Relatório de Resultados 1T13 Mensagem da administração O início do ano de 2013 revelou-se bastante favorável para os produtores de carnes na América do Sul. De acordo com dados oficiais e considerando somente o desempenho dos principais exportadores de carne bovina, no primeiro bimestre do ano de 2013 o Brasil elevou sua participação no mercado mundial de carnes em 5,3% em relação ao mesmo período de 2012, atingindo 28,5% do volume total exportado, colocando o país novamente na liderança no comércio internacional deste segmento. O Paraguai também se fortaleceu e elevou sua participação em 1,6% no mesmo período, para 6% do volume total. Nesta amostra, os Estados Unidos reduziram sua participação em 4,9%, para 28,3%, e a Austrália encolheu 1,5%, para 23,4%, ratificando as vantagens competitivas naturais da América do Sul, especialmente como produtor e exportador de carne bovina. As exportações da Minerva novamente foram destaque, respondendo por quase 70% da receita total de carne in natura no 1º trimestre de 2013, fruto principalmente dos instrumentos de gestão de risco que apoiam a decisão sobre o mix de vendas de nossos produtos. O resultado traduziu-se no crescimento de 32,8% da receita bruta da divisão carnes no mercado externo, quando comparamos o 1T13 com o mesmo período de 2012. No mercado interno o volume de vendas apresentou crescimento de 20% em relação ao ano anterior. Para reforçarmos nosso compromisso com o consumidor e estratégia de aumento das vendas, anunciamos a abertura de dois novos Centros de Distribuição em Rondônia e Minas Gerais. A Companhia conclui nesse primeiro trimestre a emissão de US$ 850 milhões em notas de 10 anos no mercado internacional, pagando juros anuais de 7,75%. Com os recursos dessa emissão, recompramos os títulos com vencimento em 2017, 2019 e 2022, como parte de estratégia de gestão de passivos, que visa à contínua redução no custo de capital da Companhia. Por fim, reiteramos o compromisso de transparência, geração de valor e melhoria constante dos processos internos, especialmente de governança corporativa. Continuamos bastante otimistas com as perspectivas para o setor, apoiados de um lado por um mercado internacional bastante demandador em proteína bovina, e por outro pela situação favorável de oferta de animais para abate, no Brasil, fruto do atual momento do ciclo pecuário. Fernando Galletti de Queiroz, Diretor Presidente Panorama Setorial O aumento de 7,8% no volume de abate brasileiro no 1T13, quando comparado com o mesmo período de 2012, é explicado pelo aumento de oferta, bom desempenho das exportações brasileiras, que apresentaram um aumento de 33% em relação ao mesmo período de 2012, e pela boa demanda apresentada no mercado local, no trimestre. O maior volume de exportação brasileira de carne bovina é reflexo da demanda aquecida, principalmente dos países emergentes, das dificuldades enfrentadas por alguns concorrentes e da elevada competitividade da carne bovina brasileira. Queda de abate e produção dos Estados Unidos (3,8% no acumulado desde 2011) e Austrália (3,5% no acumulado desde 2011), com o spread entre o preço da arroba do Brasil vs. Austrália e EUA aumentando, tornando assim a indústria brasileira ainda mais competitiva no cenário externo.
Figura 1 Evolução do Abate de Bovinos no Brasil (em 1.000 cabeças) e preço médio da arroba (R$) 101,9 98,2 97,4 100,2 96,6 93,8 92,4 96,5 97,9 105,0 100,0 95,0 5.417 5.368 5.532 5.451 5.555 5.834 5.995 5.930 5.990 1T11 2T11 3T11 4T11 1T12 2T12 3T12 4T12 1T13 90,0 85,0 Fonte: Ministério da Agricultura e Pecuária, CEPEA/ESALQ Obs: Quantidade de Abate do 1T13 com dados preliminares Mercado Interno e Mercado Externo O primeiro trimestre do ano é sazonalmente o de menor demanda por carne, devido ao impacto do grande consumo no último trimestre do ano anterior. Entretanto, observamos uma maior elevação dos preços das outras proteínas ao final de 2012, como frango e suíno. Essa distorção nos preços aumentou a demanda por carne bovina, elevando assim o preço em aproximadamente 1,5% em relação ao primeiro trimestre de 2012, num período tipicamente fraco, indicando movimentação do efeito substituição. Por outro lado, no mercado externo, as vendas do mercado nacional apresentaram crescimento de 33% em relação ao mesmo período do ano anterior. A queda no abate e produção dos EUA, a forte demanda por países em desenvolvimento e a valorização do dólar frente ao real levaram a esse desempenho. Desempenho Operacional Após o período de maturação de capacidade em decorrência dos investimentos realizados nos últimos anos e da adição de mais 1.000 cabeças/dia, com a aquisição da Frigomerc, nosso nível médio de utilização de capacidade esta voltando à média histórica, referência do setor. Encerramos o primeiro trimestre de 2013 com 74,8%, um aumento 9,0 p.p. em relação ao 1T12. Figura 10 -Utilização da capacidade instalada de abate 72,5% 74,7% 69,8% 71,2% 74,8% 65,8% 1T11 1T12 2T12 3T12 4T12 1T13
Contamos hoje com nove centros de distribuição no Brasil e um no Paraguai. Anunciamos recentemente a abertura de mais dois novos centros em Uberlândia/MG e Rondônia. Através de nossa distribuição atingimos mais de 26 mil clientes em 1.600 cidades com foco no pequeno e médio varejista. Apresentamos um crescimento de receita líquida de 27% no ano 1T13. As exportações representaram 66,8% da Receita Bruta. No gráfico abaixo de Receita por Segmento, destacamos o segmento outros, que nesse trimestre representou 14,7%. Dentro dessa Receita encontram-se Couros e MDF que tiveram excelente desempenho no primeiro trimestre do ano, apresentando um crescimento de receita de 46,1% e 58,1% respectivamente Mercado interno 33,2% Receita por mercado Boi vivo 10,4% Receita por segmento Outros 14,7% Mercado externo 66,8% Carne bovina 74,9% Encerramos o primeiro trimestre de 2013 com um EBITDA (Lucro antes de juros financeiros, impostos, depreciação e amortização) de R$100,4 milhões, um crescimento de 30% em relação ao 1T12 e uma margem EBITDA (EBITDA sobre Receita Líquida) de 8,4%. Figura 16 - Fluxo de amortizações da dívida em 31/03/13 (em milhões de R$) 1.329,7 773,9 349,3 39,4 37,2 204,8 45,2 12,9 124,7 5,7 5,3 257,5 Caixa 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 Demonstrando o nosso comprometimento com a desalavancagem da empresa, finalizamos 2012 com uma relação dívida líquida (divida total menos caixa) EBITDA de 3,1x, 0,7 x inferior ao reportado no final do 1T12. A Minerva encerrou o 1T13 com R$ 774 milhões em caixa, saldo suficiente para cobrir todas as amortizações de dívida até 2019. A dívida de curto prazo encerrou o trimestre em 14,5% do total. Ao final do trimestre, aproximadamente 74% da dívida total era denominada em dólares.
Demonstrações Financeiras 2012 Demonstração do resultado (mil R$) 1T13 Receita líquida de vendas 1.194.987 Custo da mercadoria vendida -967.259 Despesas Vendas e Administrativas -141.799 Outras receitas/despesas operacionais 354 Despesas financeiras -99.317 Imposto de Renda -9.070 Lucro/Prejuízo 5.216 EBITDA 100.366 1400 1200 1000 800 600 400 200 0 120 100 80 60 40 20 0 Receita Líquida 880,4 944,1 1.195,0 1T11 1T12 1T13 EBITDA e Margem EBITDA 8.2% 8.4% 6.8% 100,4 60,2 77,2 1T11 1T12 1T13 9,0% 8,0% 7,0% 6,0% 5,0% 4,0% 3,0% 2,0% 1,0% 0,0% Balanço (mil R$) 2012 Ativo 4.017.749 Caixa e equivalentes de caixa 733.860 Investimento 0 Outros 3.243.889 Passivo e patrimônio 4.017.749 Empréstimos Curto Prazo 352.177 Empréstimos Longo Prazo 2.203.208 Outros 740.125 Patrimônio Minerva 722.239
Glossário Financeiro EBITDA: indicador financeiro mais utilizado para representar uma aproximação de quanto caixa a atividade operacional irá gerar para a empresa. Vale ressaltar que este indicador analisa a geração de valor para a empresa, para chegarmos a uma aproximação de caixa do acionista devemos excluir o pagamento de juros da dívida e os impostos devidos ao governo. CAGR: Compound Annual Growth Rate que em português significa taxa composta de crescimento anual, devolve a taxa de rentabilidade interna de uma sucessão de fluxos monetários. Dito de outra forma mede a taxa composta média anual de crescimento de retorno de um investimento durante um determinado período de anos; portanto representa o ganho anual uniformizado obtido com um investimento durante um determinado horizonte temporal.