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Prof.: Rafael Leitão Dir. Constitucional OAB. QUESTÕES COMENTADAS SOBRE PROCESSO LEGISLATIVO 1.( Exame de Ordem Unificado - XX) Sob a alegação de que o Projeto de Lei nº 1234, aprovado pelo Congresso Nacional, viola a CRFB/88, o Presidente da República o veta. Insatisfeitas, as lideranças políticas da oposição afirmam que a justificativa presidencial não se sustenta em argumentação jurídica plausível. As lideranças partidárias, por considerarem que o projeto de lei, nos termos aprovados pelo Poder Legislativo, é fundamental para o processo de recuperação econômica do país, reúnem-se e sugerem várias ações para que as propostas constantes do projeto possam se converter em lei. Assinale a ação que, com embasamento constitucional, as lideranças partidárias devem adotar. A) Formar uma base de apoio que contasse com a maioria simples dos membros de uma das casas legislativas, para apresentar, na mesma sessão legislativa, projeto de lei de idêntico teor. B) Recorrer ao Poder Judiciário contra o ato do Presidente da República, que, valendo-se de instrumento arbitrário e antidemocrático (o veto), impediu o Legislativo de exercer sua função típica. C) Formar maioria absoluta no Congresso Nacional (senadores e deputados federais) que, em sessão conjunta, votasse pela derrubada do veto imposto pelo Presidente da República. D) Entender-se políticamente com o Presidente da República, de maneira que este último viesse a desistir do veto por intermédio da figura jurídica da retratação de veto presidencial. Gab.: C. Conforme o art.66, 1º e 4º, o Presidente da República poderá vetar, no prazo de quinze dias, um projeto de lei ordinária ou projeto de lei complementar aprovado pelas duas Casas do Congresso Nacional. Nessa situação, o veto do Presidente da República poderá ser derrubado por manifestação da maioria absoluta das duas Casas do Congresso Nacional que o analisará em sessão conjunta. 2.(Exame de Ordem Unificado - XX) O deputado federal João da Silva, em seu primeiro mandato, propõe um projeto de lei sobre regulamentação de aplicativos de mensagens. As discussões em plenário se mostram acirradas, sendo o projeto de lei rejeitado. Inconformado, o deputado, por entender que a rejeição do projeto se deveu a fatores circunstanciais e passageiros, quer voltar a tê-lo reavaliado, ainda na mesma sessão legislativa.

Em dúvida se poderia vir a fazê-lo, consulta sua assessoria que, em consonância com a CRFB/88, presta a seguinte informação: a) A matéria constante do referido projeto de lei somente poderá constituir objeto de novo projeto na próxima sessão legislativa, em deferência ao princípio da oportunidade. b) A matéria objeto do projeto de Lei rejeitado ainda poderá ser apreciada na mesma sessão legislativa, desde que proposta pela maioria absoluta dos membros de qualquer uma das casas do Congresso Nacional. c) A matéria, objeto do projeto de lei rejeitado, somente poderá ser apreciada na mesma sessão legislativa se comprovadamente tratar de direito que aumente o grau de dignidade e proteção da pessoa humana. d) A matéria, discutida em projeto de lei rejeitado pelo Congresso Nacional, não pode ser apreciada na mesma sessão legislativa, exceto se o Presidente da República, alegando interesse nacional, assim o determinar. Gab.: B. Consoante dispõe o art.67, CF, um projeto de lei ordinária ou complementar rejeitado só poderá ser objeto de novo projeto na mesma sessão legislativa (no mesmo ano) se houver proposta da maioria absoluta dos membros ou da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal. Cabe lembrar que tal possibilidade de nova proposta na mesma sessão legislativa de projeto que fora rejeitado só cabe para os projetos de lei ordinária ou complementar e desde que haja proposta da maioria absoluta de qualquer da Casas do Congresso Nacional. Tal possibilidade não se aplica às propostas de Emenda Constitucional e às Medidas Provisórias. Caso estas sejam rejeitadas não poderão ser propostas novamente na mesma sessão legislativa. 3.(Exame de Ordem Unificado - XIX) O Presidente da República tem dúvidas sobre como proceder em determinado projeto de lei que vem gerando muitas críticas na imprensa. No décimo quarto dia útil do prazo para sancionar ou vetar o referido projeto de lei, o Chefe do Executivo consulta o Advogado-Geral da União para saber os efeitos jurídicos que adviriam do transcurso do prazo de quinze dias úteis sem a adoção de nenhuma providência expressa, simplesmente permanecendo silente. De acordo com a sistemática constitucional, essa situação implicaria a) veto total, que ainda será apreciado em sessão conjunta das casas do Congresso Nacional. b) sanção tácita, o que não exclui a possibilidade de o Chefe do Poder Executivo promulgar a lei. c) sanção tácita, o que convalida eventual vício de iniciativa, ainda que da lei decorra aumento de despesa. d) veto parcial, que ainda será apreciado em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional. Gab.: B.

Conforme o art.66, 3º, CF, se o Presidente da República não se manifestar sobre o projeto de lei no prazo de quinze dias úteis haverá sanção tácita do projeto, isto é, o silencio do Presidente da República sobre o projeto de lei importa em sanção do mesmo. Tal forma de sanção não o exime de promulgar o projeto de lei. Deve-se frisar que a SANÇÃO PRESIDENCIAL NÃO CONVALIDA VÍCIO DE INICIATIVA. 4.(Exame de Ordem Unificado - XVI) Determinado projeto de lei aprovado pela Câmara dos Deputados foi devidamente encaminhado ao Senado Federal. Na Casa revisora, o texto foi aprovado com pequena modificação, sendo suprimida certa expressão sem, contudo, alterar o sentido normativo do texto aprovado na Câmara. Assim, o projeto foi enviado ao Presidente da República, que promoveu a sua sanção, dando origem à Lei L. Neste caso, segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a) não houve irregularidade no processo legislativo, porque não há necessidade de reapreciação, pela Câmara dos Deputados, do projeto de lei que tenha expressão suprimida pelo Senado Federal, quando sentido o normativo da redação remanescente não foi alterado. b) não houve irregularidade no processo legislativo, porque é função precípua da Casa revisora estabelecer as mudanças que lhe parecerem adequadas, sendo desnecessário o retorno à Casa iniciadora, mesmo nas situações em que a alteração modifique o sentido normativo inicial. c) houve irregularidade no processo legislativo, pois qualquer alteração realizada, pela Casa revisora, no texto do projeto de lei implica a necessária devolução à Casa iniciadora, a fim de que aprecie tal alteração. d) houve irregularidade no processo legislativo, mas, por tratar-se de problema de natureza interna corporis docongresso Nacional, somente uma ADI proposta pela Mesa da Câmara dos Deputados teria o condão de suscitar a inconstitucionalidade da Lei L. Gab.: A. Os projetos de lei ordinária e complementar devem ser apreciados e aprovados pelas duas Casas do Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal). A Casa que primeiro analisa o projeto de lei é chamada de Casa Iniciadora e a Casa que revisa o projeto de lei é chamada de Casa Revisora. Se a Casa Revisora realizar alguma emenda no projeto de lei, em regra, a Casa Iniciadora deve aprovar a emenda realizada no projeto, salvo se a emenda não alterar substancialmente o projeto. Assim, como no caso em questão a emenda realizada pela Casa Revisora não alterou o sentido normativo, não há necessidade da emenda retornar à Casa Iniciadora. 5.(Exame de Ordem Unificado - XV) O Presidente da República edita Medida Provisória que dispõe sobre a injeção extraordinária de verbas para o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES). O tema, porém, já havia sido objeto de projeto de lei anteriormente aprovado pelo Congresso Nacional e remetido ao próprio Presidente

da República para sanção. Nessa linha, observado o regramento estabelecido pela Constituição Federal, assinale a afirmativa correta. a) É vedada a edição da Medida Provisória, pois a matéria já havia sido disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto pelo Presidente da República. b) A Medida Provisória narrada na questão não poderia ser editada, visto que é vedado pela Constituição Federal dispor sobre matéria orçamentária por meio dessa espécie legislativa. c) A Medida Provisória é juridicamente viável, mas, se não for apreciada em até sessenta dias contados da sua publicação, entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas, ficando sobrestadas todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando, até que se ultime a votação. d) A Medida Provisória é juridicamente viável e prorrogar-se-á por duas vezes, por igual período, a sua vigência se, no prazo de 45 dias contados de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional. Gab.: A. As medidas provisórias são uma espécie normativa editada pelo Presidente da República quando houver relevância e urgência, nos termos do art. 62. Contudo, conforme o art.62, 1º, CF, algumas matérias não podem ser regulamentadas por medida provisória, entre elas, as matérias já disciplinadas em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendentes de sanção ou veto do Presidente da República. 6.(Exame de Ordem Unificado - XIV) Maria da Silva, deputada federal integrante do partido Alfa, vem a ter projeto de sua iniciativa aprovado, com apoio de outros partidos políticos. Para sua surpresa, o texto do seu projeto veio a ser vetado na integralidade por decisão do Presidente da República. Após tomar ciência do veto presidencial, a deputada, com o intuito de derrubá-lo, procura as lideranças dos partidos que apoiaram seu projeto. Nos termos da Constituição Federal, assinale a opção que apresenta o procedimento correto. a) Vetado o projeto de lei, ocorrerá o seu arquivamento. b) Após o veto, a matéria somente poderá ser reapreciada no ano subsequente. c) O veto poderá ser rejeitado, o que acarretará o envio do projeto para promulgação pelo Presidente da República. d) A apreciação do veto deverá ocorrer, em separado, por cada Casa Legislativa, podendo ser rejeitado pela maioria absoluta de cada uma delas. Gab.: C.

Se o Presidente da República vetar um projeto de lei o veto será apreciado pelo Congresso Nacional em sessão conjunta que, por maioria absoluta das duas Casas, poderá derrubar o veto presidencial. Se o Congresso Nacional derrubar o veto o projeto de lei será reenviado ao Presidente da República para promulgação do projeto de lei (art. 66, 5º, CF). 7.( Exame de Ordem Unificado - X ) Preocupado com a concorrência de eletrodomésticos produzidos na China e com o saldo da balança comercial, o Presidente da República, no dia 1º de abril, editou medida provisória determinando o aumento da alíquota do imposto sobre produtos industrializados (IPI) para os produtos provenientes daquele país. Entretanto, passados 30 (trinta) dias, o Congresso Nacional rejeitou a medida provisória, não a convertendo em lei. Com base no caso acima, assinale a afirmativa correta. a) A medida provisória terá eficácia por mais 30 (trinta) dias, perfazendo o total de 60 (sessenta) dias. b) A medida provisória terá eficácia por mais 30 (trinta) dias, período no qual poderá haver nova tentativa de conversão em lei. c) A medida provisória perderá sua eficácia, cabendo ao Presidente da República, caso haja interesse, reeditá-la imediatamente. d) A medida provisória perderá sua eficácia, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas dela decorrentes. Gab.: D. As medidas provisórias terão prazo máximo de 120 dias (60 dias prorrogáveis uma única vez por mais 60 dias), período em que deverá haver a rejeição ou a conversão da medida provisória em lei pelo Congresso Nacional. Caso a medida provisória seja rejeitada pelo Congresso Nacional (perceba que a medida provisória pode ser rejeitada a qualquer momento dentro deste período de 120 dias) ou perda eficácia por decurso de prazo (isto é, se durante os 120 dias de vigência da medida provisória não houver votação sobre a sua conversão em lei) o Congresso Nacional deverá, no prazo de 60 dias, editar um decreto legislativo regulando as relações jurídicas decorrentes da medida provisória. Se este decreto legislativo não for editado no prazo de 60 dias, conservar-se-ão as relações jurídicas ocorridas durante o período de vigência da medida provisória. 8.( Exame de Ordem Unificado - VIII) O Presidente da República encaminhou ao Senado Federal projeto de Lei Ordinária para provimento de cargos de servidores da União. Após os debates, o projeto foi aprovado pelo plenário do Senado Federal e, em seguida, encaminhado para a Câmara dos Deputados que, em apenas um turno de discussão e votação, o aprovou e o enviou ao Presidente da República, que o sancionou. Sobre o fato acima, assinale a afirmativa correta. a) A lei é inconstitucional, pois a iniciativa de projetos de lei para provimento de cargos de servidores da União é da Câmara dos Deputados.

b) A discussão e a votação do projeto deveriam ter se iniciado na Câmara dos Deputados, havendo, por isso, vício no processo legislativo. c) A ocorrência de dois turnos de discussão e votação do projeto de lei ordinária, pressuposta no adequado processo legislativo, não ocorreu no caso narrado. d) A lei é constitucional, pois o processo legislativo foi hígido. Gab.: B O art.61, caput, traz a legitimidade para iniciar um projeto de lei ordinária e complementar. Dentre os legitimados para começar um processo legislativo, apenas se iniciativa for de um Senador ou Comissão do Senado o projeto de lei começará no Senado Federal. Assim, normalmente, funcionará como Casa Iniciadora dos projetos de lei a Câmara dos Deputados e, excepcionalmente, quando o projeto de lei for proposto por Senador ou Comissão do Senado, será o Senado Federal a Casa Iniciadora. No caso em questão, uma vez que o projeto de lei foi de iniciativa do Presidente da República, o projeto deveria ter iniciado na Câmara dos Deputados e não no Senador Federal, razão pela qual há, neste caso, vício no processo legislativo. 9. (Exame de Ordem Unificado - VIII) A Assembleia Legislativa do Estado M, verificando que o Estado jamais regulamentou a aposentadoria especial dos servidores públicos cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física (art. 40, 4º, III da Constituição da República), edita lei complementar, de iniciativa do deputado X, que determina a aplicação dos mesmos critérios aplicados aos trabalhadores da iniciativa privada (previstos na Lei n. 8.213/91). O Governador do Estado sanciona a lei, que é publicada dias depois. Sobre o caso concreto apresentado, assinale a afirmativa correta. a) Há vício de iniciativa, devendo a regulamentação do regime dos servidores públicos ser estabelecida em lei de iniciativa do Chefe do Poder Executivo no caso, o Governador do Estado. b) Ainda que houvesse vício de iniciativa, a sanção pelo Governador do Estado supre tal vício, uma vez que se considera que a autoridade originalmente atribuída do poder de iniciativa ratificou as disposições da lei. c) Não há vício de iniciativa, pois as matérias com reserva de iniciativa são somente aquelas que devem ser tratadas por meio de lei ordinária; as leis complementares, pela exigência de quorum qualificado, podem ser encaminhadas pelo Poder Executivo ou pelo Legislativo. d) Somente existe vício de iniciativa se não tiver havido tempo razoável para o Poder Executivo encaminhar à Assembleia Legislativa o projeto de lei. Diante da inércia do Governador por diversos anos, pode a Assembleia suprir a mora, elaborando o projeto.

Gab.: A A Constituição Federal no art.61, 1º elenca as matérias de iniciativa privativa do Presidente da República. Entre tais matérias, encontra-se o regime jurídico e aposentadoria dos servidores públicos. Considerando que a norma que estabelece as matérias de iniciativa do Presidente da República é de observância obrigatória pelas Constituições Estaduais, a lei que se refere a aposentadoria especial dos servidores do Estado M deveria ter iniciado pelo Governado do Estado e não por um deputado. 10.( Exame de Ordem Unificado - V) A iniciativa popular é uma das formas de exercício da soberania previstas na Constituição da República. O projeto de lei resultante de iniciativa popular deve a) ser dirigido à Mesa do Congresso Nacional. b) ser subscrito por, no mínimo, 2% do eleitorado nacional. c) ser subscrito por eleitores de cinco Estados da Federação. d) dispor sobre matéria de lei ordinária. Gab.: C Nos termos do art.61, 2º, CF, são três os requisitos para a iniciativa popular de lei. 1) que a projeto seja subscrito por, pelo menos, 1% do eleitorado nacional; 2)distribuído por pelo menos 5 estados; 3)com manifestação de pelo menos 3/10 % dos eleitores de cada um desses estados. Ademais o projeto de lei de iniciativa popular deve ser apresentado à Câmara dos Deputados. 11. (Exame de Ordem Unificado -2011) Assinale a alternativa que contemple matéria para cuja disciplina é vedada a edição de medida provisória. a) Instituição ou majoração de impostos. b) Abertura de crédito extraordinário, ainda que para atendimento a despesas imprevisíveis e urgentes. c) Normas gerais de licitações e contratos administrativos. d) Partidos políticos e direito eleitoral. Gab.: D Consoante o art.62, 1º, CF, algumas matérias não podem ser regulamentadas por meio de medida provisória. Entre tais matérias que não podem ser editadas por medida provisória está partidos políticos e direito eleitoral (art.62, 1º,I, a). 12. (Exame de Ordem Unificado 2011). Projeto de lei estadual de iniciativa parlamentar concede aumento de remuneração a servidores públicos estaduais da área da saúde e vem a ser convertido em lei após a sanção do Governador do Estado. A referida lei é

a) compatível com a Constituição da República, desde que a Constituição do Estadomembro não reserve à Chefia do Poder Executivo a iniciativa de leis que disponham sobre aumento de remuneração de servidores públicos estaduais. b) constitucional, em que pese o vício de iniciativa, pois a sanção do Governador do Estado ao projeto de lei teve o condão de sanar o defeito de iniciativa. c) inconstitucional, uma vez que os projetos de lei de iniciativa dos Deputados Estaduais não se submetem à sanção do Governador do Estado, sob pena de ofensa à separação de poderes. d) inconstitucional, uma vez que são de iniciativa privativa do Governador do Estado as leis que disponham sobre aumento de remuneração de servidores públicos da administração direta e autárquica estadual. Gab.: D. Considerando que as normas da Constituição Federal que estabelecem as matérias de iniciativa privativa do Presidente da República (art.61, 1º, CF) são de reprodução obrigatória em âmbito estadual, uma lei que aumente a remuneração de servidores públicos estaduais deve ser de iniciativa privativa do Governador do estado, sob pena de inconstitucionalidade. 13. (Exame de Ordem Unificado -2010). Sabe-se a polêmica ainda existente na doutrina constitucionalista pátria no que se refere à eventual hierarquia da Lei Complementar sobre a Lei Ordinária. Todavia, há diferenças entre essas duas espécies normativas que podem até gerar vícios de inconstitucionalidade caso não respeitadas durante o processo legislativo. A partir do fragmento acima, assinale a afirmativa incorreta. a) A Lei Complementar exige aprovação por maioria absoluta, enquanto a lei ordinária é aprovada por maioria simples dos membros presentes à sessão, desde que presente a maioria absoluta dos membros de cada Casa ou de suas Comissões. b) As matérias que devem ser regradas por Lei Complementar encontram-se taxativamente indicadas no texto constitucional e, desde que não seja assunto específico de normatização por decreto legislativo ou resolução, o regramento de todo o resíduo competirá à lei ordinária. c) As matérias reservadas à Lei Complementar não serão objeto de delegação do Congresso ao Presidente da República. d) A discussão e votação dos projetos de lei ordinária devem, obrigatoriamente, ter início na Câmara dos Deputados. Gab.: D. As leis ordinárias se diferenciam das leis complementares sob dois aspectos. 1) as leis complementares são aprovadas no Congresso Nacional por maioria absoluta, ou seja,

sempre por, pelo menos 257 votos na Câmara dos Deputados e 41 votos no Senado Federal, enquanto que as leis ordinárias são aprovadas por maioria simples, isto é, maioria dos presentes à sessão de julgamento, desde que presente a maioria absoluta. 2)as matérias que são tratadas por meio de lei complementar encontram-se expressamente indicadas no texto constitucional, a exemplo do art. 14, 9º, enquanto que as leis ordinárias tratam sobre matérias que não são tratadas por meio de lei complementar, ou seja, se a Constituição não determinar que determinada matéria será regulamentada por meio de lei complementar, tal matéria será objeto de lei ordinária. Não existe hierarquia entre leis ordinárias e leis complementares. A discussão e votação dos projetos de lei ordinária não necessariamente começam na Câmara dos Deputados. Se o projeto for, por exemplo, de iniciativa de um Senador, a discussão e votação começará no Senado Federal. 14. (Exame de Ordem Unificado -2010) Sobre o instrumento jurídico denominado Medida Provisória que não é lei, mas tem força de lei, assinale a afirrmativa correta. a) A sua eficácia dura sessenta dias contados da publicação, podendo a medida ser prorrogada apenas duas vezes, ambas por igual período. b) Se a Medida Provisória perder eficácia por decurso de prazo ou, em caráter expresso, for rejeitada pelo Congresso Nacional, vedada será sua reedição na mesma sessão legislativa. c) A não apreciação pela Câmara dos Deputados e, após, pelo Senado Federal, no prazo de 45 dias contados da publicação, tem como consequência apenas o sobrestamento da deliberação dos projetos de emenda à Constituição. d) A edição de Medida Provisória torna prejudicado o projeto de lei que disciplina o mesmo assunto e que, a par de já aprovado pelo Congresso Nacional, está pendente de sanção ou veto do Presidente da República. Gab.: B As medidas provisórias rejeitadas ou que perderam eficácia por decurso de prazo (120 dias sem aprovação ou rejeição) não poderão ser objeto de nova medida provisória na mesma sessão legislativa (art. 62, 10, CF). 15. (Exame de Ordem Unificado - XXII) O Presidente da República, objetivando adotar medidas urgentes para melhorar o desempenho da máquina burocrática pública, solicita delegação ao Congresso Nacional a fim de normatizar, por meio de lei delegada, a tramitação mais eficiente de processos no âmbito da Administração Pública. O Congresso Nacional, embora tenha concordado com o pedido formulado, especifica, por meio de resolução, que o projeto de lei delegada proposto pelo Presidente da República, antes de adentrar o sistema jurídico vigente pela via legal, deverá ser por ele avaliado. O Presidente da República, tendo dúvidas sobre se a

condição imposta pelo Poder Legislativo é violadora da ordem jurídicoconstitucional brasileira, solicita esclarecimentos à sua assessoria jurídica. Sobre a exigência do Congresso Nacional, assinale a afirmativa correta. a) A exigência é constitucional, posto que a CRFB/88 prevê a possibilidade de controle prévio sobre o conteúdo normativo da delegação, quando a resolução assim o previr. b) A exigência é inconstitucional, posto que a autorização para a edição de lei delegada, quando concedido pelo Congresso Nacional, retira desse órgão qualquer possibilidade de controle sobre o seu conteúdo. c) A exigência é constitucional, podendo o Parlamento arrogar-se o direito de propor emendas ao conteúdo normativo do projeto de lei proposto pelo Presidente da República. d) A exigência é inconstitucional, pois a lei delegada é espécie normativa cujo fundamento encontra-se alicerçado no princípio da total independência de um Poder nos assuntos de outro. Gab.: A A lei delegada é uma espécie normativa elaborada pelo Presidente da República que solicita a delegação ao Congresso Nacional. Ao conceder a delegação legislativa ao Presidente da República, o Congresso Nacional poderá determinar a apreciação prévia do projeto. Ao apreciar o projeto, o Congresso nacional não poderá fazer qualquer emenda (art. 68, CF).