse se baseia nos critérios éticos para um convívio social 5. METODOLOGIA O método de procedimento utilizado neste trabalho foi uma pesquisa exploratória, onde analisou-se uma vasta bibliografia acerca do tema, com o objetivo de investigar a presença de alguns aspectos envolvendo o uso da história da ciência e a importância que os livros didáticos de Química possuem como agente facilitador no processo de ensino-aprendizagem do conhecimento da Ciência Química. Dessa forma foram analisadas 3 livros de Química do 1º ano do Ensino Médio propostos pelo PNLD 2012. Assim, realizou-se uma análise em torno da escolha do livro didático de Química, ressaltando a importância desse recurso, pois o livro ainda é o material didático mais usado nas escolas. Atualmente, tem-se um programa do Governo Federal que veio com o objetivo de auxiliar na escolha e seleção dos livros didáticos. Os critérios utilizados para sistematizar a análise desse livros seguiram as ideias do trabalho de SILVA e TEIXEIRA (2009) que elaborou uma tabela de classificação levando em consideração 3 aspectos: a quantidade de informações históricas, a disposição e a maneira como estas inserções ocorreram e por fim a qualidade das informações veiculadas. Estes aspectos iniciais também chamados de categorias foram subdivididos no decorrer da análise devido à diversidade de abordagens históricas que no decorrer da análise são encontradas. Assim a primeira categoria (1) que se refere à quantidade de referências históricas existentes, pôde ser dividida em quatro subcategorias. A primeira (1.1) se caracteriza pela ausência de referências históricas. A segunda subcategoria (1.2) se

caracteriza por conter informações históricas, mas de maneira muito espaçada ou incompleta. A subdivisão seguinte (1.3) possui informações completas, mas ainda em quantidade muito pequena e a última subdivisão (1.4) se caracteriza por conter um bom número de referências históricas. A segunda categoria (2) possui um caráter mais classificatório no sentido de apontar as maneiras como estas informações ocorrem; também foi dividida em quatro subcategorias: (2.1) quando há seções específicas ou boxes; (2.2) no caso em que as informações históricas estão diluídas no texto de forma pontual; (2.3) quando elas estão diluídas no texto de maneira articulada; (2.4) quando há capítulos específicos sobre História da Ciência. A última categoria (3) que analisa a qualidade das informações históricas também divididas em quatro subcategorias: (3.1) presença de mitos ou histórias cuja veracidade não é comprovada ou a presença de erros e equívocos nas informações; (3.2) quando houve uma análise equivocada dos eventos históricos sob a ótica dos conceitos modernos; (3.3) quando a qualidade do conteúdo histórico apresentado pouco contribuiu para a aprendizagem do assunto em questão; e a ultima (3.4) quando houve uma importante contribuição da referência histórica fornecida para o conteúdo de Química trabalhado neste trecho específico do livro. 5.1 Relação das Obras Analisadas A seguir seguem os livros de Química adotados pelo PNLD 2012 que foram objetos de análise no presente trabalho acadêmico: Quadro 1. Obras Analisadas LIVRO AUTORES EDITORA VOLUME 1-Química 2-Quimica para a Nova Geração-Quimica Cidadã Andréa horta Machado/ Eduardo Fleury mortimer Eliane Nilvana F. de Castro /Gentil de S. Silva /Gerson de Souza Mól Roseli T. Matsunaga /Sálvia Barbosa Farias /Sandra Maria de Oliveira Santos / Siland Meiry França SCIPIONE Vol 1 NOVA GERAÇÃO Vol 1

3-Ser Protagonista Química. Fonte: própria (2012) Dib /Wildson Luiz Pereira dos Santos Julio Cesar Foschini Lisboa SM Volume único (Conteúdos do 1º ano) 5.2. Categorias de Análise Para que se possa entender melhor como funcionou a análise dos 3 livros didáticos é preciso tomar como base as idéias trabalhadas por SILVA e TEIXEIRA (2009) através da compreensãodos critérios representados no quadro abaixo: Quadro 2. Categorias de Análise CATEGORIA SUBCATEGORIA DEFINIÇÃO (1.1) Não há conteúdo História da ciência não foi em (1) EM RELAÇÃO A histórico. nenhum momento abordada. QUANTIDADE DE (1.2) Há conteúdo A História da Ciência aparece CONTEÚDO HISTÓRICO histórico,mas de maneira somente como introdução de espaçada ou incompleta. capítulos ou assuntos ou informações imprecisas incompletas como, por exemplo, sem a devida localização temporal. (1.3) Há conteúdo histórico,mas em quantidade pequena. (1.4) Há uma grande quantidade de conteúdo histórico. A História da Ciência aparece introduzindo assuntos ou capítulos, mas sem riqueza de detalhes. A História da ciência de além fazer introdução ao capitulo ou assunto está presente ao longo do texto. (2) EM RELAÇÃO A MANEIRA COMO ESTES TÓPICOS FORAM ABORDADOS ) EM RELAÇÃO A QUALIDADE DE INFORMAÇÕES HISTÓRICAS APRESENTADAS (2.1) Boxes ou seções específicas sobre história da ciência. (2.2) O conteúdo histórico está presente diluído nos capítulos, mas de forma pontual. (2.3) O conteúdo históricoestá presente diluído nos capítulos de forma articulada (2.4) Capítulo específico sobre História da Ciência (3.1) Presença de mitos científicos ou presença de erros (3.2) Analise equivocadas de eventos históricos sob a ótica dos conceitos atuais. Biografias de cientistas, e/ou fatos relacionadosa alguma descoberta científica. O conteúdo histórico esta inserido no texto, mas serve apenas como introdução aos mesmos. O conteúdo histórico está inserido no texto dialogando com o conteúdo especifico. Capítulos inteiros destinados a História da Ciência. Histórias não comprovadas ou fictícias ou informações imprecisas ou com equívocos Apropriação inadequada de termos e conceitos atuais para discutir a história da ciência. (3.3) Conteúdo histórico não satisfaz As informações históricas não valorizam a Ciência com

Fonte: própria (2012) (3.4) O conteúdo histórico complementa os conteúdos dos Livros Didáticos. relação ao ensino. Baseado apenas em fatos historicamente comprovados e que ilustram a forma pela qual a ciência se desenvolve na prática 6. RESULTADOS E DISCUSSÃO Quadro 3. Análise e Classificação das Obras CATEGORIAS 1-Em relação à quantidade de conteúdo histórico 2-Em relação à maneira como estes tópicos foram abordados 3-Em relação à qualidade de informações históricas apresentadas SUBCATEGORIA 1.1 1.2 1.3 1.4 2.1 2.2 2.3 2.4 3.1 3.2 3.3 3.4 1- Química -- --- X --- - X --- --- ----- --- -- ---- - X X --- X X --- X --- --- ---- --- ---- X --- 2- Química para a nova geração- Quimica Cidadã 3-Ser Protagonista Química Fonte: própria (2012) --- X --- - --- X --- --- ----- --- ---- X --- Fazendo uma análise do Livro 1 ( Química ) dos autores Mortimer e Machado ( 2012),Volume 1, podemos observar em relação a categoria 1,que em alguns capítulos foram apresentados conteúdos históricos mas em quantidades pequenas, onde aparece muitas vezes a história da ciência introduzindo assuntos ou capítulos, mas sem riqueza de detalhes. Isso pode ser observado no capítulo 7( INTRODUÇÃO ÁS TRANSFORMAÇÕES QUIMICAS). A História da Ciência apresentada é apenas introdutória no capítulo descrevendo em linhas gerais a história da humanidade a partir da construção dos primeiros instrumentos e ferramentas, o uso de fogo. Observa-se apenas uma breve passagem sem aprofundamento histórico.

Outro exemplo que levantamos em relação ao Livro 1 se refere a categoria 2 ( a maneira como os tópicos foram abordados) no Capítulo 6 ( Modelos para o átomo e uma introdução á tabela periódica, páginas de 137 á 147) consegue-se identificar vários textos que estão dentro da subcategoria 2.1: estão apresentados em Boxes ou seçõesespecíficas ( é o caso dos textos 1: A idéia do Átomo: da Grécia Antiga aos tempos atuais; texto 2: A hipótese Atômica de Dalton).Observa-se que cada boxe é trabalhado a história isoladamente dando ênfase a cada cientista responsável pela descoberta de alguma hipótese atômica. Em relação a categoria 3 ( a qualidade das informações históricas apresentadas) observou-se que no capítulo 7 o conteúdo histórico não satisfaz, ou seja, não valorizam a ciência com relação ao ensino, já que apenas citam sem aprofundamento alguns aspectos históricos. Já no capítulo 6 sobre modelos atômicos, acredita-se que os fatos colocados estão historicamente corretos e ilustram de fato a forma como a ciência se desenvolveu na prática., mas que poderia haver uma interligação maior entre os textos no sentido de apresentar uma ordem cronológica mais adequada. Fazendo uma breve análise do Livro 2 ( Química Cidadã ) dos autores Santos e Mol ( 2012),Volume 1,podemos observar em relação a categoria 1,que em alguns capítulos há conteúdoshistóricos, mas de maneira espaçada ou incompleta, além de apresentar conteúdo histórico.podemos observar isso nos capítulos 3 ( Constituintes das substâncias, Química e Ciência), no capítulo 5 ( Modelos Atômicos). Em relação a categoria 2, ( A maneira como esses tópicos foram abordados),observa-se que a maioria dos capítulos apresentam boxes ou seçõesespecíficas sobre história da ciência, ou seja, biografias de cientistas, e/ou fatos relacionadosa alguma descoberta científica, o que segundo Martins( 2004), é uma forma errônea de se ensinar história da ciência, já que enfatiza apenas nascimento, morte, grande descoberta obtida pelo cientista colocando-o como um grande gênio da ciência. Podemos observar isso nos boxes presentes no deccorrer dos livros que estão nas páginas 149, 155,182,260, entre outros. Já em relação a categoria 3, ( a qualidade de informações históricas apresentadas), podemos observar que grande parte do conteúdo histórico presente no livro não satisfaz, já que as informações históricas não valorizam a Ciência com relação ao ensino. Por fim, fazendo uma análise do Livro 3 ( Química: Ser Protagonista ) do autor Lisboa ( 2012),Volume único ( Avaliando apenas conteúdos do 1º ano- da página 14 á

268)- Em relação a categoria 1( A quantidade de conteúdo histórico presente), podemos observar quem em todos os capítulos analisados a História da Ciência aparece somente como introdução de capítulos ou assuntos ou informações imprecisas incompletas como, por exemplo, sem a devida localização temporal. Quanto a categoria 2, ( a maneira como estes tópicos forma abordados), podemos observar que a história da ciência apresenta-se nos capítulos em boxes ou seçõesespecíficas, enfatizando biografias de cientistas, e/ou fatos relacionadosa alguma descoberta científica. O que segundo Martins (2004) é uma forma simplista e errônea de se ensinar história da ciência. Já em relação a categoria 3, ( a qualidade de informações históricas apresentadas), podemos observar que grande parte do conteúdo histórico presente no livro não atende os critérios de um ensino de Química necessário à cidadania, já que as informações históricas não valorizam a Ciência com relação ao ensino. 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do exposto, podemos afirmar que o estudo da história da ciência é de fundamental importância para o campo educacional e para formação de um sujeito pesquisador capaz de entender como deve ser processado o conhecimento cientifico através do estudo e compreensão da natureza da ciência. Compreende-se que a ciência não dar para ser provada e sim estudada, que a verdade absoluta tão empreendida no campo do conhecimento, não existe, pelo contrário, os estudos são trabalhados em cima de hipóteses e devem ser visto dessa forma. Portanto, a ciência é configurada como um empreendimento humano e coletivo para a vida em sociedade. Outro aspecto a destacar é a importância de se trabalhar a história da ciência em nossas salas de aula, ela precisa está vinculada a nossa prática pedagógica, principalmente nos livros didáticos, que devem ser instrumentos dos futuros pesquisadores. O ensino de Química houve uma transformação, em que hoje não se admite uma metodologia pautada na decodificação de fórmulas e conceitos químicos, mas a interpretação deles e seu uso na vida cotidiana. Grande parte dos livros analisados relatam fatos histórico-científicos como se fosse algo para ocupar páginas, não permitindo que o aluno descubra o conceito através de fatos históricos. Também foi observado que os livros Quimica Cidadã e Química:

Ser Protagonista, reduzem a história da ciência a nomes, datas e anedotas, pois se baseiam em idéias de que a ciência é feita por grandes personagens, parte de eventos marcantes, com data determinada e o estudo isolado dos fatos. De acordo com a análise feita pode-se concluir que o Livro 1 ( Química) de Montimer e Machado, estaria mais próximo das concepções sobre o ensino de fatos históricos no contexto escolar. O livro 2 ( Química Cidadã) de Santos e Mol também apresentam alguns conteúdos históricos. Fica também evidenciado que a pequena análise dos livros, mostrou de certa forma, uma melhoria no quesito do uso de História da Ciência, mostrando que também acompanharam as mudanças na educação e que também influenciaram e continuam influenciando o ensino de Química no país. No entanto há necessidade do Professor ir em busca de algo que possa complementar seu plano de aula para trabalhar melhor com a história da ciência em sala de aula.é de fundamental importância que o professor como estruturador do ensinose coloque de maneira crítica frente aos Livros Didáticos que irá utilizar. Enfim, foi realizado um estudo em torno dos livros didáticos de Química, mas um estudo não se dá por terminado, desse modo, esse estudo é um ponto inicial para aprofundamentos posteriores, principalmentena análise dos volumes 2 e 3 das respectivas obras. REFERÊNCIAS BARROS, M. A; C, A. M. P. de. A história da Ciência iluminando e ensino de visão. Ciência e Educação, p.83-84, 1998. BRASIL. Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: Ministério da Educação, 1998. BRASIL. Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: Ministério da Educação, 2002.. Conselho Nacional de Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasília, 2006. CASSIANO, C.C.F. Aspectos políticos e econômicos da circulação do livro didático de História e suas implicações curriculares. História,São Paulo, v.23, n.1-2, p.33-48, 2004.

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