372407808 CONCLUSÃO - 09-09-2016 (Termo eletrónico elaborado por Escrivão de Direito Filomena Jesus Vieira Pacheco) =CLS= Questão prévia: Atenta a data da propositura dos presentes embargos de executado, são aplicáveis as regras previstas no C.P.Civil, na redacção introduzida pela Lei nº 41/2013, de 26 de Junho de harmonia com a regra prevista no art. 6º, nº 4, dessa mesma lei. Valor da causa: Ao abrigo do disposto nos arts. 306º, nºs 1 e 2 e 307º, nº 1, do C.P.Civil, na redacção referida, e por não haver razões para fixar o valor da causa em quantia distinta da fixada para a execução (com a qual a embargante concorda), fixo o valor da causa em 635,99. Por apenso à execução movida por FILOMENA CASTRO, veio a executada, TAVGRÉS IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO, LDA com os sinais nos autos, apresentar os presentes embargos de executado, pedindo a procedência dos mesmos com a consequente extinção da execução. Alegou, em síntese, que prescreveu o direito peticionado no requerimento executivo na medida em que a nota discriminativa dada à
execução foi enviada à embargante decorridos mais de dois anos sobre a extinção do processo em causa. hierarquia. Notificada para contestar, a exequente não apresentou contestação. O tribunal é competente em razão da nacionalidade, da matéria e da O processo mostra-se isento de nulidades que o invalidem de todo. As partes são dotadas de personalidade e capacidade judiciárias e são legítimas. Não há outras excepções dilatórias, nulidades, questões prévias ou incidentais de que cumpra conhecer. Dado que o processo já reúne todos os elementos necessários para ser proferida decisão de mérito, tal decisão será proferida de imediato, ao abrigo da conjugação do disposto nos arts. 591º, nº, al. d), 593º, nº 1, 595º, nº 1, al. b) e 597º,al. c), do C.P.Civil tendo ainda em conta que o valor dos presentes embargos não excede metade da alçada da Relação. Na verdade, estando o presente processo munido de todos os elementos que permitem ao tribunal proferir decisão de mérito seria inútil e mesmo violador do princípio da economia processual ( vide art. 130º, do C.P.Civil ) a designação de uma audiência prévia com vista a facultar às partes a decisão final proferida no processo. Assim sendo, ao abrigo dos citados normativos e ainda do dever de gestão processual plasmado no art. 6º, do citado código que, para além do mais, impõe ao juiz o dever de providenciar pelo andamento célere do
processo -, dispenso a realização da audiência prévia, sendo proferida de imediato decisão final. Com base no teor dos documentos infra referidos e por acordo das partes, julgo assentes os seguintes factos: 1. Foi apresentada à execução a nota discriminativa de honorários e despesas da agente de execução (ora exequente) na acção executiva que correu termos sob o nº 10424/07.7TBVNG, J7, na 1ª Secção Execução da Instância Central da Comarca do Porto (vide fls. 5 e verso dos autos de execução cujo teor, no mais, se dá aqui por integralmente reproduzido). 2. Essa nota discriminativa de honorários e despesas foi enviada à aqui embargante e executada na referida acção executiva (vide fls. 5 e verso dos autos de execução cujo teor, no mais, se dá aqui por integralmente reproduzido). 3. A aqui embargante não apresentou reclamação dessa nota discriminativa e, até hoje, não liquidou a mesma. Do Direito: Na presente execução foi dada à execução a nota discriminativa de honorários e despesas de agente de execução apresentada pela ora exequente na acção executiva referida em 1, a qual não foi paga pela aqui embargante e aí executada. Este título executivo funda-se no disposto no art. 721º, nº 5, do CPC (vide ainda art. 703º, nº 1, al. d), do mesmo código, que permite a sua consideração no elenco legal dos títulos executivos).
A única questão a decidir é saber se o direito peticionado pela exequente prescreveu como defende a embargante. Contudo, falta a razão à mesma na invocação dessa prescrição. Em primeiro lugar, da Portaria que regulamenta, além de outras matérias, a remuneração do agente de execução, nenhuma norma prevê o prazo prescricional em causa (vide Portaria nº 282/2013, de 29 de Agosto). Assim sendo, temos que nos socorrer do Regulamento das Custas Processuais (sedo certo que os honorários e despesas da agente de execução se têm de entender no conceito legal de custas, face à regra plasmada no art. 541º, do CPC, onde as mesmas são expressamente acauteladas). Nesta medida, há que buscar a solução no disposto no art. 37º, nº 1, do Regulamento das Custas Processuais, que prevê que o crédito por custas prescreve no prazo de cinco anos. Ora, atenta a data da instauração da execução e a do envio da nota discriminativa em causa à aqui embargante não correram, nem de longe, os tais cinco anos. Daqui resulta que não pode proceder a invocada prescrição e, por consequência, os presentes embargos. Decisão: Pelo exposto, julgo totalmente improcedentes os presentes embargos e, em consequência, determino a prossecução da execução de que estes autos constituem um apenso.
do CPC). Comarca do Porto Custas a cargo da embargante/executada (vide art. 527º, nºs 1 e 2, Registe e notifique. P., d.s.