GRUPO I CLASSE I 1ª CÂMARA

Documentos relacionados
Tribunal de Contas da União

Tribunal de Contas da União. Número do documento: AC /01-2. Identidade do documento: Acórdão 245/ Segunda Câmara

GRUPO II - CLASSE I - 1ª CÂMARA TC /2013-5

Tribunal de Contas da União

Tribunal de Contas da União

Tribunal de Contas da União

CONSELHO DIRETOR ATO DO CONSELHO DIRETOR RESOLUÇÃO INEA Nº 131 DE 22 DE DEZEMBRO 2015.

CONSELHO DIRETOR ATO DO CONSELHO DIRETOR RESOLUÇÃO INEA Nº 150 DE 02 DE FEVEREIRO DE 2018.

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC /2013-3

RELATÓRIO. Advogado constituído nos autos: Dr. Marcos Teixeira de Meneses - OAB/RJ

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA DIRETORIA DE RECURSOS E REEXAMES

AGRAVANTE: BANCO FIAT S/A

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC /2014-2

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC /2011-4

Representante do Ministério Público: CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA;

Interessados: Interessado: Identidade preservada ( 1º do art. 55 da Lei nº 8.443/92 c/c o inciso II do 4º do art. 35 da Resolução TCU nº 77/96)

Tribunal de Contas da União

3. Após o oferecimento de informações, a medida liminar foi deferida nos seguintes termos:

2. O Levantamento de Auditoria foi realizado no período de a , pelo AFCE Emmanuel Nazareno Souza Vasconcelos.

Representante do Ministério Público: JATIR BATISTA DA CUNHA;

Representante do Ministério Público: UBALDO ALVES CALDAS;

Tribunal de Contas da União

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão Plenária, ante as razões expostas pelo Relator em:

Superior Tribunal de Justiça

PREFEITURA MUNICIPAL DE VALENÇA

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO

Representante do Ministério Público: MARIA ALZIRA FERREIRA;

Trav. Magno de Araújo, 474

MINISTÉRIO DA FAZENDA PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES QUARTA CÂMARA

ACÓRDÃO GERADO NO PGD-CARF PROCESSO /

Poder Judiciário da União TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS. 3ª Turma Cível. Órgão

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.

Prestação de contas dos Projetos Aprovados Apresentação

CARTILHA DE PRESTAÇÃO DE CONTAS

ANEXO I MODELO DE PLANO DE TRABALHO NOME DA INSTITUIÇÃO: BAIRRO: CIDADE: U.F. CEP: NOME DO RESPONSÁVEL: IDENTIDADE/ÓRGÃO EXPEDIDOR:

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO PARANÁ

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O (2ª Turma) GMDMA/JB

MINISTÉRIO DA FAZENDA PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES QUARTA CÂMARA

Tribunal de Contas Gabinete do Conselheiro Marco Peixoto

MEX - POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DO FUNDO DO EXÉRCITO EM TÍTULOS DO TESOURO NACIONAL Consulta

TURMA RECURSAL ÚNICA J. S. Fagundes Cunha Presidente Relator

PROCESSO - TC-1894/2011 INTERESSADO - PREFEITURA MUNICIPAL DE JOÃO NEIVA ASSUNTO - PRESTAÇÃO DE CONTAS ANUAL EXERCÍCIO DE 2010 EMENTA

ACÓRDÃO AC2 TC 1594/2012

MODELO DE PLANO DE TRABALHO PARA CONVÊNIO (COM REPASSE DE RECURSO FINANCEIRO)

Acórdão: 7231/ Segunda Câmara. Data da sessão : 15/08/2017. Relator: AUGUSTO NARDES. Área: Convênio. Tema: Licitação

Controle Externo Técnico TCM/RJ 6ª fase

GRUPO I CLASSE VII PLENÁRIO TC / [Apensos: TC /2012-7, TC /2016-7] Natureza: Acompanhamento

Número do Acórdão: ACÓRDÃO 1660/ PLENÁRIO. Relator: BENJAMIN ZYMLER. Processo: /2017-0

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO

Superior Tribunal de Justiça

- Sentença mantida. - Recurso improvido.

EXCELENTÍSSIMO SR. PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO Processo número: Concreto Duro, já qualificada, vem, respeitosamente, por meio

Relatório de Demandas Externas

Interessados: Responsável: Antonio Dernival Queiroz Dantas, ex-prefeito. CPF:

Supremo Tribunal Federal

Assunto: Denúncia acerca de possíveis irregularidades ocorridas na cobrança de anuidades pelo CRTR - 5ª Região/SP.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

PARECER Nº 4185/2010

Tribunal de Contas da União

ESTADO DE SANTA CATARINA TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DIRETORIA DE CONTROLE DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DLC INSPETORIA 1 DIVISÃO 3

TERMO DE RESPONSABILIDADE PESSOA FÍSICA

Representante do Ministério Público: MARINUS EDUARDO DE VRIES MARSICO

Superior Tribunal de Justiça

PREFEITURA MUNICIPAL DE ENTRE RIOS - BA

MODELO DE RELATÓRIO DO TOMADOR DE CONTAS ESPECIAL

ACÓRDÃO GERADO NO PGD-CARF PROCESSO /

Superior Tribunal de Justiça

ESTADO DA PARAÍBA TRIBUNAL DE CONTAS MINISTÉRIO PÚBLICO

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC /2001-0

Relação de processos submetidos ao Plenário, para votação, na forma do art. 143 do Regimento Interno.

ACÓRDÃO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO N CLASSE 6 BELÉM - PARÁ

PROCESSO Nº 79308/2019 OBJETO Denuncia (Chamado nº 337/2019) JURISDICIONADO Prefeitura Municipal de Alto Araguaia-MT CONSELHEIRO RELATOR

Acórdão-6ªC RO

SUMÁRIO: REPRESENTAÇÃO. CONHECIMENTO. IMPROCEDENCIA. ARQUIVAMENTO. Relatório

LEI: Art. 2º As despesas da presente Lei correrão por conta da seguinte dotação orçamentária:

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores JARBAS GOMES (Presidente) e MARINO NETO. São Paulo, 10 de maio de 2012.

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO MARANHÃO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MARANHÃO Consulta realizada em: 31/05/ :01:14 Processo de 2 Grau

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal

JF CONVOCADO ANTONIO HENRIQUE CORREA DA SILVA em substituição ao Desembargador Federal PAULO ESPIRITO SANTO

devendo o recurso ser decidido pela Diretoria Colegiada no prazo máximo de trinta dias

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

Superior Tribunal de Justiça

PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA LEOPOLDINA ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE MINAS GERAIS SE CRETARI A DE CONTR OLE INTERNO E AU D ITOR IA

ESTADO DA BAHIA PREFEITURA MUNICIPAL DE IBITIARA Gabinete do Prefeito

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

Tribunal de Contas do Estado do Amazonas Tribunal Pleno Gabinete da Conselheira Yara Amazônia Lins Rodrigues dos Santos

ACÓRDÃO Nº (Processo nº. 2009/ )

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O (3ª Turma) GMALB/rhs/scm/AB/ri

SEXTA CÂMARA CÍVEL APELAÇÃO Nº 88730/ CLASSE CNJ COMARCA DE NOVA MUTUM

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº

PROCESSO 06/2017 COMISSÃO DISCIPLINAR/STJD RECORRENTE HOT CAR COMPETIÇÕES E SERVIÇOS LTDA RECORRIDOS COMISSÁRIOS DESPORTIVOS 3ª.

MINISTÉRIO DA FAZENDA PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO. Voluntário ª Câmara / 2ª Turma Ordinária

Superior Tribunal de Justiça

ANTÔNIO PEREIRA DA SILVA

Número 211 Sessões: 19 e 20 de agosto de É da competência da comissão permanente de licitação, do pregoeiro e da autoridade superior

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 23ª REGIÃO

Transcrição:

GRUPO I CLASSE I 1ª CÂMARA (com 2 anexos) Natureza: Recurso de Reconsideração Entidade: Prefeitura Municipal de Teresina/PI Recorrente: Modesto Paulino de Oliveira Neto (CPF: 132.133.423-00), ex-secretário Municipal de Agricultura e Abastecimento de Teresina/PI Sumário: RECURSO DE RECONSIDERAÇÃO. TCE DE CONVÊNIO. LONGO LAPSO TEMPORAL. CONTAS ILIQUIDÁVEIS. TRANCAMENTO. PROVIMENTO AO RECURSO. ARQUIVAMENTO. CIÊNCIA AO RECORRENTE. Consideram-se iliquidáveis as contas, ordenando-se o seu trancamento, quando o exercício da ampla defesa fica comprometido, em decorrência do longo intervalo entre os fatos e sua apuração, por razões alheias à vontade do responsável. RELATÓRIO Trata-se de recurso de reconsideração interposto pelo Sr. Modesto Paulino de Oliveira Neto, ex- Secretário Municipal de Agricultura e Abastecimento de Teresina/PI, contra o Acórdão nº 411/2007 1ª Câmara, que julgou suas contas irregulares e o condenou ao pagamento de débito decorrente de irregularidades na execução do Convênio nº 1.188/GM/89, firmado entre o Ministério do Interior e a Prefeitura Municipal para a construção de 10 poços amazonas. 2. Transcrevo a seguir e adoto como parte de meu relatório, a análise de mérito do recurso, elaborada no âmbito da Secretaria de Recursos (Serur) pelo ACE Antônio da Cunha Nunes Filho: 5. A seguir serão apresentados os argumentos do recorrente, de forma sintética, seguidos das respectivas análises. 6. Argumento: segundo o recorrente, o convênio sob exame foi celebrado em 01/12/89, sendo a dotação federal liberada em 12/12/89 por meio da OB nº 89OB02773 (fl. 19, v. p.), com o depósito na Conta Bancária nº 39.159-X, Agência nº 00442 do Banco do Brasil, sendo processado em 14/12/89 (fl. 25, v.p.). 7. Aduz que a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de Teresina/PI não era competente para a movimentação dos recursos, atribuição da Prefeitura Municipal de Teresina/PI. Cabia ao recorrente tão-somente encaminhar à Secretaria Municipal de Finanças os documentos comprobatórios das despesas realizadas, ficando a cargo da referida secretaria realizar os pagamentos por meio da emissão de cheques. Dada a ausência de competência para o ex-gestor gerir os recursos, ele não tinha poderes para aplicar os dinheiros liberados no mercado financeiro. 8. Segundo o alegante, quando da aplicação financeira, em 21/12/89 (fl. 25, v.p.), ele ainda não havia tomado posse no cargo de Secretário de Agricultura e Abastecimento de Teresina/PI, que só ocorreu em 10/04/90 (fl. 06). Só veio tomar conhecimento [do Convênio], quando do envio dos documentos ao Ministério do Interior, isto é, os extratos bancários (fls. 25/31) fornecidos pela Secretaria Municipal de Finanças, para fins de complementação da Prestação de Contas. Desconhece, em conseqüência, qual o destino dado aos recursos aplicados no mercado financeiro pela Prefeitura Municipal, já que não foi responsável, em nenhum momento, pela movimentação da conta relativa ao mencionado convênio, responsável que fora, apenas por parte da execução física de suas metas (fl. 02). 9. O responsável colaciona em sua defesa os esclarecimentos do Chefe de Apoio à Ação Fundiária, Benedito Serrão Sales, segundo o qual foram adquiridas 300 manilhas para viabilizar 10 poços com profundidade média de 15 metros, planejamento que foi prejudicado pelo processo inflacionário, situação que determinou a redução para apenas 80 m de perfuração e manilhamento, totalizando 7 poços, sobrando 32 manilhas, as quais seriam utilizadas na construção de mais poços com recursos da municipalidade. Segundo o engenheiro Nilson Adirem Cunha (Deliq/MP), os recursos eram

suficientes para executar mais 16,46%, colocando o recorrente em destaque o seguinte trecho do pronunciamento do Deliq/MP, verbis: 1 No Relatório de Execução à fl. 24, o responsável aponta a ocorrência de perdas (quebra) e acréscimo das manilhas acima do nível de perfuração, sobrando 32 manilhas, que seriam utilizadas em poços cavados com recursos das comunidades. 2 Ao nosso ver, considerando que o Plano de Trabalho especifica apenas quantidades, sem um detalhamento mais específico ou Parecer Técnico, esta observação pode justificar a execução a menor, e portanto, podendo ser opcionalmente aprovada pelo Setor Financeiro, caso não se constate nenhuma irregularidade financeira (fl. 03) 10. Afirma o recorrente que não há irregularidade financeira comprovada e que, quando assumiu o cargo (10/04/90), quatro poços já tinham sido manilhados, consumindo NCz$ 87.000,00 dos NCz$ 115.000,00 liberados (cheques compensados em 12/02, 16/02, 07/03, 09/03 e 06/03 - fls. 27/28, v. p.). Na gestão do apenado restou NCz$ 28.000,00 para a construção de seis poços, quantia gasta por meio dos cheques compensados em 28/05, 08/06 e 20/06 (fls. 30/31, v. p.). 11. Segundo o responsável, com o montante remanescente foram construídos mais três poços, ficando na conta CR$ 306.189,85 (fl. 31, v. p.), desconhecendo o recorrente a destinação dos recursos. 12. Posto isso, o ex-gestor requer a reforma da condenação ao pagamento de NCz$ 18.925,00, visto não ser possível concluir o objeto da avença com apenas NCz$ 28.000,00. 13. Análise: segundo a cláusula décima segunda (fl. 15, v. p.) do termo de convênio sob exame a vigência da avença era de seis meses a partir da data de publicação, que ocorreu em 06/12/89 (fl. 18, v. p.), ou seja, o Convênio nº 1.188/GM/89 teve início em 06/12/89 com previsão de término em 06/06/90. O Convênio em questão foi subscrito, na condição de proponente, pelo Prefeito Héráclito de Sousa Fortes (fl. 16, v. p.), sendo que na ficha de dados do convenente (fl. 17, v. p.) o proponente é o referido prefeito e o executor é o Secretário Municipal de Agricultura e Abastecimento Matias Augusto de Oliveira Matos. O Relatório de Execução de fls. 20/22, de 27/06/90, é assinado pelo ora recorrente. 14. Cumpre esclarecer que o convênio foi executado até 10/04/90 pelo secretário antecessor, Sr. Matias Augusto de Oliveira Matos, que assinou o termo de aceitação de obra dos poços tipo amazonas nas localidades de Chapadinha, Santa Maria da Codipi, Santa Maria das Vassouras, Projeto Poti e Baixão (fl. 46, v. p.). No período antes da posse do recorrente foram despendidos NCz$ 87.000,00, informação extraída do documento de fl. 24 do volume principal e confirmada pelos extratos bancários (fls. 25/31, v. p.), restando cerca de 24% (NCz$ 28.000,00) do recurso repassado, importância a ser gerida pelo recorrente. 15. Vê-se, claramente, que a maior parcela da execução do convênio não ocorreu durante a gestão Sr Modesto Paulino de Oliveira Neto, ora recorrente. Mesmo tendo sido este quem entregou a prestação de contas, se restou constatada irregularidade na administração dos recursos, principalmente em um período de escalada inflacionária, deveria também ter sido chamado em audiência o Sr. Matias Augusto de Oliveira Matos. Além disso, com a informação do recorrente de que a movimentação dos recursos ficou sob a responsabilidade do Secretário Municipal de Finanças, esse também deveria ser chamado em audiência para se apurar sua possível responsabilização, principalmente em relação aos rendimentos auferidos com a aplicação dos dinheiros repassados. 16. Sendo o débito atualizado até 13/10/2006 de R$ 41.945,29, segundo o demonstrativo de débito de fls. 94/96 do débito principal, é questionável se o deslinde mais adequado para o caso concreto é chamar em audiência mais dois possíveis responsáveis e diligenciar o Banco do Brasil com vistas a obter cópia dos cheques emitidos há mais de dezesseis anos, providência aparentemente de baixa efetividade. Merece registro que não foi o apenado quem deu causa à demora na apreciação da prestação de contas, tendo sido ele comunicado da irregularidade apenas quinze anos após a entrega da prestação de contas. 17. Sendo assim, a ausência de culpa do apenado no julgamento tardio das contas do Convênio nº 1.188/GM/89 faz com que sua parcela de culpa seja amainada, fato que enseja a proposição de provimento do recurso para tornar insubsistente o acórdão condenatório. 20. Argumento: o responsável aduz que da data da prestação de contas (10/09/90) até a primeira notificação (20/06/2005) transcorreram mais de quinze anos, situação que impossibilita a obtenção dos documentos necessários à comprovação das alegações apresentadas. Pede que o TCU providencie junto ao Banco do Brasil Conta nº 39.159-X, Agência nº 00442 Teresina/PI, por não poder fazê-lo

diretamente, as cópias dos cheques emitidos contra a referida conta, no período de 10/04/90 a 24/08/92, período em que esteve a frente da extinta Secretaria de Agricultura e Abastecimento (fl. 04). 23. A princípio outros ministros têm anuído a tese de iliquidação das contas em casos similares ao debatido nos presentes autos: Acórdão nº 64/2007 2ª Câmara da relatoria do Ministro Ubiratan Aguiar; retromencionado Acórdão nº 195/2007 2ª Câmara, relatado pelo Ministro Benjamin Zynler; Acórdãos ns. 1.095/2007 2ª Câmara e 686/2007 2ª Câmara, ambos da lavra do Ministro Aroldo Cedraz; Acórdãos ns. 920/2005-1ª Câmara, 2.750/2005-1ª Câmara, 285/2006 1ª Câmara, 166/2004 1ª Câmara, 2.113 1ª Câmara, 2.207 1ª Câmara e 2.116 1ª Câmara da relatoria do Ministro Guilherme Palmeira; Acórdãos ns. 1.425/2006 1ª Câmara, 920/2005-1ª Câmara, 2.750/2005-1ª Câmara, esses relatados pelo Ministro Augusto Nardes; Acórdão nº 2.105/2005 2ª Câmara do Auditor Lincoln Magalhães da Rocha. 25. Posto isso, fica evidente que a demora na análise das contas pelo órgão concedente cria para o gestor situação mais gravosa em relação aos esclarecimentos de falhas ou erros identificados, em especial quando os recursos foram repassados em um período de escalada inflacionária, como no caso vertente. Diante dessa situação, o mais adequado é considerar as contas iliquidáveis, ressalvando que essa solução se aplica tão-somente nos casos em que o responsável não deu causa, ou seja, não deixou de prestar contas e demonstrou a execução do objeto, mesmo que parcialmente. CONCLUSÃO 26. Em vista do exposto, eleva-se o assunto à consideração superior, propondo: a) conhecer do Recurso de Reconsideração interposto pelo Sr. Modesto Paulino de Oliveira Neto, ex-secretário Municipal de Agricultura e Abastecimento de Teresina/PI, com fundamento nos arts. 32, I, e 33, ambos da Lei nº 8.443/92, para, no mérito, dar-lhe provimento, tornando insubsistente o Acórdão nº 411/2007 1ª Câmara; b) com fundamento nos arts. 20 e 21, da Lei nº 8.443/92, c/c o art. 211, 1º, do Regimento Interno/TCU, considerar as presentes contas iliquidáveis, ordenando o seu trancamento; c) comunicar ao recorrente a deliberação que vier a ser adotada por esta Corte. 2. O Ministério Público junto ao TCU, representado neste processo pela Procurador Júlio Marcelo de Oliveira, manifestou-se de acordo com as conclusões da Unidade Técnica (fls. 20/1 do anexo 2). É o Relatório. VOTO Atendidos os requisitos de admissibilidade previstos nos arts. 32, inciso I, e 33 da Lei nº 8.443/92, o expediente encaminhado pelo Sr. Modesto Paulino de Oliveira Neto deve ser conhecido como recurso de reconsideração. 2. O responsável, que foi revel em seu primeiro julgamento, foi condenado por esta Corte de Contas em decorrência de irregularidades verificadas na aplicação dos recursos do Convênio nº 1188/GM/89 firmado com o extinto Ministério do Interior para a construção de 10 poços amazonas no entorno rural de Teresina/PI. 3. De acordo com o acórdão original, os fatos específicos que resultaram na condenação do recorrente foram: a) não-comprovação da execução do correspondente a 16,46% das metas físicas possíveis de serem executadas, uma vez que, após considerada a corrosão inflacionária verificada entre a solicitação e a efetiva liberação dos recursos, seria possível uma execução física da ordem de 83,79% e somente foi comprovada a execução de 70% dessas metas, conforme Parecer Técnico de Engenharia n 246/2005 (fls. 57/59), correspondendo tal irregularidade ao montante original de NCz$ 18.929,00; e b) não-comprovação da aplicação no objeto pactuado ou da devolução dos rendimentos auferidos no mercado financeiro no montante de Cr$ 306.189,85, conforme extratos bancários em anexo. 4. Em seu recurso, o Sr. Modesto Paulino de Oliveira Neto logrou demonstrar que geriu apenas uma parcela dos recursos do convênio, equivalente a cerca de um quarto do total recebido, não podendo,

portanto, ser responsabilizado pelo débito indicado no acórdão original, que se refere ao convênio como um todo. 5. Também esclareceu que a movimentação da conta corrente do convênio, bem como a gestão de eventuais rendimentos de aplicações financeiras, estavam a cargo da Secretaria Municipal de Finanças. Assim, eventual irregularidade relativa à aplicação dos rendimentos financeiros do convênio refogem a sua responsabilidade. 6. Nesse contexto, podemos concluir que a maior parte do eventual débito apurado neste processo não se encontra na esfera de responsabilidade do Sr. Modesto Paulino de Oliveira Neto. Conforme anota a Serur, deveriam ser chamados aos autos para responderem por esses valores o antecessor do Sr. Modesto na Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento e o ex-secretário Municipal de Finanças, bem como seria necessário promover diligência ao Banco do Brasil para se obter informações complementares sobre a movimentação da conta corrente do convênio. 7. Observo, entretanto, que os fatos impugnados ocorreram a mais de dezoito anos, sendo que a primeira notificação dos envolvidos ocorreu apenas quinze anos após o eventual ato que teria dado origem ao prejuízo. 8. Não se pode esperar, após tão longo tempo decorrido, que os gestores sejam capazes de obter provas capazes de sanar as irregularidades apontadas ou mesmo promover, de forma adequada, sua defesa. 9. Alem disso, a baixa materialidade dos valores envolvidos, as razoáveis dúvidas sobre a existência do débito, apurado em época de alta inflação, os princípios da racionalidade administrativa e da eficiência e o próprio bom senso indicam que o mais adequado neste caso é mesmo julgar as presentes contas iliquidáveis, ordenando seu trancamento. Ante o exposto, concordo com a Unidade Técnica e com o Ministério Público e Voto por que o Tribunal adote o acórdão que ora submeto a este Colegiado. TCU, Sala das Sessões, em 15 de abril de 2008 MARCOS VINICIOS VILAÇA Ministro-Relator

ACÓRDÃO Nº 1110/2008 - TCU - 1ª CÂMARA 1. Processo nº (com 2 anexos) 2. Grupo I, Classe de Assunto I Recurso de Reconsideração 3. Entidade: Prefeitura Municipal de Teresina/PI 4. Recorrente: Modesto Paulino de Oliveira Neto (CPF: 132.133.423-00), ex-secretário Municipal de Agricultura e Abastecimento de Teresina/PI 5. Relator: Ministro Marcos Vinicios Vilaça 5.1. Relator da Decisão Recorrida: Ministro Valmir Campelo 6. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira 7. Unidades Técnicas: Secex/PI e Serur 8. Advogado constituído nos autos: não há 9. ACÓRDÃO: VISTOS, relatado e discutido o presente recurso de reconsideração interposto pelo Sr. Modesto Paulino de Oliveira Neto contra o Acórdão nº 411/2007 1ª Câmara, que julgou suas contas irregulares, condenando-o ao débito. ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, e diante das razões expostas pelo Relator, em: 9.1. conhecer do expediente apresentado pelo Sr. Modesto Paulino de Oliveira Neto, ex-secretário Municipal de Agricultura e Abastecimento de Teresina/PI, como recurso de reconsideração, com fundamento nos arts. 32, inciso I, e 33 da Lei nº 8.443/1992, para no mérito dar-lhe provimento, tornando insubsistente o Acórdão nº 411/2007 1ª Câmara; 9.2. julgar as presentes contas iliquidáveis, ordenando o seu trancamento, nos termos dos arts. 20 e 21, da Lei nº 8.443/92, c/c o art. 211, 1º, do Regimento Interno/TCU; 9.3. dar ciência deste Acórdão, bem como do Relatório e Voto que o fundamentam, ao recorrente. 10. Ata n 11/2008 1ª Câmara 11. Data da Sessão: 15/4/2008 - Ordinária 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1110-11/08-1 13. Especificação do quórum: 13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (na Presidência), Marcos Vinicios Vilaça (Relator) e Guilherme Palmeira. 13.2. Auditor convocado: Augusto Sherman Cavalcanti. 13.3. Auditor presente: Marcos Bemquerer Costa. VALMIR CAMPELO na Presidência MARCOS VINICIOS VILAÇA Relator Fui presente: MARINUS EDUARDO DE VRIES MARSICO Procurador