URBANISMO 2 2012 / 1 TRABALHO PRÁTICO Estudo da COHAB Tancredo Neves Resumo bibliografia básica
No livro Introdução ao Desenho Urbano no Processo de Planejamento de Vicente Del Rio (1990), o desenho urbano apresenta-nos um processo de desenvolvimento e um enfoque metodológico multidisciplinar possível, aonde podemos compreender o processo, em constante transformação, do planejamento urbano, na busca da promoção da qualidade físico-ambiental da cidade bem como da funcionalidade e sustentabilidade de seus espaços.
Plantas figura-fundo: Malha viária (fundofigura) Espaço privado (figura-fundo) Perfil fundiário Espaço construído
(CULLEN, 1971: 19), define como Visão Serial, o percurso de um extremo ao outro da planta a passo uniforme, revela uma sucessão de pontos de vista, conforme se procura identificar através de uma série de desenhos. Na planta, cada seta representa um ponto de vista. A progressão uniforme do caminhante vai sendo pontuada por uma série de contrastes súbitos que tem grande impacto visual e dão vida ao percurso. (...) Reparase que os mínimos desvios ao alinhamento, as pequenas variações nas saliências e reentrâncias, em planta têm um efeito dramático não proporcional na terceira dimensão.
A paisagem urbana surge na maioria das vezes como uma sucessão de surpresas e revelações súbitas Gordon Cullen
Destacam-se então três etapas da análise: 1. FORMA Análise visual do espaço construído, o espaço físico, é a cidade como objeto, onde é necessário desenvolver visão para registrar não só os destaques, mas todos os detalhes formais. Da mesma forma que quando se projeta uma casa ou um espaço público se faz os detalhamentos, aqui se procede como se estivesse analisando na prática a implantação de um projeto. 2. FUNÇÃO O sentido é buscar as correspondências das formas com as funções, as atividades aí desenvolvidas e como tem se comportado as relações entre os espaços e essas atividades e sua população. Aqui a cidade é o palco e ao mesmo tempo cena, ou seja, o lócus de um campo de forças, como interpreta Cristina Freire (1997). 3. IMAGEM A imagem da cidade é o conjunto de idéias expectativas e valores que a população ou determinadas parcelas fazem da cidade real. Assim podemos ter a cidade vista pelos moradores, pelos trabalhadores, pelos arquitetos urbanistas, pelos sanitaristas, pelos médicos, pelos visitantes ou outros grupos. E cada um deles a representa de forma diferente. A literatura nos dá um vasto campo de busca e interpretações neste sentido, assim como a fotografia e o desenho, ou ainda os relatórios técnicos. Há sempre um discurso embutido nessas representações que precisamos fazer escavação, ou ainda como dizia Benjamim (1994), correr a escova no sentido contra o pelo, para assim revelar esse lado oculto.
É possível descrever através de imagens gráficas e esquemas a ambiência do percurso, isto é, sentir como se estivesse lá. Conforme Lynch (1960), Goodey (1971), Pleyard (1976) e Bailly (1979) um percurso é percebido quando se aplica também elementos de análise que refletem a imagem mental que os habitantes tinham de sua cidade, isto é, o seu significado para seus usuários, através da identificação de suas qualidades e elementos estruturadores. Lynch (1960) apresenta-nos uma teoria que gira em torno das seguintes qualidades urbanas, que servem como referência: Legibilidade Identidade, Estrutura e Significado Imageabilidade Percursos Limites Setores Nós Marcos
Legibilidade: imprime qualidade visual das partes que são reconhecidas e organizadas em um padrão coerente, faz-se necessário o apanhado da riqueza dos detalhes bem como de seus significados. Identidade, Estrutura e Significado: percebe-se claramente que uma área é diferente da outra, pois exprime uma personalidade e individualidade própria. O observador é capaz de expressar o significado dessa imagem ambiental, seja ela prática ou emocional. Imageabilidade: capacidade de um objeto e elemento de evocar uma forte impressão em qualquer observador, impondo-se na percepção e memória do observador. Através de imagens mentais e da descrição de percurso urbano é possível sugerir alguns princípios de Desenho Urbano, mas para isso é preciso identificar e analisar as imagens coletivas das cidades e as de suas partes/elementos significantes (MAPAS COMPOSTOS E ESQUEMAS ANALÍTICOS).
Percursos: identifica os canais de movimentos presentes no percurso e os movimentos, importantes na estrutura das cidades. Percebe-se o arranjo dos elementos ali presentes. Limites: consistem em elementos lineares não utilizados como percursos e que quase sempre demarcam o limite de uma determinada área ou zona conhecida pelo observador. Representa uma interrupção da continuidade da imagem urbana. Setores: identificados através de aproximações e distanciamento do objeto urbano a ser analisado. ( DE DENTRO E DE FORA DA CIDADE). Nós: são locais estratégicos, aonde o observador percebe claramente a forte função da estrutura urbana. Marcos: são marcos que se destacam na paisagem urbana. Geralmente são objetos físicos que podem ou não estar distantes do observador, mas que servem como marco urbano de referência, por se destacar do conjunto.
6) Bibliografia CULLEN, Gordon. A Imagem da cidade. São Paulo Martins Fontes, 1971. DEL RIO, Vicente. Introdução ao Desenho Urbano no Processo de Planejamento. São Paulo: Pini, 1990. GOITIA, Fernando Chueca. Breve História do Urbanismo. Editorial Presença, Lisboa, 1982. LYNCH, Kevin. Paisagem Urbana. Architectural Press, 1971.