CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE DE SETE CULTIVARES DE MELÃO AMARELO

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Transcrição:

ASSIS, F. A.; SANTOS, A. F; COSTA, Caracterização C. C.; GOMES, da qualidade F. V; SILVEIRA, de sete M. cultivares J.; SANTOS, de melão M. F. 2009. Amarelo Caracterização da qualidade de sete cultivares de melão. Horticultura Brasileira 27: S2850-S2856. CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE DE SETE CULTIVARES DE MELÃO AMARELO Francimar de A. Assis 2 ; Adriana F. dos Santos 1 ; Caciana C. Costa 1 ; Fernanda V. G. da Silva 1 ; Maria J. S. da Silva 3 ; Jose W. da S. Barbosa 2 1 UFCG/UATA Prof. Adjunto da Universidade Federal de Campina Grande/ Unidade Acadêmica de Tecnologia de Alimentos; 2 UFCG/UATA Alunos do Curso de Agronomia; 3 UFCG/UATA Aluno do Curso de Engenharia de Alimentos. CP-2813012-970, Pombal - PB; e-mail: drefesantos@yahoo.com.br, costacc@ccta.ufcg.edu.br, vanessagomes@ccta.ufcg.edu.br,mary_uepb@hotmail.com, wilsonbnb@hotmail.com. RESUMO O presente trabalho tem como objetivo avaliar a qualidade de sete cultivares de melão amarelo em três estádios de maturação. Foram avaliadas neste trabalho seis linhagens de melão amarelo (CNPH 131, CNPH 132, CNPH 133, CNPH 134, CNPH 135, CNPH 136) e uma cultivar comercial a CNPH 137 (Eldorado 300). A colheita dos frutos foi realizada no período da manhã sendo considerado três estádios de maturação para as sete cultivares do melão amarelo. Foram realizadas avaliações físico-químicas de Sólidos Solúveis (SS, %); Acidez Titulável (AT g/100g de ácido cítrico); relação SS/ AT; ph e Ácido Ascórbico (mg.100-1 g). O delineamento foi inteiramente casualisado, em esquema fatorial 7 x 3, com três repetições. De acordo com os resultados, verificou-se uma grande influência dos estádios de maturação em função dos cultivares avaliados. Desta forma, os estádios de maturação avaliados influenciaram na qualidade dos frutos para as sete cultivares avaliada, principalmente para o conteúdo de SS e AT. O estádio de maturação PA (predominância de amarelo) apresentou maiores teores de sólidos solúveis, bem como, foi o melhor estádio de maturação indicado para a colheita, considerando todas as cultivares avaliadas. PALAVRAS CHAVES: Cucumis melo L, estádios de maturação, qualidade do fruto. ABSTRACT Quality caracterization of seven yellow melons cultivates The fruits quality is related to the external appearance, thickness and color of the pulp, high percentage of soluble solids, characteristic pleasant flavor. The present work has as objective evaluates the quality of seven yellow melon cultivates in three maturation stadiums. Its was appraised in this work six lineages of yellow melon (CNPH 131, CNPH 132, CNPH 133, CNPH 134, CNPH 135, CNPH 136) and one commercial cultivate CNPH 137 (Eldorado 300). The fruits crop was accomplished in the period of the morning being considered three maturation stadiums for the seven cultivate of the yellow melon. Physiochemical evaluations of Solids Soluble (SS,%); Titratable Acidity (AT g/100g of citric acid); Relationship SS/AT; ph and Ascorbic Acid (mg.100-1 g) were accomplished. It was applied a completely randomized design, in factorial outline 7 x 3, with three repetitions. In agreement with the results, a great influence of the maturation stadiums was verified in function of the appraised cultivates. This way, the appraised Hortic. bras., v. 27, n. 2 (Suplemento - CD Rom), agosto 2009 S2850

maturation stadiums influenced in the fruits quality for the seven cultivate appraised, mainly for the SS and AT content. The stadium of maturation PA (yellow predominance) presented larger tenors of soluble solids, as well as, it was the best suitable maturation stadium for the crop, considering all cultivate them appraised. KEYWORDS: Cucumis melo L, maturation stadiums, fruit quality. INTRODUÇÃO Na cadeia produtiva de alimentos a etapa de pós-colheita é de importância fundamental para manutenção das características de qualidade dos produtos. Um dos principais entraves para comercialização do melão está relacionado com a falta de padrões de qualidade e de índices de maturidade reprodutíveis. A qualidade dos frutos do meloeiro podem ser influenciadas por diversos fatores, como nutrição mineral, umidade do solo (Wells & Nugent, 1980), fatores genéticos (Lippert & Legg, 1972), condições climáticas, reguladores de crescimento (Bosland et al. 1979) e época de colheita (Bleinroth, 1994). A colheita de melão para comercialização e consumo deve ser realizada em estádio de maturação tal que esse seja capaz de desenvolver plenamente as características sensoriais (Chitarra, 1994). Dessa forma, estudos da maturação de frutos são fundamentais para a definição de tecnologias de armazenamento capazes de aumentar a vida útil pós-colheita do fruto, visando um melhor aproveitamento do seu potencial de comercialização (Coombe, 1976). Assim, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade de sete cultivares de melão amarelo em três estádios de maturação. MATERIAL E MÉTODOS Foram avaliadas neste trabalho seis linhagens de melão amarelo (CNPH 131, CNPH 132, CNPH 133, CNPH 134, CNPH 135, CNPH 136) e uma cultivar comercial a CNPH 137 (Eldorado 300). A colheita dos frutos foi realizada sendo considerado três estádios de maturação para as sete cultivares do melão Amarelo. No período de colheita amostras de cada estádio de maturação (três) foram compostas por 2 frutos/cultivar, totalizando 42 frutos. Considerou-se estádio I - fruto verde (V), mas fisiologicamente formado; estádio II frutos com quebra da coloração verde ou início da pigmentação amarela (IP) e estádio III fruto predominantemente amarelo (PA). Os frutos foram colhidos manualmente no período da manhã. Após a colheita, frutos correspondentes para cada estádio de maturação, foram acondicionados em caixas isotérmicas e transportados para o Laboratório da Unidade Acadêmica de Agronomia e Tecnologia de Alimentos (UFCG/UATA) e foram avaliadas aproximadamente 4 h após a colheita. Instalou-se um delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 7 x 3, com 3 (três) repetições de 2 frutos/cultivar, totalizando 63 avaliações, onde o nível 7 representou as cultivares e o nível 3 os estádios de maturação. Os efeitos dos tratamentos foram avaliados através da análise de variância, com base na significância do teste F foi realizado o teste de médias empregado Tukey a 5% de probabilidade. As amostras foram preparadas utilizando-se a polpa desintegrada em liquidificador doméstico de cada fruto individualmente e as análises realizadas em triplicata. Foram realizadas avaliações físico-químicas: Sólidos Solúveis (SS, % - AOAC, 1992); Acidez Titulável (AT, g/100g de ácido cítrico - Adolfo Lutz, 1985); Relação SS/AT; ph - Adolfo Lutz (1985) e Ácido Ascórbico (mg.100-1 g - AOAC, 1992). Hortic. bras., v. 27, n. 2 (Suplemento - CD Rom), agosto 2009 S 2851

RESULTADOS E DISCUSSÃO O acúmulo de açúcares durante o desenvolvimento de melões é de importância para a qualidade dos frutos por que participam da formação do sabor doce como também por influenciarem na regulação de preços e mercado (Mendonça et al. 2004). Para os sólidos solúveis observou-se efeito significativo (P = 0,01) para a interação Cultivares x Estádios de maturação. Verificando que, entre as cultivares para cada estádio de maturação o conteúdo de SS (Tabela 1) apresentou oscilação, entretanto detectou-se aumento do teor de SS com o avanço da maturação. Constatou-se maior teor de sólidos solúveis para o estádio PA (CNPH 136), com 10 % de SS. De acordo com Filgueiras et al. (2000) em geral não se verifica variações consideráveis no teor de sólidos solúveis durante o armazenamento de melões devido à pequena concentração de amido para conversão em açúcares solúveis, desta forma, vale salientar que os estádios V e IP do presente experimento estariam impróprios para a colheita. Teores muito baixos de SS podem indicar baixa qualidade dos frutos, segundo Bianco & Pratt (1977). Na Tabela 2 verificou-se que a acidez titulável dos melões variou entre 0,039 e 0,101 % de ácido cítrico sendo considerada baixa, observando significância para cultivares em função dos estádios de maturação. Verificou-se também que o teor de acidez para as cultivares avaliadas para os três estádios de maturação é crescente com a maturação. Desta forma, frutos em estádios mais verdes, maiores teores de acidez. Variações nos níveis de AT nos melões não têm significados práticos na maturação, em função da baixa concentração de ácidos orgânicos nesses frutos (Menezes et al. 1998). Chitarra e Chitarra (2005) afirmam que os ácidos orgânicos realçam, juntamente com os açúcares, a percepção do flavor específico dos melões. O ph dos melões foi influenciado (P = 0,01) pela interação. Os frutos avaliados apresentaram valores de ph (Tabela 3) variando entre 5,74 e 6,68. Valores nessa faixa de ph foram encontrados por Mendlenger & Pasternak (1992) analisando três cultivares de melão. Observando-se que os valores de ph foram inversamente proporcionais aos baixos teores de acidez titulável. Verificou-se efeito não significativo para a relação SS/AT. Entretanto, observaram-se valores elevados, para SS/AT (Tabela 4) devendose principalmente a baixa acidez encontrada para as cultivares avaliadas. No entanto, a baixa acidez detectados nesse experimento contribuíram para a qualidade dos melões, principalmente no aspecto sabor, dando uma boa palatabilidade. Para o ácido ascórbico (Figura 1), verificouse efeito significativo (P= 0,01) apenas para cultivares, observando que os maiores teores foram encontrados para as cultivares CNPH 132 e 135 e o menor teor foi encontrado para a cultivar comercial Eldorado 300. Reduções dos teores de ácido ascórbico foram também observadas por Menezes et al (1998) em melão Gália, entretanto neste experimento não foi observado diferenças significativas quanto aos estádios de maturação. A perda da vitamina C com o amadurecimento dos frutos é resultado da ação da enzima ácido-ascórbico-oxidase que apresenta maior atividade em frutos maduros do que verdosos (Butt, 1980). De acordo com os resultados, verificou-se uma grande influência dos estádios de maturação em função dos cultivares avaliados. Desta forma, os estádios de maturação avaliados influenciaram na qualidade dos frutos para as sete cultivares avaliada, principalmente para o conteúdo de SS e AT. O estádio de maturação PA (predominância de amarelo) apresentou maiores teores de sólidos solúveis, bem como, foi o melhor estádio de maturação indicado para a colheita, considerando todas as cultivares avaliadas. Hortic. bras., v. 27, n. 2 (Suplemento - CD Rom), agosto 2009 S2852

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BIANCO, V. V.; PRATT, H. K. 1977. Composition changes in muskmelon during development and in response to ethylene treatment. Journal of the American Society for Horticultural Science. 102: 127-133, BOSLAND, J. M.; HUGHES, D. L.; YAMAGUCHI. 1979. Effect of glyphosine and triacontanal on growth, yield, and soluble solids content of PMR 45, muskmelons. Hortscience.14:729-730. BUTT, V. S. 1980. Direct oxidases and related enzimes. In: STUMPE, P. K.; CONN, E. E. The biochenmistry of plants: a compressive trative. Academic Press. New York. 2: 81-123. CHITARRA, M. J. F. 1994. Colheita e qualidade pós-colheita de frutos. Informe Agropecuário. 17: 8-18. ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS AOAC. 1992. Official Analytical Chemists. Ed. 12, Washington, OC. 1014p. BLEINROTH, E.W. 1994. Determinação do ponto de colheita. In: NETTO, A.G. Melão para exportação: Procedimentos de colheita e pós-colheita. Brasília: FRUPEX. 37p. CHITARRA, M.I.F.; CHITARRA, A.B. 2005. Pós-Colheita de Frutos e Hortaliças: Fisiologia e Manuseio. Lavras: UFLA. 785p. COOMBE, B. G. 1976. The development of fleshy fruits. Annual Review of Plant Physiology. 27: 207-228. FILGUEIRAS, H.A.C.; MENEZES, J.B.; ALVES, R.E..; COSTA, F.V..; PEREIRA, L.S.E.; GOMES JUNIOR, J. 2000. Colheita e manuseio pós-colheita. In: Melão pós-colheita. Brasília, Frutas do Brasil, p. 23-41. INSTITUTO ADOLFO LUTZ. 1985. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. São Paulo: Instituto Adolfo lutz. LIPPERT L.F.; LEGG, P.D. 1972. Appearance and quality characters in muskmelon fruit evaluated by a tencultivar diallel cross. Journal of the American Society of Horticultural Science. 97: p.84-86. MENDLINGER, S.; PASTENAK, D. 1992. Effect of time of salination of flowering, yield and frui quality factors in melon, Cucumes melo L. Jornal of the American Society for Horticultura Science. 67: 529-534. MENDONÇA, F. V. S.; MENEZES, J. B.; GUIMARÃES, A. A.; SIMÕES, A. DO N.; SOUZA, G. L. F. M. 2004. Armazenamento de melão amarelo, híbrido RX 20094, sob temperatura ambiente. Horticultura Brasileira. 22: p. 76-79. MENEZES,J.B.; CHITARRA,A.B.; CHITARRA,M.I.F.; BICALHO,V.O. 1998. Caracterização do melão tipo Gália durante a maturação. Horticultura Brasileira. 16: 159-164. WELLS, J. A.; NUGENT, P E. 1980. Effect of high soil moisture on quality of muskmelon. HortScience. 15: 258-259. Hortic. bras., v. 27, n. 2 (Suplemento - CD Rom), agosto 2009 S 2853

Tabela 1. Valores Médios do conteúdo de sólidos solúveis (SS, %) em sete cultivares de melão Amarelo em função dos três estádios de maturação avaliados. [Medium values of the soluble solids (SS, %) content in seven yellow melon cultivates in function of three appraised maturation stadiums]. UFCG/CCTA/UATA Pombal - PB, 2008. CNPH 131 6,60 a B ** 6,66 b B 8,47 d A CNPH 132 4,40 d C 7,43 a B 9,03 b A CNPH 133 5,03 c C 6,27 b B 7,67 e A CNPH 134 5,40 cd C 5,90 b B 8,13 cd A CNPH 135 5,40 cd C 6,66 b B 7,97 de A CNPH 136 5,03 c C 7,53 a B 10,0 a A CNPH 137(Eldorado 300) 5,46 b C 7,50 a B 9,13 b A ** Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas e pela letra maiúscula nas linhas, não diferem significativamente entre si, pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Tabela 2. Valores Médios do conteúdo de acidez titulavel (AT, g.100-1 de ácido cítrico) em sete cultivares de melão Amarelo em função dos três estádios de maturação avaliados. [Medium values of the titratable acidity (AT, g. 100-1 de citric acid) content in seven yellow melon cultivates in function of the three appraised maturation stadiums]. UFCG/CCTA/UATA Pombal - PB, 2008. CNPH 131 0,078 a A 0,079 ab A 0,088 ab A CNPH 132 0,049 b B 0,056 b B 0,093 ab A CNPH 133 0,039 b C 0,069 ab B 0,092 ab A CNPH 134 0,053 ab B 0,061 b AB 0,074 b A CNPH 135 0,039 b C 0,062 b B 0,091 ab A CNPH 136 0,052 ab B 0,092 a A 0,101 a A CNPH 137(Eldorado 300) 0,053 ab B 0,074 ab A 0,087ab A ** Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas e pela letra maiúscula nas linhas, não diferem significativamente entre si, pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Hortic. bras., v. 27, n. 2 (Suplemento - CD Rom), agosto 2009 S2854

Tabela 3. Valores Médios do ph em sete cultivares de melão Amarelo em função dos três estádios de maturação avaliados. [Medium values of the ph in seven yellow melon cultivates in function of three appraised maturation stadiums]. UFCG/CCTA/UATA Pombal - PB, 2008. CNPH 131 6,14 a A 5,68 ab B 5,78 b B CNPH 132 5,87 ab A 5,84 ab A 6,00 b A CNPH 133 5,68 bc B 5,85 ab AB 5,91 ab A CNPH 134 5,84 b A 5,71 ab A 5,82 ab A CNPH 135 5,48 c B 5,64 b B 6,12 ab A CNPH 136 5,72 bc B 5,88 ab AB 6,07 a A CNPH 137(Eldorado 300) 5,92 ab B 5,94 a B 6,18 a A ** Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas e pela letra maiúscula nas linhas, não diferem significativamente entre si, pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Tabela 4. Valores da relação SS/AT em sete cultivares de melão Amarelo em função dos três estádios de maturação avaliados. [Values of the relationship SS/AT in seven yellow melon cultivates in function of three appraised maturation stadiums]. UFCG/CCTA/UATA Pombal - PB, 2008. CNPH 131 84,182 84,68 97,19 CNPH 132 92,37 329,06 97,59 CNPH 133 129,48 91,13 84,53 CNPH 134 120,64 97,30 111,01 CNPH 135 137,81 108,84 87,32 CNPH 136 96,59 81,96 99,75 CNPH 137(Eldorado 300) 103,76 101,91 104,81 Hortic. bras., v. 27, n. 2 (Suplemento - CD Rom), agosto 2009 S 2855

Figura 1. Valores médios de ácido ascórbico (mg.100-1 g) para cultivares de melão. [Medium values of ascorbic acid (mg.100-1 g) to melon cultivates]. UFCG/CCTA/UATA Pombal - PB, 2008. Hortic. bras., v. 27, n. 2 (Suplemento - CD Rom), agosto 2009 S2856