APERFEIÇOAMENTO DO MODELO SETORIAL

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Transcrição:

APERFEIÇOAMENTO DO MODELO SETORIAL XVI ENCONTRO DOS ASSOCIADOS DA APINE COM SEUS CONVIDADOS Brasília, 29 de Setembro de 2016 Luiz Augusto Barroso Presidente

TEMAS PARA DISCUSSÃO EPE News Entendendo o caminho das pedras: de onde viemos e para onde queremos ir Temas de curto e médio prazos O futuro do setor elétrico O futuro e o Brasil

EPE NEWS

EPE NEWS não há tabus na EPE, toda ideia é bem vinda OBJETIVOS Fortalecimento da EPE como empresa de referência mundial em estudos de planejamento energético (e não apenas elétrico) Atuação mais destacada como Formuladora de Política Energética Buscado alinhamento entre objetivos do planejador e incentivosprivados Papel participativo no aperfeiçoamento do ambiente de negócios na indústria energética, apoiando o MME neste objetivo Voz ativa nas discussões relevantes e no encaminhamento de ideias e propostas

EPE NEWS não há tabus na EPE, toda ideia é bem vinda ESTRATÉGIAS / AÇÕES Foco nas questões internas: valorização da equipe técnica, de alta qualidade (gestão descentralizada e participativa) Valorização do alinhamento institucional Criação de um ambiente propício de diálogo para a construção de um modelo setorial Transparência nas ações, comferramentas e métodos computacionais adequados DESAFIOS Orçamento, agilidade, ferramentas e busca por cultura empresarial

A RETÓRICA DO PLANEJAMENTO o planejamento é uma cadeia de ações integradas Horizonte de tempo

O CAMINHO DAS PEDRAS: de onde viemos e para onde queremos ir

DE ONDE VIEMOS fragmentação do setor Interesses que levaram o setor a se distanciar dos seus objetivos centrais de fornecer energia com confiabilidade e a preços competitivos. Bipolaridade: forte estímulo a mercados dinâmicos, mas mantendo inúmeros nichos e agendas específicas e alocações de riscos questionáveis Intervencionismo na alocação dos recursos e na formação dos preços, com profusão de subsídios cruzados, elevação de custos e aumento da carga tributária para corrigir efeitos de ações no setor. Falta de transparência, credibilidade, comunicação e previsibilidade Perda do papel do preço e da contratação como indutores da eficiência Elevada burocracia Inibição à inovação

PARA ONDE QUEREMOS IR ambiente dinâmico, adaptado a novas tecnologias, com visão de longo prazo e responsabilidades definidas PRINCÍPIOS Eficiência & realismo Transparência Inovação Sustentabilidade Isonomia Segurança de suprimento (custo x risco) Previsibilidade Simplicidade Meritocracia Conformidade

PARA ONDE QUEREMOS IR ambiente dinâmico, adaptado a novas tecnologias, com visão de longo prazo e responsabilidades definidas ESTADO COM PAPEL DEFINIDO Criar um ambiente de confiança e prover a base conceitual para o funcionamento da economia e de cada setor com base em princípios e visão de longo prazo. Diretrizes claras de política energética, industrial etc., que são incorporadas no planejamento

TEMAS DE AGORA

TEMAS DE CURTO PRAZO a UTI recebe um paciente novo a cada hora Sincronia entre instituições (alinhamento, comunicação, etc) Realismo na expansão da oferta Sobrecontratação Financiabilidade do Setor Realização dos leilões de energia (geração e transmissão) Parâmetros de aversão ao risco (custo do déficit, SAR, CVaR) Revisão de garantias físicas Plano Decenal de Energia - PDE e Plano Nacional de Longo Prazo - PNE Consultas Públicas sobre temas relevantes Exemplos: governança dos dados dos modelos computacionais & mercado livre Ações para a implementação da indc da COP 21 Aperfeiçoamento dos leilões (habilitação, critérios de seleção de fontes, sistemática, etc) Criação de agenda positiva para o gás natural ( Gás para Crescer ) e biocombustíveis

O FUTURO DO SETOR ELÉTRICO

O QUE É O FUTURO? Evolução do preço obtido em leilões de eólicas

O QUE É O FUTURO? Evolução do preço obtido em leilões de solar

O QUE É O FUTURO? Zoom na América Latina

O MUNDO ESTÁ DIFERENTE... A dinâmica é muito rápida...

O QUE É O FUTURO? Inovação tecnológica: forte penetração de recursos energéticos distribuídos e empoderamento do consumidor 9% da demanda de ponta do PJM (EUA) é atendida por resposta pelo lado da demanda 15,000 MW

MAS O MUNDO ESTÁ DIFERENTE MESMO!!

CONSEQUÊNCIAS the zero marginal cost society: a teoria marginalista em xeque A indústria elétrica passa por uma grande transformação, no atacado e varejo Recursos com custo marginal de produção zero Penetração de recursos energéticos distribuídos, escolha do consumidor em pauta negócio das utilities comprometido estímulos a mercados de capacidade para remunerar geradores distribuidora do futuro buscando novos modelos de negócio É necessário antecipar os ajustes regulatórios antes que problemas aconteçam Novas tecnologias demandam novos procedimentos de planejamento e operação, exigindo flexibilidade e análises mais sofisticadas e com maior granularidade (metodologia e modelagem) Precisaremos de processos adaptativos Relação risco Û retorno de medidas e políticas deve ser analisada

EXEMPLOS DE ADAPTAÇÃO Nova geração de ferramentas computacionais para estudos de penetração de renováveis nos EUA

O FUTURO E O BRASIL

IMPLICAÇÕES PARA O BRASIL aperfeiçoamento do modelo setorial na pauta Talvez o futuro anterior demore para chegar ao Brasil mas o fato é que o modelo setorial atual é baseado em uma série de hipóteses que não se verificam mais e, por consequência precisa de ajustes Se beneficiou de uma matriz única no mundo à matriz mudou, estamos mais parecidos com os outros Há oportunidade para pensar fora da caixa e não sermos conservadores Há muitos legados : demandarão novas soluções e processos de transição Muitos contratos de longuíssimo prazo com riscos completamente diferentes Muitos mecanismos criados para soluções específicas, exemplo é a repactuação do risco hidrológico Cotas de garantia física Mercado regulado como fonte natural de recursos Implicam em muitas liabilities que irão impactar diversas propostas No entanto, nossas jabuticabas não podem ser justificativas de razões para não estudar mudanças e, com isso, serem eternizadas para sempre

TEMAS DE AMANHÃ (exemplos) O que se pode aperfeiçoar? Aperfeiçoamento dos modelos computacionais Formação de preços de curto prazo Mecanismo de realocação de energia Adequabilidade e firmeza do suprimento & financiabilidade lastro x energia (confiabilidade é bem comum) Estímulo ao mercado de contratos (gestão de risco individual) Remuneração da geração (reconhecimento de serviços, etc) Como assegurar a expansão da oferta Realismo nos recursos primários que o Brasil terá & harmonização gás - eletricidade Leilões de energia como facilitadores para gestão de risco Leilões por fonte x por tecnologia x por submercado Aspectos de política energética Contratos financeiros adequados à realidade física e à financiabilidade Separação comercialização x fio na distribuição & tratamento dos contratos legados Ampliação do mercado livre e portabilidade

Luiz Augusto Barroso Presidente E-mail: presidencia@epe.gov.br Telefone: + 55 (21) 3512-3100 Avenida Rio Branco, 1-11 o andar 20090-003 - Centro - Rio de Janeiro http://www.epe.gov.br/ Twitter: @EPE_Brasil Facebook: EPE.Brasil