A SÍNDROME DE BURNOUT EM TRABALHADORES DA SAÚDE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA

Documentos relacionados
INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

ESTRESSE E BURNOUT NOS PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL: REFLEXÕES SOBRE OS DESAFIOS DA PRÁTICA DOCENTE

SÍNDROME DE BURNOUT das causas ao cuidado

Síndrome de Burnout MARIA BETÂNIA BEPPLER

SÍNDROME DE BURNOUT: O PONTO ALTO DO ESTRESSE

RISCOS DE ADOECIMENTO NO TRABALHO: estudo entre profissionais de uma instituição federal de educação

CHAMA O SAMU: QUEM PRECISA SOU EU. Edilzia Souza Guedes (1) Augusto Catarino Bardosa (2) Robson Edney Mariano (3)

O ambiente hospitalar e o entusiasmo pela vida

O ESTRESSE VIVENCIADO PELA ENFERMAGEM EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI)

BURNOUT NA EQUIPE DE SAÚDE: Como lidar? Dra. Patricia Dalagasperina

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

Burnout: Prevenção. Rui Gomes Universidade do Minho Escola de Psicologia

SÍNDROME DE BURNOUT SÍNDROME DO ESGOTAMENTO PROFISSIONAL

XIV APS Encontro de Atualização em Atenção Primária à Saúde

Subprojeto de Iniciação Científica

A SÍNDROME DE BURNOUT EM PROFESSORES DE UMA ESCOLA PÚBLICA EM PETROLINA PE

O PROCESSO DE ADOECIMENTO MENTAL DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE FRENTE AOS ATENDIMENTOS DE VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA

Estresse. O estresse tem sido considerado um problema cada vez mais comum, tanto no

A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: DIMENSÕES E REPERCUSSÕES NA SAÚDE DO TRABALHADOR DE ENFERMAGEM DE TERAPIA INTENSIVA

Burnout. Debate Câmara dos Deputados. Ministério da Saúde CGST-DSAST-SVS. 10 de dezembro de 2015

BURNOUT: UMA REFLEXÃO SOBRE SAÚDE E PRÁTICA DOCENTE

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: ENFERMEIROS E SEUS PRINCIPAIS DILEMAS NO AMBIENTE LABORAL

Marco Aurélio Rocha Santos

Resiliência e burnout em trabalhadores de enfermagem

PROPOSTA DE INSTALAÇÃO DE ESPAÇO PERMANENTE DE NEGOCIAÇÃO COLETIVA E PRODUÇÃO DE SAÚDE DO TRABALHADOR NO MUNICÍPIO DE VITÓRIA - ES

A equipe de enfermagem oncológica e a (in)satisfação profissional

QUALIDADE DE VIDA E SAÚDE DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA DA REDE MUNICIPAL DO MUNICIPIO DE BOA VISTA-RR

SUICÍDIO NO TRABALHO. Rosylane N. das Mercês Rocha

FATORES QUE LEVAM OS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM ATUANTES EM UTI A DESENVOLVER A SÍNDROME DE BURNOUT

FACULDADE SETE DE SETEMBRO FASETE

PROJETO PARA IMPLANTAÇÃO DA AGENDA DO SERVIDOR / 2016

FACULDADE SETE DE SETEMBRO FASETE

André Merjan Figueiredo Ovidio Salvador Passareli

ESGOTAMENTO PROFISSIONAL EM PROFESSORES DE EDUCAÇÃO BÁSICA

PROFISSÃO DOCENTE E SÍNDROME DE BURNOUT: ADOECIMENTO E PERCA DE SENTIDO

DESAFIOS DA DOCÊNCIA: UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO BÁSICA SEGUNDO OS PROFESSORES DA ESCOLA ESTADUAL 19 DE MAIO, ALTA FLORESTA - MT

Faculdade da Alta Paulista

MARCIANA HOLANDA LIMA NÁDJA MARIA PEREIRA DE DEUS SILVA

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

Síndrome de Burnout. Astrid Guerra Barros Psicóloga pós-graduanda em Terapias Cognitivas Comportamentais

Fatores associados à depressão relacionada ao trabalho de enfermagem

TÍTULO: SÍNDROME DE BURNOUT VOLTADO À PROFISSIONAIS DO SETOR DE NEONATOLOGIA INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

ANA NERY DE CASTRO FEITOSA ELIZABETH REBOUCAS DE OLIVEIRA

Desgaste Mental do professor:

A SÍNDROME DO ESGOTAMENTO PROFISSIONAL: QUANDO O TRABALHO AMEAÇA O BEM-ESTAR DO PROFESSOR

Paula A.S.F. Martins Enfermeira, doutora em Enfermagem Psiquiátrica (EEUSP), especialista e mestre em Enfermagem Psiquiátrica e em Saúde Mental

DOENÇAS OCUPACIONAIS: O SOFRIMENTO NAS RELAÇÕES DE TRABALHO 1 OCCUPATIONAL DISEASES: THE SUFFERING IN THE WORK RELATIONSHIPS

O CUIDADO HOLÍSTICO COMO BASE NA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO IDOSO

Higiene, Segurança e Qualidade de Vida no Trabalho no Serviço Público

XV ENCONTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA Universidade de Fortaleza 19 a 23 de outubro de 2015

POLÍTICAS SOCIAIS E PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO EM SAÚDE

Elizabeth A.S.M.S. Benitez

CAFÉ COM SAÚDE: RODA DE CONVERSA PARA DISCUTIR O FUNCIONAMENTO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

Tipo de Apresentação: Pôster

Vinícius Carvalho Guimarães

A SÍNDROME DE BURNOUT EM PROFISSIONAIS DA ÁREA DA SAÚDE EM HOSPITAIS Jonatan Schmeider Talita Klock Kayser Clayton Washington dos Reis

PROGRAMA DE DISCIPLINA

ABSENTEÍSMO-DOENÇA DE LONGA DURAÇÃO POR TRANSTORNOS MENTAIS E COMPORTAMENTAIS ESTÁ ASSOCIADO A FATORES INDIVIDUAIS E OCUPACIONAIS

PROFISSIONALIZAÇÃO DA GESTÃO

SÍNDROME DE BURNOUT: DISCUTINDO A DOENÇA EM PROFESSORES

Anais V CIPSI - Congresso Internacional de Psicologia Psicologia: de onde viemos, para onde vamos? Universidade Estadual de Maringá ISSN X

REGISTROS DE ENFERMAGEM: REFLEXÕES SOBRE A COMUNICAÇÃO ESCRITA.

SERIAM OS AGENTES PENITENCIÁRIOS ACOMETIDOS PELA SÍNDROME DE BURNOUT? 1

A POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE: as orientações dos discursos oficiais

A SINDROME DE BURNOUT EM PROFISSIONAIS DE UMA INSTITUIÇÃO HOSPITALAR

A REALIDADE DO ATENDIMENTO À SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO BÁSICA

EDITORIAL FORTALECENDO A INTER-RELAÇÃO ENTRE AS CIÊNCIAS DA FUNCIONALIDADE HUMANA E DA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

DIAGNÓSTICOS DA NANDA CONFORME AS NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS DE WANDA HORTA NAS PRÁTICAS DE CAMPO DOS GRADUANDOS EM ENFERMAGEM

CURSO DE ATUALIZAÇÃO GESTÃO DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS TRABALHADORES DA SAÚDE

INTRODUÇÃO OBJETIVO METODOLOGIA

Priscila Santos Queiroz

MULTICULTURALIDADE: A REALIDADE DE RORAIMA

ESTRATÉGIAS PARA MINIMIZAR O ABSENTEÍSMO NA ENFERMAGEM 1. INTRODUÇÃO

EXPERIÊNCIA DA FISIOTERAPIA NO ÂMBITO DA SAÚDE MENTAL NA ESPECIFICIDADE DE UM CAPS AD NO RIO GRANDE DO SUL

EFEITOS DO ESTRESSE OCUPACIONAL NO BEM ESTAR DA EQUIPE DE TÉCNICOS E AUXILIARES DE ENFERMAGEM E EM SEU AMBIENTE DE TRABALHO.

ASSISTÊNCIA DE EENFERMAGEM A FAMÍLIA DE UM PACIENTE VÍTIMA DE TRAUMA TÉRMICO: RELATO DE CASO

PLANO DE ENSINO DA DISCIPLINA BLOCO I IDENTIFICAÇÃO. (não preencher) Saúde mental e trabalho Segunda-feira 17:00 18:30

RESUMO DOS 120 ANOS DA EEAP SATISFAÇÃO NO PROCESSO PRODUTIVO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM

Incidência da Síndrome de Burnout na equipe de enfermagem em centros de saúde de uma cidade satélite de Brasília DF

Juliana de Oliveira Barros

SÍNDROME DE BURNOUT. Profª Giselle Sailer

FATORES PSICOSSOCIAIS

FATORES ASSOCIADOS A SÍNDROME DE BURNOUT EM PROFESSORES FACTORS ASSOCIATED WITH BURNOUT SYNDROME IN TEACHERS

FATORES ASSOCIADOS AO ESTRESSE DO ENFERMEIRO INTENSIVISTA: UMA REVISÃO DA LITERATURA

A SAÚDE MENTAL E OS ASPECTOS EMOCIONAIS ENVOLVIDOS NO TRABALHO DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE TERESÓPOLIS

Departamento de Enfermagem Geral Especializada da EERP-USP. ERG-0112 Saúde do Trabalhador

Psicologia da saúde: Novas demandas, novos caminhos DE ONDE PARTIMOS E HORIZONTE FUTURO SÍLVIA MARIA CURY ISMAEL

XII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ Sustentabilidade - Mudança dos Padrões de Consumo

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

SÍNDROME DE BURNOUT EM ENFERMEIROS ASSISTENCIALISTAS *

CHAMADA PÚBLICA - EDITAL PPGENFBIO Nº 02/2016 PROCESSO SELETIVO PARA SELEÇÃO DE BOLSISTA DO PROGRAMA NACIONAL DE PÓS-DOUTORADO/CAPES

Roseli Ludwinsky de Souza Sheila Sabrina Decker Hammes

UTILIZAR OS CONHECIMENTOS EPIDEMIOLÓGICOS NO DESENVOLVIMENTO DO RACIOCÍNIO CLÍNICO, POIS, A PRÁTICA CLÍNICA É INDIVIDUAL

ESTRESSE OCUPACIONAL EM TRABALHADORES DA SAÚDE: FATORES DE RISCO E AGRAVOS GERADOS NO AMBIENTE DE TRABALHO

PROPONENTE: Prof. Ms. Carlos Frederico de Oliveira Alves Psicólogo. Sanitarista. Mestre em Psicologia Clínica.

Profa. Ana Carolina Schmidt de Oliveira Psicóloga CRP 06/99198 Especialista em Dependência Química (UNIFESP) Doutoranda (UNIFESP)

O cliente e a complexidade dos serviços de saúde

STRESSOCUPACIONAL E PRÁTICAS MINDFULNESS

O PSICÓLOGO ORGANIZACIONAL NA RELAÇÃO SUICÍDIO TRABALHO

A aplicação do método de NIOSH na unidade de produtos lácteos do IFMG campus Bambuí

Transcrição:

1 A SÍNDROME DE BURNOUT EM TRABALHADORES DA SAÚDE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA Sabe-se que na sociedade capitalista o trabalho é fonte de aspectos positivos, como inserção social, valor econômico e cultural, possuindo, assim, importância fundamental no modo de vida e na saúde física e mental das pessoas. É através do trabalho que o ser humano tem a oportunidade de crescer e se desenvolver, de criar identidade e trazer mudanças favoráveis para a sua vida individual e coletivamente. 1 Pode-se então estabelecer uma relação de interdependência construída pelos termos saúde e trabalho. Por um lado, o trabalhador necessita ter equilíbrio de seu organismo para desenvolver suas atividades laborativas e constatar assim que este está saudável, pois possui uma ocupação. Por outro, a ausência e até mesmo o excesso de afazeres profissionais com este propósito podem provocar desequilíbrio e consecutivamente o adoecimento do indivíduo. Este processo de adoecer pelo trabalho e posterior investigação sobre o estresse presente no ambiente laboral tem sido estudado por diversos autores. Estes estudos descrevem a influência do trabalho sobre a saúde do trabalhador e com isso buscam traçar possíveis intervenções no contexto laboral a fim de que o equilíbrio seja restaurado ou mantido e este trabalhador não venha a adoecer. (2,3,4,5) É neste contexto, que emerge a preocupação com o burn-out ou Burnout, termo derivado da cultura inglesa que se refere àquilo que deixou de funcionar por absoluta falta de energia. 5 Em analogia ao termo descrito percebe-se, neste caso, que o trabalhador está com suas forças exauridas e assim, não produz mais como deveria causando danos tanto à produção quanto a sua própria saúde. Há um consenso entre os autores que o burnout é uma síndrome característica do meio laboral e deriva da cronificação do estresse ocupacional, apresentando consequências negativas tanto em nível individual, como profissional, familiar e social. 6 Vale ressaltar que existem diferenças entre Burnout e estresse, pois enquanto o estresse pode apresentar aspectos positivos ou negativos, o burnout apresenta-se apenas com um caráter negativo (distresse). Estas se estendem ainda, a perspectiva ocupacional a medida que além de apontar para uma incapacidade temporária do trabalhador, absenteísmo, a qualidade do trabalho é influenciada pela desatenção e negligência do trabalhador acrescida pela

2 interferência na relação profissional-cliente com distância, falta de empatia e hostilidade por parte do profissional. 5 Os estudiosos sobre a temática também concordam que os profissionais que assistem diretamente as outras pessoas ou como responsáveis pelo bem-estar das mesmas estão mais sujeitos ao desenvolvimento da síndrome. 5 Assim, os trabalhadores da área da saúde devido à atividade laboral que executam e a presença dos fatores de risco presentes no ambiente laboral tais como: físico, químico, biológico, ergonômico, acidentes ou mecânico somados aos de natureza humana ou comportamental (decorrentes da ação ou omissão do homem) estão sujeitos ao estresse ocupacional e com a potencialização destes fatores podem desenvolver a síndrome de burnout e sofrer sérias consequências sobre a sua saúde física e mental. 7 O Burnout apresenta-se como uma síndrome multidimensional que acomete o trabalhador sob pressão dos fatores estressores organizacionais e do trabalho demarcadas pela exaustão emocional, despersonalização e perda da realização pessoal. 5 A síndrome de Burnout pode ser traduzida como o esgotamento profissional, estresse crônico que frequentemente ocorre em pessoas entusiastas e idealistas que em contato com o mundo do trabalho vão mudando seu modo de ser e apresentam transtornos que interferem nos aspectos pessoais e sociais do indivíduo e também no seu desenvolvimento no trabalho. Fato este que justifica a presença da síndrome de burnout em muitos trabalhadores da área da saúde e do ensino. 5 Adota-se nesta discussão, a perspectiva do adoecimento do trabalhador da saúde devido às práticas laborais exercidas, ao ambiente de trabalho em conflito aos aspectos de saúde do indivíduo, as relações interpessoais e hierárquicas desfavoráveis à produtividade do mesmo e a influência destes sobre a qualidade de vida deste indivíduo tanto no trabalho quanto fora dele devido à síndrome de burnout. É importante mencionar ainda, como se dá o ambiente em que as relações de vínculo são construídas na atenção básica. Em relação aos aspectos geográficos, estes muitas vezes destoam dos atendimentos dos grandes centros, são verdadeiras áreas rurais, periféricas em todos os sentidos, em que se tem que caminhar longas distâncias para prestar atendimento ou recebê-lo, sem redes de esgoto, lixos na via pública, animais soltos na estrada, o que dificulta sobremaneira a resolução dos desvios de saúde. Na perspectiva relacional mesmo que a orientação para a saúde seja a melhor possível este indivíduo pode ou não permitir a construção do vínculo e a intervenção necessária à sua saúde. 8

3 Neste cenário, percebe-se que este conjunto de trabalhadores ao executar as atividades profissionais precisa estar muito próximo da comunidade na questão espacial e participantes da história de vida dos usuários podendo sobrecarregar a sua saúde física e mental. Fatos estes que podem levar ao adoecimento de si quando as possíveis estratégias de enfrentamento do profissional forem ineficientes em relação aos dilemas da vida dos pacientes que estão sob seus cuidados. Outros fatores presentes no modelo assistencial que podem colaborar no adoecimento destes profissionais, como: os recursos que são escassos para atender as complexas demandas com as quais se deparam. Somam-se a isto, algumas falhas na rede de atenção à saúde que se refletem no trabalho e afetam a resolutividade das ações. 9 Tal visão traduz que estes profissionais estão inseridos no processo saúde-doença do indivíduo como promotores de saúde, mas a ausência ou a quantidade insuficiente de recursos materiais, as longas filas de espera para atendimento, o despreparo dos recursos humanos para prestar uma assistência de qualidade interferem, negativamente, no processo de trabalho e consequentemente estes usuários são tem seus problemas de saúde solucionados ou encaminhados à resolução, com isso, os trabalhadores sentem-se impotentes diante da realidade de saúde apresentada e podem acabar adoecendo. Situações estas que levam a questionar a presença da Síndrome de Burnout nos trabalhadores da saúde na Atenção Primária à medida que estes profissionais prestam assistência direta ao indivíduo, a família e a comunidade em contextos de saúde diferenciados. Estes têm como objetivo levar os serviços de saúde para mais próximo das pessoas, objetivando resolver a maior parte dos problemas de uma comunidade, com a pretensão de cuidar integralmente. 10 Entretanto, há uma escassez de estudos na área da enfermagem, em relação à esta síndrome voltados para unidades de atendimento de baixa complexidade como: unidade básica de saúde e estratégia saúde da família como se, nestes ambientes de trabalho, a frequência de tal fenômeno fosse menor ou até mesmo não existisse, fato este que traz grande relevância para estudos nesta área de atuação. Portanto, ao estudar o fenômeno do Burnout na Atenção Primária elucidará alguns dos problemas enfrentados pelos trabalhadores da saúde, tais como: adoecimento no ambiente de trabalho; absenteísmo; insatisfação profissional, baixa produtividade, entre outros. Com isso, será possível sensibilizar mudanças eficazes, estratégias de prevenção e

4 controle da síndrome tanto na esfera organizacional do trabalho quanto na esfera individual da saúde dos trabalhadores. REFERÊNCIAS 1. Souto DF. Saúde no trabalho: uma revolução em andamento. Rio de Janeiro: SENAC Nacional, 2007. 336p. 2. Dejours C. A loucura do Trabalho: estudo de psicopatologia do trabalho. 5 ed. ampl. São Paulo: Cortez- Oboré. 1992, 168 p. 3. Maslach C, Schaufeli, WB & Leiter MP. Job Burnout. Annual Review of Psychology, 52:397-422, 2001. Disponível em: http://www.annualreviews.org/doi/abs/10.1146/annurev.psych.52.1.397. Acesso em: 25 out 2014. 4. Murofuse NT, Abranches SS, Napoleão AA. Reflexões sobre estresse e burnout e a relação com a enfermagem. Rev. Latino-am.Enfermagem, 13(2):255-261, mar.- abr, 2005. 5. Benevides-Pereira AMT. (Org.) Burnout: quando o trabalho ameaça o bem-estar do trabalhador. 4ª ed.são Paulo: Casa do Psicólogo, 2014. 282 p. 6.. O estado da arte do Burnout no Brasil. Rev. Eletrônica InterAção Psy. 1(1):4-11, 2003. Disponível em: http://www.saudeetrabalho.com.br/download_2/burnout-benevides.pdf. Acesso em: 03 set 2014. 7. Brasil. Organização Pan-americana de Saúde. Doenças relacionadas ao trabalho: Manual de procedimentos para serviços de saúde. Ministério da Saúde do Brasil, Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil; organizado por Elizabeth Costa Dias; colaboradores Idelberto Muniz Almeida et al. Brasília: Ministério da Saúde do Brasil, 2001. 8. Figueiredo NMA, Santos I, Handem PC, Tavares R, Machado WCA. Programa de Saúde da Família (PSF): a família como sujeito de intervenção. In: Figueiredo, N.M.A.; Tonini, T. (Orgs.). SUS e PSF para enfermagem: práticas para o cuidado em saúde coletiva. São Caetano do Sul: Yendis. 2007, [cap. 6, p. 175] 9. Trindade LL, Lautert L. Síndrome de Burnout entre trabalhadores da Estratégia de Saúde da Família. Rev Esc Enferm USP. 44(2):274-9, 2010. 10. Silva ROL da. A visita domiciliar como ação para promoção da saúde da família: um estudo crítico sobre as ações do enfermeiro. 2009. Dissertação (mestrado em enfermagem) - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Rio de Janeiro.

5 Autores: Renata da Silva Hanzelmann Doutoranda do PPGENFBIO/UNIRIO. Responsável Técnica pelo Programa Saúde na Escola (PSE) da Secretaria de Saúde do Município de Nova Iguaçu/RJ. Docente do Curso de Graduação em Enfermagem da Associação Brasileira de Ensino Universitário (UNIABEU). Membro do Grupo de Pesquisa PENSAT. Joanir Pereira Passos Doutora em Enfermagem pela Universidade de São Paulo. Coordenadora do PPGENF Mestrado. Professora Associada da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Professora nos Programas de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGENF) e em Enfermagem e Biociências (PPGENFBIO) da UNIRIO. Líder do Grupo de Pesquisa PENSAT. Como citar este post (Vancouver adaptado): HANZELMANN RS, PASSOS JP. A síndrome de burnout em trabalhadores da saúde na atenção primária. [internet]. Rio de Janeiro (br); 2015 [Acesso em: dia mês (abreviado) ano]. Disponível em: http://www...(completar com os dados do site).