EFEITO DA ARQUITETURA DA PLANTA NA ABUNDÂNCIA DE GALHAS EM Eriotheca pubescens (MALVACEAE).

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Transcrição:

EFEITO DA ARQUITETURA DA PLANTA NA ABUNDÂNCIA DE GALHAS EM Eriotheca pubescens (MALVACEAE). Maria Gisely Camargos 1, 2, Jhonathan Oliveira Silva 1, Carolina de Moraes Cardoso 1, Wianey Basílio Batista 1, Bruno Henrique Antunes Fernandes 1, Yule Roberta Ferreira Nunes 1. ( 1 Universidade Estadual de Montes Claros, Campus Universitário Professor Darcy Ribeiro, Caixa Postal 126, Montes Claros, MG, Av. Ruy Braga, Jardim Panorama, CEP39400-090, Montes Claros, MG. e-mail: mariagisely@yahoo.com) Termos para indexação: insetos herbívoros, paineira, cerrado, galhas, Eriotheca pubescens Introdução Vários estudos têm sido propostos para explicar os padrões de distribuição e diversidade de insetos herbívoros associados a seus hospedeiros, a fim de elucidar processos ecológicos importantes para a biologia da conservação (Fagundes, 2004; Fleck e Fonseca, 2007). As características da planta hospedeira, como a área de distribuição e sua complexidade estrutural podem influenciar a riqueza de espécies nas comunidades de insetos herbívoros. Assim, o tamanho da planta pode ter um efeito positivo sobre a diversidade de insetos devido ao efeito da área (Strong et al. 1984; Campos, 2005). Neste contexto, a hipótese da arquitetura da planta (Lawton, 1983), prediz que plantas estruturalmente mais complexas oferecem maior número de micro-habitats para insetos herbívoros. Ao se considerar variações intra-especificas, existe uma relação positiva entre a complexidade estrutural de um indivíduo hospedeiro e a de insetos herbívoros associados (Fleck e Fonseca, 2007). Eriotheca pubescens (Malvaceae), conhecida popularmente como paineira-do-cerrado, embiricu, colher-de-vaqueiro e embiruçu peludo é uma espécie que ocorre em áreas do bioma Cerrado, sendo encontrada em formações secundárias (Lorenzi, 1992; Silva-Júnior et al., 2005). Essa espécie é amplamente adaptada a terrenos secos e pobres podendo ser incluída na composição de reflorestamentos destinados a reconstituição da vegetação de áreas degradadas e de preservação permanente (Lorenzi, 1992). É uma planta considerada de elevado interesse econômico, pois sua madeira esponjosa pode ser usada para confecção de forros, brinquedos e pasta celulósica (Lorenzi, 1992). Ainda, é considerada de boa qualidade para a produção de

papel, a paina é usada para confecção de tecidos e preenchimento de travesseiros (Silva Junior et al., 2005). Este trabalho avaliou o efeito da arquitetura da planta sobre a abundância de galhas em E. pubescens, no intuito de compreender os mecanismos que determinam a distribuição de herbívoros em suas plantas hospedeiras procurando elucidar processos ecológicos importantes para a conservação da espécie e do bioma Cerrado. Material e Métodos O estudo foi conduzido na área de reserva permanente da Usina Hidrelétrica de Santa Marta, pertencente à Companhia Elétrica do Estado de Minas Gerais (CEMIG), localizada entre os municípios de Grão Mogol e Francisco Sá-MG (S 16º37`44 `e W 43º18`21``). A área se encontra sob o domínio do Cerrado Sensu stricto (Rizzini, 1997), ocorrendo formações de Campo Rupestre e Mata Ciliar ao longo do rio Ticororó. O clima da região é do tipo AW segundo a classificação de Köppen (Ribeiro e Walter, 1998), com duas estações bem definidas, uma seca que se estende de abril a outubro e uma chuvosa de novembro a março. Foram realizadas coletas em dois fragmentos próximos ao rio Ticororó. Em cada fragmento foram amostrados 20 indivíduos de E. pubescens. Todos os indivíduos tiveram a altura estimada e cinco ramos coletados de forma arbitrária. Posteriormente, todos os ramos tiveram o seu crescimento medido, o número de folhas e folíolos contados, sendo regristradas todas as galhas encontradas. A área de cada folíolo foi estimada utilizando-se a fórmula da elipse, onde a área é igual a π*a*b, sendo a= largura menor e b= largura maior. Foram realizadas análises de regressão simples e múltipla através de modelos lineares generalizados (GLM), utilizando uma distribuição de erros quasi-poisson, ajustados com a análise de resíduo (Crawley, 2002). A abundância de galhas foi utilizada como variável dependente. Enquanto, as variáveis arquitetônicas (Tabela 1) foram utilizadas como variáveis independentes. Todos os modelos construídos foram comparados com o modelo nulo. As análises foram realizadas com auxílio do software R 2.6.2 (R Development Core Team 2008). Resultados e Discussão Foram encontrados dois morfotipos de galhas em E. pubescens, totalizando 20.818 galhas, sendo 766 galhas do morfotipo-1 e 20.052 do morfotipo-2. Todas as galhas

localizavam-se nos folíolos, ambos os morfotipos induziram mudanças na coloração do tecido da planta. O formato do morfotipo-1 foi oval, amarelado, e do morfotipo-2 circular, achatado e acinzentado. A abundância de galhas por planta não variou em função da altura da planta, por outro lado, a abundância de galhas por ramo foi fortemente influenciada pelo comprimento do ramo e número de folhas por ramo (Tabela1, Fig.1a). Apesar da abundância de galhas não variar significativamente com altura da planta, outros atributos arquitetônicos podem explicar a distribuição de galhas, como por exemplo, número de sítios para postura, abrigo e alimentação (Espírito Santo et al., 2007). Faria e Fernandes (2001) consideraram que o ataque do galhador N. baccharidis pode estar associado à quantidade de recursos (número de folhas = número de sítios de oviposição) ou comprimento do ramo, e não a altura da planta. Dessa forma, parece que não há um padrão consistente entre aumento do tamanho da planta e a diversidade de insetos galhadores. Tabela 1. Modelos Lineares Generalizados para testar a abundância média de galhas em diferentes escalas da planta hospedeira E. pubescens. Variável Variável d.f. Deviance Residual Residual P Resposta Explicativa d.f. deviance (>Chi) Abundância de Modelo Nulo 39 9116.2 Galha/Planta Altura da Planta 1 130.3 38 8985.8 0.55 (m) Abundância de Modelo Nulo 199 17972.5 Galha/Ramo Comprimento do 1 1423.3 198 16549.1 0.0001* Ramo (cm) Número de 1181.7 197 15367.4 0.0001* Folhas/Ramo Abundância de Modelo Nulo 419 22584.5 Galhas/Folha Número de 1 4441.1 418 18143.4 0.0001* Folíolos/Folha Abundância de Null Model 1228 23584.4 Galha/Folíolo Área do Folíolo 1 1153.8 1227 22430.6 0.0001* (mm 2 ) *Variável explicativa obtida do modelo mínimo adequado (p<0.05), sendo todos os modelos ajustados a distribuição de erro quasi-poisson.

Figura 1. Abundância média de galhas associadas à planta hospedeira E. pubescens (a) em função do comprimento do ramo (cm) e (b) em função da área do folíolo (mm 2 ). Os parâmetros para a construção da curva foram obtidos a partir do modelo mínimo adequado. A abundância de galhas por folha variou significativamente com número de folíolos por folha, assim como também a abundância de galhas por folíolo variou significativamente em função da área do folíolo (Tabela 1, Fig.1b). Nossos resultados deixam evidente que a unidade folíolo é o recurso base que atua como pista de oviposição para galhadores adultos. Entretanto, segundo Basset e Burckhardt (1992), o número de espécies de galhadores relacionados a uma espécie hospedeira depende mais de suas características químicas do que de sua complexidade estrutural, o que é possível devido ao grau de especialização deste grupo. Conclusões A arquitetura da planta pode ser um dos mecanismos determinantes que influencia no sistema E. pubescens-inseto galhador, uma vez que abundância de galhas não respondeu de forma significativa apenas à altura da planta. Entretanto, novos estudos são necessários para fazer ligação entre a preferência da fêmea por oviposição e sua performance em relação ao crescimento da planta. Assim, estamos procurando elucidar os processos que controlam a diversidade de insetos galhadores em suas plantas hospedeiras.

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