Um Estudo Comparativo dos Custos de Veículos Populares Nacionais. Autoria: Altair Borgert, Emanuella Seemann Hunttemann, Charles Albino Schultz



Documentos relacionados
Custo anual uniforme equivalente (CAUE) aplicado à avaliação de veículos populares

Aula Nº 9 Depreciação Conceitos e Métodos

Licitação do Sistema Ônibus de Porto Alegre

NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária

CAP. 2 CONSIDERAÇÕES SOBRE OS CRITÉRIOS DE DECISÃO

Unidade: Aspectos contábeis na determinação dos fluxos de caixa. Unidade I:

Substituição de equipamentos

6 FOLHA DE PAGAMENTO E PROVISÕES

EXERCÍCIO 01. Classificar em: Custos de Fabricação Despesas Administrativas Despesas Comerciais ou de Vendas Lucro

INVESTIMENTO A LONGO PRAZO 1. Princípios de Fluxo de Caixa para Orçamento de Capital

CPC 27 - IMOBILIZADO CPC Prof. Ms. Maurício F. Pocopetz

Prof. Cleber Oliveira Gestão Financeira

Pesquisa sobre bens a serem ativados Contabilizados no Ativo Imobilizado

PROCESSO DE CONVERGÊNCIA DA CONTABILIDADE PÚBLICA MUNICIPAL. Parte 3 Procedimento Contábil da Reavaliação

Esquema Básico da Contabilidade de Custos

Anexo IV.2 Instruções para Elaboração do Estudo de Viabilidade Econômico-financeira

04/08/2013. Custo. são os gastos com a obtenção de bens e serviços aplicados na produção ou na comercialização. Despesa

CAP. 4b INFLUÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA

EDITAL CONCORRÊNCIA 02/2015 ANEXO IX - ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DA CONCESSÃO.

Taxa de Aplicação de CIP (Custos Indiretos de Produção)

ATIVO Explicativa PASSIVO Explicativa

Reavaliação: a adoção do valor de mercado ou de consenso entre as partes para bens do ativo, quando esse for superior ao valor líquido contábil.

DEPRECIAÇÃO E OBSOLÊNCIA

Importância dos Fluxos de Caixa na Avaliação Econômica

UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PRIAD ADMINISTRAÇÃO DE CUSTOS. Nome: RA: Turma: Assinatura:

Resumo Aula-tema 07: Gestão de Custos

Fiat Uno Mille Fire Flex, motor 1.0, 8 válvulas, 2 portas, ano de fabricação/modelo 2012, 0 km. Preço do bem: R$ ,00.

1 - Por que a empresa precisa organizar e manter sua contabilidade?

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE CUSTOS NA ELABORAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

PROCESSO DE CONVERGÊNCIA DA CONTABILIDADE PÚBLICA MUNICIPAL. Parte 2 Procedimento Contábil da Depreciação

É aquele em que não há transferência substancial dos riscos e benefícios inerentes à propriedade de um ativo.

Boletim. Contabilidade Internacional. Manual de Procedimentos

ABERTURA DAS CONTAS DA PLANILHA DE RECLASSIFICAÇÃO DIGITAR TODOS OS VALORES POSITIVOS.

MS 777 Projeto Supervisionado Professor: Laércio Luis Vendite Ieda Maria Antunes dos Santos RA:

E&L Controle de Frotas. Perguntas Frequentes

CAPÍTULO 7 - ÁRVORES DE DECISÃO

Sumário. 1 Introdução. Demonstrações Contábeis Decifradas. Aprendendo Teoria

CAPÍTULO 2 MATEMÁTICA FINANCEIRA

PLANEJAMENTO OPERACIONAL - MARKETING E PRODUÇÃO MÓDULO 3 O QUE É PLANEJAMENTO DE VENDAS E OPERAÇÕES?

MÉTODOS DE ANÁLISE DE INVESTIMENTO COM A UTILIZAÇÃO PRÁTICA DA CALCULADORA HP12C E PLANILHA ELETRÔNICA

SIMULAÇÃO DE GESTÃO EMPRESARIAL

INDICADORES FINANCEIROS NA TOMADA DE DECISÕES GERENCIAIS

CAPITAL DE GIRO: ESSÊNCIA DA VIDA EMPRESARIAL

IFRS TESTE DE RECUPERABILIDADE CPC 01 / IAS 36

A Análise dos Custos Logísticos: Fatores complementares na composição dos custos de uma empresa

RESOLUÇÃO CFC Nº /09. O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais,

Aspectos Sociais de Informática. Simulação Industrial - SIND

COMO ANALISAR E TOMAR DECISÕES ESTRATÉGICAS COM BASE NA ALAVANCAGEM FINANCEIRA E OPERACIONAL DAS EMPRESAS

O QUE É ATIVO INTANGÍVEL?

PERGUNTAS MAIS FREQÜENTES SOBRE VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL)

CLASSIFICAÇÕES CONTÁBEIS DE CUSTOS

Instrumentos Financeiros

INDENIZAÇÃO CONTRATUAL EXIGIDA PELA LEI INTERMUNICIPAL DE PASSAGEIROS

Critérios de Avaliação do Ativo Investimentos

Gerencie adequadamente os custos da sua frota

Viabilidade Financeira: Calculo da TIR e VPL

! Revisão de conceitos importantes! Fluxo com VRG diluído! Fluxo com VRG no final do contrato! Comparação com outras alternativas de financiamento

COMPONENTES DA ESTRUTURA DO PLANO DE NEGÓCIO

GESTOR DA CARTEIRA DE INVESTIMENTO

Aula 09 Matemática Financeira. Princípios Fundamentais da Engenharia Econômica

Contabilidade Avançada Ajuste a valor presente e mensuração ao valor justo

COMO CALCULAR E PROJETAR A DEPRECIAÇÃO PELO MÉTODO DA LINHA RETA COM O AUXÍLIO DO EXCEL

OS FUNDOS DE PREVIDÊNCIA: UM ESTUDO DO MERCADO BRASILEIRO 1. Maicon Lambrecht Kuchak 2, Daniel Knebel Baggio 3.

Programas de Manutenção Scania.

Unidade IV. Processo de inventário (Típico) Definir duplas de inventários. Aguardar segunda contagem. Não. Segunda dupla?

APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE CUSTEIO: VARIÁVEL E POR ABSORÇÃO, PARA O PROCESSO DECISÓRIO GERENCIAL DOS CUSTOS

Elementos de Análise Financeira Matemática Financeira e Inflação Profa. Patricia Maria Bortolon

Converter carro para GNV reduz gastos; veja prós e contras

CONTAJURIS ASSESSORIA EMPRESARIAL S/C LTDA

Bacharelado CIÊNCIAS CONTÁBEIS. Parte 6

Apresentação PostgreSQL 8.2/ 8.3 Domingos Martins ES

Financiamento de automóveis: Investimento ou gasto dispendioso? *

TAXA INTERNA DE RETORNO - IRR

7. Análise da Viabilidade Econômica de Projetos

Princípios Fundamentais

GASTAR MAIS COM A LOGÍSTICA PODE SIGNIFICAR, TAMBÉM, AUMENTO DE LUCRO

UM MODELO PARA A ANÁLISE DA VIABILIDADE DE PROJETOS DE TERCEIRIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO NO SETOR PÚBLICO

Como funcionam os fundos de investimentos

Instituto Odeon - Filial Demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2012 e relatório de revisão dos auditores independentes

Filosofia e Conceitos

NOTA TÉCNICA Nº 005/2010 SRE/ADASA

Análise e Avaliação Financeira de Investimentos

Sumário do Pronunciamento Técnico CPC 04. Ativo Intangível

Conceito de Contabilidade

Gerenciamento de Projeto: Criando o Termo de Abertura II. Prof. Msc Ricardo Britto DIE-UFPI rbritto@ufpi.edu.br

1. Função Financeira 2. Modelo Sistêmico da Função Financeira 3. Principais Atribuições do Administrador Financeiro

DESENVOLVENDO HABILIDADES CIÊNCIAS DA NATUREZA I - EM

Contabilização de planos de benefícios segundo o CPC 33 Benefícios a empregados (IAS 19)

Custeio Variável e Margem de Contribuição

Neste contexto, o Fluxo de Caixa torna-se ferramenta indispensável para planejamento e controle dos recursos financeiros de uma organização.

INTRODUÇÃO A ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA. Prof. Eric Duarte Campos

APLICAÇÃO DA MODELAGEM ECONÔMICA NA SUBSTITUIÇÃO DE AUTOMÓVEL POPULAR

Fase 2 (setembro 2012) Sondagem: Expectativas Econômicas do Transportador Rodoviário

CUSTOS DE PRODUÇÃO. Profª Graciela Cristine Oyamada

Crédito. Adm. Geral. Para que Estudar Análise de Investimento e Financiamento? Título da aula: Decisões de Investimento e Financiamento I

SOFTWARE PROFIT 2011.

Transcrição:

Um Estudo Comparativo dos Custos de Veículos Populares Nacionais Autoria: Altair Borgert, Emanuella Seemann Hunttemann, Charles Albino Schultz RESUMO O processo de aquisição de um veículo ou uma frota representa uma importante tomada de decisão, tanto para uma empresa quanto para uma pessoa física. Neste sentido, o presente estudo realiza um estudo comparativo dos custos entre quatro veículos populares nacionais por meio da metodologia do Custo Anual Uniforme Equivalente (CAUE), com destaque para os diversos tipos de custos fixos IPVA, seguro total e obrigatório, licenciamento e depreciação baseada na perda de valor de mercado e variáveis combustível, peças e demais serviços de manutenção envolvidos na manutenção operacional dos mesmos. Os veículos analisados foram: Corsa, Fiesta, Gol e Uno; em diferentes condições de uso: na cidade e na estrada. Após o levantamento dos custos envolvidos, para cada um dos modelos, foi possível aplicar o CAUE e determinar o veículo Uno como o que gera menores custos totais acumulados anualmente e ao final de um período de cinco anos. 1 INTRODUÇÃO No Ativo Imobilizado das empresas registram-se bens que não se destinam à venda. Estes bens são adquiridos e mantidos com a expectativa de geração de benefícios futuros para a organização, os quais incluem, geralmente, veículos, máquinas e equipamentos, prédios, móveis entre tantos destinados a produzir outros bens ou serviços. Esses ativos, além da sua utilização na produção de bens ou serviços, geram custos e despesas para as empresas. Isso, porque sofrem influências de fatores que reduzem o seu valor e a sua utilidade. O fenômeno da depreciação, antes de ser um fenômeno contábil, é um fenômeno físico. Os bens perdem o seu valor, pelo desgaste, pela redução do valor de mercado e pela obsolescência. Na contabilidade, esse fenômeno tem uma visão voltada para a distribuição dos custos de aquisição do bem durante a sua vida útil para os bens e serviços que se utilizam desse bem para existirem. Mas, como fazer essa distribuição sem um grau considerável de arbitrariedade? Já que, para a determinação do tempo de vida útil torna-se necessária uma estimativa de quanto tempo o bem pode durar. Posteriormente, é necessária a estimativa do quanto o bem desgasta durante um tempo de uso. Como se sabe, as estimativas não têm garantia alguma de que podem vir a se realizarem. Portanto, no momento de aquisição desses bens torna-se necessária uma análise dos benefícios e dos custos que esses ativos podem gerar no futuro. A correta determinação desses custos é um fator importante para a manutenção da entidade em si, já que envolvem custos fixos e variáveis ao mesmo tempo em que esses se relacionam com a depreciação. Nesse processo de decisão, as empresas podem utilizar os modelos de análise de investimentos propostos pela Engenharia Econômica. Neste sentido, a abordagem deste trabalho diz respeito à análise que uma empresa pode realizar no momento da decisão de aquisição de uma nova frota de veículos. 1.1 Metodologia O presente estudo se caracteriza como comparativo, com abordagem para quatro modelos de veículos populares nacionais, levando-se em consideração o valor do veículo, os custos de manutenção e funcionamento, o valor de revenda e a depreciação. O objetivo geral, portanto, consiste na utilização da metodologia do Custo Anual Uniforme Equivalente CAUE para a realização de um estudo comparativo entre quatro veículos populares nacionais, no sentido de identificar o veículo com menor custo. 1

Como objetivos específicos têm-se, os seguintes: descrever os métodos de depreciação mais usuais em Contabilidade; identificar os custos operacionais de quatro modelos de veículos populares nacionais; utilizar o CAUE como critério para a determinação do melhor veículo. Assim, justifica-se o presente estudo pela parcela considerável dos gastos totais que representam os custos referentes aos veículos em empresas que possuem frotas de veículos. Portanto, no momento da aquisição de uma nova frota, a empresa pode considerar a parcela de custos envolvidos na futura frota. Contudo, ressalta-se que o mesmo pode ser aplicado a qualquer pessoa que planeja adquirir um veículo qualquer. Ainda, justifica-se como uma forma de divulgação do método CAUE de análise de custos, ao possibilitar que mais entidades tomem o conhecimento e tenham suas decisões com base nesta metodologia. Realizou-se a pesquisa com base em materiais distribuídos em concessionárias de veículos, como manuais e planos de manutenção, ou seja, fontes secundárias de dados. A coleta de dados se deu por meio de visitas às concessionárias e pesquisas em periódicos especializados e em sites das montadoras dos veículos estudados. Na fase de processamento dos dados, os mesmos foram digitados em planilha eletrônica Excel e, depois de compilados, realizaram-se os cálculos necessários para alcançar os objetivos propostos. A análise e a interpretação dos dados consistem na escolha dos cenários para a etapa seguinte, onde foram desenvolvidas tabelas e figuras. Como a presente pesquisa se limita a dados obtidos nos manuais e planos de manutenção dos veículos selecionados, quaisquer conclusões, por conseguinte, se limitam aos modelos e às marcas dos veículos, bem como ao período de coleta dos dados. Por isso convém ressaltar cautela para que não haja generalizações. Essas limitações, no entanto, não descaracterizam os objetivos iniciais deste estudo. Além disso, as manutenções corretivas não foram consideradas por se tratar de caso específico para cada empresa, assim como os custos eventuais e esporádicos, tais como reparos em lataria, pintura entre outros do gênero. Outra limitação se refere a fonte de dados sobre consumo de combustível dos veículos, cujos dados do veículo Gol foram obtidos junto ao seu fabricante, enquanto os demais (Corsa, Fiesta e Uno) foram obtidos junto a periódicos especializados. 2 Contabilidade de custos Segundo Sá (1994, p. 93), Contabilidade de Custos é a parte da Contabilidade que estuda os fenômenos dos custos, ou seja, dos investimentos feitos para que se consiga produzir ou adquirir um bem de venda ou um serviço. Ainda, conforme Martins (2003), com o passar do tempo, a Contabilidade de Custos deixou de ser uma forma para mensuração de estoques e do resultado, e passou a ser importante instrumento de controle e decisões gerenciais. Para um melhor entendimento dos conceitos envolvidos no presente trabalho, torna-se necessária uma breve fundamentação dos mesmos. 2.1 Custos fixos Os custos fixos são aqueles que, dentro de uma determinada faixa ou nível de atividade, não variam com o volume da produção (LEONE, 1987). Os mesmos representam a capacidade instalada que a empresa possui para produzir seus bens e serviços (SANTOS, 1990). Assim, normalmente, custos fixos representam custos derivados de uma estrutura disponível. Com relação aos custos fixos, cabe ressaltar que mesmo no caso de a empresa não 2

operar, tem que arcar com esses custos. Um dos exemplos mais clássicos é o caso do aluguel, que deve ser pago independentemente do volume produzido. Logo, considerando-se o ponto de vista de custo fixo unitário, o mesmo obedece a seguinte regra: quanto maior a produção menor o custo fixo por unidade. Neste estudo, os custos fixos pertinentes aos veículos são: Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores IPVA, seguro obrigatório, seguro total e depreciação. Esses custos incorrem mesmo naquelas situações em que os veículos permanecem, por muito tempo, guardados na garagem. 2.2 Custos variáveis Os custos variáveis segundo Leone (1987) são os que variam conforme o volume de produção. Esses custos são relacionados à produção, uma vez que são constantes em termos unitários, e não ao período. Logo, quanto maior a produção, maior os custos variáveis. Desta forma, se a produção for zero, os custos variáveis igualmente devem ser zero. Alguns autores, como Leone (1987), classificam os custos como semi-variáveis. Um exemplo é o caso da energia elétrica, que possui uma parcela da conta que é fixa. Contudo, para este trabalho, utilizam-se somente custos fixos e variáveis, sem a consideração das demais classificações existentes. Como principais custos variáveis de veículos apontam-se o consumo de combustível e as manutenções rotineiras. 2.3 Depreciação De acordo com Sá (1990, p. 137) a depreciação é um fenômeno contábil que expressa a perda de valor que os imobilizados de utilização sofrem no tempo, por força de seu emprego na gestão; perda de valor pelo uso. Da mesma forma, Hendriksen e Van Breda (1999, p. 325) dizem que, na estrutura contábil tradicional, depreciação refere-se ao processo de alocação do valor de entrada, geralmente o custo original ou corrigido, de instalações e equipamentos, aos vários períodos durante os quais espera-se obter os benefícios decorrentes de sua aquisição e seu emprego. Ainda, para Viana (1979, p. 195), sob aspecto físico, a depreciação é o desgaste pelo uso, pelo tempo ou obsolescência. Sob o aspecto econômico, a depreciação é a perda de valor em decorrência do fenômeno físico do desgaste. O mesmo autor, ainda, ressalta que o tempo de duração da vida útil de um bem deve levar em consideração os seguintes aspectos: tempo da efetiva produtividade do bem; eventual desenvolvimento da técnica produtiva; política de manutenção e de renovação do bem; modernização das instalações; e prováveis modificações do processo produtivo, em razão de novas matériasprimas e fontes de energia. Para Sá (1990, p. 137), do ponto de vista da Depreciação Contábil depreciações são feitas com relação a um exercício de utilização (um ano de uso). Para o mesmo autor, as quotas de depreciação devem ser calculadas levando-se em consideração: o valor do bem depreciável; o tempo de duração do bem; o tempo utilizado em relação ao tempo de duração e o valor residual, ou último valor de troca ou venda do bem. De acordo com o Regulamento do Imposto de Renda RIR (BRASIL, 2003), nos seus códigos 248 a 250, as taxas de depreciação são fixadas da seguinte maneira (quadro 1) para um turno diário de oito horas: Bens Taxa anual Anos de vida útil Edifícios 4% 25 Máquinas e equipamentos 10% 10 Instalações 10% 10 Móveis e utensílios 10% 10 3

Veículos 20% 5 Quadro 1 Taxas de depreciação conforme o RIR A mesma legislação permite, também, que as empresas adotem taxas diferenciadas de depreciação relacionadas ao número de horas diárias de operação, ou, se comprovado, mediante laudos técnicos que as taxas da empresa específica são diferentes da tabela do RIR. Os métodos podem ser classificados em quatro grupos, caracterizados pelo comportamento do valor das quotas de depreciação durante os períodos: método de quotas constantes; método de quotas variáveis; método de quotas crescentes; método de quotas decrescentes. 2.3.1 Método de quotas constantes Este método, também conhecido como linear, tem quotas constantes no tempo. Esse método tem como base a perda de potencial do bem em função do tempo e do uso. Para o cálculo utiliza-se a seguinte fórmula: Quota de depreciação = Custos de aquisição Valor residual Vida útil estimada Oleiro (1999, p. 21) ressalta que a premissa desse método é a de que o declínio do potencial do serviço do ativo é em função do tempo e não do uso; e que a eficiência do bem é constante. Esse é o método mais popular e utilizado pelas empresas, pela sua facilidade de cálculo e, também, por ser o recomendado pelo RIR. 2.3.2 Método de quotas variáveis Contrariamente ao método das quotas constantes, esse tem como premissa o desgaste pelo uso e não pelo tempo. Segundo Oleiro (1999, p. 21) [...] a base para a apuração da despesa com a depreciação varia para mais ou para menos, de acordo com o critério escolhido pela empresa, que pode ser: unidades produzidas ou horas trabalhas. Para a utilização desse método, torna-se necessário fazer uma previsão da capacidade de produção total do bem. Um exemplo simples é estimar o total de quilômetros que um veículo pode percorrer e, posteriormente, apurar o total de quilômetros que o bem percorreu no período e apropriar como custo ou despesa. As quotas são calculadas da seguinte maneira: Custo de aquisição Valor residual Quota de depreciação = Pr odução mensal X Pr oduçãototal estimada Por meio desse método, além de não ser possível prever o valor das quotas durante a vida útil total do bem, a depreciação torna-se um custo variável, já que, desta forma o valor da quota permanece atrelada à quantidade produzida. 2.3.3 Método de quotas crescentes Esse método admite a hipótese da substituição do bem ao fim de sua vida útil, logo tem com fundamento a criação de um fundo de amortização e reposição. Esse fundo é o composto pela quota anual de depreciação constante acrescida de uma taxa de juros. Para determinar a quota de depreciação nesse método é necessário o seguinte cálculo, 4

segundo Oleiro (1999): Valor de aquisição Valor residual Quota de depreciação = Anuidade Onde: anuidade para R$ 1,00 referente a n períodos à taxa desejada. 2.3.4 Métodos de quotas decrescentes Diversos são os métodos que se enquadram nessa categoria de depreciação. Os métodos decrescentes também são conhecidos como depreciação acelerada, uma vez que a quota de depreciação é maior nos primeiros períodos que nos finais. Conforme Stikney e Weil (2001), Weygand, Kieso e Kimmel (2005) e Walter (1982), um dos métodos é o conhecido como saldo declinante ou decrescente que é fornecido mediante a determinação de uma taxa de depreciação no inicio de cada período. O lançamento da depreciação cresce no momento que o valor contábil líquido do ativo for igual ao valor residual estabelecido para este. Neste método, o valor do ativo no primeiro período é o valor do custo de aquisição, ou seja, não se desconta o valor residual estimado. Considera-se, também, que o valor contábil líquido de um ativo reduza à medida que a depreciação é apropriada. Assim, o valor da depreciação desse ativo a cada novo período tende, igualmente, a ser decrescente. A fórmula para determinação do valor da cota é a seguinte: s Quota de depreciação = c 1 c Onde: n é a quantidade de períodos da vida útil restante, s é o valor residual estimado do ativo, e c é o saldo do valor do ativo. 2.4 Métodos de análise de investimentos Os métodos de análise de investimentos são técnicas para que o investidor possa definir qual é a melhor alternativa para empregar seus recursos. Dentre os diferentes métodos de análise de investimentos, dois são abordados a seguir. Os métodos, se corretamente aplicados, levam ao mesmo resultado. Apenas, aplicáveis em situações diferenciadas (CASAROTTO e KOPITTKE, 2000). O método do valor presente líquido é utilizado para a análise de investimentos e projetos. De acordo com Vieira (1995, p. 166), é uma técnica de análise de fluxos de caixa que consiste em calcular o valor presente de uma série de pagamentos (ou recebimentos) iguais e ou diferentes a uma taxa conhecida, e deduzir desses o valor do fluxo inicial (valor do empréstimo, do financiamento ou do investimento). Já o custo anual uniforme equivalente CAUE, segundo Casarotto e Kopittke (2000), consiste em achar a série uniforme anual equivalente ao fluxo de caixa dos investimentos à uma taxa de mínima atratividade (TMA), ou seja, acha-se a série uniforme equivalente a todos os custos e receitas para cada projeto com a utilização de uma determinada TMA. Para as análises que envolvam equipamentos, faz-se necessário criar alternativas onde possam ser defrontados o custo do equipamento com a vida útil, o valor residual em alienação, e os custos para manter o equipamento (HIRSCHFELD, 1989). Neste trabalho, para fins de análise, utiliza-se uma TMA de 12% ao ano. Conforme Casarotto e Kopittke (2000), a TMA é a taxa a partir da qual o investidor considera que o seu 1 n 5

investimento obtém algum ganho financeiro. 3 Análise e interpretação dos dados Os dados utilizados nesta pesquisa são referentes aos seguintes veículos nacionais, considerados equivalentes em termos de características físicas: Chevrolet Corsa Hatch, motor 1.0, potência 60 cv, gasolina, 2 portas; Fiat Uno Mille Fire, motor 1.0, potência 55 cv, gasolina, 2 portas; Ford Fiesta GL, motor 1.0, potência 65 cv, gasolina, 2 portas; e Volkswagen Gol Special, motor 1.0, potência de 57 cv, gasolina, 2 portas. A partir desse momento o trabalho apresenta um detalhamento dos diferentes tipos de custos envolvidos com os quatro modelos objetos do estudo. 3.1 Custos fixos Os custos fixos são os que incorrem no caso de uso ou não do bem. Os custos fixos mais evidentes no caso dos veículos são: a depreciação, o seguro total, o seguro obrigatório e o IPVA. Como base de cálculo do IPVA utiliza-se as alíquotas previstas pela Secretaria da Fazenda do Estado de Santa Catarina (SANTA CATARINA, 2003) para a categoria dos veículos estudados que é de 2%. Ainda, foi utilizado como valor base para o seguro obrigatório o valor de R$ 51,62 para todos os períodos e todos os veículos, com o fim de evitar variações desnecessárias. Igualmente, o valor de seguro total, é mantido constante para todos os períodos, uma vez que, se torna difícil determinar as variações dos mesmos a partir da redução do valor dos veículos. Tabela 1 Custos fixos dos veículos Período IPVA Seguro Obrigatório Seguro Redução de valor de mercado (depreciação) Custo anual Somatório Acumulado Corsa 1º Ano 315,00 51,62 970,00 1.750,00 3.086,62 3.086,62 2º Ano 280,00 51,62 970,00 1.100,00 2.401,62 5.488,24 3º Ano 258,00 51,62 970,00 700,00 1.979,62 7.467,86 4º Ano 244,00 51,62 970,00 1.400,00 2.665,62 10.133,48 5º Ano 216,00 51,62 970,00 500,00 1.737,62 11.871,10 Fiesta 1º Ano 290,00 51,62 940,00 800,00 2.081,62 2.081,62 2º Ano 274,00 51,62 940,00 1.200,00 2.465,62 4.547,24 3º Ano 250,00 51,62 940,00 1.000,00 2.241,62 6.788,86 4º Ano 230,00 51,62 940,00 500,00 1.721,62 8.510,48 5º Ano 220,00 51,62 940,00 700,00 1.911,62 10.422,10 Gol 1º Ano 298,00 51,62 990,00 1.900,00 3.239,62 3.239,62 2º Ano 260,00 51,62 990,00 1.000,00 2.301,62 5.541,24 3º Ano 240,00 51,62 990,00 700,00 1.981,62 7.522,86 4º Ano 226,00 51,62 990,00 500,00 1.767,62 9.290,48 5º Ano 216,00 51,62 990,00 500,00 1.757,62 11.048,10 Uno 1º Ano 262,00 51,62 920,00 1.300,00 2.533,62 2.533,62 2º Ano 236,00 51,62 920,00 800,00 2.007,62 4.541,24 3º Ano 220,00 51,62 920,00 1.000,00 2.191,62 6.732,86 4º Ano 200,00 51,62 920,00 500,00 1.671,62 8.404,48 6

5º Ano 190,00 51,62 920,00 500,00 1.661,62 10.066,10 Os valores de mercado dos veículos foram obtidos a partir da tabela da Fipe (2003). Esses valores foram utilizados para o cálculo da depreciação, que foi determinada pela diferença entre o valor de revenda do ano atual e o valor de revenda do ano anterior. Conforme a tabela 1, observa-se que o custo fixo varia muito numa comparação do primeiro período com os demais. Com exceção do veículo Fiesta, os demais sofrem influência extremamente forte no primeiro período em relação aos demais, em que esta perda de valor anual apresenta uma redução. A partir do quarto período, observa-se uma estabilização dos custos fixos, provocada pela estabilização do preço de mercado. Como se pode observar, no último período todos os veículos passam a ter a mesma perda de valor anual. Pode-se perceber, na figura 1, a variação dos custos fixos anuais dos quatro veículos. 3.400,00 3.200,00 3.000,00 2.800,00 2.600,00 2.400,00 2.200,00 2.000,00 1.800,00 1.600,00 1.400,00 1º Ano 2º Ano 3º Ano 4º Ano 5º Ano Corsa Fiesta Gol Uno Figura 1 Redução de valor de mercado (Custos Fixos) Como quilometragem padrão para as simulações, adota-se uma quantidade de 30.000 quilômetros rodados por ano. Desta forma, os valores totais são convertidos em valores por quilômetro, conforme se demonstra na tabela 2. Tabela 2 Custo fixo unitário Período Corsa Fiesta Gol Uno 1º Ano 0,10 0,07 0,11 0,08 2º Ano 0,08 0,08 0,08 0,07 3º Ano 0,07 0,07 0,07 0,07 4º Ano 0,09 0,06 0,06 0,06 5º Ano 0,06 0,06 0,06 0,06 3.2 Custos variáveis Para o cálculo dos custos variáveis, primeiramente, foram apurados os custos de manutenção. Ressalta-se que somente a manutenção preventiva. Os custos das peças, pneus e serviços foram levantados junto às concessionárias e lojas especializadas. Como demonstração da forma de cálculo, apresenta-se a tabela 3, a seguir, com destaque para os valores dos custos variáveis do veículo Corsa. Deste modo, tem-se, na tabela 3, a seguir a descriminação de peças ou serviços que são gastos periódicos preventivos para que o veículo permaneça em perfeita condição de uso. 7

Também se apresenta a periodicidade dos gastos em quilômetros e o custo por quilômetro. Assim, totaliza-se um custo de manutenção do veículo Corsa em R$ 0,02783. Ressalta-se que os cálculos dos demais veículos foram realizados da mesma forma, porém, não detalhados no presente trabalho. O custo variável com combustível, para efeito de análise neste estudo, tem como parâmetro o consumo urbano (cidade) e o consumo rodoviário (estrada) de cada veículo. O consumo médio dos quatro veículos nas condições de cidade e estrada, pesquisados no site da revista Carroonline, determinados por Griecco (2001) para o veículo Corsa, Freitas (2001) para o veículo Fiesta e Larsen (2002) para o veículo Uno. Para o veículo Gol os dados foram obtidos diretamente do site da Volkswagen (2003). Tabela 3 Custo variável de manutenção do veículo Corsa Peças/serviços Custo das peças Km para troca Custo por KM Filtro de óleo do motor 8,08 30.000 0,00027 Óleo do motor 35,72 15.000 0,00238 Velas de ignição 25,00 30.000 0,00083 Filtro de Ar do motor 8,99 30.000 0,00030 Correia dentada da distribuição 68,00 60.000 0,00113 Filtro de Combustível 28,23 30.000 0,00094 Óleo da caixa de mudanças automática 58,50 60.000 0,00098 Fluido de Freio 6,83 30.000 0,00023 Pneus 360,00 45.000 0,00800 Amortecedores dianteiros 246,45 50.000 0,00493 Amortecedores traseiros 117,00 50.000 0,00234 Geometria 27,50 10.000 0,00275 Balanceamento 27,50 10.000 0,00275 Custo Variável por KM 0,02783 Assim, na tabela 4, apresenta-se um resumo do consumo de combustível dos veículos para as diferentes condições calculadas. Tabela 4 Tabela comparativa do consumo de combustível em quilômetros por litro Condição Corsa Fiesta Gol Uno Cidade 11,60 11,10 13,50 14,30 Estrada 12,80 16,90 16,70 20,00 Contudo, a diferença no consumo de combustível dos veículos é, mais facilmente, visualizada na figura 2. 8

25 km/l 20 15 10 16,9 16,7 12,8 13,5 11,6 11,1 14,3 20,0 5 0 Corsa Fiesta Gol Uno Cidade Estrada Figura 2 Consumo de combustível em km/l estrada e cidade Tabela 5 Custo variável por veículo por quilômetro Condição Corsa Fiesta Gol Uno Combustível Cidade 0,23276 0,24324 0,20000 0,18881 Combustível Estrada 0,21094 0,15976 0,16168 0,13500 Manutenção 0,02783 0,02513 0,02463 0,02486 Total Cidade 0,26059 0,26837 0,22463 0,21367 Total Estrada 0,23877 0,18489 0,18631 0,15986 Para facilitar a comparação, apresentam-se os mesmos valores na figura 3, onde se destacam as diferenças dos custos variáveis entre os veículos. 0,30 0,25 0,261 0,239 0,268 0,225 0,214 0,20 0,185 0,186 0,160 0,15 0,10 0,05 - Corsa Fiesta Gol Uno Cidade Estrada Figura 3 Custo variável total para cidade e estrada por quilômetro Percebe-se, pela figura 3, que o veículo Uno leva vantagem em ambas situações. E o pior desempenho fica com o veículo Fiesta na cidade e com o veículo Corsa na estrada. 3.3 Cálculo do custo anual uniforme equivalente (CAUE) Com base nos valores dos custos fixos e variáveis apurados, pode-se calcular o CAUE para todos os modelos de veículos apresentados neste trabalho pelo prazo de cinco anos. Para tal, considera-se uma TMA de 12% ao ano. Assim, para todos os veículos as condições são as mesmas, tanto a quantidade de quilômetros rodados por ano quanto a taxa. 9

Como forma ilustrativa, apresenta-se o cálculo do CAUE para o veículo Corsa, na condição cidade, com 30.000 Km rodados por ano, com custos variáveis no montante de R$ 6.783,17 para cada um dos cinco períodos. Já os custos fixos variam de acordo com o ano, pois um dos fatores importantes que compõem o custo fixo é a parcela de depreciação que varia de ano para ano, conforme se demonstra na tabela 6. Tabela 6 Custo do veículo Corsa para a condição cidade Valor de Custos Valor Custos Fixos Custo Total Revenda Variáveis Residual Carro Novo 15.750,00 1 ANO DE USO 14.000,00 6.783,17 3.086,62 9.869,79 4.130,21 2 ANOS DE USO 12.900,00 6.783,17 2.379,62 9.162,79 3.737,21 3 ANOS DE USO 12.200,00 6.783,17 1.965,62 8.748,79 3.451,21 4 ANOS DE USO 10.800,00 6.783,17 2.637,62 9.420,79 1.379,21 5 ANOS DE USO 10.300,00 6.783,17 1.727,62 8.510,79 1.789,21 Para o cálculo do CAUE utiliza-se a seguinte fórmula: CT CT x n CAUE x = VC... / P + + + x n x x / 1,12 1,12 A ( VR A F ) Onde: x é o período de referência do cálculo; VC o valor de compra do veículo; CT é o custo total do período; A/P é o índice utilizado para calcular o valor presente; VR é o valor residual do período e A/F é o índice de valor futuro. Para a condição cidade, o veículo Corsa apresenta os seguintes custos anuais de forma equivalente, sendo que os valores de A/P e A/F da fórmula são apresentados no anexo A. (.750,00 1,12) 4.130,21 13.509, 79 CAUE 1 = 15 CAUE1 = 9.869,79 CAUE2 = 15.750,00+ A/ P;0,12;2 1,12 F = ( 3.737.21 ( A/ ;0,12;2)) (( 15.750,00+ 8.812,31) 0,591698) ( 3.737,21 0,471698) = 12.770,63 9.869,79 9.162,79 CAUE 3 = 15.750,00 0,416349 + + 2 1,12 ( 1,12) 9.869,79 9.162,79 8.748,79 CAUE4 = 15.750,00 0,329234 + + + 2 3 1,12 ( 1,12) ( 1,12) = 12.253,27 x ( 3.451.21 ( 0,296349) ) 12.244, 96 ( 1.379,21 ( 0,209234) ) CAUE 5 = 15.750,00 + 9.869,79 1,12 9.162,79 8.748,79 9.420,79 + + + 0,277409 4 2 3 ( 1,12) ( 1,12) ( 1,12) ( 1.789,21 0,157409) CAUE = 11.946, 86 5 10

Na tabela 7 apresentam-se todos os valores determinados por meio do cálculo do CAUE para cada tipo de veículo. Tabela 7 CAUE dos veículos para todos os anos Corsa Fiesta Gol Uno Cidade Estrada Cidade Estrada Cidade Estrada Cidade Estrada CAUE1 13.509,79 12.952,14 11.591,73 9.458,35 12.777,62 11.798,25 10.976,66 9.601,48 CAUE2 12.770,63 12.212,98 11.904,93 9.771,56 11.803,09 10.823,72 10.411,56 9.036,39 CAUE3 12.244,96 11.687,31 11.841,75 9.708,37 11.260,34 10.280,97 10.308,17 8.932,99 CAUE4 12.253,27 11.695,62 11.573,91 9.440,54 10.886,48 9.907,11 10.020,35 8.645,18 CAUE5 11.946,86 11.389,21 11.465,88 9.332,51 10.653,05 9.673,68 9.838,10 8.462,93 Total 62.725,51 59.937,26 58.378,20 47.711,33 57.380,58 52.483,73 51.554,84 44.678,97 Os demais cálculos, que originaram os valores da tabela 7, foram realizados para os demais veículos, tanto para o uso em estrada quanto para o uso na cidade, utilizando-se a fórmula do CAUE. Ainda, na tabela 7, podem-se perceber os CAUE s de todos os períodos. Assim, baseando-se nos resultados encontrados no estudo comparativo e levando-se em consideração o menor custo como critério de decisão, pode-se afirmar que o veículo mais vantajoso a ser adquirido é o veículo Uno. Então, se o referido veículo for utilizado conforme o estudo realizado, ou seja, em torno de 30.000 km/ano, na estrada o mesmo custaria em torno de R$ 44.678,97 e na cidade R$ 51.554,84 por ano. Comparativamente ao veículo de maior custo o Corsa a diferença de custo total para a cidade indica uma economia de R$ 11.170,67 e, para a estrada, em torno de R$ 15.258,29 para o total do período. 4 Conclusão A depreciação, seja como fenômeno contábil, econômico ou físico, tem se tornado responsável por uma parcela expressiva dos custos em diversos ramos das empresas. Neste sentido, foram descritos quatro métodos com diferentes características de parcelas. Deste modo, os métodos abordados foram: de quotas constantes, de quotas variáveis, de quotas crescentes e de quotas decrescentes. Ressalta-se que as influências destas variações no valor das quotas recaem sobre os resultados, porém, inversamente proporcionais. Assim, quando as quotas são crescentes, os resultados, são decrescentes. Além da depreciação, no estudo foram levantados os custos fixos e variáveis correspondentes a quatro modelos de veículos populares nacionais Corsa, Fiesta, Gol e Uno. Nos custos fixos, que contemplam IPVA, seguro total, seguro obrigatório e depreciação baseada na perda de valor de mercado o veículo Uno se apresentou com custos menores que os demais, quando considerados os custos do período de 5 anos. Também, foram calculados os valores por quilômetro rodado dos custos fixos para todos os veículos em todos os períodos. Como custos variáveis foram considerados os valores das peças e serviços de manutenção preventiva não foram considerados custos esporádicos incluindo-se nesse, também, a reposição dos pneus. Neste aspecto, o veículo com menores custos variáveis foi o veículo Gol. Além disso, analisado o consumo dos veículos na estrada e na cidade onde novamente o veículo Uno se mostrou com custo menor em termos de consumo de combustível. Totalizando-se os custos variáveis por quilômetro, o veículo Uno se mostrou o modelo com os menores custos. Com base nos custos fixos e variáveis dos veículos, aplicou-se a metodologia do Custo Anual Uniforme Equivalente CAUE, o que proporcionou a totalização dos custos anuais e para um período de cinco anos, para os quatro veículos, na categoria de uso na cidade e uso na estrada. Se os veículos forem mantidos por um período de cinco anos, o melhor veículo é o 11

Uno, tanto para o uso na estrada quanto para o uso na cidade, levando-se em consideração o menor custo como critério de decisão. Com a determinação do veículo Uno como o mais vantajoso para a aquisição, nas condições do estudo, alcançou-se o objetivo principal deste estudo, que consiste na utilização da metodologia CAUE para determinar o melhor veículo a ser adquirido, considerando-se os custos totais dos veículos. Além de permitir a simulação dos custos totais dos veículos ano a ano, também permite a sua totalização em diferentes períodos. Desta forma, pode-se afirmar que o método é válido e útil no momento de se tomar a decisão de renovar a frota de uma empresa, ou mesmo, no momento de qualquer pessoa adquirir um veículo. Cabe lembrar que não é possível generalizar o resultado do melhor veículo encontrado neste estudo. Os resultados se limitam ao período em que os dados foram coletados, aos modelos analisados e à quantidade de períodos que se pretende manter um mesmo veículo em funcionamento. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Fazenda. Receita Federal. Regulamento do imposto de renda RIR. Disponível on line <www.receita.fazenda.gov.br>. Acesso em: 15 abr. 2003. CASAROTTO, N.F.; KOPITTKE, B.H. Análise de investimentos: matemática financeira, engenharia econômica, tomada de decisão, estratégia empresarial. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2000. FIPE FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS. Preço médio de mercado de veículos. Abril de 2003. Disponível em: <http://www.fipe.org.br/indices/veiculos/query.asp?v=p>. Acesso em: 14 abr. 2003. FREITAS. A. de. Um carro para a família. [S.I.]: Carroonline, 2001. Disponível em: <http://carroonline.terra.com.br/apresenta_fistaseda.html>. Acesso em: 14 abr. 2003. GRIECCO, A. Mostrando as caras. E as coroas. [S.I.]: Carroonline, 2001. Disponível em: <http://carroonline.terra.com.br/com_corsaxcelta_2001.htm>. Acesso em: 09 abr. 2003. HENDRIKSEN, H.S.; VAN BREDA, M.F. Teoria da Contabilidade. 5.ed. São Paulo: Atlas, 1999. HIRSCHFELD, H. Engenharia econômica e análise de custos: aplicações práticas para economistas, engenheiros, analistas de investimentos e administradores. 4.ed. São Paulo: Atlas, 1989. LARSEN. P. Cada vez mais vivo. [S.I.]: Carroonline, 2002. Disponível em: <http://carroonline.terra.com.br/ap_mille_fire.htm>. Acesso em: 09 abr. 2003. LEONE, G.S.G. Custos: um enfoque administrativo. 9. ed. Rio de Janeiro: FGV, 1987. MARTINS, E. Contabilidade de custos. 9.ed. São Paulo: Atlas, 2003. OLEIRO, W.N. Métodos de depreciação: qual deles utilizar? Revista do conselho regional de contabilidade do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, n.96, p. 18-24, maio. 1999. 12

SÁ, A.L. de; SÁ, A.M.L. de. Dicionário de contabilidade. 8.ed. São Paulo: Altas, 1990. SANTA CATARINA. Secretaria Estadual da Fazenda. Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores. < http://200.19.215.13/lpbin21/lpext.dll?f=templates&fn=altmainh.htm > Acesso em: 15 de abr. 2003. SANTOS, J.J. dos. Análise de custos: um enfoque gerencial com ênfase para custeamento marginal. São Paulo: Atlas, 1990. STICKNEY, C.P.; WEIL, R.L. Contabilidade financeira: uma introdução aos conceitos, métodos e usos. São Paulo: Atlas, 2001. VIANA, Cibilis da Rocha. Teoria geral da contabilidade. 7. ed. Porto Alegre: Sulina, 1979. VIEIRA, J.D.S. Matemática financeira. 5.ed. São Paulo: Atlas, 1995. VOLKSWAGEN BRASIL. Disponível em: < http://www.vw.com.br/home/main.asp >. Acesso em 09 abr. 2003. WALTER, M.A. Manual de análise de controle do imobilizado técnico. Rio de Janeiro: CNI, 1982. WEYGANDT, J.J.; KIESO, D.E.; KIMMEL, P.D. Contabilidade financeira. 3.ed. São Paulo: LTC, 2005. ANEXO A Taxas de juros (12% ao ano) N F/P P/F A/P P/A A/F F/A A/G P/G 1 1,12 0,89286 1,12 0,89286 1 1 2 1,2544 0,79719 0,591698 1,69005 0,471698 2,12 0,4717 0,79719 3 1,40493 0,71178 0,416349 2,40183 0,296349 3,3744 0,92461 2,22075 4 1,57352 0,63552 0,329234 3,03735 0,209234 4,77933 1,35885 4,12731 5 1,76234 0,56743 0,277409 3,60478 0,157409 6,35285 1,77459 6,39702 13