USO DO CARTÃO DE CRÉDITO JUNHO 2017

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Transcrição:

USO DO CARTÃO DE CRÉDITO JUNHO 2017

NECESSIDADE E IMPREVISTOS SÃO MOTIVO PRINCIPAL PARA TER UM CARTÃO DE CRÉDITO. PODER PARCELAR COMPRAS É MAIOR VANTAGEM PERCEBIDA Dividir a compra em parcelas, não precisar andar com dinheiro em espécie, adquirir produtos e serviços pela internet ou em lojas físicas, estar preparado para lidar com os mais diferentes gastos no dia a dia... O cartão de crédito está presente em várias ocasiões, seja para estender o pagamento de forma parcelada, seja nos momentos em que o consumidor se vê diante de algum imprevisto. Sua versatilidade e praticidade fazem desta uma das modalidades de crédito mais populares entre os brasileiros, superando o cartão de loja e o crediário, por exemplo. Porém, se é verdade que o cartão de crédito facilita o consumo e dá a impressão de aumentar o poder de compra, viabilizando a realização de desejos e auxiliando em despesas imprevistas, também é certo que seu uso demanda muita responsabilidade: frequentemente veem-se consumidores endividados por terem ultrapassado os limites do orçamento em aquisições por impulso ou gastos incompatíveis com a própria realidade financeira. O estudo Uso do Cartão de Crédito, conduzido pelo SPC Brasil e pela Confederação Nacional de Dirigentes lojistas, investiga aspectos como aquisição e posse, formas de solicitação, parcelamento, inadimplência, vantagens e riscos envolvidos, produtos adquiridos, controle dos gastos e conhecimento das taxas e juros, dentre outros. 2

SEIS EM DEZ CONSUMIDORES POSSUEM CARTÃO DE CRÉDITO, 42% ADQUIRIRAM POR OFERTA DE UMA INSTITUIÇÃO A conveniência de realizar inúmeras compras ao longo do mês e pagar por tudo em uma única data, além da possibilidade do parcelamento, estão entre os atributos que mais contribuem para a grande aceitação desta modalidade de crédito entre os brasileiros. Seis em cada dez pessoas ouvidas na pesquisa garantem possuir cartão de crédito (61,0% - queda de 8,9 p.p em relação a 2016), com percentuais maiores observados entre os homens (69,9%), os mais velhos (82,6%), os consumidores das classes A/B (85,3%), e os que residem nas capitais (71,9%). O predomínio do cartão de crédito de bancos é significativo (76,8%, aumentando para 85,9% na Classe A/B), com larga distância para os cartões adquiridos junto a financeiras (8,4%) e fintech ou banco 100% digital (7,7%). Quando questionados sobre as razões pelas quais fizeram o cartão de crédito, 33,4% da amostra mencionam necessidades ou imprevistos, principalmente os que pertencem à Classe C/D/E (37,0%). Outros 24,9% citam a vantagem de não precisar andar com muito dinheiro no bolso/bolsa/carteira (aumentando para 36,7% entre os mais velhos e 35,4% na Classe A/B), enquanto 15,0% dizem ter sido para que pudessem fazer mais compras. 3

POR QUE ADQUIRIU O CARTÃO DE CRÉDITO? Para alguma necessidade ou imprevisto Para não precisar andar com muito dinheiro no bolso/bolsa/carteira 25% 33% Para poder fazer mais compras O crédito foi oferecido com um valor pré-aprovado e quis aproveitar a oportunidade 12% 15% Porque não tinha muita burocracia para adquirir 7% Para poder pagar dívidas Para poder realizar um sonho de consumo Porque algum amigo ou familiar pediu para que eu adquirisse Não sei 3% 2% 2% 1% Com relação à forma de aquisição, 41,7% aceitaram o cartão de crédito que foi oferecido por uma instituição (aumentando para 53,6% entre os mais velhos) e 40,2% fizeram a solicitação, enquanto 8,8% garantem que a loja/banco/instituição/fintech concedeu sem que houvesse solicitado. As principais vantagens percebidas pelos usuários do cartão na sua utilização são o fato de poder parcelar as compras (23,5%, aumentando para 33,5% na faixa etária de 35 a 54 anos), ter prazo para pagar (17,5%) e segurança/não precisar andar com dinheiro ou cheque (15,8%, com queda de 15,7 p.p em relação a 2016). Em contrapartida, 90,2% dos que possuem cartão de crédito entendem que existem riscos associados à utilização desta modalidade de crédito, sendo que os mais mencionados são os de atrasar o pagamento da fatura, já que o valor cobrado referente a juros é muito alto (40,0%, com aumento de 13,8 p.p em relação a 2016), clonagem do cartão de crédito (30,7%, com aumento de 11,3 p.p em relação a 2016) e realizar mais compras por impulso (27,2%). 4

Entre os consumidores que possuem cartão de crédito ouvidos na pesquisa, a média é de 1,6 cartão por pessoa (com queda de 0,3 p.p em relação a 2016), sendo que 43,8% possuem apenas um cartão (com queda de 7,7 p.p em relação a 2016) e 28,0% têm dois cartões. Para aqueles que garantem possuir mais de um cartão de crédito, a principal justificativa é o fato de haver lugares que aceitam apenas uma marca de cartão; então, quando um não é aceito, usam a outra (39,2%, com aumento de 16,0 p.p em relação a 2016). Além disso, 37,0% dizem que é para conseguir melhor prazo e escolher o cartão de acordo com a data de fechamento da fatura (com queda de 17,5 p.p em relação a 2016), enquanto 33,8% gostam de ter mais de uma opção de bandeira; se uma bandeira está fora do ar, usam a outra. Considerando a frequência de uso da modalidade, os resultados indicam que 36,3% da amostra utilizam o cartão de crédito ao menos três vezes ao mês, sendo que a média é de 21,11 vezes ao ano. Quando questionados sobre as situações em que comumente fazem uso o cartão de crédito, a mais mencionada é quando não há dinheiro para pagar à vista e precisam parcelar (53,0%). Em seguida vêm os momentos em que o valor da compra é alto (40,0%) e aqueles em que não há desconto para fazer o pagamento de uma compra à vista (29,9%, com aumento de 6,0 p.p em relação a 2016). Ainda em relação ao contexto de uso e aos objetivos de quem paga com cartão de crédito, 35,5% utilizam-no para acumular pontos em programas de milhagens, mas a maioria garante pagar com o cartão apenas quando considera ser esta a melhor opção (58,7%, com queda de 6,9 p.p em relação a 2016). 5

28% TENTARAM ADQUIRIR UM CARTÃO DE CRÉDITO NOS ÚLTIMOS 3 MESES, MAS 18% NÃO CONSEGUIRAM O consumidor que decide ter um cartão de crédito, ou mesmo um segundo ou terceiro cartões, nem sempre o consegue com facilidade. De fato, a recessão tem deixado os bancos e demais instituições mais rigorosos quanto à concessão de crédito, em geral, devido aos riscos elevados de inadimplência. Deste modo, a pesquisa mostra que 28,4% tentaram adquirir um cartão de crédito nos últimos três meses, sendo que 10,1% conseguiram (aumentando para 15,6% entre os moradores da capital) e 18,3% não (aumentando para 21,1% na Classe C/D/E). A esse respeito, 30,6% dos entrevistados veem algum grau de dificuldade em conseguir um cartão de crédito, enquanto praticamente a mesma proporção considera fácil ou muito fácil (31,3%). 47,1% já deixaram de comprar em lojas que não aceitam cartão e evitam algumas lojas desse tipo. Ao mesmo tempo, 21,9% dizem que isso nunca aconteceu, mas deixaria de comprar caso ocorresse. Por outro lado, 28,8% não desistem da compra e, se necessário, pagam de outra forma. 47% JÁ DEIXARAM DE COMPRAR EM LOJAS QUE NÃO ACEITAM CARTÃO E EVITAM ALGUMAS LOJAS DESSE TIPO 6

Tendo em vista os tipos de estabelecimentos que os entrevistados evitam frequentar por não aceitarem o cartão de crédito, os mais mencionados são bares/ restaurantes/lanchonetes (38,2%), lojas de roupas/ calçados/acessórios (37,4%, aumentando para 42,6% entre os que residem no interior) e locais que vendem alimentos ou produtos para casa onde costumam fazer compras tais como supermercado, mercearias, hipermercados, padarias, delicatessen (27,0%). TIPOS DE LOJAS QUE EVITA POR NÃO ACEITAREM CARTÃO DE CRÉDITO Bares, restaurantes, lanchonetes 38% 19% 37% Papelaria Lojas de roupas, calçados e acessórios 21% 27% Estabelecimentos com opção de crédito/recarga para telefone celular 22% 24% Estabelecimentos onde costumo fazer compras pequenas para casa (supermercado, mercearias, hipermercados, padarias, delicatessen) Postos de combustível Lojas de eletrodomésticos, eletroeletrônicos, móveis Finalmente, considerando apenas aqueles que não possuem cartão de crédito, 26,1% justificam dizendo que não há como fazer o cartão pois o nome está sujo, enquanto 15,4% argumentam que não há como comprovar a renda (com aumento de 9,2 p.p em relação a 2016) e 13,3% preferem pagar as compras à vista para ganhar desconto. 7

VESTUÁRIO, ELETRÔNICOS E ELETRODOMÉSTICOS SÃO ITENS MAIS ADQUIRIDOS DE FORMA PARCELADA PELO CARTÃO DE CRÉDITO Os produtos mais comprados no cartão de crédito em parcelas são roupas, calçados e acessórios (59,8%, com queda de 14,9 p.p. em relação a 2016), eletrônicos (57,3%), eletrodomésticos (51,6%, aumentando para 61,2% entre os consumidores da capital) e remédios (45,9%). O estudo revela ainda que menos de quatro em cada dez consumidores que possuem cartão de crédito dizem fazer o controle total dos gastos com o cartão (38,3%, com queda de 10,5 p.p em relação a 2016), sendo que 21,2% utilizam caderno/agenda (com queda de 6,5 p.p em relação a 2016) e 11,3% fazem anotações em planilhas de computador. Em contrapartida, praticamente seis em cada dez pessoas ouvidas admite fazer o controle parcial ou nenhum controle (57,4%, com aumento de 11,3 p.p em relação a 2016). Neste caso, 28,2% apenas consultam o saldo da fatura antes do fechamento pela internet ou aplicativo, para ter noção dos gastos mensais (com aumento de 10,8 p.p em relação a 2016), ao passo em que 15,4% somente leem a fatura fechada no final do mês e 12,6% fazem o controle de cabeça. 57% ADMITEM FAZER O CONTROLE PARCIAL OU NENHUM CONTROLE O cartão de crédito é frequentemente tratado como o vilão do orçamento, mas a verdade é que muitos consumidores não sabem lidar adequadamente com ele. É fácil tirar o cartão do bolso e pagar uma despesa; porém, se não houver disciplina e organização, mais fácil ainda é perder a noção do quanto foi gasto e ultrapassar os limites do orçamento. O controle financeiro é fundamental para evitar esse tipo de problema. Além disso, considerando os mais diversos tipos de compras e pagamentos, é impossível gravar todos os valores na cabeça explica o educador financeiro do SPC Brasil e do Portal Meu Bolso Feliz, José Vignoli. 8

43% TÊM PARCELAS A PAGAR ATUALMENTE NO CARTÃO, 59% DESCONHECEM A TAXA DE JUROS PELO ATRASO DO PAGAMENTO 41,3% dos entrevistados que utilizam o cartão de crédito não possuem parcelas a pagar atualmente. 43,3% têm compromissos a pagar no cartão, sendo que a média é de 5,2 parcelas (com aumento de 1,2 ponto em relação a 2016). Considerando apenas os consumidores que possuem prestações em atraso (18,4%), a média é de 2,6 parcelas atrasadas, mas vale acrescentar que 76,9% garantem não ter pagamento atrasado (com queda de 17,6 p.p em relação a 2016). Apenas quatro em cada dez pessoas ouvidas conhecem as taxas de juros cobradas quando atrasam o pagamento do cartão (41,0% - queda de 4,3 p.p em relação a 2016), com percentuais maiores entre os homens (48,1%) e os que pertencem à Classe A/B (52,3%). A maioria, portanto, admite desconhecer as taxas (59,0%), especialmente as mulheres (65,7%), os mais jovens (70,1%) e os pertencentes à Classe C/D/E (62,2%). 77% GARANTEM NÃO TER PARCELAS EM ATRASO NO CARTÃO 41% CONHECEM AS TAXAS DE JUROS COBRADAS QUANDO ATRASAM O PAGAMENTO DO CARTÃO 9

A pesquisa também questionou os entrevistados sobre as novas regras do Banco Central para o crédito rotativo do cartão. Desde o início de abril, o consumidor não pode permanecer por mais de 30 dias no crédito rotativo. Assim, se ele tiver realizado o pagamento do valor mínimo da fatura, no mês seguinte terá que lidar com o restante da dívida seja pagando de forma integral, seja por meio de um financiamento acordado com o banco, mas com juros menores que os praticados no rotativo. No que diz respeito a essas novas regras, 66,0% garantem conhecê-las, principalmente os moradores da capital (75,3%), sendo que 43,3% concordam com elas, pois os juros cobrados são abusivos (aumentando para 48,9% entre os homens). Em contrapartida, 34,0% não tinham conhecimento das mudanças (aumentando para 37,8% entre os que residem no interior). Para a economista chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, ignorar as taxas envolvidas na posse e uso do cartão de crédito pode custar muito caro ao consumidor: com juros que ultrapassam o patamar dos 400% ao ano, estar atento a este detalhe é fundamental. Mesmo com as novas regras do Banco Central, que restringem o uso por tempo indiscriminado do rotativo, uma dívida no cartão de crédito pode fugir rapidamente ao controle. Então, o consumidor precisa ser, antes de tudo, responsável no uso desta ferramenta. O cartão é um grande aliado, desde que não seja visto como meio para inflar a renda da pessoa artificialmente, fazendo com que ela gaste o que não tem. 45,9% dos entrevistados que possuem cartão de crédito sempre pagam o valor integral da fatura, sobretudo os mais velhos (57,0%). Outros 28,0% já pagaram o mínimo, mas há pelo menos 12 meses não pagam mais desta forma (com aumento de 8,5 p.p em relação a 2016), enquanto 15,2% costumam pagar o mínimo às vezes ou quando precisam. Praticamente quatro em cada dez pessoas ouvidas admitem já ter ficado com o nome sujo por causa do cartão de crédito (38,4%), sendo que 10,9% ainda se encontram nesta situação e 27,5% não estão mais. É um percentual muito alto e que comprova o sério risco de inadimplência envolvido na má utilização do cartão de crédito. Isso é completamente desaconselhável e está na origem do endividamento de muitos consumidores acrescenta Marcela Kawauti. 10

CONCLUSÕES 61,0% possuem cartão de crédito principalmente o cartão de crédito de bancos (76,8%). Quando questionados sobre as razões pelas quais fizeram o cartão de crédito, 33,4% da amostra mencionam necessidades ou imprevistos. Outros 24,9% citam a vantagem de não precisar andar com muito dinheiro no bolso/bolsa/carteira, enquanto 15,0% dizem ter sido para que pudessem fazer mais compras. Com relação à forma de aquisição, 41,7% aceitaram o cartão de crédito oferecido por uma instituição e 40,2% fizeram a solicitação, enquanto 8,8% garantem que a loja/banco/instituição/fintech concedeu sem que houvesse solicitação. As principais vantagens percebidas pelos entrevistados na utilização do cartão de crédito são o fato de poder parcelar as compras (23,5%), ter prazo para pagar (17,5%) e segurança/não precisar andar com dinheiro ou cheque (15,8%). 90,2% dos que possuem cartão de crédito entendem que existem riscos associados à utilização desta modalidade de crédito, sendo que os mais mencionados são os de atrasar o pagamento da fatura - o valor cobrado referente a juros é muito alto (40,0%), clonagem do cartão de crédito (30,7%) e comprar mais por impulso (27,2%). A média entre os consumidores que possuem cartão ouvidos na pesquisa é de 1,6 cartão por pessoa. Considerando a frequência de uso, 36,3% da amostra utilizam o cartão de crédito ao menos três vezes ao mês, sendo que a média é de 21,11 vezes ao ano. 11

Quando questionados sobre as situações em que comumente fazem uso o cartão de crédito, a mais mencionada é quando não há dinheiro para pagar à vista e precisam parcelar (53,0%). Em seguida vêm os momentos em que o valor da compra é alto (40,0%) e aqueles em que não há desconto para fazer o pagamento de uma compra à vista (29,9%, com aumento de 6,0 p.p em relação a 2016). 28,4% tentaram adquirir um cartão de crédito nos últimos três meses, sendo que 10,1% conseguiram e 18,3% não foram bem sucedidos. 47,1% já deixaram de comprar em lojas que não aceitam cartão e evitam algumas lojas desse tipo. Tendo em vista os tipos de estabelecimentos que os entrevistados evitam frequentar por não aceitarem o cartão de crédito, os mais mencionados são bares/restaurantes/lanchonetes (38,2%), lojas de roupas/calçados/acessórios (37,4%) e locais que vendem alimentos ou produtos para casa onde costumam fazer compras pequenas tais como supermercado, mercearias, hipermercados, padarias, delicatessen (27,0%). Considerando apenas aqueles que não possuem cartão de crédito, 26,1% justificam dizendo que não há como fazer o cartão pois o nome está sujo, enquanto 15,4% argumentam que não há como comprovar a renda e 13,3% preferem pagar as compras à vista para ganhar desconto. Os produtos mais comprados no cartão de crédito em parcelas são roupas, calçados e acessórios (59,8%), eletrônicos (57,3%), eletrodomésticos (51,6%) e remédios (45,9%). 41,3% dos que utilizam cartão de crédito não possuem parcelas a pagar atualmente. 43,3% têm compromissos a pagar no cartão, sendo que a média é de 5,2 parcelas. 41,0% conhecem as taxas de juros cobradas quando atrasam o pagamento do cartão. 59,0% admitem desconhecer as taxas. 38,4% admitem já ter ficado com o nome sujo por causa do cartão de crédito (38,4%), sendo que 10,9% ainda se encontram nesta situação e 27,5% não estão mais. 12

METODOLOGIA PÚBLICO-ALVO MÉTODO DE COLETA TAMANHO AMOSTRAL DA PESQUISA DATA DE COLETA DOS DADOS Consumidores de todas Pesquisa realizada pela 601 casos, gerando 20 a 30 de março as regiões brasileiras, web. Os dados foram margem de erro de 2017. das capitais e interior, pós-ponderados para no geral de 4,0 p.p homens e mulheres, ficarem representativos para um intervalo de com idade igual ou do universo estudado. confiança a 95%. maior a 18 anos, de todas as classes econômicas. 13