TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIAO APELAÇÃO CÍVEL Nº /RS RELATORA : DES. FEDERAL LUCIANE AMARAL CORRÊA MÜNCH

Documentos relacionados
EMENTA ACÓRDÃO. Porto Alegre, 17 de dezembro de Des. Federal LUCIANE AMARAL CORRÊA MÜNCH Relatora

AGRAVO REGIMENTAL EM APELAÇÃO CÍVEL Nº /SC

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº /SC RELATORA : DES. FEDERAL LUCIANE AMARAL CORRÊA MÜNCH

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO GABINETE DO DESEMBARGADOR FEDERAL FRANCISCO BARROS DIAS

:: Portal da Justiça Federal da 4ª Região ::

EMENTA ACÓRDÃO. JOEL ILAN PACIORNIK Relator

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM APELAÇÃO CÍVEL Nº /SC

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DÉCIMA SÉTIMA CÂMARA CÍVEL

EMENTA ACÓRDÃO APELAÇÃO CÍVEL Nº /RS

EMENTA ACÓRDÃO. Juíza Federal VÂNIA HACK DE ALMEIDA Relatora

Superior Tribunal de Justiça

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL TERCEIRA TURMA CÍVEL APELAÇÃO CÍVEL - EXECUÇÃO - N /

Vistos, relatados e discutidos estes autos da Apelação Cível nº , em que figuram como apelante

EMENTA ACÓRDÃO. Juiz Federal JORGE ANTONIO MAURIQUE Relator

Poder Judiciário TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO

EMENTA ACÓRDÃO. Juiz Federal JORGE ANTONIO MAURIQUE Relator

APELAÇÃO/REMESSA NECESSÁRIA Nº /PR

Poder Judiciário TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO Gabinete do Desembargador Federal Geraldo Apoliano RELATÓRIO

CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - CRC/SC APELADO : FRANCISCA RIBEIRO DAS NEVES ADVOGADO : JOAREZ DA NATIVIDADE EMENTA

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO EMENTA

WOLFRID TELECOMUNICACOES LTDA MUNICIPIO DE PORTO ALEGRE A C Ó R D Ã O. Vistos, relatados e discutidos os autos. 1

APELANTE: FAZENDA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE CASCAVEL APELADO: FARMÁCIA VIDAS VIVE LTDA RELATOR: DES. DIMAS ORTÊNCIO DE MELO

Superior Tribunal de Justiça

Nº /PR

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores OSVALDO CAPRARO (Presidente sem voto), BEATRIZ BRAGA E MOURÃO NETO.

05ª Vara Federal de Execução Fiscal do Rio de Janeiro ( ) EMENTA

Superior Tribunal de Justiça

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO APELAÇÃO CÍVEL Nº /SP

: UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL) : PROCURADORIA-REGIONAL DA FAZENDA NACIONAL

EMENTA ACÓRDÃO APELAÇÃO CÍVEL Nº /RS

EMENTA ACÓRDÃO. VALDEMAR CAPELETTI Relator

RELATOR : CÂNDIDO ALFREDO SILVA LEAL JUNIOR APELANTE :

APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO Nº

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO

SOCIEDADE E DIREITO EM REVISTA

Superior Tribunal de Justiça

EMENTA ACÓRDÃO. Porto Alegre, 15 de março de Poder Judiciário TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

EMENTA ACÓRDÃO APELAÇÃO CÍVEL Nº /SC

ORIGEM : 33ª VARA - PE (PROCESSO FÍSICO: )

Superior Tribunal de Justiça

EMENTA ACÓRDÃO RELATÓRIO APELAÇÃO CÍVEL Nº /RS

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

RELATOR : CARLOS EDUARDO THOMPSON FLORES LENZ APELANTE :

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

PÓS GRADUAÇÃO DIREITO E PROCESSO TRIBUTÁRIO

APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO Nº /SC

Tribunal Regional Federal da 3ª Região

Apelação Cível nº , de Cambé Vara Cível Relator: Lauro Laertes de Oliveira Apelante: Município de Cambé Apelado: Aparecido Alves Teixeira

EMENTA ACÓRDÃO APELAÇÃO CÍVEL Nº /PR

Superior Tribunal de Justiça

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores RICARDO FEITOSA (Presidente) e FERREIRA RODRIGUES.

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

SINDICATO DOS TRABALHADORES EM EMPRESAS DE RADIODIFUSAO E TELEVISAO DO RIO GRANDE DO SUL ADVOGADO : LUIZ GUSTAVO CAPITANI E SILVA REIMANN APELADO :

RELATOR : Juíza Federal GABRIELA PIETSCH SERAFIN APELANTE :

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO

ACÓRDÃO. Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação nº , da Comarca de Salesópolis, em que é apelante FAZENDA DO

EMENTA ACÓRDÃO APELAÇÃO CÍVEL Nº /SC

APELANTE:SINDICATO DOS DESPACHANTES ADUANEIROS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO

21/08/2017 SEGUNDA TURMA : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI

Superior Tribunal de Justiça

Sexta Câmara Cível DECISÃO

EMENTA ACÓRDÃO APELAÇÃO CÍVEL Nº /RS

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

EMENTA ACÓRDÃO. Desembargador Federal ÁLVARO EDUARDO JUNQUEIRA Relator

EMENTA ACÓRDÃO RELATÓRIO APELAÇÃO CÍVEL Nº /PR

RELATÓRIO. O Ministério Público Federal (fls. 58/68) opinou pelo desprovimento do recurso. É o relatório. Peço dia para julgamento.

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

IV - APELACAO CIVEL

RELATOR : CÂNDIDO ALFREDO SILVA LEAL JUNIOR APELANTE : ESCRITÓRIO CENTRAL DE ARRECADAÇÃO E DIREITOS AUTORAIS ADVOGADO : MARIALVA PICCININI APELADO :

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

RELATORA : Des. Federal MARIA DE FÁTIMA FREITAS LABARRÈRE APELANTE : UNIÃO - FAZENDA NACIONAL APELADO : GABRIEL KNIJNIK EMENTA ACÓRDÃO

Superior Tribunal de Justiça

Poder Judiciário TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO GABINETE DO DESEMBARGADOR FEDERAL FRANCISCO WILDO

EMENTA ACÓRDÃO. RELATOR : Juiz Federal HERMES SIEDLER DA CONCEIÇÃO JÚNIOR

Nº COMARCA DE PORTO ALEGRE A C Ó R D Ã O

IV - APELACAO CIVEL

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO

Cumprimento provisório da sentença e competência do Juizado Especial Fazendário

Superior Tribunal de Justiça

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ERBETTA FILHO (Presidente) e RAUL DE FELICE. São Paulo, 20 de abril de 2017.

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Tribunal Regional Federal da 3ª Região

Supremo Tribunal Federal

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO

Superior Tribunal de Justiça

Poder Judiciário Tribunal Regional Federal da 5ª Região Gabinete do Desembargador Federal Rogério Fialho Moreira

Tribunal Regional Federal da 3ª Região

RICARDO TEIXEIRA DO VALLE PEREIRA,

Transcrição:

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIAO APELAÇÃO CÍVEL Nº 0032592-28.1999.404.7100/RS RELATORA : DES. FEDERAL LUCIANE AMARAL CORRÊA MÜNCH APELANTE : ADVOGADO APELADO CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRACAO DA 10 REGIÃO - CRA/RS : LUCIANE ARAUJO DO NASCIMENTO : ROSIMARY DE SOUZA VARGAS EMENTA TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. CONSELHO PROFISSIONAL. ANUIDADE. ART. 174 DO CTN. PRESCRIÇÃO. SÚMULA 6 DO TRF2. INAPLICABILIDADE. SÚMULA 46 DO TRF4. 1. Transcorridos mais de nove anos sem ter ocorrido a citação da parte executada, resta prescrita a pretensão de cobrança da exeqüente (art. 174, parágrafo único, I, do CTN, na redação vigente à época do ajuizamento do feito). 2. Inaplicabilidade da Súmula 6 do TRF2, circunscrita àquela Região. 3. A Súmula nº 46 deste Tribunal é compatível com a declaração da prescrição. ACÓRDÃO Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia 2ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por unanimidade, negar provimento à apelação, nos termos do relatório, votos e notas taquigráficas que ficam fazendo parte integrante do presente julgado. Porto Alegre, 23 de março de 2010. Des. Federal LUCIANE AMARAL CORRÊA MÜNCH Relatora Documento eletrônico assinado digitalmente por Des. Federal LUCIANE AMARAL CORRÊA MÜNCH, Relatora, conforme MP nº 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que instituiu a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, e a Resolução nº 61/2007, publicada no Diário Eletrônico da 4a Região nº 295 de 24/12/2007. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico https://www.trf4.gov.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 3307166v2 e, se solicitado, do código CRC C16CA1EC. Informações adicionais da assinatura: Signatário (a): Nº de Série do Certificado: LUCIANE AMARAL CORREA MUNCH:55 4435C180 Data e Hora: 24/03/2010 15:38:21 APELAÇÃO CÍVEL Nº 0032592-28.1999.404.7100/RS RELATORA : Des. Federal LUCIANE AMARAL CORRÊA MÜNCH

APELANTE : ADVOGADO APELADO CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRACAO DA 10 REGIÃO - CRA/RS : Luciane Araujo do Nascimento : ROSIMARY DE SOUZA VARGAS RELATÓRIO Trata-se de apelação de sentença que reconheceu a prescrição e julgou extinto o processo, forte no art. 269, inc. IV, do CPC, julgando extinta a execução fiscal. Sem honorários, visto que não foi angularizada a lide. O Conselho, em suas razões recursais, insurge-se contra a decisão que indeferiu a expedição de ofício à Receita Federal. Alega que a prescrição não restou consumada. Menciona a aplicação das Súmulas nºs 6 do TRF da 2ª Região e 46 desta Corte. Sem contrarrazões, vieram os autos para julgamento. É o relatório. VOTO Da prescrição A sentença muito bem aborda a matéria ventilada, de sorte que adoto os seus fundamentos como razões de decidir, porquanto expressam meu entendimento a respeito. Passo a seguir a reproduzi-la: " Primeiramente, sinalo que o crédito em execução é tributário, conforme já decidido pelo STF (RTJ 85/701, 85/927, 92/352 e 93/1217), face à natureza de contribuição parafiscal das anuidades devidas aos Conselhos de Fiscalização Profissional (art. 21, 2º, I, da CF/69, e art. 149 da CF/88). Assim, se sujeita ao prazo prescricional quinquenal, seja pela incidência do Código Tributário Nacional a partir de 1º de janeiro de 1967 (art. 218 do CTN), seja em razão do princípio da continuidade no período entre a EC 08/77 e a promulgação da atual Constituição (adotado pela 1ª Seção do STJ no ERESP nº 146.213, relatado pelo Min. José Delgado e julgado em 06.12.99, DJ 28.02.00, pág. 33), seja em razão do regramento tributário da matéria na CF/88. Assentado o prazo prescricional aplicável na espécie, passo à análise da ocorrência ou não da prescrição no caso concreto, com base no art. 219, 5º, do CPC, na redação dada pela Lei 11.280/06, com vigência a partir de 18/08/06, o qual dispõe o seguinte: " 5º. O juiz pronunciará, de ofício, a prescrição." In casu, trata-se de débito referente às anuidades de 1994 a 1999, com ajuizamento da ação em 16/12/1999, não tendo a parte executada sido localizada para citação até a presente data.

Em que pese a execução tenha sido ajuizada tempestivamente, a prescrição restou caracterizada no caso dos autos, visto que, até a presente data, a parte devedora não foi devidamente citada. E, no caso, a ausência de citação deveu-se exclusivamente à inércia do exequente, que não comprovou ter realizado qualquer diligência na tentativa de obter o endereço da executada, limitando-se a requerer a suspensão do processo (fl. 22), sendo que a ele compete instruir o processo executivo, não podendo tal ônus ser integralmente transferido ao Judiciário. Sobre a caracterização da prescrição no caso de inércia do exeqüente, transcrevo os seguintes precedentes: "EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL - PRESCRIÇÃO. - De acordo com a jurisprudência da 1ª e 2ª Turmas do STJ, não efetivada a regular citação do contribuinte antes de transcorridos cinco anos da data da constituição definitiva do crédito tributário, por inércia do Estado exeqüente, a prescrição há de ser decretada." (TRF - 4ª Região, AC 200470090036811/PR, 2ª Turma, unânime, Rel. Des. Fed. Antônio Albino Ramos de Oliveira, julg. 10.05.05, DJU 29.06.05, p. 569) "EXECUÇÃO FISCAL. CONSELHO PROFISSIONAL. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. DECRETAÇÃO DE OFÍCIO. ARTIGOS 174, DO CTN E 40, DA LEF. 1. A prescrição tributária, conforme art. 146 da CF/88, deve ter sua disciplina reservada à lei complementar, no caso, o Código Tributário Nacional. 2. Em que pese as disposições do artigo 40, da Lei de Execuções Fiscais acima transcrito, a falta de citação do devedor por mais de cinco anos (prazo dado pelo artigo 174, do CTN) do despacho que a ordenou devido à inércia do exeqüente, autoriza a extinção do feito executivo pelo reconhecimento da prescrição. 3. Honorários mantidos no valor fixado na sentença, qual seja, 10% sobre o valor atualizado da causa." (TRF - 4ª Região, AC 200071120018784/RS, 1ª Turma, unânime, Rel. Des. Fed. Álvaro Eduardo Junqueira, julg. 25.08.04, DJU 08.09.04, p. 388) Ainda, sobre a possibilidade de reconhecimento de ofício da prescrição nos executivos fiscais, face à nova redação do art. 219, 5º, do CPC: TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO. TRIBUTOS DECLARADOS E NÃO PAGOS. ART. 174 DO CTN. DECRETAÇÃO DE OFÍCIO. LEI Nº 10.522/02. DECRETO- LEI Nº 1.569/77. INDISPONIBILIDADE DOS CRÉDITOS PÚBLICOS. ARTS. 45 E 46 DA LEI Nº 8.212/91. 1. Cabível o reconhecimento de ofício, seja com base no art. 219, 5º, do CPC, seja porque a prescrição, em matéria tributária, atinge não apenas a ação como o próprio direito material, na medida em que extingue o crédito tributário. Art. 174 combinado com o art. 156, inciso V, ambos do CTN. 2. A norma introduzida na lei adjetiva, a autorizar a decretação da prescrição por iniciativa do juiz, é de índole processual e não material, aplicando-se, portanto, aos processos em curso. 3. Tendo decorrido mais de cinco anos, desde a data da constituição definitiva do crédito tributário, sem citação ou notícia de causa suspensiva ou interruptiva do prazo prescricional, opera-se a prescrição do crédito tributário. 4. Não fosse pela prescrição do crédito tributário, desde a sua constituição definitiva, tendo decorrido lapso temporal superior a cinco anos, sem impulsionamento válido da execução pelo credor, está, também, configurada a prescrição intercorrente (art. 174 do CTN e 4º do art. 40 da LEF). ). 5. O disposto no art. 20 da Lei nº 10.522/02, na redação dada pela Lei nº 11.033/04, que prevê o arquivamento do feito sem baixa na distribuição, em face do valor do débito, não obsta a fluência da prescrição. 6. É inconstitucional o parágrafo único do art. 5º do Decreto-lei nº 1.569/77, que contempla hipótese de suspensão do prazo prescricional sem correspondente na legislação complementar. (Argüição de Inconstitucionalidade na AC nº 2002.71.11.002402-4/RS). 7. O princípio da

indisponibilidade dos créditos públicos cede lugar, in casu, aos princípios da economia, utilidade e efetividade da prestação jurisdicional. 8. São inconstitucionais os arts. 45 e 46 da Lei nº 8.212, por disciplinarem matéria reservada à lei complementar, aplicando-se à contribuição destinada à Seguridade Social o prazo prescricional de cinco anos previsto nos arts. 173 e 174, do CTN. (Argüições de Inconstitucionalidade nos AI nºs 2000.04.01.092228-3/PR e 2004.04.01.026097-8/RS). (TRF4, AC 1999.71.12.004768-8, Primeira Turma, Relator Roger Raupp Rios, D.E. 08/07/2008) De fato, tenho que a expedição de ofícios pelo Judiciário a órgãos públicos na busca de informações sobre o endereço do executado ou à Receita Federal é medida excepcional, determinada somente após comprovadas as diligências inexitosas por parte da exeqüente, o que não ocorreu no caso em tela. Com efeito, compete ao exequente instrumentalizar o processo executivo, não se justificando que o credor transfira integralmente ao Judiciário o ônus de localizar o devedor. Ademais, observo que o credor não esgotou os meios possíveis de obtenção de informações acerca do paradeiro do devedor, porquanto poderia ter diligenciado junto à JUCERGS, Companhia de Saneamento, Cartórios de Protestos de Títulos, órgãos de proteção ao crédito, entre outros. No caso, inaplicável a Súmula 6 do TRF 2ª Região. pois restrita às execuções fiscais ajuizadas na Justiça Federal no âmbito de sua jurisdição. Alega a apelante que a Súmula nº 46 do TRF da 4ª Região obsta o reconhecimento da prescrição quando o devedor não for encontrado ou não houver bens penhoráveis. Nesse ponto, vale transcrever o seguinte julgado desta Corte: TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. ANUIDADE DE CONSELHO PROFISSIONAL. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE CARACTERIZADA. ART. 174 CTN. 4º DO ART. 40 DA LEF. SÚMULA 46 DO TRF4. (...) 3. O disposto na súmula 46 deste Regional ("É incabível a extinção do processo de execução fiscal pela falta de localização do devedor ou inexistência de bens penhoráveis (art. 40 da Lei nº 6830/80)"), não obsta ao reconhecimento da prescrição intercorrente, nem encerra preceito absoluto, demandando, ao contrário, interpretação sistemática. (AC 1992.71.00.018542-0/RS, Relatora Juíza Taís Schilling Ferraz, Primeira Turma, DJ 27.11.2007). Com efeito, a Súmula nº 46 deste Tribunal é compatível com a declaração da prescrição. Em que pese não ser possível a extinção do feito ante a não localização do devedor ou de seus bens, isoladamente considerada, o direito à cobrança permanece sujeito ao prazo prescricional. Portanto, transcorridos mais de nove anos desde o ajuizamento da ação, em 16-12- 1999 e não citada a executada, resta prescrita a pretensão de cobrança da exequente, consoante o teor do art. 174, parágrafo único, I, do CTN, na redação vigente à época do ajuizamento do feito. Com base no exposto, mantenho a sentença do Juízo a quo, para julgar extinta a execução, quanto à cobrança dos créditos, diante do reconhecimento da prescrição.

Prequestionamento Saliento, por fim, que o enfrentamento das questões apontadas em grau de recurso, bem como a análise da legislação aplicável, são suficientes para prequestionar junto às instâncias superiores os dispositivos que as embasam. Deixo de aplicar os dispositivos legais tidos como aptos a obter pronunciamento jurisdicional diverso do que até aqui foi declinado. Dessa forma, evita-se a necessidade de oposição de embargos de declaração tão-somente para esse fim, o que evidenciaria finalidade procrastinatória do recurso, passível de cominação de multa (artigo 538 do CPC). Dispositivo Ante o exposto, voto por negar provimento à apelação Des. Federal LUCIANE AMARAL CORRÊA MÜNCH Relatora Documento eletrônico assinado digitalmente por Des. Federal LUCIANE AMARAL CORRÊA MÜNCH, Relatora, conforme MP nº 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que instituiu a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, e a Resolução nº 61/2007, publicada no Diário Eletrônico da 4a Região nº 295 de 24/12/2007. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico https://www.trf4.gov.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 3307165v4 e, se solicitado, do código CRC 275C4655. Informações adicionais da assinatura: Signatário (a): Nº de Série do Certificado: LUCIANE AMARAL CORREA MUNCH:55 4435C180 Data e Hora: 24/03/2010 15:38:18 EXTRATO DE ATA DA SESSÃO DE 23/03/2010 APELAÇÃO CÍVEL Nº 0032592-28.1999.404.7100/RS ORIGEM: RS 199971000325922 RELATOR : Des. Federal LUCIANE AMARAL CORRÊA MÜNCH PRESIDENTE : LUCIANE AMARAL CORRÊA MÜNCH PROCURADOR : Dr(a) JANUÁRIO PALUDO APELANTE : ADVOGADO APELADO CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRACAO DA 10 REGIÃO - CRA/RS : Luciane Araujo do Nascimento : ROSIMARY DE SOUZA VARGAS Certifico que este processo foi incluído na Pauta do dia 23/03/2010, na seqüência 37, disponibilizada no DE de 15/03/2010, da qual foi intimado(a) o MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, a DEFENSORIA PÚBLICA e as demais PROCURADORIAS FEDERAIS. Certifico que o(a) 2ª TURMA, ao apreciar os autos do processo em epígrafe, em sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:

A TURMA, POR UNANIMIDADE, DECIDIU NEGAR PROVIMENTO À APELAÇÃO. RELATOR ACÓRDÃO VOTANTE(S) : Des. Federal LUCIANE AMARAL CORRÊA MÜNCH : Des. Federal LUCIANE AMARAL CORRÊA MÜNCH : Juiza Federal VÂNIA HACK DE ALMEIDA : Des. Federal OTÁVIO ROBERTO PAMPLONA MARIA CECÍLIA DRESCH DA SILVEIRA Diretora de Secretaria Documento eletrônico assinado digitalmente por MARIA CECÍLIA DRESCH DA SILVEIRA, Diretora de Secretaria, conforme MP nº 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que instituiu a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP- Brasil, e a Resolução nº 61/2007, publicada no Diário Eletrônico da 4a Região nº 295 de 24/12/2007. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico https://www.trf4.gov.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 3370138v1 e, se solicitado, do código CRC 12936282. Informações adicionais da assinatura: Signatário (a): Nº de Série do Certificado: MARIA CECILIA DRESCH DA SILVEIRA:10657 44363483 Data e Hora: 24/03/2010 13:07:57